O massacre silencioso dos auxiliares administrativos: quem defende os que realmente fazem o serviço público funcionar? 14

Há uma engrenagem invisível que mantém o serviço público de pé.

Não aparece em fotos de inauguração, não assina despachos de gabinete, não é chamada para entrevistas coletivas.

Mas está lá, todos os dias, nas delegacias, nos institutos de criminalística, nos IMLs, nos corredores de repartições que só funcionam porque alguém, com salário modesto e dedicação silenciosa, faz o que precisa ser feito – e, muitas vezes, o que não deveria sequer ser sua atribuição.

Esses são os auxiliares administrativos, os trabalhadores de apoio, os “pequenos” da máquina pública paulista.

Pequenos apenas no contracheque, porque, na responsabilidade, são gigantes.

São eles que atendem o cidadão, organizam documentos, controlam materiais, socorrem chefias, resolvem pepinos e, não raro, seguram a barra quando falta tudo – inclusive reconhecimento.

No entanto, o governo Tarcísio de Freitas, com a frieza dos tecnocratas e a retórica da “modernização”, decidiu que era hora de cortar  gratificações dos servidores pobres para engordar , ainda mais, os mais ricos.

O Decreto nº 69.557/2025 e a Resolução de 27 de junho de 2025 vieram como um rolo compressor, extinguindo funções gratificadas e cargos de confiança que, para centenas  desses servidores, eram o único alívio diante de salários que mal pagam o básico.

O discurso é de combate a privilégios.

A prática, porém, é a de sempre: sacrificar quem menos tem, para manter intocados os verdadeiros privilégios do topo.

A perversidade dessa política não está apenas nos números.

Está no impacto humano: famílias que perdem renda, servidores que perdem motivação, cidadãos que perdem qualidade no atendimento.

O auxiliar administrativo, já sobrecarregado –  iludidamente  mantidos desiludidos há muitos anos – , agora é chamado a fazer ainda mais, por ainda menos.

Alguns perderão vantagens que estavam às vésperas de serem incorporadas e contadas para a merecida aposentadoria.

E, como sempre, sem voz, sem sindicato forte, sem padrinho político.

Só levando paulada!

Enquanto as “castas douradas” da administração seguem blindadas – salários de cinco dígitos, bônus, carros oficiais, diárias generosas –, quem defende os pequenos?

Quem ergue a voz pelos que fazem o serviço público acontecer, mas nunca aparecem na foto?

O massacre dos auxiliares administrativos é silencioso, mas devastador.

E revela uma escolha política: a de aprofundar desigualdades, de cortar dos que menos têm para preservar o conforto dos que mais têm.

Não se trata de modernização, mas de perversidade.

Não é eficiência, é injustiça.

O Estado, que deveria ser exemplo de justiça social, opta por esmagar a dignidade dos seus trabalhadores mais essenciais.

E, se nada mudar, o resultado será um serviço público ainda mais desmotivado, ineficiente, desumano.

Que esta postagem seja, ao menos, um grito em defesa dos invisíveis.

Porque, se ninguém defender os pequenos, o serviço público – e a própria ideia de justiça – estará condenado a virar um deserto de indiferença.

Por fim, com todo respeito aos leitores, no meu estilo carioca de ser de quem é da Baixada Santista: TARCÍSIO, VAI TOMAR  BEM NO MEIO DO OLHO DO TEU CU!

Ah, leva consigo o DERRITE lambedor !