Cartel de banqueiros do jogo de bicho automatiza apostas e prejudica apostadores da Baixada Santista 16

Pois é, nos últimos tempos , o GAECO do Ministério Público com estardalhaço realizou diversas operações contra o jogo do bicho na Baixada Santista, especialmente em Santos e São Vicente.
Levando para a prisão um dos banqueiros mais ricos da região:  o Carlinhos Virtuoso , herdeiro da banca do seu Damasco.  Bicheiro que vivia em debochada ostentação.
A última operação , meses atrás  – contra a banca do NECO –  foi denominada Game Over, que literalmente significa “fim de jogo”.
Que nada!
Não acabou com a jogatina e ainda deu uma forcinha para a concorrência.
Recentemente, um grupo de bicheiros fez uma associação que agora controla todas as apostas na região.
Primeira providência: unificar para menor a premiação em toda a Baixada Santista.
A antiga banca Damasco pagava R$ 4.000,00  para cada real apostado na milhar vencedora, enquanto as demais bancas pagavam apenas R$ 3.000,00.
Diziam que a Damasco praticava concorrência  desleal, pois apostadores de outras localidades buscavam efetuar suas apostas em São Vicente, em razão da possibilidade de ganho maior.
Assim , com essa unificação do valor da premiação ( estadual ) , as bancas já não concorrem entre si e pagam prêmios cada vez menores.
Resultado na cabeça: mais milhares de reais no bolso dos banqueiros.
O jogo de bicho na Baixada Santista movimenta milhões de reais por mês.
Hoje são dois sorteios por dia; além da Federal.
Cerca de 50 milhões de reais por ano apenas em São Vicente ( laudo do Ministério Público ) .
Mais da metade desse montante é lucro do Chefão.
Não bastasse a modificação da premiação,  também automatizaram  o sistema de captação das apostas.
Agora  feita eletronicamente via sistema P.O.S., cujos servidores estão alojados em provedores internacionais .
Tudo com criptografia de ponta a ponta.
Do mundo real as bancas migraram para as nuvens ( mundo virtual e virtuoso da internet  ) , tornando ainda mais difícil  e complexa a  repressão criminal .
É sabido que conforme estimativas da Polícia Civil e do Ministério Público,  os “banqueiros” do jogo de bicho lavam no estado de São Paulo cerca de meio bilhão de reais por ano em segmentos como turismo, construção civil, revendas de veículos importados , universidades ,  academias de ginastica , lojas de materiais para construção, hotelaria , postos de gasolina e até no segmento de roupas de grife, além de praticamente monopolizarem a compra e venda de bilhetes premiados da CEF.
Os grandes bicheiros são donos de centenas de lotéricas na Capital e grandes cidades do interior. Estima-se uma movimentação bruta de cerca de R$ 1,2 bilhões no estado, cerca de R$ 700 milhões no Capital e Grande São Paulo.
Na base da nova administração dos negócios:  equipamentos eletrônicos modernos e sistemas informatizados , capazes de permitir ao bicheiro que ele tenha, on-line, condições de aferir instantaneamente as apostas e o lucro de cada ponto de bicho .
Na Baixada Santista o jogo continua sendo explorado em qualquer esquina sem impedimento por parte das autoridades e agentes da Administração.
Dizem que nem o antigo e famoso “pau” ( propina ) está sendo recolhido .
Fala-se “tá tudo parado” ; que acabou a recolha…
De qualquer forma,  com ou sem propina , o jogo de bicho continua sendo a loteria mais rentável do Brasil; aparentemente continuará sendo por muitos e muitos anos.
A melhor providência seria a sua legalização!
Enfim, “Game Over”, nada…
Senhoras e senhores, façam as suas apostas!

Polícia Civil impede consumação de crime federal contra o Banco do Brasil 55

Entenda como a polícia conseguiu achar túnel e frustrar assalto bilionário ao Banco do Brasil

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

 

Veja como era túnel que seria usado para roubar R$ 1 bilhão de banco em SP8 fotos

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3.out.2017 – O túnel cavado tinha aproximadamente 600 metros de comprimento e em torno de um metro e meio de altura. Foi cavado para chegar ao cofre da base de distribuição do Banco do Brasil em São Paulo, na Chácara Santo Antônio, em Santo Amaro (zona sul). Os chefes do bando afirmaram que pretendiam fazer “o maior roubo a banco do mundo” VEJA MAIS > Imagem: Marcelo Goncalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo

A Polícia Civil alugou um imóvel para acomodar policiais disfarçados e vigiou suspeitos por dias até conseguir achar o túnel de 600 metros e os líderes da quadrilha que planejava furtar cerca de R$ 1 bilhão do Banco do Brasil em São Paulo.

A investigação começou há cerca de três meses, quando policiais do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) receberam informações preliminares de que uma quadrilha tentaria assaltar o Complexo Verbo Divino do Banco do Brasil, na zona sul de São Paulo.

A polícia não disse se recebeu dicas de informantes ou se interceptou comunicações de suspeitos para ter acesso a essa informação inicial.

Mas ainda era preciso descobrir como o assalto aconteceria e quem eram os líderes da quadrilha.

Uma das primeiras medidas dos policiais foi ir visitar as instalações do banco. Lá eles verificaram que havia um grande aparato de segurança e por isso concluíram que dificilmente os criminosos optariam por um assalto convencional.

A partir de então começaram a suspeitar que os bandidos tentariam cavar um túnel para entrar no cofre do banco de noite.

“Há um mês, identificamos o QG (dos criminosos), na zona norte (de São Paulo). Vimos uma movimentação anormal”, disse o delegado responsável, Fábio Pinheiro Lopes.

Policiais disfarçados então alugaram uma casa e de lá começaram a vigiar um imóvel onde suspeitavam que os criminosos preparavam ferramentas e instrumentos que seriam usados no túnel que seria cavado até o cofre do banco.

O fato de os suspeitos sempre saírem do local carregados de equipamentos reforçou a hipótese da polícia de que eles estavam construindo um túnel. Os policiais perceberam que estavam lidando com uma quadrilha especializada em roubos a banco.

“Em uma semana, a gente conseguiu identificar onde seria o túnel. Monitoramos a região e optamos para “startar” (começar) essa operação quando os líderes estivessem reunidos”, afirmou o delegado Lopes.

O túnel estava sendo cavado a partir de uma casa alugada na Chácara Santo Antônio, zona sul da capital paulista, próxima ao complexo de cofres do Banco do Brasil. O local também passou a ser monitorado dia e noite.

Quando foi descoberto, o túnel estava quase concluído e já era quase oito vezes maior ao que foi usado pela quadrilha que realizou o maior assalto a banco do Brasil — quando foram levados R$ 164 milhões do Banco Central de Fortaleza (CE), em agosto de 2005. A estrutura usada na época tinha 75,4 metros de comprimento. O túnel de São Paulo tem cerca de 600 metros.

Os policiais decidiram continuar monitorando as atividades dos criminosos até conseguir identificar quem eram os líderes do bando. Na noite desta segunda-feira, quando os policiais do Deic tiveram certeza de que as lideranças estavam reunidas, uma grande operação com equipes táticas e um helicóptero foi deflagrada.

Marcelo Goncalves/Sigmapress/Estadão Conteúdo

3.out.2017 – O túnel cavado tinha 600 metros de comprimento e em torno de 1,5 m de altura.

Foram presos os supostos líderes da quadrilha: Fernando Augusto Santiago, 40 anos, mecânico, e Alceu Ceu Gomes Nogueira, 35 anos, perueiro, além de outros 14 suspeitos.

“Quatro (suspeitos) que foram contratados para cavar estão foragidos. Não teve reação. Até porque foi rápido. Não teve nem tempo de reagir. Eles nem acreditaram no que estavam vendo”, disse o delegado.

Os investigadores encontraram no local usado como base pelos criminosos uma estrutura completa, com maquinários que permitiam o corte de metais para confecção de escoras, trilhos e carrinhos utilizados na retirada dos numerários.

Ao entrar no túnel, os policiais perceberam que as escavações já haviam praticamente chegado aos cofres — no complexo do Banco do Brasil já era até possível ver rachaduras no chão.

O furto aconteceria na sexta-feira, segundo os policiais.

Os presos responderão por tentativa de furto qualificado e associação criminosa. Entre os detidos, 12 apresentavam passagens na polícia por homicídio, roubo, furto, tráfico de drogas, estelionato e porte de arma. Os policiais apreenderam seis automóveis.

Ainda de acordo com a polícia, alguns dos assaltantes também atuaram em dois grandes roubos a banco no Brasil: o maior do país, em Fortaleza, em 2005, e o do Itaú, em 2011, em São Paulo.

Nogueira também é investigado por suposta participação em um assalto à transportadora de valores Prosegur, no Paraguai, em abril deste ano. Na ocasião foram roubada em dólares uma quantia equivalente a R$ 120 milhões de reais. O crime foi atribuído a membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com a defesa dos 16 suspeitos até o horário da publicação. Segundo o Deic, eles estão no Fórum da Barra Funda, onde devem passar por audiência de custódia nesta terça-feira.

Luís Adorno/UOL

03.out.2017 – Pessoas se aglomeram em frente à casa onde túnel foi cavado

Curiosos tentam entender e se questionam como os criminosos conseguiram tramar tudo, durante tanto tempo, e cavar o tanto que conseguiram, até o banco, sem gerar nenhum alarde e sem barulho. Ninguém quis se identificar.

Uma vizinha, que mora ao lado na casa, e que pediu para não ser identificada, disse que os criminosos não faziam barulho nenhum e que nunca suspeitou de nada. “Eles entravam e saíam toda hora com uma van. A casa ficou desocupada há 3 anos. Antes, funcionava um cabeleireiro, que deixou o local porque, quando chovia, entrava água dentro da casa”.

“Operação de sucesso”

Especialistas críticos à atuações da polícia analisaram com bons olhos a ação ocorrida ao longo dos últimos meses, de inteligência, e a forma com que os policiais abordaram e capturaram os criminosos, sem a necessidade de disparo de armas de fogo.

Para a professora da Universidade de Chicago, Yanilda Gonzales, que está no Brasil para uma pesquisa sobre segurança pública, há um “contraste” entre a ação de ontem e uma outra ação recente da polícia no Morumbi — onde dez suspeitos de uma quadrilha que roubava residências foram mortos em um tiroteio com a polícia.

“É um espelho para avaliar o que aconteceu no Morumbi. A Polícia Civil demonstrou ontem que tem a capacidade de executar uma operação sofisticada sem violência letal, então é necessário perguntar porque a ação no Morumbi teve esse resultado trágico”, disse.

“Foi uma ação que todo o cidadão quer e que o Brasil precisa: uma polícia que age de forma inteligente, que investiga com cuidado, com atenção, e que prende os criminosos em uma ação que não foi necessário efetuar nenhum disparo. Isso é uma operação de sucesso”, afirmou Rafael Alcadipani, que é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

“É o tipo de ação que a gente precisa incentivar, tanto como mídia, sociedade e especialista de segurança. A gente tem que incentivar ações inteligentes da polícia, que previne o crime, evita e faz com que ele não aconteça e que respeita o direito de todo mundo”, complementou.

Até o governador Geraldo Alckmin participou de uma entrevista à imprensa sobre a prisão da quadrilha — o que não é prática comum em casos policiais.

“Dezesseis presos. Fruto de três meses trabalho. E a prisão desta quadrilha com indícios de envolvimento em outros grandes crimes pelo Brasil. Era uma quadrilha altamente especializada. Tiveram um investimento inacreditável de quase R$ 4 milhões (para construir o túnel). Quero cumprimentar todos os policiais e toda a equipe que participou”, afirmou o governador.

 

RESERVA IMORAL DO ESTADO – Oficiais da PM roubaram mais de 300 milhões do povo de São Paulo…( Tudo santo do pau oco ) 52

O órgão não colocou o R7 em contato com os citados. A reportagem não conseguiu localizar os sócios da empresa Construworld LTDA.

207 crimes
Início da denúncia de José Afonso Adriano Filho à Corregedoria
Início da denúncia de José Afonso Adriano Filho à CorregedoriaReprodução

Em carta enviada à Corregedoria da Polícia Militar em 20 de maio, o ex-tenente-coronel da reserva José Afonso Adriano Filho sugere que 19 oficiais do comando da PM paulista, entre eles o ex-comandante da corporação e atual deputado estadual coronel Álvaro Camilo, estão envolvidos no caso de corrupção que pode ter desviado, segundo denúncia do Ministério Público, mais de R$ 300 milhões dos cofres públicos e o levou à prisão em março deste ano.

Adriano, que está negociando uma delação premiada, solicita a abertura de inquérito contra os oficiais, e reclama de parcialidade do órgão. Na carta, ele fala em reformas de apartamento, mimos a policiais e compra de viaturas incompletas. Por conta da tentativa de delação do ex-coronel, o caso vem sendo chamado de Lava Jato da PM nos bastidores.

“Verifica-se que esta Corregedoria apura com rigor os fatos ocorridos no DSA-CG [Departamento de Suporte Administrativo do Comando-Geral], porém com total parcialidade, tendo em vista que muito embora tenha conhecimento da participação e conhecimento de outros oficiais superiores, sequer (sic) foram ouvidos, limitando-se a investigar com rigor extremo o denunciante”, diz o documento obtido na íntegra pelo R7.

Adriano era oficial da PM até 16 de agosto deste ano, quando foi julgado pelo TJM (Tribunal de Justiça Militar), que afirma que o oficial teve seu posto de tenente-coronel cassado, assim como seu salário mensal — R$ 15.766,70 —  e pensão como reservista. Segundo o TJM, ele ainda foi expulso da corporação junto com a decisão.

R7 entrou em contato com os advogados do tenente-coronel, que não responderam até a publicação desta reportagem.

O PM teve seu pedido de Habeas Corpus negado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) na última quarta (27), que cita o relatório da promotoria. Na decisão, o ministro Ribeiro Dantas defende a prisão preventiva de Adriano afirmando que mesmo com o passaporte retido, o policial poderia fugir a um país membro do Mercosul.

A decisão também afirma que Adriano ameaçou um parceiro, exigindo “ficar calado, pois estaria mexendo com peixe grande”.

Questionado, o MP confirma o interesse de fazer um acordo de delação premiada, e afirma que “no momento, as informações estão sob análise, não cabendo ao MP tecer qualquer tipo de consideração sobre tais tratativas”.

207 crimes

De acordo a denúncia, de 10 de abril de 2017, o esquema teve início em meados de 2005, quando a empresa Construworld LTDA foi contratada para um serviço de reparo no lago de carpas do quartel do Comando-Geral, na região da Luz, em São Paulo.

A empresa de materiais de construção é acusada de ser o ralo por onde escoou dinheiro público através de licitações fraudulentas entre 2005 e 2012.

O relato diz que em “determinado momento” de 2006, o tenente-coronel comprou a construtora por R$ 5.000. O acordo, no entanto, foi verbal, e Adriano nunca figurou entre os sócios da empresa na Junta Comercial de São Paulo.

A partir deste momento, de acordo com a denúncia do MP, o PM assumiu o controle da empresa de materiais de construção e “fazia com que a Construworld celebrasse contratos de fornecimento de serviços à Polícia Militar. Estes contratos ocorriam, por vezes, através de dispensas (irregulares) de licitações. Em outras ocasiões, havia a concorrência com outras empresas, mas os resultados eram manipulados para que a Construworld fosse vencedora. No entanto, tudo era fraude para o desvio de dinheiro (…) tudo era ‘fachada’, simulação para desviar o dinheiro da Administração Militar em proveito do tenente-coronel Adriano e dos comparsas dele, sem que houvesse a prestação dos serviços ou o emprego de materiais nas formas como estavam nos editais e nos contratos.”

Segundo as investigações do Inquérito Policial Militar, os valores dos contratos de serviços e materiais não prestados somam R$ 7.164.973,57 (mais de sete milhões). O dinheiro seria recebido por Adriano na conta bancária da Construworld. A empresa fechou as portas em dezembro de 2012.

A denúncia no MP calcula que o prejuízo com a fraude ultrapasse R$ 300 milhões.

Reforma em apartamento

Na carta à Corregedoria obtida pelo R7, o PM afirma não ser o único beneficiário dos desvios, e cita 18 coronéis — o posto mais alto da PM — e um major da PM. Em forma de perguntas, ele sugere possíveis irregularidade nas quais os oficiais estariam envolvidos.

Coronel Camilo é questionado sobre o uso de verba pública para reforma do apartamento do filho
Coronel Camilo é questionado sobre o uso de verba pública para reforma do apartamento do filhoReprodução

Entre os citados pelo ex-PM está o coronel da reserva Álvaro Batista Camilo. Mais conhecido como deputado estadual coronel Camilo (PSD), Camilo foi comandante-geral da PM entre março de 2009 e abril de 2012. Segundo o relato de Adriano, Camilo teria utilizado policiais militares e recursos públicos para reformar o apartamento de seu filho Adriano Camilo.

O PM ainda sugere que a Corregedoria questione coronel Camilo sobre a suposta determinação de internar o filho em uma clínica de reabilitação utilizando recursos públicos.

Assim como a todos os citados, Adriano questiona ainda se Camilo recebeu cheque ou dinheiro em espécie para custear “despesas diversas”.

Em nota, a assessoria de imprensa do deputado estadual diz que “a alegação sobre sua pessoa é completamente infundada, provavelmente motivada por vingança, tendo em vista que ele, como Comandante-Geral, tomou conhecimento da denúncia e determinou imediatamente apuração, e o afastou das atribuições e o transferiu de unidade. Esta atitude culminou na perda de posto, patente e salário do ex-PM. coronel Camilo confia na isenção da Justiça”.

O coronel da reserva João Claudio Valério é citado como reponsável por determinar o pagamento de obrigações não inerentes à Polícia Militar.

R$ 21 milhões em tablets e mimos

Ao coronel da reverva Marco Antonio Augusto, Adriano questiona o que aconteceu com tablets e capas de colete que teriam sido comprados por cerca de R$ 21 milhões e descartados. Pergunta ainda se Augusto observou “mimos ou comportamentos diferenciados” a membros do alto comando, e se observou irregularidades como reformas custeadas pelo DSA-CG a outras unidades da PM.

Trecho da carta à Corregedoria onde Adriano questiona o fim de R$ 21 milhões em tablets e capas de colete
Trecho da carta à Corregedoria onde Adriano questiona o fim de R$ 21 milhões em tablets e capas de coleteReprodução

O coronel da reserva Kooki Taguti é questionado pelo período à frente do DSA-CG, em que teria recebido vantagens vinda de escalão superior e não tomado nenhuma “medida pertinente em relação aos fatos apurados”. Laerte Veloso Pazzoto, também coronel da reserva, é questionado se recebeu do DSA-CG materiais e serviços em unidades onde serviu.

O ex-coronel questiona a existência de mimos da corporação ao coronel da reserva Marco Antonio Augusto
O ex-coronel questiona a existência de mimos da corporação ao coronel da reserva Marco Antonio AugustoReprodução

O ex-coronel Adriano questiona ao coronel da reserva Vagner Bernardo Maria se recebeu ordem do diretor da diretoria de finanças para realizar uma auditoria interna nas UGEs (Unidades Gestoras Executoras — órgãos que, pela lei, utilizam o crédito recebido de outra unidade).

Viaturas incompletas

Ao coronel da reserva Marcus Vinicius Valério, Adriano questiona se, quando estava lotado na DAL (Diretoria de Apoio Logístico), teve conhecimento de que o órgão recebeu viaturas Fiat Palio Weekend básicas, mas pagou pelo modelos ELX, completo. Adriano sugere que a Corregedoria questione se Valério autorizou o recebimento do básico, apesar do veículo completo constar nas notas fiscais; se sabe a diferença de preço entre um modelo e outro, e quantos veículos foram adquiridos.

O coronel da reserva Marinho Oliveira é questionado sobre se recebeu materiais e serviços para reformas no DSA-CG. O coronel da reserva Audi Anastácio Felix é questionado apenas por receber verba em dinheiro ou cheque da DSA-CG “para custear despesas diversas”, questão feita a todos os envolvidos. E o major Marcello Hideo Takarabe é questionado por receber verba do DSA-CG quando atuou no Comando-Geral como ajudante de ordens do comandante geral da PM.

Outro lado

R7 solicitou à SSP entrevista com todos os oficiais citados na carta do ex-coronel Adriano, e questionou a pasta sobre qual foi o encaminhamento dado pela Corregedoria às denuncias feitas em maio pelo ex-oficial preso. Em nota, a SSP respondeu:

“A Corregedoria da Polícia Militar instaurou, em 2015, IPM [Inquérito Policial Militar] para investigar fraudes em licitações ocorridas na seção de finanças do Departamento de Suporte Administrativo da Polícia Militar. O inquérito foi relatado à Justiça Militar em abril de 2017.

A SSP esclarece que não compactua com qualquer desvio de conduta e ressalta que todas as denúncias contra policiais, civis ou militares, são rigorosamente investigadas pelas respectivas Corregedorias. Se comprovada as irregularidades apontadas, os responsáveis podem penalizados civil e criminalmente”.