Governador Márcio França, Vossa Excelência já ouviu falar sobre o tal princípio do “paralelismo das formas”?…Por que não foi publicado no Diário Oficial o decreto governamental anulando a demissão do delegado Elpídio Laércio Ferrarezi?…Ora, centenas de ex-policiais civis demitidos por questões menos graves querem saber como devem proceder para serem reintegrados!…( Cuidado, além de perder a eleição poderá perder a elegibilidade por ser misericordioso! ) 8

Como se sabe o conceito mais simples de ato administrativo pode ser concebido como sendo toda manifestação unilateral da Administração Pública que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor sanções e obrigações aos administrativos e a si própria;  passível de reapreciação pelo Poder Judiciário. 

De regra, os atos administrativos são escritos e  editados com publicidade. 

Por outro aspecto, o ato administrativo possui alguns requisitos indispensáveis a fim de que possa produzir os efeitos que lhe são próprios. São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

Primeiramente, a competência consiste no poder-dever conferido ao agente da Administração Pública para a prática do ato, no âmbito do exercício de suas funções. 

A finalidade do ato, por sua vez, é sempre atender ao interesse público, conforme definido em lei, sendo ilícito ao Administrador Público desviar a finalidade do ato para alcançar interesses distintos daqueles inerentes ao ato que se pratica.

Tem-se, também, que a materialização do ato administrativo deve revestir-se da forma legal, sendo que a revogação ou a modificação do ato administrativo deve ser concretizada pela mesma forma do ato originário, segundo a teoria do “paralelismo da formas”.

Ou seja , um funcionário demitido por meio de decreto governamental , necessariamente, deverá ser reintegrado por outro decreto governamental que declare a invalidade ou nulidade do decreto anterior.

E ainda que resumidamente, indicando os motivos e fundamentos jurídicos.  

Obviamente, a reintegração de funcionário – sendo uma forma derivada de provimento de cargo público – deverá ser amplamente divulgada por meio da imprensa oficial.

Para que não haja dúvidas sobre o reempossamento e para que se possa fazer o controle sobre a legalidade do ato. 

Com efeito, desconheciamos a modalidade de reintegração de funcionário anteriormente demitido sem a edição e publicação do respectivo ato anulatório ou modificador da penalidade expulsória.  

No caso em questão, o Dr. Elpídio Laércio Ferrarezzi foi  demitido por decreto de Geraldo Alckmin,  em março de 2014,  a bem do serviço público por procedimento irregular de natureza grave e prática de ato de improbidade administrativa;  agora , durante a campanha eleitoral, foi reintegrado ao seu cargo sem a necessária publicação de outro decreto do governador Márcio França. 

Causa maior estranheza os seguintes fatos: o delegado foi demitido depois de um condenação criminal em primeira instãncia por corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Em segunda instância foi absolvido por 
 não existir prova suficiente para a condenação ( art. 386, VII do CPP ) , e declaração de extinção da punibilidade na forma do art. art. 107, IV, primeira parte, do Código Penal ( prescrição ) . 

Como se sabe, apenas as absolvições por inexistência do fato ou negativa de autoria repercutem na esfera administrativa.

Ademais, tanto o Tribunal de Justiça de São Paulo quanto o Superior Tribunal de Justiça declararam a higidez da demissão, mantendo o ato demissório. 

Estranhamente, depois de mais de quatro anos, o delegado retornou a atividade…

Repita-se, sigilosamente!

É certo que  mais fácil  passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que um funcionário público demitido como corrupto ser reintegrado administrativamente por “insuficiência de provas ou prescrição na esfera criminal” ; ainda mais depois de transitar em julgado a sentença de improcedência em  ação civil manejada para anular o ato demissório. 

Pelo lícito e pelo ilícito,  de per fas et nefas, é direito de todos os cidadãos de São Paulo,  sejam policiais civis ativos ou demitidos, conhecer os fundamentos adotados pela Administração Pública, representada pelo Governador Márcio França , para reintegrar o delegado Elpídio Laércio Ferrarezzi aos quadros da Polícia Civil. 

E principalmente se o caso em questão firmará jurisprudência administrativa, ou seja,  se os mesmos fundamentos jurídicos serão adotados para todos os casos assemelhados ou até menos graves ou dependerá da condição ou qualidade da pessoa ? 

Duvidamos!

A Administração Pública possui um peso e várias medidas; além da bibliotéca jurídica do lado A e a do lado B…

E a isso dá-se o nome: DISCRICIONARIEDADE ! 


Por fim, hora da infâmia: vai um verde ou quero um verde?  

O delegado Ruy Ferraz Fontes assumirá a Delegacia-geral da Polícia Civil 26

Delegado especialista em PCC chefiará Polícia Civil de SP no governo Doria

Delegado Ruy Ferraz Fontes assumirá o cargo de delegado-geral do estado em janeiro

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Ruy Ferraz Fontes assumirá o cargo de delegado-geral da Polícia Civil no governo Doria – Juca Varella / Folhapress

29.nov.2018 às 17h54

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Rogério Pagnan São Paulo

O governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), vai anunciar nesta sexta-feira (30) o delegado Ruy Ferraz Fontes como o futuro delegado-geral da Polícia Civil, o chefe máximo da instituição.

Considerado como uns dos principais especialistas em PCC do país, a escolha de Fontes indica uma política agressiva ao combate ao crime organizado na gestão Doria.

É dado como certo que o novo governador deve transferir toda a cúpula do PCC, como pretende a Promotoria atualmente, mas que a gestão Márcio Franca (psb) reluta em fazer.

Também deve ser anunciado amanhã o ex-delegado geral Youssef Chahin como secretário-executivo da Polícia Civil, que tende a ser o braço direito do general João Camilo Pires de Campos.

No início de novembro Doria anunciou o general da reserva João Camilo Pires de Campos para comandar a Secretaria da Segurança Pública, indicação que foi antecipada pela Folha.

Campos, 64, foi um dos responsáveis pela área de segurança do programa de governo de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República e passou para a reserva após 48 anos de serviços no Exército.

Essa será a primeira vez que um nome do Exército comanda a Secretaria da Segurança Pública em São Paulo desde 1979, quando Erasmo Dias foi titular da pasta. 

Ao anunciar o general, o tucano descumpre promessa de campanha de colocar um policial à frente da pasta. Doria foi aconselhado por auxiliares a recuar dessa promessa, sob o risco de começar o novo governo tendo de administrar um mal-estar entre as polícias. Se escolhesse um policial civil, irritaria os policiais militares. Se escolhesse um policial militar, traria desconforto para os policiais civis.

Outros nomes

Doria já anunciou outros nomes para o primeiro escalão de seu governo. Marcos Penido, que deixou a pasta das Subprefeituras da gestão Bruno Covas (PSDB) na cidade de São Paulo, assume a ‘supersecretaria’ de Energia, Saneamento, Recursos Hídricos e Meio Ambiente. 

Julio Serson, ex-secretário das Relações Internacionais no município, assumirá uma secretaria especial na mesma área no estado e também será presidente da companhia Investe SP. 

Wilson Pedroso, braço-direito de Doria e ex-chefe de gabinete na prefeitura, será chefe de gabinete de Doria no governo do estado. Pedroso foi aplaudido por militantes tucanos que estavam no evento. 

Nos últimos dias, Doria já havia anunciado outros nomes. Nesta segunda-feira (12), por exemplo, anunciou que o desembargador Paulo Dimas Mascaretti, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, será o secretário de Justiça de sua administração. 

Anunciou ainda a deputada estadual Celia Leão (PSDB) como secretária da Pessoa com Deficiência. Ela é a primeira tucana anunciada por Doria como membro de seu secretariado. O distanciamento de Doria em relação ao partido vinha sendo criticado por membros do PSDB.

Antes, Doria já havia confirmado três atuais ministros do governo Michel Temer (MDB) para o seu secretariado: Gilberto Kassab (Casa Civil), Rossieli Soares (Educação) e Sérgio Sá Leitão (Cultura). Na campanha eleitoral, Doria usou a gestão Temer para atacar adversários. Em debates e programas de rádio e TV, buscou desgastar seu adversário Paulo Skaf (MDB) ao associá-lo ao presidente da República.

Doria também decidiu que a Secretaria de Governo será extinta e suas funções serão assumidas pelo vice-governador eleito Rodrigo Garcia (DEM).

Deputado Olim mimizento por ciúmes de Youssef; Telhada chorão por ciúmes do Camilinho…Os policiais paulistas deveriam vibrar orgulhosos de contar com um General no comando…Agora vai! 30

Nomes de Doria para a Segurança provocam crise na ‘bancada da bala’ de SP

Para deputados, novo governador descumpriu acordo de nomear policial para o setor

29.nov.2018 às 12h00

Rogério Gentile Rogério Pagnan São Paulo

A definição do comando da Segurança Pública do futuro governo João Doria (PSDB) gerou uma crise política na chamada ‘bancada da bala’ da Assembleia Legislativa de São Paulo.

Insatisfeito com as escolhas de Doria para o setor, o Delegado Olim (PP), um dos mais influentes parlamentares da bancada, disse a tucanos ligados ao novo governador que “não devem contar com ele”. “Esperava novos rumos na Segurança Pública de São Paulo”, escreveu em mensagem enviada por WhatsApp. “Nada mudará, serão os mesmos”.

João Camilo Pires de Campos, general de Exército e futuro secretário de segurança de SP
João Camilo Pires de Campos, general de Exército e futuro secretário de segurança de SP – Ze Carlos Barretta/Folhapress

São basicamente dois os motivos de insatisfação de Olim: o deputado não gostou da decisão de Doria nomear o general da reserva João Camilo Pires de Campos para a Secretaria de Segurança Pública. Ao escolher o general, o governador eleito descumpriu a promessa de campanha de ter um policial no comando da pasta.

O deputado estava na lista dos cotados para o cargo. A gota d’água ocorreu quando Olim foi informado de que também não poderá indicar o secretário executivo da Polícia Civil, como esperava. O cargo deve ser ocupado por um desafeto do parlamentar, o ex-delegado-geral Youssef Chahin, indicado pelo novo secretário, o general.

A nomeação de Youssef seria uma condição sine qua non do novo secretário para assumir, de fato, a secretaria. Segundo delegados ouvidos pela Folha, Olim e Youssef são desafetos desde quando o segundo foi delegado-geral e recusou atender pedidos feitos pelo parlamentar.

Outro foco de insatisfação na ‘bancada da bala’ é o deputado Coronel Telhada (PP), o quarto mais votado na eleição para a Assembleia paulista. Telhada ficou incomodado com a nomeação de um rival, o deputado Coronel Álvaro Camilo, que não foi reeleito, para o cargo de secretário-executivo da Polícia Militar.

Aliados do governador temem que a insatisfação contamine outros membros da bancada ligada a área da segurança pública, formada por ao menos 11 parlamentares. Situação que poderia criar dificuldades para governador na Assembleia, dado que houve uma renovação de 55% dos assentos no Legislativo, composto por 94 parlamentares.

Na última eleição, o PSDB, partido de Doria, perdeu 11 deputados. Caiu de 19 para 8. O PSL de Jair Bolsonaro será a partir do ano que vem a maior força política da Casa, com 15 cadeiras. O PT, a segunda força, elegeu 10.

Em meio à crise com os aliados, Doria ainda avalia o que fazer com a Secretaria das Administração Penitenciária, responsável pele gerenciamento das 171 unidades prisionais do Estado, com mais de 200 mil presos.

O governador eleito pensava em fundir a pasta com a Secretaria de Segurança Pública, mas está sendo desaconselhado por correligionários, em razão do gigantismo das duas estruturas. Pode manter tudo como está ou anexá-la à Secretaria da Justiça, que será comandada pelo desembargador Paulo Dimas, ex-presidente do Tribunal de Justiça.

No caso de optar pela primeira hipótese, Lourival Gomes, o atual secretário, é cotado para continuar no cargo. Ele é considerado por membros do PSDB como um das poucas pessoas capazes de controlar o sistema penitenciário, ainda mais num momento tenso como o atual, em que foi descoberto um plano do crime organizado de libertar os principais chefes da facção criminosa PCC.