A iminente prisão do delegado Alberto Pereira Matheus Junior 12

O caso do delegado Alberto Pereira Matheus Junior, envolvido no escândalo Gritzbach, não é apenas mais um capítulo na crônica policial de São Paulo.

É um grito de alerta sobre o apodrecimento das instituições que deveriam proteger a sociedade.

A possibilidade de prisão preventiva do delegado não é mero preciosismo jurídico.

É uma necessidade urgente para preservar o que resta de credibilidade no sistema de justiça paulista.

As evidências são gritantes:

1. Um celular que “desaparece” na véspera de uma operação policial.

2. Um boletim de ocorrência registrado horas antes das buscas, numa tentativa patética de criar um álibi.

3. Transferências via Pix para familiares, num esquema que faria corar até mesmo os mais experientes lavadores de dinheiro.

Não estamos diante de coincidências, mas de um padrão claro de obstrução da justiça.

A conduta do delegado Matheus Junior é um tapa na cara da sociedade, um deboche às leis que ele jurou defender.

Com efeito, fazer da esposa e filho participantes do seu suposto crime é o ápice da canalhice!

E da burrice!

O vazamento da operação, evidenciado pela preparação antecipada do delegado, é sintoma de uma doença mais grave: a infiltração do crime organizado nas entranhas do aparato de segurança.

Quando um delegado de classe especial, com 36 anos de carreira, age como um criminoso comum  é sinal de que o câncer da corrupção atingiu níveis metastáticos.

A prisão preventiva não é apenas uma medida processual, mas um imperativo moral.

É a última chance de mostrar que ainda existe justiça num sistema onde os lobos vestem pele de cordeiro.

Se um homem que deveria ser exemplo de retidão pode manipular provas e registros policiais impunemente, que esperança resta para o cidadão comum?

A Corregedoria da Polícia Civil tem agora a obrigação de agir com o rigor que o caso exige.

Não há espaço para corporativismo ou leniência.

Cada dia que Matheus Junior passa em liberdade é um dia em que a justiça falha com as vítimas do crime organizado, com os policiais honestos que arriscam suas vidas diariamente e com cada cidadão que ainda acredita no Estado de Direito.

É hora de limpar a casa, começando pelo topo.

A prisão preventiva do delegado Matheus Junior não é apenas legal e necessária – é um dever moral para com a sociedade paulista.

Que sirva de exemplo e advertência: nenhum cargo, por mais alto que seja, está acima da lei.

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O delegado Alberto, alvo da operação desta terça, ocupou postos de destaque no Deic, o Departamento Estadual de Investigações Criminais, e no Denarc, o Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes.

A possibilidade de prisão preventiva do delegado Alberto Pereira Matheus Junior ganha força diante de acusações de destruição de provas e falsidade documental, conforme revelam elementos das investigações sobre o Caso Gritzbach .

A perda estratégica do celular e o registro de boletim de ocorrência horas antes da operação policial configuram riscos processuais que fundamentariam a medida cautelar.

Investigações do MP e da Corregedoria

O nome do delegado foi encontrado durante análise do telefone celular do investigador Eduardo Lopes Monteiro, um dos quatro policiais civis presos pela Polícia Federal em dezembro do ano passado por suspeita de extorquir dinheiro e bens de Gritzbach.

Segundo a PF, Alberto Pereira Matheus Jr faz pedidos constantes de dinheiro a Eduardo Monteiro.

Os pagamentos foram feitos, via pix, nas contas da mulher e do filho do delegado.

A PF e o MP suspeitam que Eduardo Monteiro fazia pagamentos periódicos a Alberto Pereira Matheus Jr como uma espécie de “pedágio” pelo cargo que ocupava.

O dinheiro seria oriundo de arrecadação de valores obtidos por atos de corrupção policial.

Delegado Alberto

Os investigadores não conseguiram recolher o celular do delegado, item chave em qualquer apuração criminal.

Alberto Pereira Matheus Jr disse aos policiais que perdeu o telefone justamente na segunda (3).

Alberto Pereira Matheus foi chefe do delegado Fabio Baena e do investigador Eduardo Monteiro, citados diretamente na delação do Gritzbach.

Divisão de Crimes Funcionais – A Guardiã Silenciosa da Ética Policial 5

 

 

A Guardiã Silenciosa da Ética Policial

Em tempos de constante escrutínio público sobre as forças de segurança, uma unidade se destaca por sua atuação discreta, porém fundamental: a Divisão de Crimes Funcionais da Corregedoria da Polícia Civil.

Este órgão, muitas vezes desconhecido do grande público, é o bastião da integridade dentro da instituição policial, operando longe dos holofotes, mas com um impacto profundo na manutenção da confiança pública.

Os membros desta divisão são verdadeiros artífices da justiça interna.

Com uma dedicação incansável e um compromisso inabalável com a ética, eles navegam pelas águas turbulentas das investigações internas, enfrentando o desafio de investigar seus próprios pares.

Seu trabalho é um equilíbrio delicado entre o rigor técnico e a sensibilidade necessária para lidar com as complexidades das relações institucionais.

A excelência doutrinária que permeia o trabalho da Divisão é notável.

Seus integrantes não são meros investigadores; são estudiosos da lei, especialistas em procedimentos internos e guardiões zelosos da reputação policial.

Eles operam sob um manto de sigilo, não por obscurantismo, mas por necessidade estratégica, protegendo a integridade das investigações e a reputação dos inocentes até que os fatos sejam devidamente apurados.

No entanto, uma nuvem de preocupação paira sobre o horizonte.

A recente mudança na direção da Corregedoria traz consigo a sombra da incerteza.

Enquanto a renovação pode ser bem-vinda, o risco de um desmonte das estruturas cuidadosamente construídas ao longo de anos é uma ameaça que não pode ser ignorada.

A história nos ensina que o enfraquecimento de órgãos de controle interno frequentemente precede o declínio da integridade institucional.

Qualquer tentativa de diluir as competências da Divisão, seja por meio de reorganizações estruturais ou por interferências políticas, deve ser vista com extrema cautela e resistida com vigor.

É imperativo que o novo diretor compreenda a grande importância desta Divisão e se comprometa não apenas a mantê-la, mas a fortalecê-la.

O trabalho ético, técnico e doutrinário realizado por seus membros é o alicerce sobre o qual se constrói a confiança pública na polícia.

Enfraquecer este pilar seria um desserviço não apenas à instituição, mas à sociedade como um todo.

A Divisão de Crimes Funcionais não busca aplausos ou reconhecimento público.

Sua recompensa é a manutenção de uma polícia íntegra e respeitada.

É nosso dever, como sociedade, exigir que este trabalho continue, longe dos holofotes, mas com todo o apoio e recursos necessários.

Que o novo capítulo na história da Corregedoria seja marcado pelo fortalecimento destes guardiões silenciosos, e não por seu desmonte.

A integridade de nossas instituições de segurança depende disso.

A nomeação do novo corregedor-geral traz consigo uma perspectiva promissora que não pode ser ignorada.

Com uma bagagem de mais de 17 anos na Controladoria Geral do Estado, o novo diretor traz  consigo um arsenal de experiências e conhecimentos em fiscalização e controle que podem ser valiosos para a Corregedoria da Polícia Civil.

Sua trajetória na Controladoria sugere uma compreensão profunda dos mecanismos de responsabilização e transparência governamental, elementos cruciais para o fortalecimento da integridade institucional.

Esta experiência pode ser uma inovação para inovações positivas, melhorando potencialmente os procedimentos já sólidos da Divisão de Crimes Funcionais.

A expectativa é que essa expertise seja canalizada para fortalecer, e não para desmantelar, as estruturas existentes, promovendo uma sinergia entre as práticas consagradas da Divisão e novas abordagens de controle e gestão.

Assim, a chegada do novo corregedor pode representar uma oportunidade única de evolução, desde que haja um compromisso inabalável com a preservação da autonomia e a eficácia da Divisão de Crimes Funcionais.

E nós, cidadãos, merecemos nada menos que uma polícia que se policie com o mesmo zelo com que nos protege.

O Flit Paralisante: Uma Crônica da Inocência Policial com direito à logomarca da Polícia Civil 14

O Flit Paralisante: Uma Crônica da Inocência Policial com direito à logomarca da Polícia Civil

Era mais um dia comum na cadeia especial , sob a imponente logomarca da Polícia Civil.

Os bravos defensores da lei, acusados injustamente de um pequeno mal-entendido envolvendo a execução de um tal Gritzbach, chegavam para seus depoimentos.

Coitados, tão inocentes quanto recém-nascidos.

O primeiro foi chamado para depor. Entrou na sala com a confiança de quem nunca quebrou sequer uma unha, quanto mais uma lei.

“Eu?

Astuto?

Imagine!

Sou mais para o lado simplório, sabe?

Nem sei amarrar os cadarços direito”, declarou, tropeçando propositalmente para provar seu ponto.

O segundo, não querendo ficar para trás na competição de quem era o mais desprovido de inteligência, afirmou: “Eu até tentei planejar algo, mas meu QI de ameba não permitiu.

Mal consigo contar até dez sem os dedos dos pés!”

O terceiro, ah, esse era o mais inofensivo de todos! Jurou de pé junto que nem conseguia matar uma mosca.

“Perigoso? Eu?

Só se for perigosamente fofo!”, exclamou, fazendo olhinhos de cachorro abandonado.

E assim seguiu-se o desfile de inocência.

A cada frase, os investigadores da PF ficavam mais convencidos de que estavam diante não de policiais corruptos, mas de um grupo de escoteiros perdidos que, por engano, ostentaram distintivos e pegaram em armas.

Ao final do dia, sob a mesma logomarca da Polícia Civil que testemunhou tantas confissões comoventes, nossos heróis incompreendidos saíram de cabeça erguida.

Afinal, quem poderia acusar seres tão simplórios, burros e inofensivos de qualquer coisa além de serem fofos demais?

E o Flit Paralisante?

Bem,  virou Flit Desodorizante e ficou guardado para a próxima vez que alguém decidisse morrer espontaneamente perto deles.

Porque, como todos sabem, isso acontece o tempo todo com policiais inocentes.

A Sombra do PCC: Um Desafio Além do Crime 2

 

Em uma era onde a segurança pública se tornou um dos pilares fundamentais da sociedade brasileira, nos vemos diante de um fenômeno que transcende as barreiras tradicionais do crime organizado.

O Primeiro Comando da Capital (PCC), outrora uma simples facção nascida nos presídios paulistas, evoluiu para se tornar uma entidade quase onipresente, cujos tentáculos se estendem muito além das grades que inicialmente o confinavam.

Esta organização, que hoje opera em 22 estados brasileiros , em países vizinhos e até na Europa, não é apenas uma ameaça à lei e à ordem.

O PCC representa um complexo desafio à própria estrutura social e cultural do Brasil.

Sua influência permeia comunidades inteiras, moldando comportamentos, ditando regras de convivência e, em muitos casos, suprindo lacunas deixadas pelo poder público.

O “proceder”, código de conduta da facção, tornou-se uma constituição paralela em certas áreas, regendo não apenas as atividades criminosas, mas também aspectos da vida cotidiana.

Esta realidade sombria nos força a questionar: até que ponto o Estado brasileiro perdeu o controle de seus territórios mais vulneráveis?

A narrativa de resistência e solidariedade propagada pelo PCC encontra eco em comunidades marginalizadas, onde o sentimento de abandono pelo poder público é palpável.

Esta retórica, embora fundamentada em premissas criminosas, oferece um senso de pertencimento e identidade que o Estado falhou em proporcionar.

Mais alarmante ainda é a penetração cultural da organização.

Sua influência sobre a juventude, especialmente em áreas periféricas, representa uma ameaça geracional.

Quando o crime organizado se torna um modelo de ascensão social e econômica, estamos diante de uma falência não apenas da segurança pública, mas de todo um projeto de nação.

O desafio que o PCC apresenta vai muito além do combate armado ou da repressão policial.

Exige uma resposta abrangente , por parte da União, que aborde as raízes sociais, econômicas e culturais que permitem o florescimento de tais organizações.

Requer um Estado presente, não apenas em sua capacidade punitiva, mas em sua habilidade de oferecer oportunidades, educação e dignidade.

É imperativo que a sociedade brasileira e seus líderes reconheçam a complexidade deste fenômeno.

O PCC não é apenas um problema de segurança pública estadual, mas um sintoma de falhas sistêmicas mais profundas em nossa sociedade.

Somente por meio de um esforço conjunto, que envolva não apenas as forças de segurança, mas também educadores, assistentes sociais, líderes comunitários e a sociedade civil como um todo, poderemos começar a reverter esta situação.

O Brasil se encontra em uma encruzilhada.

O caminho que escolhermos para lidar com o PCC e organizações similares definirá não apenas o futuro da segurança pública, mas o próprio tecido social e cultural de nossa nação.

É hora de uma abordagem corajosa, inovadora e, acima de tudo, humana para enfrentar este desafio.

O futuro de gerações depende das ações que tomarmos hoje.