Parabéns à PM: Agora, Finalmente, Cumprindo Sua Nobre Missão de “Uber de Foragido” …Aqui é Direita , nóis que manda, o STF que vá se foder! 15

Senhoras e senhores, hoje é dia de festa!

Palmas para a Polícia Militar de São Paulo, que, enfim, resolveu assumir um dos seus papéis constitucionais mais sublimes: o de transportar foragidos diretamente para a cadeia, sem aquela chatice de passar pelas delegacias de polícia.

Um verdadeiro avanço civilizatório!

Afinal, para que serve a Polícia Civil mesmo?

Ah, sim, para fazer boletim de ocorrência e tomar café frio enquanto espera a PM chegar com mais um “cliente”.

Agora, com a bênção do secretário Derrite – nosso visionário da segurança pública – a PM pode, de uma vez por todas, exercer sua vocação de escolta de presos, poupando as delegacias do incômodo de receber aquele fluxo interminável de capturados.

É quase um serviço de delivery reverso: busca o produto (no caso, um cidadão desafortunado com mandado em aberto), leva ao IML para o “check-up” de praxe e, voilà, entrega fresquinho na porta do presídio.

Tudo sem escalas!

O sistema penitenciário agradece a eficiência logística.

E que ninguém venha reclamar de audiência de custódia ou formalização de prisão pela Polícia Civil.

Bobagens burocráticas!

O importante é a agilidade.

Se o CNJ, o CPP e a Constituição não entenderam ainda a urgência do combate à reincidência criminal ( o fetiche do Derrite ) , problema deles.

O futuro é agora, e ele veste farda, dirige viatura e não perde tempo com papelada.

A Polícia Civil, por sua vez, pode finalmente respirar .

Chega de delegacia entupida, chega de “B.O.” interminável, chega de ficar de babá de preso.

Agora, sobra tempo para o que realmente importa: investigar crimes, ou pelo menos tentar, já que a PM também está de olho nessa função.

Mas, sejamos justos, cada um no seu quadrado.

Ou melhor, cada um no seu camburão.

Portanto, deixo aqui meus sinceros parabéns à PM paulista.

Que esse projeto-piloto vire rotina, que as delegacias fiquem cada vez mais vazias e que, quem sabe, um dia, a Polícia Civil possa trabalhar de “home office” como o Poder Judiciário, MP e PGE.

Afinal, com tanta inovação, não duvido que a próxima etapa seja a prisão por aplicativo.

“Chame seu policial, capture seu foragido, evite filas e despache direto para o presídio mais próximo.”

Viva a modernidade!

E para os que ainda se preocupam com garantias constitucionais, “due process of law” e direitos humanos… Relaxem!

O importante é não entulhar as delegacias.

O resto a gente resolve depois.

E dane-se a decisão unânime do STF tomada na Reclamação (RCL) 29303,determinando que todos os tribunais do país e todos os juízos a eles vinculados devem realizar, no prazo de 24 horas, audiência de custódia em todas as modalidades de prisão.

Aqui é Direita no poder e todos vão se foder!

Como relinchou o Caiado :

“Que país é esse, minha gente? É inaceitável, é inadmissível. Isso é um acovardamento completo das autoridades neste país”. “Se o caso ocorresse em Goiás ( terra de pistoleiros ) , mesmo com decisão judicial, o indivíduo não sairia da cadeia.”

Desembargador passou o Rodo na enlameada Polícia Carioca 1

É, vá balançando o ganzá ( cautela )
Vá segurando o repente ( atenção )
Muito cuidado cantor ( quem ousa falar a verdade desafiando o sistema )
Não é banca nem vaidade ( não é bravata ou exagero )
É pura realidade ( fato concreto )
O rei do coco chegou!
( o policial corrupto chefe do pedaço )

Compositor – José Bezerra da Silva

Do Samba ao Funk  a carne mais barata do mercado é a carne negra – Três Apitos de Alerta

Rio de Janeiro: já foi capital da República, hoje é capital da hipocrisia institucionalizada.

A cada episódio da sua novela policialesca, a cidade se supera no surrealismo — e não é por falta de roteiristas.

O caso MC Poze do Rodo, libertado por um Desembargador que ousou desafiar o circo policial , é só mais um capítulo dessa tragicomédia tropical.

MC Poze não inventou o crime, não criou a violência, não é o pai do funk.

Ele só faz o que a elite finge não ouvir: narra a realidade crua dos becos, das favelas, das vidas descartáveis.

Canta o que vive, o que vê, o que sente.

Mas, para muitos, o problema não é o que se vive — é quem ousa contar.

E, como sempre, preferem quebrar o espelho a limpar a sujeira.

Não é segredo para ninguém que as polícias do Rio de Janeiro são as mais violentas e corruptas do Brasil , talvez do mundo superando com louvores a do Mexico.

Lá polícia toma dinheiro de polícia até por infração de trânsito!  

Nada disso é novidade.

O Rio tem tradição em fabricar monstros e triturar inocentes.

Se hoje o alvo é o funkeiro, ontem foram os sambistas perseguidos, os mendigos exterminados pelo Esquadrão da Morte, pela “Operação Mata-Mendigos” e pelos grupos de extermínio como a Scuderie Le Cocq dos inspetores da Polícia Civil .  

Nos anos dourados da Bossa Nova, enquanto a cidade exportava glamour, a polícia caçava pobres, artistas e desvalidos como ratos — e, para muitos, fazia “limpeza” social a bala, a paulada, a afogamento.

Mendigos eram amarrados, torturados, jogados nos rios Guandu e da Guarda, enquanto sambistas eram abatidos como bandidos assaltantes do “Trem Pagador” ( o filme de 1962, estrelado pelos jovens Reginaldo Faria – o Grilo Peru e Grande Otelo – o Cachaça )  ;  ou ladrões da “Fábrica de Tecidos Confiança” ( aquela cantada por Noel Rosa em Três Apitos ) .  

A elite aplaudia de camarote –  “zelite” desde sempre chegada a uma boa farinha e o velho , bom e barato Pervitin   – satisfeita com a cidade “limpa” para o seu deleite.

E quem monopoliza esse tráfico…Quem…Quem …Quem?

Os polícias, caralho!

Sei não , mas talvez o Belo tenha sofrido uma grande armação por ser idiota para querer um Nike ( AR 15 ).

Não quis pagar a propina acabou na cadeia como associado ao tráfico ; para dar exemplo e produção !

Até mereceria ir em cana como estelionatário ; ele além de ser paulista não é sambista, apenas um negão pegajoso. Sambista é o meu coleguinha de infância , aqui de São Vicente, o Montgomery , mais conhecido como Sombrinha do Fundo do Quintal.

Vicentino bom e honrado, ao contrário de alguns famosos políticos e de um certo ex-delegado…( risos )

Atualmente, enquanto a polícia do Rio faz pose para as câmeras, as verdadeiras máfias desfilam de farda , distintivo e gravata.

Milicianos, policiais, ex-policiais — todos sócios do mesmo negócio: a exploração da miséria, o controle do medo, a administração da morte.

São eles que decidem quem respira e quem apodrece, blindados por um Estado que, há décadas, finge combater o próprio monstro que alimenta.

O Rio de Janeiro é o único lugar do mundo onde o crime organizado tem CNPJ, estatuto e até candidato nas eleições.

E o povo?

Refém.

Refém de uma máquina pública que só funciona para esmagar o pequeno, para punir o incômodo, para garantir o espetáculo.

O artista que canta a dor da favela vira inimigo público, enquanto os verdadeiros criminosos são promovidos, condecorados, eleitos.

O Desembargador Peterson Barroso Simão, ao soltar MC Poze, não fez só justiça — cometeu um ato de rebeldia.

Lembrou que justiça não é palanque, nem picadeiro.

Suspeito não é troféu para ser exibido, com toda a sua negritude , em rede nacional de televisão.

Justiça, quando não é surda, incomoda.

MC Poze volta aos palcos e às ruas, enquanto a cidade segue sua coreografia de horror: um balé macabro entre a esperança e o desespero, entre a luz dos holofotes e a sombra dos porões.

O poeta não é o problema.

O problema é o que ele revela — e quem não quer ser revelado.

No fim, o Rio segue sendo a fábrica de feras, o laboratório de canalhas, o paraíso dos hipócritas.

E, vez ou outra, alguém lembra que espelho não tem culpa da feiura do reflexo.

Espelhos Quebrados: A Ilusão do Poder e a Realidade da Farda 3

Introdução ou conclusão antecipada: O policial militar, ao se posicionar como inimigo declarado da esquerda e das ideias progressistas, age não apenas por convicção política, mas, sobretudo, por um impulso de negar e subjugar a própria natureza de trabalhador explorado, repetindo uma dinâmica histórica de opressão interna à classe subalterna.
Assim como o escravo doméstico ( bajulador do seu dono )   desprezava o escravo do eito ( o trabalho pesado na roça ) para se sentir superior ou como o capitão do mato – muitas vezes um ex-escravo – era ensinado a odiar e caçar o negro fugitivo, o PM adota o discurso e os valores da elite dominante para tentar se distanciar de sua origem comum com aqueles que despreza e reprime.
Esse ódio ao progressismo em geral   é, em essência, uma tentativa de se diferenciar dos seus iguais e de agradar aos seus senhores, alimentando uma ilusão de pertencimento a uma casta superior, quando, na verdade, permanece tão submisso e descartável quanto qualquer outro trabalhador pobre sob o olhar frio da elite.

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No asfalto quente das grandes cidades brasileiras, entre buzinas, sirenes e o cheiro de fumaça, a cena se repete: um policial militar se aproxima de um “suspeito de ser suspeito” , a mão pesada e automática tocando o corpo  de quem nem ousou levantar a voz.

Se ousar de pronto recebe violento golpe e o “cala boca filho da puta …

Tá louco!

O gesto é quase instintivo, como se a farda  e arma sempre apontada para o “insuspeito suspeito” lhe conferisse o direito divino de calar qualquer questionamento.

Mas quem é esse policial?

E a quem ele realmente representa?

Poucos param para refletir sobre a própria condição social.

A maioria dos policiais militares, formados em escolas públicas , com baixa exigência escolar e submetidos a uma doutrina rígida e acrítica, raramente se percebe como parte da massa trabalhadora.

Se acham superiores por ascenderem da sarjeta para o meio-fio!

São ensinados a obedecer, a temer o oficialato e a reprimir e subjugar os mais fracos.

Acreditam, por vezes, serem representantes da lei – quando, em verdade, são apenas instrumentos de um Estado patrimonialista, explorador e, não raramente, corrupto.

O policial militar, fora do serviço, se vê diante de uma dura realidade: sua formação escolar e qualificação profissional dificilmente o habilitariam a sobreviver dignamente no mercado privado.

Não é diferente do motoboy, do gari, do balconista – todos igualmente invisíveis aos olhos da elite que, paradoxalmente, o policial serve com tanto zelo.

A diferença entre eles é apenas simbólica.

Enquanto o motoboy desafia o trânsito para entregar comida, o policial desafia a própria consciência para manter as “coisas como são” de um sistema que o despreza.

Ambos, no entanto, são peças de uma engrenagem que os consome e descarta.

Historicamente, a Polícia Militar foi concebida para proteger interesses do Estado e das elites, não da população.

Desde as Guardas do Império, passando pela militarização durante a Ditadura, a instituição foi moldada para reprimir, não para dialogar.

O policial tornou-se o “capataz” moderno, sempre pronto a conter qualquer ameaça à ordem estabelecida – mesmo que essa ameaça seja apenas o grito de um trabalhador por justiça.

Falta à maioria dos policiais militares a consciência de que são, também, trabalhadores.

Falta-lhes perceber que, enquanto se enxergarem como guardiões de um sistema que jamais os reconhecerá como iguais, continuarão sendo apenas instrumentos de opressão – nunca protagonistas de sua própria história.

Por trás do uniforme, há apenas mais um operário da repressão, explorado como qualquer outro, descartável e substituível.

A Polícia Militar não existe para combater o crime – se assim fosse, seus alvos seriam os grandes corruptos, os banqueiros da lavagem de dinheiro, os latifundiários da grilagem.  

O Governador , o Secretário de Segurança e os Deputados!

Mas não: sua vítima preferencial é sempre o pobre, o negro, o favelado.

O capitalismo precisa de inimigos úteis – e a PM é a ferramenta que transforma miséria em “caso de polícia”, revolta social em “vandalismo”,  protesto por sobrevivência em “ilegalidade”.

Sua violência não é um desvio, mas a essência de seu papel: manter a plebe no lugar.

O policial militar é, em essência, um espelho quebrado: vê-se grande, mas reflete apenas fragmentos de um poder emprestado, sustentado pelo suor e pelo silêncio dos que, como ele, lutam diariamente para sobreviver.

Talvez um dia, ao olhar nos olhos de um manifestante de esquerda , reconheça ali não um inimigo, mas um igual.

E, quem sabe, comece a reconstruir, peça por peça, sua verdadeira identidade.

Nota : De se observar que “oficiais e delegados – ao menos a maioria dos que ascendem aos altos escalões – são feitores assumidos, um ou outro – quando não produtos do estamento (herdeiros do cargo ou da patente) de origem burguesa” , tal assertiva é pertinente e encontra respaldo na análise histórica e sociológica das instituições policiais brasileiras. Tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil foram estruturadas, desde suas origens, como instrumentos de controle social a serviço da ordem estabelecida e dos interesses das elites. O papel do feitor, na lógica escravocrata, era justamente o de disciplinar e reprimir os trabalhadores, garantindo a produtividade e a submissão ao senhor; de modo análogo, oficiais e delegados ocupam posições de comando e fiscalização, exercendo a função de disciplinar a base policial e, por extensão, a população pobre e trabalhadora.
Historicamente, o recrutamento de delegados de polícia esteve atrelado à classe média tradicional e à influência política, sendo comum o uso do cargo para garantir o predomínio da autoridade central e a manutenção do “status quo”. Embora o acesso aos cargos atualmente se dê por concurso público, o perfil social e cultural dos delegados ainda reflete, em grande parte, essa herança, com muitos oriundos de famílias com capital social e cultural elevado, ou mesmo de linhagens ligadas ao funcionalismo e à elite jurídica. Entre oficiais da PM, o processo de formação militarizada, a hierarquia rígida e a função de comando reforçam o papel de intermediários entre o poder estatal e a base policial, reproduzindo a lógica do feitor: são os responsáveis por garantir a disciplina e a repressão, muitas vezes internalizando valores conservadores e distanciando-se da realidade social da maioria dos subordinados.
Portanto, a analogia é válida e histórica e culturalmente demonstrável : oficiais e delegados, em sua maioria, desempenham funções e adotam posturas que os aproximam do papel histórico do feitor, atuando como gestores da repressão e da ordem em benefício das elites, seja por convicção, formação ou por herança de um sistema social excludente e patrimonialista.
São descaradamente lacaios do poder e ávidos por cargos políticos.