Doria e França se enfrentarão no segundo turno em SP, projeta Datafolha
São Paulo– O segundo turno da eleição para o governo de São Paulo será disputado entre João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB), segundo projeção do Datafolha.
Às 20h47 deste domingo (7), com 98,28% das urnas apuradas, Doria liderava com 31,77%, seguido de França, com 21,48%.
Paulo Skaf (MDB) disputou voto a voto com França e estava com 21,13%, em terceiro lugar.
Com crescimento acentuado nos últimos dias sobre indecisos e fazendo campanha por um voto útil de centro-esquerda contra o segundo turno entre Doria e Paulo Skaf, o governador conseguiu superar o candidato do MDB.
O resultado confirma a aposta que até mesmo tucanos mais próximos de Doria faziam, contra os prognósticos das primeiras pesquisas eleitorais.
França sempre foi visto como um candidato competitivo, com potencial de angariar votos se revertesse o desconhecimento.
Isso porque o pessebista tinha a caneta do governo na mão, com potencial de distribuir cargos e recursos -o que fez neste ano.
Some-se ainda uma ampla coligação com 14 partidos e milhares de candidatos a deputado, que podiam se engajar em sua campanha e espalhar santinhos com o número do PSB.
A constatação do potencial de França baseou uma campanha polarizada a partir dos primeiros ataques de Doria, em abril, apelidando o governador de Márcio Cuba.
Ao longo da campanha, o tucano tentou grudar no governador a imagem de esquerdista -a última tentativa foi um vídeo em que o mostrava obeso, antes de cirurgia bariátrica, ao lado de Lula.
Em 2016, enquanto era vice de Geraldo Alckmin (PSDB), o presidenciável tucano que apadrinhou a candidatura de Doria à Prefeitura, França atuou ativamente na costura das alianças que ajudaram a eleição do atual adversário no primeiro turno.
Essa base, neste ano, ficou dividida entre os dois.
O desafio de França, segundo seus auxiliares, era superar o desconhecimento.
Já a principal tarefa de Doria, na avaliação de sua equipe, era reverter sua alta rejeição, sobretudo por ter abandonado a Prefeitura antes de cumprir o mandato.
| Eduardo Anizelli – 16.ago.2018/Folhapress | ||
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| Os ao governo de São Paulo, candidatos Marcio França e João Doria |
Segundo pesquisa Datafolha de quinta-feira (4), 38% dos paulistas e 49% dos paulistanos diziam não votar de jeito nenhum no tucano.
Para o segundo turno, Doria já antecipou na semana passada que deixaria Geraldo Alckmin pelo caminho e engrossaria o apoio a Jair Bolsonaro (PSL) a partir desta segunda-feira (8).
Ao longo da campanha, ele se bolsonarizou: adotou uma tônica rígida de defesa da segurança e, no sábado (6), publicou foto erguendo a bandeira nacional.
“A nossa bandeira jamais será vermelha, ela é verde e amarela!”, afirmou Doria.
O tucano é o candidato ao governo favorito de eleitores de Alckmin (41%) e dos de Bolsonaro (33%) aponta cruzamento do Datafolha divulgado na quinta (4). Doria também tinha 18% dos eleitores de Fernando Haddad (PT) e 13% dos de Ciro Gomes (PDT).
Márcio França -que declarou voto em Alckmin ao longo da disputa, mas não fez campanha para o antecessor- deve tentar se manter neutro nacionalmente, a despeito de uma eventual decisão do PSB de ficar contra Bolsonaro.
O pessebista é o candidato de 27% dos eleitores de Ciro, de 13% dos de Haddad e 13% dos de Alckmin e de 16% dos bolsonaristas, ainda de acordo com o instituto de pesquisas. (Gabriela Sá Pessoa)





