Os comissionamentos em classe superior e cargos de confiança como instrumento político de submissão dos Delegados de Polícia 1

A política do comissionamento em classe superior como instrumento de controle e submissão na carreira dos Delegados de Polícia  é uma prática imoral herança da ditadura militar ,  enraizado em estruturas hierárquicas e dinâmicas de poder típicas de instituições públicas, especialmente em corpos policiais.

 Esse mecanismo pode ser analisado sob múltiplas perspectivas:

Hierarquia e Poder Institucional 

Centralização de decisões: Em muitas corporações policiais, como a Polícia Civil de São Paulo , a ascensão a cargos comissionados (como titulares de Distritos, Assistências , Seccionais e Divisões de Departamentos  depende  , necessariamente, de indicação política ou de escolhas discricionárias de superiores.

E muito pior: compra e venda dependendo do potencial de arrecadação do cargo.

A negociação de cargos não se restringe às chefias de investigadores; também ocorre com cargos privativos de Delegado.

O comissionamento , ou nomeação por confiança , concentra o poder nas mãos de uma elite institucional, que pode usar o comissionamento para recompensar lealdade.

E até punir o antecessor que legitimamente  ocupava o cargo ; por vezes afastado por discordar e não pactuar com as práticas impostas por superiores.

Dependência funcional: Delegados em cargos comissionados , por receberem vantagens adicionais , podem sentir-se pressionados a aderir às diretrizes de seus superiores para garantir promoções ou evitar retaliações, como remoções para regiões menos desejáveis , rebaixamento de “status” ou estagnação na carreira.

Controle Disciplinar e Submissão 

Cultura da obediência servil: O sistema de comissionamento pode reforçar uma cultura em que a autonomia técnica e a independência do delegado são suprimidas em favor da conformidade.

Isso mina a capacidade de atuação imparcial, especialmente em investigações sensíveis que envolvam figuras poderosas ou sistemas de corrupção institucionalizados. 

Por exemplo :  a jogatina sempre foi ilegal e praticada a céu aberto , mas pobre daquele Delegado que ousar reprimir tais práticas e atrapalhar a receita alheia.

Cometerá suicídio funcional, caso não seja caluniado,  perseguido e punido !

Medo de represálias: A falta de transparência nos critérios de nomeação e promoção cria um ambiente de incerteza, onde delegados podem evitar tomar decisões impopulares para não comprometer suas carreiras.

Efeitos na Eficiência e na Ética 

Mérito vs. lealdade: Quando promoções e nomeações priorizam alinhamento político em vez de competência técnica, a eficiência das investigações e a qualidade do trabalho policial podem ser comprometidas. 

Risco de corrupção: A submissão a interesses de grupos dominantes dentro da instituição pode levar ao abuso de autoridade, manipulação de processos investigativos ou até a omissão em casos que envolvam grandes somas de propinas.

Contexto Paulista

Estrutura da carreira: No Brasil, a carreira de Delegado de Polícia Civil é regulada por normas muito frágeis; pelo que a escolha do Delegado -Geral de Polícia e toda a cúpula policial ; com centenas de   comissionamentos de cargos de direção e chefia segue lógicas políticas.

Delegados-gerais são indicados por governadores, Diretores pelo Secretário , Divisionário conforme a preferência do Diretor , Delegados Seccionais de acordo com seu cacife político ( padrinho ) ou financeiro ( perfil exator ) .

Tal sistema  politiza e corrói  a cúpula da instituição , acarretando  desestimulo , desencanto  desilusão , desgosto e frustração generalizados   em toda a base da Instituição.

Tensões internas: Relatos históricos de divisões entre delegados de carreira mais antigos e de classe mais elevada , pela sistemática adotada pelo atual governo que se diz técnico apenas para inglês, subordinados a “delegados comissionados” com menor experiência, capacitação e de classe inferior.

A disputa por cargo desagua em  conflitos entre profissionalismo e obediência a agendas externas.

Conflitos pessoais, também!

Possíveis Soluções 

Critérios técnicos transparentes: Estabelecer processos de nomeação  baseados em avaliações objetivas  de desempenho e experiência, reduzindo a discricionariedade. 

Proteção à independência funcional: Garantir mecanismos legais para que delegados possam agir sem medo de represálias, como previsto (em teoria) pelo princípio da independência funcional do delegado. 

Fortalecimento de órgãos de controle: Nenhuma nomeação para direção e chefia sem aprovação da Corregedoria da Polícia Civil que deve ser dotada de Divisão de Inteligência e Laboratórios  Financeiros voltados especificamente para controle interno.  

O comissionamento como ferramenta de controle perpetua uma estrutura de poder corporativista garantido a formação e perpetuação de “panelas” , “times” ou “quadrilhas internas” ; sacrificando a  autonomia, ética e eficiência em nome da subordinação hierárquica.

A Democracia e a República ainda não chegaram para os policiais civis.

E a cúpula da Polícia se acha herdeira do Império.

O mafioso Cyllas Salerno e o “método Montessoriano” da Polícia Civil 20

A Saga de Cyllas Salerno e a Disciplina Acadêmica de Cegueira Deliberada na Polícia Civil 

Ah, a Polícia Civil!

Esse paraíso de eficiência onde  super policiais  treinam anos para dominar a arte de não ver o óbvio.

Nenhum caso ilustra melhor esse currículo de ignorância estratégica que a epopeia de Cyllas Salerno Elia Júnior, o agente que aperfeiçoou o DEIC na forma de uma sucursal do crime.

Enquanto seus colegas gastavam horas perseguindo bandidos de varal pra mostrar serviço depois de “fazer a boa” , Cyllas dedicava-se a uma missão muito mais nobre: lavar dinheiro para o PCC com a sofisticação de um CFO do crime.

Opa, não sejamos imparciais,  lavagem de dinheiro para o PCC e para a PCC – Polícia Civil Corrupta.  

Sua fintech, a 2GO Bank, não era um mero banco digital — era um case de inovação!

Afinal, quem precisa de máquinas de cartão clandestinas quando se pode criar contas para “laranjas” com a mesma facilidade de um story do Instagram?

O mais admirável é a sinergia institucional: como um homem movimentava milhões via Pix criminoso, contratava laranjas com CPFs de filhotes de poodle (provavelmente), e ainda assim passava despercebido no  DEIC, DIPOL e CORREGEPOL …

Será que usava um disfarce de “policial do mês”?

Ou a polícia adotou o método Montessori de investigação, onde cada um faz o que quer, desde que não atrapalhe o lanche coletivo?

E não vamos esquecer o curso avançado de reciclagem criminosa que Cyllas frequentou após sua primeira prisão.

Solto como se fosse um test drive do sistema judicial, voltou às atividades classificado na Delegacia do Metro .

Obviamente, nunca deu as caras naquela Unidade.

Tem padrinho valoro$o!

Enquanto isso, os chefes do DEIC pareciam ocupados demais caçando crimes menores — tipo prender camelo vendedor de pirataria — para notar que um de seus brilhantes policiais estava literalmente fazendo a festa do crime organizado.

Quem precisa de grampos e vigilância quando se tem omissão premium?

Até o PCC – Primeiro Comando da Capital deve ter rido da ironia: um investigador que lavava dinheiro melhor que sabão em pó Omo, enquanto a polícia lavava as mãos ( depois de meter a propina suja no bolso ) . 

Na PCC – Polícia Civil Corrupta nada é grátis!

Cyllas, agora preso novamente, talvez ganhe o prêmio de “Policial  Mais Dedicado” — categoria Dupla Personalidade.

Afinal, ele infiltrou a própria polícia no crime.

É o Inside Job mais cínico  de toda a história da PCC – Polícia Civil Corrupta.

Enquanto isso, a instituição segue sua rotina: ignorar o a própria ruína, segregar a competência e a decência ,  celebrar prisões de traficantes de quinta ( por vezes forjando provas ) , e cultivar aquela cegueira deliberada que faz do Brasil um paraíso para policiais empreendedores.

Cyllas Salerno não é um caso isolado — é um sintoma.

E o remédio?

Ah, isso deve estar perdido em algum arquivo .zip esquecido no desktop de um Cardeal aposentado. 

Epílogo: nada como  ter o próprio “banqueiro policial” para garantir eficiência nos negócios.

Quem diria?