Mais de 70% das pessoas perderam mais dinheiro do que ganharam 19

Jornal da Orla

29/03/2025● Josi Castro

reprodução/pexels

O Procon-SP realizou uma enquete sobre a percepção do consumidor em relação a jogos e apostas, que indicou resultados preocupantes.

Entre os participantes que afirmaram fazer apostas e/ou jogar on-line, 71% confirmam mais perdas financeiras do que ganhos e 39% atualmente possuem dívidas em razão da atividade.

O convite ao risco vem de toda parte.

A sedução é grande: propagandas que prometem ganhos gigantescos, formato acessível via celular ou computador; as apostas e os jogos on-line podem até ser um momento de diversão, mas têm se mostrado grandes armadilhas financeiras.

Perto de 48% dos que afirmaram “fazer sua fé” nos sites tipo ‘bet’ já comprometeram, em algum momento, parte da sua renda mensal, impactando diretamente o orçamento familiar e deixaram de pagar contas de consumo ou retiraram dinheiro de aplicações financeiras ou pediram dinheiro emprestado para jogar.

O questionário, com perguntas abrangentes sobre o tema, foi respondido por 1.533 consumidores que acessaram o site e as redes sociais do Procon-SP entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025.


Dentre os entrevistados, 89% declaram que recebem ofertas de jogos ou apostas em suas redes sociais ou celular; e 52% declararam que a publicidade com “celebridades” os influenciam na decisão de jogar ou apostar.

Estas informações chamam a atenção diante de um contexto em que cada vez mais personalidades conhecidas na internet – os influencers – fecham contratos com empresas do setor, sem que haja clareza sobre o vínculo ser comercial.

REDES SOCIAIS

O Jornal da Orla, por meio das redes sociais, também inquiriu seus seguidores quanto ao ato de jogar on-line. Entre os que afirmavam que arriscavam nesses sites, 82% afirmaram gastar menos de R$100 por mês e 18% jogam com mais de R$1000. Destes seguidores, 14% jogam por adrenalina, 29% apenas por diversão, 7% por vontade de enriquecer e 50% sem um motivo específico.

Neste mesmo universo, 6% confessaram que usaram aplicações financeiras ou pediram dinheiro emprestado para apostar on-line.

PATOLOGIA

Os dados expõem o que os consultórios de psiquiatria já constatam. “Tive um paciente que me procurou quando sua esposa deu um ultimato.

Naquela ocasião, ele já devia cerca de R$ 100 mil para pessoas que emprestaram dinheiro que ele usou para jogar pôquer. Ele estava tão viciado que não havia percebido”, revela a médica psiquiatra Ana Beatriz Tanios.

A especialista aponta que existem alguns sintomas que revelam a ludopatia, isto é, o vício de jogar e apostar. “Existem alguns aspectos que podem chamar a atenção e que é quando a pessoa deve começar a procurar ajuda.

Quando há uma certa irritação ou inquietude apenas pelo fato de não jogar; quando começa a desviar dinheiro que era destinados a necessidades básicas, como moradia, escola, alimentação; quando o ‘azar’ e a perda de dinheiro prejudicam relacionamentos afetivos, de trabalho ou educação, entre outros sintomas. No viciado, o jogo vira uma obsessão na maior parte do dia, e quando se tenta controlar por algum motivo, ele falha.

Há uma necessidade de aumentar os riscos, porque o cérebro acostuma com a liberação de noradrenalina e dopamina”, explica Tanios.

Para o médico psiquiatra Miguel Rezende, do hobby ao vício, basta uma emoção mais forte. “Se ganhar, vai querer jogar mais; se perder, vai querer recuperar o valor apostado.

O que vira compulsão.

Aquilo que para alguns pode parecer apenas uma brincadeira, pode se tornar um grande problema que impacta no bolso de quem joga.

E dentro de um quadro compulsivo, o jogador não tem noção da realidade, nem autocrítica suficiente para parar de disputar. Mas existe tratamento. Assim que reconhecer o vício, deve-se procurar um profissional especializado”.

YOUTUBE

Há pouco mais de 15 dias, o YouTube emitiu uma nota em que dizia sobre a proibição dos criadores de conteúdos mencionarem casas de apostas e sites de jogos de azar não aprovados pelo Google.

Desde o dia 19 de março, qualquer canal que cite as empresas proibidas poderá sofrer consequências listadas na política de uso da plataforma.

Os youtubers não poderão divulgar endereços de internet das bets e jogos de azar proibidos, incorporar links em imagens ou textos, publicar artes dos serviços (incluindo logo) ou falar sobre eles nos vídeos.

Antes dessa atualização, a plataforma já proibia meios de direcionar espectadores para casas de apostas ou cassinos.

A Vetusta Omissão da Polícia Civil e os Elos entre Ferros-velhos, Crimes Patrimoniais e Narcotráfico  8

A recente operação em ferros-velhos de Praia Grande, liderada pela GCM e parceiros, expõe um problema estrutural grave: a ausência de atuação do DEINTER-6 (por meio de suas Divisões, Seccionais , Delegacia de Investigações dos Municípios e Distritos ) nas ações de fiscalização e repressão a esse tipo de comércio ilegal.

Enquanto a força-tarefa multidisciplinar logrou apreensões e notificações, a omissão de um órgão especializado em investigações complexas revela uma lacuna estratégica, especialmente diante da articulação crescente entre receptação, crimes patrimoniais e tráfico de drogas. 

É notório que ferros-velhos funcionam como pontos de escoamento de mercadorias roubadas, como portões, janelas , torneiras , marcadores de água e luz , fios elétricos e equipamentos públicos, alimentando um ciclo de violência e prejuízos sociais.

No entanto, o cenário atual vai além: essas estruturas – os ferrolhos –  têm sido usadas como fachadas para o narcotráfico, principalmente para a venda de crack, que se alastra em áreas urbanas periféricas.

A falta de atuação proativa do DEINTER-6 — cuja competência inclui justamente o enfrentamento a redes criminosas organizadas — permite que esses estabelecimentos operem sob um véu de impunidade, onde o comércio de objetos ilícitos coexiste com a distribuição de drogas. 

A operação citada na matéria, embora relevante, limita-se a ações pontuais de fiscalização documental e apreensão de materiais, sem avançar na desarticulação das redes criminosas que sustentam esses negócios.

Enquanto a GCM e a Polícia Militar atuam na superfície, a ausência da Polícia Civil  impede investigações profundas, como o rastreamento de financiamento do tráfico  através da receptação e  a identificação de líderes que coordenam essas atividades.

A própria apreensão de réplicas de armas e veículos abandonados sugere vínculos com a segurança de facções, algo que demanda expertise investigativa especializada. 

Além disso, a descoordenação institucional fragiliza a eficácia das políticas públicas.

Não esquecendo que para a população há corrupção policial .

Se, por um lado, a participação de concessionárias como a Sabesp é essencial para identificar furtos, por outro, a falta de integração com o DEINTER-6 perpetua a fragmentação das informações, dificultando o mapeamento de conexões entre crimes patrimoniais e o narcotráfico.

O secretário de Segurança menciona a redução de índices de roubo ignorando os milhares de roubos e furtos qualificados não noticiados em razão do descrédito nas policiais .

A  omissão no combate ao tráfico/receptação  mina qualquer avanço, já que o crack alimenta outros delitos, como furtos  e roubos para sustentar vícios. 

Em síntese, é urgente que o DEINTER-6 assuma seu papel central nesse cenário, atuando não apenas de forma reativa, mas com inteligência policial e operações integradas, capazes de desmantelar as redes que se beneficiam da ilegalidade.

Enquanto isso não ocorrer, as ações contra ferros-velhos serão apenas medidas paliativas, incapazes de romper o elo perverso entre receptação, violência urbana e tráfico de drogas. 

O REGIONAL – PG combate receptação de objetos furtados…Polícia Civil não faz a lição de casa em nenhuma das cidades do Litoral

PG realiza nova força-tarefa em ferros-velhos para combater receptação de objetos
Vistorias foram realizadas em estabelecimentos na terça-feira (25)

Nova operação força-tarefa foi realizada na manhã desta terça-feira (25) em ferros-velhos de Praia Grande com o objetivo de coibir a receptação de produtos roubados e furtados, uma vez que é em muitos desses estabelecimentos que esse tipo de produto é comercializado. No início do mês, foi realizada a primeira ação, resultando no encerramento das atividades de seis estabelecimentos.

Nesta segunda fase da Operação Ferro-velho, foram vistoriados seis ferros-velhos, sendo que cinco foram notificados e fechados por falta de documentos, e seis foram notificados por falta de documentação dos bombeiros. Além disso, cinco pessoas foram levadas para a delegacia, quatro balanças foram apreendidas e até duas réplicas de arma de fogo foram apreendidas, entre outros objetos de procedência duvidosa ou ilícita.

Entre os conduzidos à delegacia, dois eram proprietários de ferros-velhos, já que em um dos locais foi constatada a ligação clandestina de água e, em outro, o furto de energia elétrica. Um veículo abandonado na frente de um dos locais também foi autuado e recolhido ao pátio municipal.

A ação contou com equipes da Guarda Civil Municipal (GCM), Polícia Militar, fiscais da Secretaria de Urbanismo (Semi), Secretaria de Meio Ambiente (Semi) e representantes de empresas concessionárias de serviços como Sabesp, CPFL e de telefonia, além do Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (IPEM). A participação dos representantes dessas empresas é fundamental no reconhecimento dos materiais localizados, como fios e relógios de medição.

O secretário de Assuntos de Segurança Pública, Maurício Vieira Izumi, destacou mais uma vez que o objetivo da força-tarefa é diminuir os índices de roubo e furto ocorridos na Cidade, uma vez que muitos objetos furtados são levados para esses locais para serem vendidos. “Apuramos que objetos como portões, tampas de bueiro, relógios de água e até mesmo os fios de empresas de telefonia e de energia são levados para ferros-velhos para serem comercializados. Se atuarmos nessa frente, conseguiremos combater esse tipo de situação e reduzir os índices”.


Praia Grande, 28 de março a 3 de abril de 2025
ORG: PRAIA GRANDE | Segurança

Iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública visa aumentar a capacidade investigativa das Polícias Civis 2

Portaria que cria o Projeto Integra, vinculado ao Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), foi publicado, nesta quinta-feira (27), no DOU

Publicado em 27/03/2025 16h04 Atualizado em 27/03/2025 16h34

Iniciativa do MJSP visa aumentar a capacidade investigativa das Polícias Civis

Foto: Divulgação

Brasília, 27/03/2025 – Fortalecer a capacidade investigativa das Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal é o objetivo da Portaria nº 615/2025, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), publicada, nesta quinta-feira (27), no Diário Oficial da União (DOU). A ideia é enfrentar as organizações criminosas por meio do compartilhamento de ferramentas e soluções tecnológicas avançadas para desbloqueio, extração, análise e armazenamento de dados de dispositivos móveis, bem como promover a capacitação dos servidores que as utilizarão.

O Projeto Integra é vinculado ao Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc) e é dividido em três áreas: aquisição, fornecimento e entrega de equipamentos e soluções tecnológicas; capacitação, nivelamento e apoio técnico; e cadastro e acesso de usuários dos entes Federativos. A iniciativa é coordenada pela Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

O titular da pasta, Mario Sarrubbo, ressalta que o trabalho é feito em várias frentes, com diversas iniciativas em parceria com os estados e o Distrito Federal. “É o MJSP financiando e levando tecnologia para os estados e o DF, com o objetivo de ampliar os sistemas de investigação e inteligência das polícias e, assim, potencializar o combate às organizações criminosas. É o Estado brasileiro atuando de forma efetiva”, define Mario Sarrubbo.

Os estados e Distrito Federal poderão, por intermédio de suas Polícias Civis, aderir ao Projeto Integra, mediante acordo de adesão, que estabelecerá as contrapartidas. Os equipamentos e soluções tecnológicas fornecidos pelo MJSP poderão ser doados às unidades da Federação participantes ao término da vigência do acordo.

O Enfoc consiste em um conjunto de ações para promover o entendimento sistêmico das organizações criminosas, promover a valorização dos profissionais da segurança pública e fortalecer a atividade de inteligência das instituições a fim de desarticular e descapitalizar os grupos que atuam na ilegalidade.

https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/noticias/iniciativa-do-mjsp-visa-aumentar-a-capacidade-investigativa-das-policias-civis

Toquinho Jeans, contrate a empresa de segurança do Delegado Geral ou pague um “tiquinho” lá na São Francisco 136  4


A tradicional loja de roupas Toquinho Jeans, localizada no Centro de Santos (SP), na cara da sede do PALÁCIO DA POLÍCIA CIVIL foi alvo de ladrões pela quarta vez em 2025, resultando em graves danos ao telhado e prejuízos financeiros recorrentes.

Os criminosos roubaram calhas e peças de cobre, destruindo cerca de 80% do telhado na última invasão.

Laura Yamakawa, proprietária de 68 anos, relatou perdas acumuladas superiores a R$ 7,1 mil neste ano, principalmente com a reposição do toldo, furtado repetidas vezes.

Apesar de medidas de segurança, a loja segue vulnerável, com os criminosos acessando o telhado por árvores ou prédios vizinhos. O problema se estende ao entorno, incluindo as ruas João Pessoa e XV de Novembro.

Laura pretende registrar um boletim de ocorrência e acionar o seguro, mas as autoridades ainda não se pronunciaram.


Laura, R$ 7.100,00 ( sete mil e cem reais ) é dinheiro de pinga para aqueles que dão proteção cruzada para ferrolhos-biqueiras!

E se prepare para a 5ª ( quinta ) !

Não é meramente coisa de nóias : É CRIME MAIS DO QUE ORGANIZADO!

O Silêncio que Mata Duas Vezes – O assassinato de Ricardo Gonçalves Rocha, o Rochinha , jornalista e ex-vereador de São Vicente, está prestes a cair no abismo da prescrição por corrupção da Polícia Civil

O Silêncio que Mata Duas Vezes

O assassinato de Ricardo Gonçalves Rocha, o Rochinha , jornalista e ex-vereador de São Vicente, está prestes a cair no abismo da prescrição.

Em 2005, dia 30 de março , sua vida foi brutalmente interrompida por balas que carregavam mais do que o chumbo ou aço que levavam: carregavam o peso da censura, da corrupção e do terror.

Foi executado, sob encomenda e paga,  por policiais civis e militares funcionários de empresa de segurança!  

Quase duas décadas depois, o crime permanece sem solução, e o que era para ser uma investigação em busca de justiça tornou-se mais um símbolo da indiferença institucional e da impunidade que assola o Brasil.

Rochinha não foi apenas morto.

Ele foi silenciado com o seu Jornal  — e, pior, desonrado.

Seus inimigos políticos, incapazes de vencê-lo em debates ou na luta pela transparência, buscaram manchar sua  honra ,  após sua morte.

Alegações infundadas, insinuações maldosas e campanhas de difamação foram usadas para desviar a atenção do verdadeiro crime: o assassinato de  homem que ousou enfrentar os poderosos buscando melhorar a sua cidade.

Diga-se, poderosos na política , nos crimes em geral contra a Administração Pública  e no tráfico de drogas.

A Prescrição: Um Golpe Final na Justiça

A prescrição do hediondo crime é iminente.

Quando isso acontecer, o Estado brasileiro , especificamente a Polícia Civil de São Paulo – que pouco fez –  terá falhado não apenas com Rochinha e sua família, mas com toda a sociedade.

A mensagem clara: no Brasil, quem denuncia pode ser morto, e os culpados podem simplesmente esperar o tempo passar até que a lei os absolva por inércia.

O caso Rochinha é emblemático porque reúne todos os elementos que tornam crimes políticos tão difíceis de resolver no país:

  • Interesses Cruzados : Rochinha denunciava corrupção e práticas ilícitas na política local. Seus editoriais e crônicas satíricas; além de materias assertivas fez muitos inimigos.
  • Inimigos que além de motivos para eliminá-lo, também dispunham de poder para manipular ou sabotar as investigações.
  • Negligência Institucional : Desde o início, as investigações foram marcadas por omissões inexplicáveis ( o local foi atendido por um delegado inimigo pessoal ) . as provas desapareceram, as testemunhas foram intimidadas e o caso foi tratado com descaso pelas autoridades responsáveis.
  • Delegados foram promovidos e aposentados por premiação como envolvidos com narcotraficantes.
  • Memória Apagada : Sem pressão popular ou midiática constante, o caso foi esquecido — um destino comum para crimes que envolvem figuras públicas incômodas.

A Desonra Após a Morte

Como não bastasse a violência física, Rochinha foi alvo de uma campanha de difamação após sua morte.

Seus inimigos políticos aproveitaram o vazio deixado por sua voz para construir narrativas falsas e enfraquecer seu legado.

Essa estratégia covarde é uma tática conhecida: matar honra da vítima para explicar ou minimizar o crime.

Essa desonra póstuma não afeta apenas Rochinha.

A herança será meu nome!

Ela é uma tentativa de silenciar todos aqueles que ousam desafiar estruturas corruptas e denunciar abusos de poder.

É um recado claro: quem fala demais não só perde a vida, mas também a dignidade aos olhos do público.

O Custo do Silêncio

O caso Rochinha expõe uma verdade dolorosa sobre o Brasil: crimes contra jornalistas e ativistas agredidos, vilipendiados e assassinados  nunca são tratados com a seriedade que merecem.

A liberdade de expressão é garantida pela Constituição, mas na prática ela tem um preço alto — muitas vezes pago com sangue.

E quando o Estado falha em investigar e punir os responsáveis, ele se torna cúmplice desse ciclo de violência.

A prescrição do crime será mais do que uma derrota jurídica; será um golpe mortal na memória coletiva e na luta por justiça.

Será a consolidação de um sistema onde vidas podem ser eliminadas sem consequências reais para os prejudicados.

Conclusão: Não Deixar Morrer Duas Vezes

Rochinha foi morto porque incomodava.

Sua morte está prestes a ser esquecida porque ninguém se importou em lutar por ele — nem autoridades, nem muitos daqueles que poderiam ter mantido sua memória viva.  

E a sua família foi intimidada!

Mas ainda há tempo para evitar essa segunda morte simbólica.

É preciso que a sociedade civil se mobilize para exigir

E respostas antes que seja tarde demais.

É preciso lembrar que crimes como esse – se levados aos Supremo Tribunal Federal – serão de repercussão geral , eles não atingem apenas a vítima direta; eles ferem toda a democracia ao calar vozes que lutam pela verdade.

Imprescritíveis!

Se deixarmos Rochinha cair no esquecimento, diremos aos assassinos — tanto os que puxaram o gatilho quanto os mandantes — que eles venceram.

Vamos contar às futuras gerações de jornalistas e ativistas que suas vidas valem menos do que os interesses daqueles que detêm o poder.

Não podemos permitir isso.

Justiça tardia ainda é justiça.

Mas a justiça negada é uma derrota irreparável para todos nós.

Que a memória de Rochinha não seja enterrada junto com as esperanças de justiça.

POUCO PINO PARA MUITA COCAÍNA 1

Prioridades Invertidas – Quando a Polícia Civil Ignora o que Realmente Aflige a População

Enquanto a apreensão de toneladas de cocaína destinadas ao tráfico internacional ocupa manchetes e gera discursos de combate ao crime, milhões de cidadãos seguem reféns de problemas cotidianos muito mais urgentes: a violência que assola todos os bairros, muito especialmente os  periféricos, a falta de iluminação pública por furtos de cabos de cobre, o desmonte de infraestruturas essenciais e a sensação generalizada de impunidade.

O furto qualificado de fiação das casas, luz , internet, telefone , grades, portões, torneiras, relógios contadores de água e luz etc.

Não é todo mundo que pode pagar para a empresa de segurança do Delegado Geral , né  ?

Enquanto o “DOUTOR” cuida dos abastados está dando uma de Nelson Piquet para o resto da população paulista.  

A ineficiência do Estado em priorizar o que realmente afeta a população não é apenas uma falha operacional, mas uma escolha política que perpetua desigualdades e mina a confiança nas instituições. 

Um defeito moral, diga-se!

O Teatro das Grandes Apreensões vs. a Realidade dos Pequenos Crimes 

A  recente apreensão de 2 mil quilos de cocaína pela Polícia Civil do DEINTER-6  , foi , sem dúvida, um feito relevante.

No entanto, celebrá-lo como “vitória” é ignorar o paradoxo gritante: enquanto órgão da Polícia Civil  investe recursos em operações espetaculosas, falha em combater crimes que corroem o dia a dia das pessoas.

Faz o mai$ , não faz o meno$!

Como explicar que uma polícia local , não obstante o pomposo e poupudo nome – DEIC –  consiga interceptar drogas destinadas ao exterior, mas seja incapaz de impedir que fios de cobre  sejam arrancados de postes, deixando bairros inteiros no escuro?

Ou que metais roubados paralisem serviços imprescindíveis e ainda deixando supostos “nóias” aterrorizarem toda a população da Baixada Santista, atualmente obrigada a acorrentar até seus portões.

Essa disparidade revela uma lógica perversa: ações midiáticas garantem visibilidade política, enquanto problemas estruturais – como a receptação organizada – são negligenciados por exigirem trabalho contínuo, investimento em inteligência e enfrentamento de redes criminosas entranhadas na economia informal. 

E perda de propinas, não é?

O Preço da Ineficiência e da Corrupção: Quem Paga a Conta? 

A população paga, todos os dias, o preço dessa inversão de prioridades.

Sem políticas eficazes contra o comércio ilegal de metais, por exemplo: 

Hospitais e Postos de Saúde –  enfrentam falhas elétricas que colocam vidas em risco. 

Escolas – têm aulas canceladas por falta de energia. 

Empresas –  perdem milhões com o aumento de seguros e reparos. 

Moradores , especialmente os  de periferias, não clientes do Delegado Geral , vivem sob a ameaça de violência de nóias e donos de bocas de fumo que operam impunemente. 

Enquanto isso, o escambo de bens roubados em ferrolhos  (comércios clandestinos) e bocas de fumo prospera, alimentado pela conivência de partes do setor privado, que compram materiais sem origem fiscalizada, e pela lentidão do poder público em regulamentar e fiscalizar. 

A Raiz do Problema: Por que Nada Muda? 

A resposta está na falta de vontade política  para enfrentar interesses milionários arraigados.

A receptação de metais movimenta um mercado bilionário, beneficiando desde pequenos receptadores até grandes indústrias que “lavam” produtos roubados em suas cadeias de produção.

Combater isso exigiria: 

Leis mais severas  contra empresas que compram materiais sem documentação.

Investimento em tecnologia  para rastrear a origem de metais. 

Integração de dados  entre polícias, concessionárias de serviços públicos e o setor industrial. 

Combate à corrupção institucionalizada na Polícia Civil ,  com muito mais vigilância em setores como DEIC, DIG, DISE e outros especialistas em tungagem.

No entanto, projetos que propõem reestruturação e modernização da Polícia Civil , emperram no Governo e na ALESP.

O Círculo Vicioso da Desigualdade  –  SEM DISCURSO DE ESQUERDA

Há ainda um componente social cruel: em muitos casos, os próprios autores dos furtos são vítimas de exclusão.

Jovens sem oportunidades, desempregados e moradores de áreas sem infraestrutura básica são cooptados por redes criminosas, que os usam como “bucha” para atividades de risco.

Enquanto o Estado não oferecer alternativas reais – emprego, educação e acesso à justiça –, o crime continuará sendo um “empregador” perverso. 

E seja de esquerda , centro ou direita: TODO POLÍTICO É TORTO!

É Hora de Repensar as Prioridades 

Não se trata de desmerecer o combate ao narcotráfico, mas de exigir que o Estado deixe de tratar a segurança pública como um espetáculo de resultados imediatistas/midiatistas.

A verdadeira eficiência se mede pela capacidade de proteger o cidadão comum dos problemas que  destroem sua qualidade de vida todos os dias. 

Enquanto postes continuarem sendo desmontados por criminosos à luz do dia, enquanto famílias perderem acesso à água por furtos de tubulações e enquanto o medo imperar nas periferias, discursos sobre “guerra às drogas” soarão como hipocrisia.

A população clama por um Estado presente não apenas nas operações de impacto, mas naquilo que, de fato, determina se uma sociedade é funcional ou falida: a garantia do básico. 

Chega de teatro. O que precisamos é de ação.

Última linha: que o GAECO e seus peritos verifiquem muito bem as duas toneladas de pó apreendidas pelo DEIC de SANTOS.

Alquimia: em vez de virar pó ( incinerados ) , podem virar dinheiro!

FAKEPOL  NO DEINTER-6 – Entre Bytes e Bichos – A Dança das Apostas em Santos…( ou quando quem faz o mai$ não faz o meno$ ) 3

FAKEPOL  NO DEINTER-6 – Entre Bytes e Bichos – A Dança das Apostas em Santos 

Na orla de Santos, onde o cheiro de maresia se mistura ao aroma dos cafés de esquina, a Operação Faketech estourou como um traque  em festa de bairro.

Computadores de última geração, criptomoedas e contas fantasmas – um cassino digital desmantelado pela Polícia Civil.

Palmas para a eficiência tecnológica!

Afinal, perseguir crimes digitais é como correr atrás de um trem-bala: exige velocidade, precisão e orçamento gordo.

Mas enquanto holofotes iluminam o ego de delegados, nas vielas do Centro ou nos fundos de lojas “de fachada”, o jogo do bicho continua passando, tranquilo, com seus donos em  veículos BMW, novinhas a bordo  e sorriso fácil. 

Bingo clandestino?

Máquinas caça-níqueis?

Ah, esses são os vagalumes valorosos  que insistem em piscar, mesmo após operações do GAECO ( A Polícia Civil não cuida de crimes de bagatela ).

É como matar barata: você esmaga uma, e outras dez surgem atrás do balcão do boteco.

Enquanto isso, a pergunta ecoa entre as ondas do mar e o tilintar das fichas: por que derrubamos castelos digitais com nomes pomposos como Faketech, mas não desmontamos as mesas de madeira rachada do jogo do bicho e derrubamos as portas dos escondidinhos dos caça-níqueis? 

No DEINTER- 6 , com muito mais forças em Santos e arredores – Guarujá , São Vicente, Praia Grande –, o bicho não corre; ele desfila.

E não está sozinho: traz na coleira uma teia que vai do apostador casual ao agente público que prefere fechar os olhos e  abrir as mãos .

Como filosofou um morador do Valongo, entre um gole de café e um suspiro: “Aqui, o bicho não é crime; é tradição.”

Tradição que enche bolsos, perpetua desigualdades na própria Polícia Civil e ri na cara da lei. 

Verdadeiramente, competência é medida da capacidade de arrecadação ; nada tem a ver com qualidades como inteligência, conhecimento de gestão e habilidades de resolução de crimes.

Com efeito,  os bingos e caça-níqueis são feridas que não cicatrizam.

Fecham-se dez casas hoje, vinte brotam amanhã. Nas duas últimas décadas o GAECO do Ministério Público apreendeu milhares na região do DEINTER-6.

E adivinhem?

O clique-claque  das fichas ainda ecoa nas madrugadas, escondido atrás de portas trancadas e cortinas sujas. 

Não esquecendo que os componentes eletrônicos voltavam às ruas depois do Instituto de Criminalística de Santos “acertar” por excelente valor a substituição dos íntegros por inservíveis .

A Dualidade do Combate ao Crime 

O contraste é gritante: 

Crimes digitais atraem holofotes midiáticos e exigem “expertise” em tecnologia ou um bom informante ( concorrente ).   

Crimes analógicos sobrevivem na sombra da negligência e do “ah, mas sempre foi assim”. 

Enquanto a Polícia Civil celebra vitórias high-tech – e só –, o crime de raiz continua firme, como um pé de manga em quintal abandonado.

Falta recurso?

Talvez para as delegacias de bairro.  

Falta vontade política?

Basta olhar para os esquemas recentes denunciados pelo Ministério Público, onde até agentes públicos aparecem na lista de “amigos do bicho”. 

Propostas para Mudar o Jogo 

Se queremos virar a mesa (literalmente), algumas jogadas são urgentes: 

Infiltração e inteligência: Agentes disfarçados de jogadores para mapear redes , estabelecimentos e pontos de apostas. 

Parcerias interinstitucionais: Polícia Civil, Gaeco e PM num só time,  algo utópico.

Transparência: Divulgar cada apreensão de máquina caça-níqueis, cada denúncia de bicho. Mostrar que o combate existe. 

Educação: Campanhas para desconstruir o mito de que “jogar no bicho é folclore”. Folclore não lava dinheiro. 

Justiça sem Ritmo Seletivo 

Santos, cidade portal de riqueza do Brasil, não pode ser palco de uma guerra entre bytes e muitos bichos.

A Operação Faketech provou que a polícia – FAKEPOL – sabe dançar no ritmo da tecnologia.

Mas e o samba do crime tradicional, aquele que todo mundo conhece, mas ninguém admite ouvir? 

Justiça não se faz só com holofotes ou nomes em inglês.

Ela exige luz persistente – aquela que invade até os porões onde o jogo do bicho dita as regras.

Que a batida seja firme, seja no mundo virtual ou no asfalto quente onde as fichas ainda rolam. 

E enquanto houver um Flit paralisante, que seja usado não só nas baratas, mas especialmente nas ratazanas da corrupção.

Afinal, como diria o mesmo morador do Valongo:

“Aqui, até o passarinho sabe que jogo ilegal não é jogo…É golpe!” 

ELITE DO ESGOTO- A carreira de delegado é uma forma de capitalização financeira, social e familiar 24

Estádios de futebol, Carnaval, marcas de luxo e até o condomínio de mansões mais caro de São Paulo estão na lista de clientes de uma empresa de segurança privada ligada ao delegado-geral da Polícia Civil, Artur José Dian, e seus familiares.

Uma reportagem publicada pelo Metrópoles revela que uma empresa de segurança privada, a A2 Segurança e Vigilância, vinculada ao delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Artur José Dian, presta serviços milionários para clientes de alto padrão, incluindo o condomínio Fazenda Boa Vista Village, em Porto Feliz (SP), onde residem bilionários e banqueiros. O contrato com esse condomínio é de R$ 7,4 milhões, abrangendo serviços como central de monitoramento, rondas motorizadas e 82 vigilantes participantes 24 horas.

A empresa em questão foi originalmente fundada por familiares do delegado-geral Dian. Sua mãe, Rosalia Dian, era sócia formal da A2DPS Segurança e Vigilância até 2017, quando transferiu integralmente suas costas para Elizabeth Cássia Iaquelli, então gerente administrativa da empresa. Elizabeth possui patrimônio modesto: um apartamento financiado pela Cohab em São Paulo.

Elizabeth também é sociedade minoritária (com apenas R$ 1 em capital social) de Artur Dian na empresa Roca Consultoria em Negócios Empresariais. Nessa sociedade, o delegado-geral detém praticamente a totalidade do capital social (R$ 4.999). Ambas as empresas (A2DP Gestão Empresarial e Roca Consultoria) estão ativas perante a Receita Federal desde suas fundações.

Apesar das conexões indiretas evidenciadas pela reportagem, Artur Dian negou categoricamente vínculo societário com a A2 Segurança e Vigilância. Por meio da Secretaria de Segurança Pública, afirmou que jamais teve participação nessa empresa específica. Alegou ainda que as outras empresas (A2DP Gestão Empresarial e Roca Consultoria) estão inativas desde 2008 e 2020 respectivamente, e que nunca houve relação comercial entre elas.

A A2 Segurança também negou qualquer vínculo atual ou passado com Artur Dian, destacando que Elizabeth adquiriu integralmente as cotas da empresa em 2017 cumprindo exigências legais e regulatórias. Já a associação de moradores do condomínio Fazenda Boa Vista não respondeu diretamente às perguntas sobre as negociações com a empresa.

O caso ganha relevância ao envolver um alto dirigente policial em atividades e contratos milionários com clientes influentes, levantando questões sobre potenciais conflitos de interesse na atuação pública do delegado-geral Artur José Dian.


https://www.metropoles.com/sao-paulo/sp-empresa-ligada-a-chefe-da-policia-protege-bilionarios-por-r-7-mi

O Avanço das Guardas Municipais: Uma Resposta à Ineficiência 18

A Resistência ao Progresso na Segurança Pública

O delegado aposentado Francisco Paula Leão,  egresso da Polícia Militar e genitor de um Coronel da PM,  em sua análise recente ( publicação anterior ) , apresentando  uma visão corporativista tenta preservar o “status quo” das Polícias Civil e Militar, enquanto critica o avanço das Guardas Municipais.

Seu texto, contudo, reflete uma resistência ao progresso e ignora as demandas reais da sociedade por um sistema de segurança pública mais eficiente e adaptado às necessidades locais.

O Avanço das Guardas Municipais: Uma Resposta à Ineficiência

O crescimento das Guardas Municipais não deveria ser encarado como uma ameaça às polícias estaduais, mas como uma resposta natural à ineficiência histórica dessas instituições em lidar com questões locais de segurança.

As Guardas Municipais têm demonstrado agilidade e proximidade com a população urbana, ocupando espaços deixados vagos pelas forças tradicionais.

Esse movimento não é usurpação; é evolução.

Miopia Institucional ou Resistência à Modernização?

Leão acusa as Polícias Civis de miopia institucional por ignorarem o avanço das Guardas Municipais.

No entanto, a verdadeira cegueira está na resistência ao progresso.

O modelo centralizado e arcaico das polícias estaduais já não atende às complexidades do mundo atual.

A descentralização da segurança pública, com maior protagonismo municipal, é uma tendência inevitável que garante respostas mais rápidas e eficazes às demandas locais.

Corporativismo Mafioso : Preservação de Feudos Institucionais

O texto de Leão transparece um corporativismo que busca proteger privilégios institucionais em detrimento do interesse público.

Em vez de reconhecer os benefícios da diversificação no sistema de segurança, ele opta por atacar o crescimento das Guardas Municipais.

Essa postura lembra um “corporativismo mafioso”, onde a preservação do poder é colocada acima da eficiência e da transparência.

Ignorando as Falhas das Polícias Estaduais

Curiosamente, o autor não aborda as falhas estruturais e operacionais das Polícias Civil e Militar, como a baixa resolutividade de crimes, lentidão nos processos investigativos ,  falta de integração com outras forças; sem esquecer da corrupção e brutalidade institucionalizadas nas duas polícias estaduais.

Essas deficiências são fatores que impulsionam a busca por alternativas como as Guardas Municipais.

Ignorar esses problemas é fechar os olhos para os motivos reais que levam à expansão das forças municipais.

A Constituição e o STF: Um Novo Marco na Segurança Pública

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirma que o policiamento ostensivo não é exclusividade das Polícias Militares; do mesmo modo que a investigação nunca foi privativa das Polícias Civis, reforça a legitimidade do crescimento das Guardas Municipais no campo da segurança pública.

Essa interpretação constitucional deve ser vista como um incentivo à colaboração entre forças locais e estaduais, promovendo um sistema mais integrado e eficiente.

Conclusão: Segurança Pública Deve Servir à Sociedade

A postura expressa por Francisco Leão reflete uma visão vetusta,  retrógrada e corporativista que tenta frear o avanço natural das Guardas Municipais no Brasil.

Em vez de resistir a essa evolução, as Polícias Civil e Militar deveriam buscar modernizar suas práticas e colaborar para um sistema integrado que beneficie toda a população.

Segurança pública não é sobre preservar poderes institucionais; é sobre proteger pessoas.

Resistir ao progresso é retrocesso — e quem perde é a sociedade.

Delegado Inimigo da GCM – Miopia Institucional da Polícia Civil e da Polícia Militar: Ainda Há Tempo para Acordar? 8

Transcrição Completa do Texto

Francisco Leao – Delpol Apos
Miopia Institucional da Polícia Civil e da Polícia Militar: Ainda Há Tempo para Acordar?

As Polícias Civis assistem, como espectadoras, à disputa entre as Guardas Municipais e as Polícias Militares. Parte de seus integrantes, imersos em uma rivalidade histórica, desejaria ver uma PM enfraquecida.

São desejos imaturos e perigosos, reflexo de um ódio institucional cultivado há décadas nos cursos de formação e nas academias. Mas essa miopia cobrará seu preço. Em breve, pode vir o arrependimento por terem ignorado o crescimento silencioso de uma nova força policial à margem da Constituição Federal.

As Guardas Municipais não querem apenas proteger os próprios municipais, seus patrimônios e escolas, ou efetuar rondas escolares. Querem ser ROTA, GARRA, GOE, GATE, DENARC, DEIC e tudo mais que remeta a uma tropa de elite.

Enquanto isso, a Polícia Civil, sem um plano estratégico nacional, perdeu atribuições essenciais:

  • Emissão de porte de armas;
  • Emissão de CNH;
  • Controle sobre o Detran;
  • Departamento de Polícia Científica;
  • Processo judicialiforme e mandado de busca e apreensão;
  • Outras atribuições fundamentais.

Nos seminários das Guardas, policiais americanos demonstraram como funcionam os modelos municipais dos EUA, inspirando os guardas a sonharem mais alto. O discurso já mudou: falam em inspetores e comissários de polícia nos grandes municípios e xerifes nos menores. Estão aprendendo a se conectar diretamente a promotores e juízes, preparando terreno para futuras conquistas.

O primeiro passo? Apresentar diretamente crimes de trânsito à Justiça. Depois, virão a requisição de perícias, o registro de ocorrências, os conselhos municipais de segurança e, inevitavelmente, as funções de Polícia Judiciária através do comissariado. O STF já deu o recado: a apuração criminal não é exclusividade das PCs.

O movimento de expansão do poder municipal não se limita às Guardas. Os Bombeiros Municipais seguem a mesma lógica. Eles não querem crescer apenas para atender ocorrências e salvar vidas. Buscam poder de fiscalização, autuação e interdição de edificações. Querem assumir a análise de projetos, realizar vistorias e se tornar autoridades expedidoras de alvarás e licenças.

A lógica é clara: aumentar influência, obter mais poder e, pouco a pouco, ocupar espaços historicamente pertencentes às forças de segurança estaduais.

E a Polícia Civil? Comemora ingenuamente a criação das polícias municipais? Sem perceber que pode estar assinando sua própria sentença de irrelevância.

Será que ainda há tempo para acordar? Ou a miopia institucional nos levará a um futuro em que delegados serão apenas burocratas de luxo, enquanto outros tomam para si o verdadeiro trabalho de polícia?

A resposta precisa ser dada agora. Pelo Senhor Delegado Geral, pelo Conselho e pelas Associações de Classe.


Lembrem-se: os mais antigos viveram aquela época em que a antiga Guarda Civil mantinha uma Subinspetoria nos Distritos.
Os guardas faziam o trabalho de recepção, atuavam como escrivães e, às vezes, até ajudavam na investigação.
Aquele tempo passou.

Francisco Paula Leão
Cadeira 17