Bastidores de um Jogo Perigoso

No futebol paulista, a bola rola, os refletores brilham, a torcida canta – mas, nos bastidores, o espetáculo é outro.
Recentemente, veio à tona uma história digna de roteiro noir: uma empresa de segurança, ligada ao Delegado-Geral da Polícia Civil de São Paulo e pasmem presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, Artur Dian, prestando serviços ao falido Corinthians, clube que dispensa apresentações quando se trata de honestidade dentro e fora “das quatro linhas” .
Segundo consta o presidente expulso , diante da iminente deposição, assinou aditamentos milionários com empresa ligada ao Delegado Geral ; com previsão de multa integral no caso de rescisão contratual.
O Corinthians passou a ser refém das empresas de segurança e de limpeza.
Não fosse o suficiente, a trama ganhou contornos ainda mais dramáticos com a censura judicial a reportagens investigativas, liminares, denúncias de irregularidades e suspeitas de vínculos com o crime organizado.
O caso, revelado pelo Blog do Paulinho, expôs documentos, contratos e a ligação direta de Dian com a gestão da empresa.
A reação foi rápida: notificação extrajudicial, liminar da 20ª Vara Cível de São Paulo, ordem para remoção dos textos sob pena de multa de R$ 50 mil.
O jornalismo, mais uma vez, acuado pelo poder de quem deveria zelar pela transparência e legalidade.
Enquanto isso, a Polícia Federal bate à porta do Parque São Jorge. Não era para menos: empresas de segurança atuando sem documentação adequada, funcionários sem licença, contratos com valores superiores ao capital social das empresas, e, claro, aquela suspeita sempre presente de que, por trás do crachá, pode haver algo mais sombrio.
O Corinthians, pressionado, mudou versões, alegou desconhecimento, encerrou contratos – tudo sob o olhar atento de conselheiros, compliance e, claro, da opinião pública.
No palco do futebol, a segurança deveria ser coadjuvante discreta, mas aqui virou protagonista.
Empresas pequenas explorando criminosamente policiais sem registro em seus quadros , contratos milionários, alvarás questionados, investigações federais.
O que se espera de um clube centenário é zelo, lisura, respeito à lei.
O que se espera de autoridades é isenção, ética, transparência.
E dedicação exclusiva ao seu cargo!
Quando esses papéis se confundem, o jogo fica perigoso.
A censura imposta ao Blog do Paulinho é sintomática: não se trata apenas de proteger reputações, mas de tentar calar perguntas incômodas.
O jornalismo investigativo, munido de provas, cumpre seu papel democrático ao lançar luz sobre zonas de sombra.
Quando o Judiciário se presta ao papel de apagador, o risco é de que a verdade acabe expulsa de campo.
No Corinthians, a crise não é só financeira ou esportiva.
É institucional.
O clube, já marcado por escândalos de lavagem de dinheiro e associação criminosa, agora se vê às voltas com contratos de segurança sob suspeita.
Não há, até o momento, comprovação de ligação direta entre dirigentes e as irregularidades das empresas, mas a fumaça é espessa e o cheiro, inconfundível.
O futebol brasileiro, palco de paixões, não merece ser cenário de farsas.
O torcedor quer gols, não golpes.
Quer segurança, não conchavos.
Quer justiça, não censura.
O caso Dian-Corinthians é um lembrete de que, fora das quatro linhas, o jogo é bruto – e, muitas vezes, perigoso.
No Flit Paralisante, seguimos atentos.
Porque, no fim das contas, o que está em jogo é muito mais do que o destino de um clube de futebol dado a ganhar no apito e no tapetão .
É o próprio sentido de justiça – dentro e fora do campo.
A milionária cúpula da Polícia Civil Ltda. CEO Olink e dá-lhe contratos milionários de prestação de serviços de segurança privada.
Será que estão preocupados com 5% de aumento depois de dois anos com 0%.
O Ministério Publico deveria ter em relação a essas aves de rapina que nos dirigem, o mesmo empenho em apurar crimes contra a administração pública, da justiça, improbidade administrativa, etc., mas , infelizmente, não é isso que acontece. E a conhecida assertiva de corrupção piramidal, de cima para baixo na instituição, cada vez mais consolidada.
Acorda aí Ministério Público, Polícia Federal.
CurtirCurtir