Já o disse uma vez, sem embargo, redigo: movimentos paredistas, greves etc, no âmbito dos serviços públicos essenciais, a mim não parecem adequados. (Mas não quero adentrar nessa seara. Não agora.)
Ao cabo, estou persuadido, quem sofre as nefandas consequências é o cidadão.
Por outro lado – notem bem – isso não quer dizer que eu me resigno, como forma de ventilar o descontentamento de uma categoria, com notinhas trepidantes, muitas vezes veiculadas num modo condoreiro e que, a rigor, são inservíveis até como exercício de retórica.
“Grosso modo”, e como forma de evidenciar tudinho, curial dizê-lo alto e bom som: ESTOU CANSADO DA PUSILANIMIDADE DOS DELEGADOS DE POLÍCIA.
Desde a época da polêmica pec. 37, a coisa vem, de paroxismo em paroxismo, assumindo níveis acintosos. Verdadeiramente, o achincalhe começou antes mesmo da aludia pec, mas com ela, recrudesceu.
A essa altura, todos já sabem do que falo. E, francamente, já não quero mais pregar para convertidos. Estou cansado disso.
Não me permitirei qualquer digresso e novamente lançarei mão da caixa alta: O MPF NOS QUER EXTINTOS.
Eles já não agem embuçados. E faz tempo.
O negócio agora é desabrido.
Para levar a efeito esse desiderato, eles estão dispostos a tudo, inclusive, dispostos a se irmanar com o que existe de mais radical e despropositado no amplo espectro do sindicalismo pátrio.
Os exemplo são muitos. Muitos mesmos. E um mais eloquente que o outro.
Presentemente, cinjo-me ao mais recente deles: a indefectível ANPR, nem bem veio a lume a aprovação pelo senado da lei 7/2016, já externou sua intenção de boicotá-la. Agora, eu pergunto: por quê?
A discussão é tão evidentemente bizantina, que eu me recuso a tratá-la com seriedade. As medidas protetivas, que segundo a lei poderão ser outorgadas pelos delegados, são de urgência. Ora, se assim o são, não podem esperar a iniciativa, não raro serôdia, de um promotor de justiça.
Com efeito, isso tudo já é sobejamente sabido. Os argumentos deles são a pura expressão de um sofisma e já não escondem o verdadeiro escopo desse monstrengo hipertrofiado: enfeixar mais e mais poder.
Chega a ser tudo de uma ridicularia palmar. Afinal de contas, notem o sucesso deles ao monopolizarem as delações.
Mas a eles nada disso importa. São refratários à experiência. Não aprendem com os exemplos, no que se assemelham a um indivíduo que padece de aguda psicopatia.
Sem embargo do fato de eles , do MPF, estarem obsedados na sua busca infrene por poder, eu pergunto: delegados continuaremos sendo uma vítima passiva e acovardada dessa insânia toda?
Assistiremos, manietados, ao menoscabo contínuo de nosso importante mister?
Queiramos ou não, é chegada a hora da insurgência. Decerto, meus doutos colegas vislumbram medidas as mais variadas das quais nos poderemos valer nesse enfrentamento. Tanto na nossa limitada seara, ou seja, administrativa, como no acionamento ao poder judiciário – o que eriça nossas cerdas, pois ele, judiciário, também parece ter sucumbido aos sortilégios de um MP plenipotenciário.
De qualquer sorte, muitos dos meus colegas delegados surpreender-se-iam com a quantidade de profissionais, das mais variadas instituições – promotores, incluídos – que encampam os dizeres ora alinhavados.
Todo o mais constante, minha intenção é unívoca: açular meus colegas no sentido de conceber, com toda seriedade e dedicação possíveis, medidas administrativas e judiciais lícitas e idôneas, de modo a deixar claro nosso peremptório NÃO ao aviltamento da figura do delegado de polícia.
Temos de concebê-las e esgrimi-las. E é para ontem.
Se assim não for, beijemos a mão dos promotores. Transformemo-nos alegremente em estafetas. Ou pior!
por: Dr. Pacheco
Panaceia: remédio que cura todos os males e doenças!
Capitular: estabelecer um acordo mediante certas garantias!
