Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo
-
UOL
Desembargador Manoel Pereira Calças
O novo presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Manoel Pereira Calças, defendeu o auxílio-moradia de R$ 4,3 mil pago à magistratura. Ele usou um tom irritado ao responder a jornalistas e disse que o tema é controverso. Também classificou o valor pago como “pouco”.
Calças tomou posse nesta segunda-feira como presidente do TJ, cargo que ocupa, na prática, desde 1 de janeiro.
Em entrevista coletiva à imprensa, o desembargador se disse favorável ao subsídio porque, argumentou, ele consta da Lei Orgânica da Magistratura. Disse, porém, que o tema “é controverso”.
Ao ser questionado se concorda com o auxílio-moradia pago mesmo a magistrados que possuem casa própria na cidade onde trabalham, respondeu:
“Sim, porque o auxílio-moradia é previsto na lei orgânica da magistratura. Eu recebo e tenho vários imóveis”, declarou.
Calças também se irritou e condenou a forma como casos têm sido expostos pela imprensa. Ele destacou que alguns imóveis que os magistrados possuem são fruto de herança.
“Imagine os riscos aos filhos. A imprensa vai violentar a intimidade dele [do magistrado que tem a casa exposta em reportagem]”, disse.
Indagado por uma repórter se considerava justo o valor do auxílio, o desembargador respondeu: “Acho muito pouco. Agora você vai e coloca isso. Não vou atender provocação”, disse, encerrando a entrevista.
O novo presidente administrará um orçamento de R$ 11,6 bilhões para este ano. Ao todo, segundo a assessoria do TJ, são 21,3 milhões de processos de primeiro grau, a maioria (57%) são execuções fiscais, e 667 mil de segundo grau.