“O Circo da Segurança Pública”

No picadeiro da segurança pública paulista, o espetáculo continua.

Sob a  direção  do mestre de cerimônias Guilherme Derrite, a trupe da Secretaria de Segurança Pública apresenta seus números mais impressionantes.

O Centro Integrado de Comando e Controle, antes um modesto ato de abertura, agora é a atração principal.

Com um orçamento que saltou de meros trocados para impressionantes R$ 56 milhões, o CICC se tornou a galinha dos ovos de ouro da secretaria.

E quem disse que policiais não entendem de construção civil?

A Alphapav, empresa fantasma que nem endereço tem, provou o contrário ao arrematar contratos milionários para reformar batalhões.

Quem precisa de experiência quando se tem amigos no lugar certo?

Mas o espetáculo não para por aí.

Enquanto o orçamento da Polícia Militar triplica, a Polícia Civil assiste da plateia, com os bolsos vazios.

Afinal, para que investigação quando se pode ter mais viaturas reluzentes nas ruas?

Os palhaços devem brilhar!

E não podemos esquecer do grand finale: o aumento expressivo da letalidade policial.

Um verdadeiro recorde de aplausos do público mais conservador.

Enquanto isso, nos bastidores, 22 policiais são presos por envolvimento com o crime organizado.

Mas isso é só um detalhe, um número de mágica que deu errado.

No final, o que importa é a bilheteria.

E nesse circo da segurança pública, Derrite e sua trupe provam que a arte de fazer malabarismos com o dinheiro público e a confiança da população continua viva e bem.

Especialidade PM!

Senhoras e senhores, aplaudam!

O show deve continuar, mesmo que a única coisa realmente segura seja o bolso dos amigos do rei.