Autor: Amigo do 9. andar da Brigadeiro Tobias
O que assistimos nos últimos dias foi o agravamento do crônico problema de violência policial.
Como cogitar a possibilidade de que as polícias militares realizem o chamado “Ciclo Completo”, diante da contextualizada violência gratuita perpetrada por seus integrantes?
A “Defenda PM” patrocina essa bandeira na Câmara dos Deputados, com um batalhão de lobistas tentando convencer os deputados de que a medida redundaria em significativa melhoria na segurança pública dos Estados e do DF.
O que fez o governo do Estado de São Paulo para o enfrentamento desse problema endêmico da sua PM?
O mais do mesmo, ou seja, “perfumaria” nominada de RETREINAMENTO.
O anúncio foi feito pelo Secretário Executivo da PM, aquele que, ao que tudo indica, tem a função de dar explicações à mídia sobre violência e execução sumária patrocinada por integrantes da instituição.
Quando Comandante Geral, em mais um daqueles períodos sazonais de alta incidência dos casos de violência patrocinadas pela instituição, enviou uma carta pedindo desculpas à família de um publicitário executado por PM’s na zona oeste de São Paulo.
Apesar da boa intenção pela simbologia do gesto, é absolutamente desproporcional a medida em relação a perda de uma vida e as consequências eternas dela decorrentes. Melhor seria, numa demostração de absoluta transparência, ter aberto as portas da instituição para que familiares e seus advogados acompanhassem a lisura e imparcialidade das apurações com vistas à responsabilização dos autores do nefasto acontecimento.
Se consultarmos a matriz curricular de todos os cursos de formação das instituições policiais, vamos constatar que é mais do que suficiente a carga horária da disciplina de direitos humanos, não basta saber( competência cognitiva), tem que exercitar(competência laborativa), se não o faz é por absoluta falta de fiscalização.
Como bem observado por um ex oficial de carreira da PM e magistrado concursado da Justiça Militar Estadual, a violência policial é o reflexo da falta de elo entre comando e tropa, função específica de sargentos e oficiais subalternos, sem a firme atuação deles, a tropa vira bando e o comando se aquartela, com centenas de quartéis inflados de oficiais exercendo funções de chefes de seção, ou seja, um tenente comandando dois ou três soldados. O tenente elabora a minuta do documento, um soldado digita, o outro leva para ele conferir e assinar e, o último leva pro comandante despachar ou pedir para que seja refeito.
Depois do árduo dever cumprido, o tenente fica com o resto do dia livre para engordar o salário dando aulas de Direitos Humanos em algum dos diversos cursos de RETREINAMENTO existentes nas inúmeras escolas de formação da PM. Entende?
Enquanto isso, a população fica levando “sacode”, tiros e borrachadas a torto e a direito.
