O Silêncio que Mata Duas Vezes – O assassinato de Ricardo Gonçalves Rocha, o Rochinha , jornalista e ex-vereador de São Vicente, está prestes a cair no abismo da prescrição por corrupção da Polícia Civil

O Silêncio que Mata Duas Vezes

O assassinato de Ricardo Gonçalves Rocha, o Rochinha , jornalista e ex-vereador de São Vicente, está prestes a cair no abismo da prescrição.

Em 2005, dia 30 de março , sua vida foi brutalmente interrompida por balas que carregavam mais do que o chumbo ou aço que levavam: carregavam o peso da censura, da corrupção e do terror.

Foi executado, sob encomenda e paga,  por policiais civis e militares funcionários de empresa de segurança!  

Quase duas décadas depois, o crime permanece sem solução, e o que era para ser uma investigação em busca de justiça tornou-se mais um símbolo da indiferença institucional e da impunidade que assola o Brasil.

Rochinha não foi apenas morto.

Ele foi silenciado com o seu Jornal  — e, pior, desonrado.

Seus inimigos políticos, incapazes de vencê-lo em debates ou na luta pela transparência, buscaram manchar sua  honra ,  após sua morte.

Alegações infundadas, insinuações maldosas e campanhas de difamação foram usadas para desviar a atenção do verdadeiro crime: o assassinato de  homem que ousou enfrentar os poderosos buscando melhorar a sua cidade.

Diga-se, poderosos na política , nos crimes em geral contra a Administração Pública  e no tráfico de drogas.

A Prescrição: Um Golpe Final na Justiça

A prescrição do hediondo crime é iminente.

Quando isso acontecer, o Estado brasileiro , especificamente a Polícia Civil de São Paulo – que pouco fez –  terá falhado não apenas com Rochinha e sua família, mas com toda a sociedade.

A mensagem clara: no Brasil, quem denuncia pode ser morto, e os culpados podem simplesmente esperar o tempo passar até que a lei os absolva por inércia.

O caso Rochinha é emblemático porque reúne todos os elementos que tornam crimes políticos tão difíceis de resolver no país:

  • Interesses Cruzados : Rochinha denunciava corrupção e práticas ilícitas na política local. Seus editoriais e crônicas satíricas; além de materias assertivas fez muitos inimigos.
  • Inimigos que além de motivos para eliminá-lo, também dispunham de poder para manipular ou sabotar as investigações.
  • Negligência Institucional : Desde o início, as investigações foram marcadas por omissões inexplicáveis ( o local foi atendido por um delegado inimigo pessoal ) . as provas desapareceram, as testemunhas foram intimidadas e o caso foi tratado com descaso pelas autoridades responsáveis.
  • Delegados foram promovidos e aposentados por premiação como envolvidos com narcotraficantes.
  • Memória Apagada : Sem pressão popular ou midiática constante, o caso foi esquecido — um destino comum para crimes que envolvem figuras públicas incômodas.

A Desonra Após a Morte

Como não bastasse a violência física, Rochinha foi alvo de uma campanha de difamação após sua morte.

Seus inimigos políticos aproveitaram o vazio deixado por sua voz para construir narrativas falsas e enfraquecer seu legado.

Essa estratégia covarde é uma tática conhecida: matar honra da vítima para explicar ou minimizar o crime.

Essa desonra póstuma não afeta apenas Rochinha.

A herança será meu nome!

Ela é uma tentativa de silenciar todos aqueles que ousam desafiar estruturas corruptas e denunciar abusos de poder.

É um recado claro: quem fala demais não só perde a vida, mas também a dignidade aos olhos do público.

O Custo do Silêncio

O caso Rochinha expõe uma verdade dolorosa sobre o Brasil: crimes contra jornalistas e ativistas agredidos, vilipendiados e assassinados  nunca são tratados com a seriedade que merecem.

A liberdade de expressão é garantida pela Constituição, mas na prática ela tem um preço alto — muitas vezes pago com sangue.

E quando o Estado falha em investigar e punir os responsáveis, ele se torna cúmplice desse ciclo de violência.

A prescrição do crime será mais do que uma derrota jurídica; será um golpe mortal na memória coletiva e na luta por justiça.

Será a consolidação de um sistema onde vidas podem ser eliminadas sem consequências reais para os prejudicados.

Conclusão: Não Deixar Morrer Duas Vezes

Rochinha foi morto porque incomodava.

Sua morte está prestes a ser esquecida porque ninguém se importou em lutar por ele — nem autoridades, nem muitos daqueles que poderiam ter mantido sua memória viva.  

E a sua família foi intimidada!

Mas ainda há tempo para evitar essa segunda morte simbólica.

É preciso que a sociedade civil se mobilize para exigir

E respostas antes que seja tarde demais.

É preciso lembrar que crimes como esse – se levados aos Supremo Tribunal Federal – serão de repercussão geral , eles não atingem apenas a vítima direta; eles ferem toda a democracia ao calar vozes que lutam pela verdade.

Imprescritíveis!

Se deixarmos Rochinha cair no esquecimento, diremos aos assassinos — tanto os que puxaram o gatilho quanto os mandantes — que eles venceram.

Vamos contar às futuras gerações de jornalistas e ativistas que suas vidas valem menos do que os interesses daqueles que detêm o poder.

Não podemos permitir isso.

Justiça tardia ainda é justiça.

Mas a justiça negada é uma derrota irreparável para todos nós.

Que a memória de Rochinha não seja enterrada junto com as esperanças de justiça.

POUCO PINO PARA MUITA COCAÍNA 1

Prioridades Invertidas – Quando a Polícia Civil Ignora o que Realmente Aflige a População

Enquanto a apreensão de toneladas de cocaína destinadas ao tráfico internacional ocupa manchetes e gera discursos de combate ao crime, milhões de cidadãos seguem reféns de problemas cotidianos muito mais urgentes: a violência que assola todos os bairros, muito especialmente os  periféricos, a falta de iluminação pública por furtos de cabos de cobre, o desmonte de infraestruturas essenciais e a sensação generalizada de impunidade.

O furto qualificado de fiação das casas, luz , internet, telefone , grades, portões, torneiras, relógios contadores de água e luz etc.

Não é todo mundo que pode pagar para a empresa de segurança do Delegado Geral , né  ?

Enquanto o “DOUTOR” cuida dos abastados está dando uma de Nelson Piquet para o resto da população paulista.  

A ineficiência do Estado em priorizar o que realmente afeta a população não é apenas uma falha operacional, mas uma escolha política que perpetua desigualdades e mina a confiança nas instituições. 

Um defeito moral, diga-se!

O Teatro das Grandes Apreensões vs. a Realidade dos Pequenos Crimes 

A  recente apreensão de 2 mil quilos de cocaína pela Polícia Civil do DEINTER-6  , foi , sem dúvida, um feito relevante.

No entanto, celebrá-lo como “vitória” é ignorar o paradoxo gritante: enquanto órgão da Polícia Civil  investe recursos em operações espetaculosas, falha em combater crimes que corroem o dia a dia das pessoas.

Faz o mai$ , não faz o meno$!

Como explicar que uma polícia local , não obstante o pomposo e poupudo nome – DEIC –  consiga interceptar drogas destinadas ao exterior, mas seja incapaz de impedir que fios de cobre  sejam arrancados de postes, deixando bairros inteiros no escuro?

Ou que metais roubados paralisem serviços imprescindíveis e ainda deixando supostos “nóias” aterrorizarem toda a população da Baixada Santista, atualmente obrigada a acorrentar até seus portões.

Essa disparidade revela uma lógica perversa: ações midiáticas garantem visibilidade política, enquanto problemas estruturais – como a receptação organizada – são negligenciados por exigirem trabalho contínuo, investimento em inteligência e enfrentamento de redes criminosas entranhadas na economia informal. 

E perda de propinas, não é?

O Preço da Ineficiência e da Corrupção: Quem Paga a Conta? 

A população paga, todos os dias, o preço dessa inversão de prioridades.

Sem políticas eficazes contra o comércio ilegal de metais, por exemplo: 

Hospitais e Postos de Saúde –  enfrentam falhas elétricas que colocam vidas em risco. 

Escolas – têm aulas canceladas por falta de energia. 

Empresas –  perdem milhões com o aumento de seguros e reparos. 

Moradores , especialmente os  de periferias, não clientes do Delegado Geral , vivem sob a ameaça de violência de nóias e donos de bocas de fumo que operam impunemente. 

Enquanto isso, o escambo de bens roubados em ferrolhos  (comércios clandestinos) e bocas de fumo prospera, alimentado pela conivência de partes do setor privado, que compram materiais sem origem fiscalizada, e pela lentidão do poder público em regulamentar e fiscalizar. 

A Raiz do Problema: Por que Nada Muda? 

A resposta está na falta de vontade política  para enfrentar interesses milionários arraigados.

A receptação de metais movimenta um mercado bilionário, beneficiando desde pequenos receptadores até grandes indústrias que “lavam” produtos roubados em suas cadeias de produção.

Combater isso exigiria: 

Leis mais severas  contra empresas que compram materiais sem documentação.

Investimento em tecnologia  para rastrear a origem de metais. 

Integração de dados  entre polícias, concessionárias de serviços públicos e o setor industrial. 

Combate à corrupção institucionalizada na Polícia Civil ,  com muito mais vigilância em setores como DEIC, DIG, DISE e outros especialistas em tungagem.

No entanto, projetos que propõem reestruturação e modernização da Polícia Civil , emperram no Governo e na ALESP.

O Círculo Vicioso da Desigualdade  –  SEM DISCURSO DE ESQUERDA

Há ainda um componente social cruel: em muitos casos, os próprios autores dos furtos são vítimas de exclusão.

Jovens sem oportunidades, desempregados e moradores de áreas sem infraestrutura básica são cooptados por redes criminosas, que os usam como “bucha” para atividades de risco.

Enquanto o Estado não oferecer alternativas reais – emprego, educação e acesso à justiça –, o crime continuará sendo um “empregador” perverso. 

E seja de esquerda , centro ou direita: TODO POLÍTICO É TORTO!

É Hora de Repensar as Prioridades 

Não se trata de desmerecer o combate ao narcotráfico, mas de exigir que o Estado deixe de tratar a segurança pública como um espetáculo de resultados imediatistas/midiatistas.

A verdadeira eficiência se mede pela capacidade de proteger o cidadão comum dos problemas que  destroem sua qualidade de vida todos os dias. 

Enquanto postes continuarem sendo desmontados por criminosos à luz do dia, enquanto famílias perderem acesso à água por furtos de tubulações e enquanto o medo imperar nas periferias, discursos sobre “guerra às drogas” soarão como hipocrisia.

A população clama por um Estado presente não apenas nas operações de impacto, mas naquilo que, de fato, determina se uma sociedade é funcional ou falida: a garantia do básico. 

Chega de teatro. O que precisamos é de ação.

Última linha: que o GAECO e seus peritos verifiquem muito bem as duas toneladas de pó apreendidas pelo DEIC de SANTOS.

Alquimia: em vez de virar pó ( incinerados ) , podem virar dinheiro!

FAKEPOL  NO DEINTER-6 – Entre Bytes e Bichos – A Dança das Apostas em Santos…( ou quando quem faz o mai$ não faz o meno$ ) 3

FAKEPOL  NO DEINTER-6 – Entre Bytes e Bichos – A Dança das Apostas em Santos 

Na orla de Santos, onde o cheiro de maresia se mistura ao aroma dos cafés de esquina, a Operação Faketech estourou como um traque  em festa de bairro.

Computadores de última geração, criptomoedas e contas fantasmas – um cassino digital desmantelado pela Polícia Civil.

Palmas para a eficiência tecnológica!

Afinal, perseguir crimes digitais é como correr atrás de um trem-bala: exige velocidade, precisão e orçamento gordo.

Mas enquanto holofotes iluminam o ego de delegados, nas vielas do Centro ou nos fundos de lojas “de fachada”, o jogo do bicho continua passando, tranquilo, com seus donos em  veículos BMW, novinhas a bordo  e sorriso fácil. 

Bingo clandestino?

Máquinas caça-níqueis?

Ah, esses são os vagalumes valorosos  que insistem em piscar, mesmo após operações do GAECO ( A Polícia Civil não cuida de crimes de bagatela ).

É como matar barata: você esmaga uma, e outras dez surgem atrás do balcão do boteco.

Enquanto isso, a pergunta ecoa entre as ondas do mar e o tilintar das fichas: por que derrubamos castelos digitais com nomes pomposos como Faketech, mas não desmontamos as mesas de madeira rachada do jogo do bicho e derrubamos as portas dos escondidinhos dos caça-níqueis? 

No DEINTER- 6 , com muito mais forças em Santos e arredores – Guarujá , São Vicente, Praia Grande –, o bicho não corre; ele desfila.

E não está sozinho: traz na coleira uma teia que vai do apostador casual ao agente público que prefere fechar os olhos e  abrir as mãos .

Como filosofou um morador do Valongo, entre um gole de café e um suspiro: “Aqui, o bicho não é crime; é tradição.”

Tradição que enche bolsos, perpetua desigualdades na própria Polícia Civil e ri na cara da lei. 

Verdadeiramente, competência é medida da capacidade de arrecadação ; nada tem a ver com qualidades como inteligência, conhecimento de gestão e habilidades de resolução de crimes.

Com efeito,  os bingos e caça-níqueis são feridas que não cicatrizam.

Fecham-se dez casas hoje, vinte brotam amanhã. Nas duas últimas décadas o GAECO do Ministério Público apreendeu milhares na região do DEINTER-6.

E adivinhem?

O clique-claque  das fichas ainda ecoa nas madrugadas, escondido atrás de portas trancadas e cortinas sujas. 

Não esquecendo que os componentes eletrônicos voltavam às ruas depois do Instituto de Criminalística de Santos “acertar” por excelente valor a substituição dos íntegros por inservíveis .

A Dualidade do Combate ao Crime 

O contraste é gritante: 

Crimes digitais atraem holofotes midiáticos e exigem “expertise” em tecnologia ou um bom informante ( concorrente ).   

Crimes analógicos sobrevivem na sombra da negligência e do “ah, mas sempre foi assim”. 

Enquanto a Polícia Civil celebra vitórias high-tech – e só –, o crime de raiz continua firme, como um pé de manga em quintal abandonado.

Falta recurso?

Talvez para as delegacias de bairro.  

Falta vontade política?

Basta olhar para os esquemas recentes denunciados pelo Ministério Público, onde até agentes públicos aparecem na lista de “amigos do bicho”. 

Propostas para Mudar o Jogo 

Se queremos virar a mesa (literalmente), algumas jogadas são urgentes: 

Infiltração e inteligência: Agentes disfarçados de jogadores para mapear redes , estabelecimentos e pontos de apostas. 

Parcerias interinstitucionais: Polícia Civil, Gaeco e PM num só time,  algo utópico.

Transparência: Divulgar cada apreensão de máquina caça-níqueis, cada denúncia de bicho. Mostrar que o combate existe. 

Educação: Campanhas para desconstruir o mito de que “jogar no bicho é folclore”. Folclore não lava dinheiro. 

Justiça sem Ritmo Seletivo 

Santos, cidade portal de riqueza do Brasil, não pode ser palco de uma guerra entre bytes e muitos bichos.

A Operação Faketech provou que a polícia – FAKEPOL – sabe dançar no ritmo da tecnologia.

Mas e o samba do crime tradicional, aquele que todo mundo conhece, mas ninguém admite ouvir? 

Justiça não se faz só com holofotes ou nomes em inglês.

Ela exige luz persistente – aquela que invade até os porões onde o jogo do bicho dita as regras.

Que a batida seja firme, seja no mundo virtual ou no asfalto quente onde as fichas ainda rolam. 

E enquanto houver um Flit paralisante, que seja usado não só nas baratas, mas especialmente nas ratazanas da corrupção.

Afinal, como diria o mesmo morador do Valongo:

“Aqui, até o passarinho sabe que jogo ilegal não é jogo…É golpe!”