ELITE DO ESGOTO- A carreira de delegado é uma forma de capitalização financeira, social e familiar 24

Estádios de futebol, Carnaval, marcas de luxo e até o condomínio de mansões mais caro de São Paulo estão na lista de clientes de uma empresa de segurança privada ligada ao delegado-geral da Polícia Civil, Artur José Dian, e seus familiares.

Uma reportagem publicada pelo Metrópoles revela que uma empresa de segurança privada, a A2 Segurança e Vigilância, vinculada ao delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur José Dian, presta serviços milionários para clientes de alto padrão, incluindo o condomínio Fazenda Boa Vista Village, em Porto Feliz (SP), onde residem bilionários e banqueiros. O contrato com esse condomínio é de R$ 7,4 milhões, abrangendo serviços como central de monitoramento, rondas motorizadas e 82 vigilantes participantes 24 horas.

A empresa em questão foi originalmente fundada por familiares do delegado-geral Dian. Sua mãe, Rosalia Dian, era sócia formal da A2DPS Segurança e Vigilância até 2017, quando transferiu integralmente suas costas para Elizabeth Cássia Iaquelli, então gerente administrativa da empresa. Elizabeth possui patrimônio modesto: um apartamento financiado pela Cohab em São Paulo.

Elizabeth também é sociedade minoritária (com apenas R$ 1 em capital social) de Artur Dian na empresa Roca Consultoria em Negócios Empresariais. Nessa sociedade, o delegado-geral detém praticamente a totalidade do capital social (R$ 4.999). Ambas as empresas (A2DP Gestão Empresarial e Roca Consultoria) estão ativas perante a Receita Federal desde suas fundações.

Apesar das conexões indiretas evidenciadas pela reportagem, Artur Dian negou categoricamente vínculo societário com a A2 Segurança e Vigilância. Por meio da Secretaria de Segurança Pública, afirmou que jamais teve participação nessa empresa específica. Alegou ainda que as outras empresas (A2DP Gestão Empresarial e Roca Consultoria) estão inativas desde 2008 e 2020 respectivamente, e que nunca houve relação comercial entre elas.

A A2 Segurança também negou qualquer vínculo atual ou passado com Artur Dian, destacando que Elizabeth adquiriu integralmente as cotas da empresa em 2017 cumprindo exigências legais e regulatórias. Já a associação de moradores do condomínio Fazenda Boa Vista não respondeu diretamente às perguntas sobre as negociações com a empresa.

O caso ganha relevância ao envolver um alto dirigente policial em atividades e contratos milionários com clientes influentes, levantando questões sobre potenciais conflitos de interesse na atuação pública do delegado-geral Artur José Dian.


https://www.metropoles.com/sao-paulo/sp-empresa-ligada-a-chefe-da-policia-protege-bilionarios-por-r-7-mi