Manifesto do Delegado Geral contra a reforma previdenciária proposta e defendida por corruptos golpistas 36

O Egrégio Conselho da Polícia Civil, pela unanimidade de seus membros, leva ao conhecimento dos Policiais Civis e da sociedade em geral que a Polícia Civil do Estado de São Paulo acompanha com bastante atenção as alterações do sistema de seguridade social, decorrentes da Proposta de Emenda Constitucional nº 287.

                O objetivo maior da Polícia Civil é garantir a segurança de todos, preservando a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio do exercício de suas funções de polícia judiciária e da apuração das infrações penais. Para tanto, mister contar com um corpo de servidores dedicados à causa de servir à população, seja no trabalho diário nos plantões policiais, seja nas unidades especializadas de polícia judiciária, seja no desempenho de atividade meio, imprescindível para que sua missão constitucional seja consumada.

                A ação policial civil, inquestionavelmente perigosa, sabidamente tensa e incontestavelmente difícil, impõe a todos que a executam a necessidade de dedicação ímpar, uma vez que é dessa dedicação que decorrerá a prestação do atendimento eficiente àqueles que tiveram um direito violado. Para que a população conte com uma polícia que lhe garanta o direito à segurança pública, o Estado há de reconhecer as especificidades do trabalho policial.

                Por tais motivos é que a Polícia Civil do Estado de São Paulo, por seu Conselho, manifesta-se pela imprescindibilidade de um tratamento com maior atenção às peculiaridades do serviço policial, a exigir a adoção de critérios específicos para a aposentadoria de seus membros. A Polícia Civil tem acompanhado as medidas propostas e está empenhada na defesa das condições que melhor assegurem a qualidade do trabalho desempenhado visando ao bem estar da população, o que também representa garantir a eficácia de sua missão constitucional.

Sala de Reuniões do Conselho da Polícia Civil, aos 07 dias do mês de dezembro de 2016.

Morre o ex-prefeito de São Vicente Tercio Garcia…( Nossos sentimentos aos familiares e amigos ) 2

O político lutava contra um câncer há mais de um ano

DE A TRIBUNA ON-LINE
06/12/2016 – 19:20 – Atualizado em 06/12/2016 – 22:40

Morreu às 18h10 desta terça-feira (6), aos 54 anos, o ex-prefeito de São Vicente Tercio Garcia. Engenheiro agrônomo de formação, ele comandou o município entre 2005 e 2012. O político lutava contra um mesotelioma peritoneal (câncer em uma camada que recobre os órgãos no abdômen). Ele deixa mulher e um filho.

Tercio estava internado no Hospital e Maternidade Vitória, na Vila Belmiro, em Santos. O corpo será velado a partir da 1 hora desta quarta-feira (7), na Loja Maçônica Duque de Caxias, na Avenida Capitão-Mor Aguiar, 520, no Centro. Já o sepultamento está marcado para as 15 horas, no Cemitério Metropolitano, na Rua Lima Machado, 543, no Parque Bitaru.

Segundo Márcio Papa, sogro do político, Tercio fazia quimioterapia e na última semana passou a sofrer com um quadro muito complicado, com algumas infecções e a detecção de falência múltipla dos órgãos.

O laudo médico confirma a informação do familiar e aponta como causa da morte: insuficiência de múltiplos órgãos e infecção generalizada.

O atual prefeito de São Vicente, Luis Claudio Bili (PP), decretou luto oficial de três dias.

Tércio já tinha vencido um câncer quando tinha 22 anos (Foto: Reprodução)

Carreira política

Tércio ingressou no serviço público municipal na cidade de São Vicente 1989, quando ocupou o cargo de Diretor de Parques e Jardins até 1996. Entre 1993 e 1995 também assumiu a presidência da Comissão municipal de Defesa Civil.

O ex-prefeito era filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) desde 1990. Antes de assumir a Prefeitura comandou a Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), o Conselho Municipal de Habitação e a Secretaria Municipal da Fazenda.

Em 2004 se afastou do cargo para concorrer à Prefeitura. Eleito, comandou a Cidade por dois mandatos consecutivos, entre 2005 e 2012.

Durante seu governo, Tercio presidiu o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), entre 2008 e 2009. No mesmo época em que assumiu o Condesb, também foi eleito presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, onde permaneceu no cargo até 2012.

Após deixar a Prefeitura de São Vicente, por designação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), assumiu a presidência do Conselho de Orientação e Controle do Departamento de Desenvolvimento e Apoio às Estâncias Paulistas (Dade).

Seus últimos cargos políticos foram na Prefeitura de Limeira, onde assumiu a Secretaria de Administração e foi membro do Conselho de Desenvolvimento. entre janeiro de 2013 a abril de 2015. Depois disso chefiou a Diretoria de Pessoas e Sistemas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).

Tercio Garcia sucedeu Marcio França na Prefeitura de São Vicente (Foto: Reprodução)

Políticos lamentam a morte

A morte do ex-prefeito de São Vicente Tercio Garcia deixou o mundo político da região de luto. Assim que soube do ocorrido, o vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), lamentou a perda.

“Perdemos um amigo leal, um homem honesto, um guerreiro, que travou uma luta contínua pela vida e conseguiu se superar para realizar seus sonhos de criar um filho, manter uma família e contribuir para toda uma Cidade desde os primeiros tempos no Horto, passando pela Codesavi até governar São Vicente como prefeito por dois mandatos consecutivos. Deixa um exemplo de resistência e amor que ainda vai acompanhar muitas gerações”.

Segundo França, o município perde um grande homem. “Eu perco um irmão que a vida me presenteou. Obrigado amigo. Valeu guerreiro”

Em nota, o deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP) também lamentou a morte de Tercio Garcia. “Perdemos hoje o querido amigo.  Homem simples e trabalhador, que dedicou a maior parte de sua juventude e energia à cidade de São Vicente. Tive o privilégio de conviver com e criar uma forte amizade e grande admiração”.

Papa ressalta que a forma como o amigo encarou as dificuldades . “Sempre com equilíbrio e leveza, deixando muitos ensinamentos para todos nós. Neste momento difícil, o meu abraço fraterno a sua companheira Marcia, seu filho Daniel, familiares e amigos. Que o exemplo de Tercio Garcia fique para todos nós como uma bela lição de vida”.

As Forças Armadas e PMs ficarão de fora da reforma previdenciária continuando a dar sustentação a políticos e governos corruptos lesivos aos direitos e garantias de pobres civis desarmados…( E dá-lhe mentiras sobre a natureza jurídica do que seja reserva, reforma e aposentadoria ) 69

Por que os militares ficaram de fora da Reforma da Previdência?

© Marcos Correa/Presidência da República Temer e os comandantes das Forças Armadas

Os integrantes das Forças Armadas ficaram de fora da proposta de Reforma da Previdência apresentada nesta terça-feira por Marcelo Caetano, secretário do Ministério da Fazenda – segundo ele, as alterações serão feitas posteriormente, por meio de um projeto de lei específico que contemple as especificidades da carreira.

Essas particularidades são o argumento principal usado pelo governo para não incluir os militares na proposta. Apesar disso, o secretário não estipulou um prazo para que a medida entre na pauta.

A exclusão dos militares é considerada por analistas uma das distorções da reforma, já que o deficit previdenciário atribuído às Forças Armadas é estimado em 44,8% do rombo, embora seus integrantes representem apenas 30% dos servidores públicos.

Além deles, policiais civis e bombeiros também ficaram de fora.

Apesar de o governo citar questões técnicas para explicar o fato de ter mantido os militares de fora da reforma e em regime diferenciado, especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que há razões políticas para não se “mexer” na previdência militar.

Reforma x aposentadoria – ( MENTIRAS E MAIS MENTIRAS )

O governo afirma que os militares ficaram de fora da proposta porque não são regidos pelas diretrizes comuns da Previdência, uma vez que não se “aposentam”, mas entram para a reserva, e podem, em tese, ser chamados para as atividades a qualquer momento.

Ou seja: o benefício não é considerado uma aposentadoria, mas uma continuidade do pagamento do salário já que eles continuariam disponíveis para servir às Forças Armadas em situações de conflito – o que é considerado pelos militares como uma dedicação exclusiva ao país.

Marcelo Caetano© Agência Brasil Marcelo Caetano

O vice-almirante reformado Paulo Frederico Soriano Dobbin, presidente do Clube Naval, um dos três principais clubes militares do país, afirma que essa dedicação é muito diferente da que os trabalhadores comuns apresentam em suas carreiras.

“Os militares são diferentes dos funcionários públicos. Nós e os diplomatas somos funcionários de Estado. Trabalhamos exclusivamente para as Forças Armadas, não temos hora extra, podemos ficar semanas sem aparecer em casa sem ganhar nada a mais por isso”, diz ele.

“Não podemos nos sindicalizar nem nos vincular a partidos políticos. É diferente de um funcionário público. Seria injusto. Isso (a Reforma da Previdência) tem que ser trabalhada de forma diferente (em relação aos militares).”

Pelas regras atuais, ao contrário dos trabalhadores e servidores públicos civis, os militares não têm parte do salário recolhido, e é a União quem paga integralmente o benefício quando o militar entra para a reserva.

Esse momento se dá depois de 30 anos de serviço militar para homens e 25 para mulheres. Há uma contribuição, de 7,5% sobre os ganhos, que cobriria apenas o pagamento de pensões a que os familiares têm direito em caso de morte.

Segundo Dobbin, “não há privilégio nenhum” nisso.

“Eu, por exemplo, contribuo com o fundo de pensão dos militares desde 1960, estou reformado desde 2005, mas continuo contribuindo para o fundo. Não estão tirando esse dinheiro do erário público, esse dinheiro foi pago. Mas é um fundo que foi usado (pelo governo) para outras coisas, mas ele saiu do nosso bolso”, argumenta.

Militares em patrulhamento no Rio© Reuters Militares em patrulhamento no Rio

‘Não é aposentadoria’

O professor da USP Luis Eduardo Afonso explica que esse é o argumento mais comum usado pelos militares para justificar a diferenciação dos benefícios e recolhimentos.

“Há um entendimento da parte dos militares de que eles não se aposentam, passam para reserva – podem ser chamados a qualquer momento para defender o país. Se não se aposentam, não é necessário um plano de custeio. Se não tem contribuição, não tem deficit, não é aposentadoria”.

Além dessa diferença, o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP José Roberto Savoia afirma que há outra distinção importante: o valor dos salários.

Para ele, seria necessário ajustar algumas condições antes de incluir os militares na reforma previdenciária.

“Existe uma diferença salarial muito grande entre militares e funcionários do Executivo. Você quer fazer uma regra equitativa, mas está partindo de premissas diferentes – salário muito menor do que de funções do Executivo, do Legislativo, do Judiciário para funções correspondentes.”

O peso da política

Apesar dos argumentos técnicos, o cientista social especialista em economia da longevidade Jorge Félix cita questões políticas por trás da decisão do governo de não incluir a categoria na reforma previdenciária.

“Os argumentos destacam a desigualdade da visão que estão tendo sobre os servidores. Não está mexendo com os militares, porque se mexer ele (Temer) cai, perde o apoio dos militares”, diz.

“O lobby dos militares é muito grande dentro do Congresso. O deputado (Jair) Bolsonaro sobe na tribuna e fala. E legitimamente, porque está defendendo os eleitores dele. É uma reforma que mantém privilégios patrocinados por aqueles que dominam o Estado.”

O professor da USP Luis Eduardo Afonso concorda que a decisão do governo de excluir os militares da reforma se deu para evitar um mal-estar com a categoria, o que poderia ser potencialmente prejudicial ao presidente Michel Temer.

“Muito provavelmente a estratégia do governo se pautou para evitar um confronto com o setor. Se o sentido é uniformizar regras, deveria ter uma aproximação das regras dos militares das regras do INSS. É um tratamento diferente demais, e o deficit é muito grande para não ser incluído nesse pacote.”

A URGÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL DO DIA 07/12 FRENTE À PEC 287/2016 34

A URGÊNCIA DA MOBILIZAÇÃO NACIONAL DO DIA 07/12 FRENTE À PEC 287/2016

Estimados colegas,

O texto da Reforma da Previdência encaminhado hoje à Câmara dos Deputados, formalizado sob a rubrica PEC 287/2016, produz efeitos os mais perversos aos direitos previdenciários de todos policiais do Brasil.

Ao contrário do que fora veiculado na noite de ontem, segundo o qual estariam os policiais civis e militares de fora da referida proposição de reforma constitucional, todos policiais do Brasil, incluindo os militares estaduais, estão englobados e abarcados pelas novas disposições constitucionais, as quais definem os seguintes novos parâmetros:

Para todos os servidores públicos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, serão aposentados:
I – no caso de incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação;
II – compulsoriamente, aos setenta e cinco anos de idade;
III – voluntariamente, aos sessenta e cinco anos de idade e vinte e cinco anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. (nova redação do artigo 40, parágrafo 1º, da CF).

Acaba , pois, aposentadoria unicamente por tempo de contribuição. A única ressalva definida em regra transitória atém-se àqueles que possuam mais de 50 anos de idade (homem) e 45 anos de idade (mulher), poderão se aposentar quando cumulativamente (ou seja, sucedidos e cumpridos todos os requisitos) atenderem aos seguintes critérios:
I – sessenta anos de idade, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade, se mulher;
II – trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
III – vinte anos de efetivo exercício no serviço público;
IV – cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria; e
V – período adicional de contribuição equivalente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de promulgação desta Emenda, faltaria para atingir os limites previstos no inciso II do artigo 2º da referida proposta;

Ou seja, mesmo quem tenha mais de 50 anos de idade (homem) ou 45 anos de idade (mulher) só poderá se aposentar aos 60 anos de idade e 55 anos de idade, respectivamente, desde que tenham 35 anos de contribuição (homem) e 30 anos para mulheres, com 20 anos de serviço efetivo público, 5 anos no cargo em que ocorrerá a aposentadoria e cumprimento adicional de 50% do tempo de contribuição que faltar para a aposentadoria atual, devendo todos estas regras de transição serem cumpridas conjuntamente, algo na prática de difícil ou quase impossível verificação para muitos servidores.

Conforme estabelecido no parágrafo 2º do artigo 2º da PEC em comento, para policiais em geral que possuam mais de 50 anos de idade, caso homens e 45 anos de idade, caso mulheres, apenas terão míseros 5 anos de redução no critério da idade mínima e de contribuição, ou seja, apenas para aqueles que tiverem tal idade mínima haverá tal redutor. Uma ressalva é que mesmo que o policial homem tenha 50 anos de idade na data da promulgação da Emenda Constitucional e tenha preenchido todos os requisitos para sua aposentadoria deverá trabalhar até 55 anos e comprovar 30 anos de contribuição, algo altamente prejudicial até para aqueles que possuam tal idade. Portanto, não há qualquer vitória ou ganho tal como propalado afoitamente em redes sociais ou em portais, sendo sequer uma regra transitória minimamente consonante com os direitos adquiridos.

Os nobres militares estaduais, conforme nova redação trazida no artigo 42, sofrerão todos os efeitos colacionados nas regras dispostas no artigo 40, ou seja, terão aposentadoria compulsória aos 75 anos de idade e 65 anos voluntariamente, sujeitando-se também às mesmas draconianas regras de transição.

Para gravar, até mesmo para aqueles que estiverem na ativa até a promulgação da Emenda, haverá incidência de teto remuneratório único, atrelado àquele adotado ao regime geral de previdência social (em torno de 6 mil reais, teto do INSS), conforme define o § 2º do artigo 40 da PEC 287, que estatui a seguinte previsão: “Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao limite mínimo ou superiores ao limite máximo estabelecidos para o regime geral de previdência social.”

Em suma: em nenhum país do mundo, mesmo naqueles que possuam limites de idade mínima altos, como nas democracias ocidentais avançadas, policiais terão regime previdenciário tão incompatível com suas atividades e atribuições, desconsiderando-se o risco de vida, a obrigação legal de enfrentar o perigo, a menor expectativa de vida comparado às demais categorias sociais e econômicas, a alta mortalidade anual de policiais, a exposição constante a agentes nocivos que acarretam doenças severas de toda ordem, dentre outras adversidades próprias.

Deve ser ressaltado que policiais compõem o braço armado estatal, sendo o reflexo imediato e concreto do monopólio da violência legítima outorgada ao Estado, ssendo, pois, um fator de grave temeridade não definir regimes específicos de aposentadoria para tal categoria de servidores.

No caso peculiar do Brasil, somos o país do Hemisfério Ocidental com maior número de mortes de policiais, seja em situação de confronto com criminosos, seja por causas de ordem psicossomática e ocupacional. Em nosso país, atualmente, temos o estarrecedor número seis vezes maior de mortes de policiais do que nos Estados Unidos, que comumente é utilizado como exemplo. Em 2012 foram assassinados no Brasil 229 policiais (militares, civis, federais e rodoviários federais); no ano de 2014, 398 policiais foram mortos em razão do cargo. A título de comparação, nos Estados Unidos, apenas 51 policiais foram assassinados no ano de 2014.

Nos Estados Unidos, o qual a idade mínima para aposentadoria exigida é de 65 anos, não há limite de idade para aposentadoria do policial. O policial norte-americano, em que pese a autonomia de cada Estado para definir sua situação jurídico-institucional, em média pode se aposentar ao completar vinte anos de serviço. Na França, é exigido tempo de contribuição de 27 anos de serviço ativo policial; em nosso país, com a PEC 287/2016, iremos na contramão de uma lógica adotada até nas nações desenvolvidas com aposentadorias com regras rigorosas.

Este deplorável indicador demonstra a especificidade da atividade policial, a qual demanda um tratamento estatutário e previdenciário singular, pois detém o exercício da violência legitimada do Estado em suas atividades soberanas de preservação da ordem pública e garantia da incolumidade da coletividade.

Diante de tudo que foi exposto, se faz essencial que todos policiais estejam unidos na mobilização nacional programada para o dia 07/12/2016, mediante a realização de protestos com máxima visibilidade midiática e à sociedade civil, englobando de preferência todas as lideranças classistas de policiais civis em locais estrategicamente bem definidos quanto ao impacto, além de darem máxima divulgação ao comunicado de convocação elaborado pelas entidades nacionais, as quais farão a difusão o mais breve possível.

Mobilizar não se tornou mais uma questão de conveniência , mas um dever de todos policiais, os quais não podem ser penalizados pela corrupção generalizada, incompetência das políticas públicas e pela falta de observância de critérios adequados à realidade policial em sua essência e existência.

O esmorecimento causará a inviabilidade total de ser policial no Brasil, com reflexos inenarráveis à paz social e à ordem pública, em um possível cenário de instabilidade coletiva que poderá vir a ser tão severa que tornará impossível às forças policiais servirem de controle social , devendo talvez o Governo recorrer às Forças Armadas.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Benito Jorge

Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil

Rodolfo Queiroz Laterza

Presidente da FENDEPOL

João Doria (PSDB), estuda contratar policiais civis para que usem seus dias de folga para trabalhar no combate ao tráfico de drogas na região da cracolândia…( Pelo menos lembrou da Polícia Civil ) 15

Doria quer financiar bico de policial civil na região da cracolândia

ARTUR RODRIGUES
FOLHA DE SÃO PAULO

EDUARDO SCOLESE
EDITOR DE “COTIDIANO”

06/12/2016 02h00

A equipe do prefeito eleito, João Doria (PSDB), estuda pagar agentes da Polícia Civil para que usem seus dias de folga para trabalhar no combate ao tráfico de drogas na região da cracolândia.

A Polícia Civil, subordinada ao governo do Estado, já é responsável por esse trabalho de inteligência na região. Mas a nova gestão municipal quer fixar e ampliar essa presença para ao menos amenizar a entrada de drogas em ruas do centro de São Paulo hoje ocupadas por usuários de crack.

A iniciativa ocorreria por meio da chamada Operação Delegada, criada na gestão de Gilberto Kassab (PSD) e depois expandida pelo Estado.

Joel Silva – 9.jun.2016/Folhapress

Tráfico de drogas na região da cracolândia movimenta até R$ 1 milhão por mês

Atualmente restrito a PMs, esse programa da prefeitura tem 964 vagas e paga até R$ 25,50 por hora a policiais. Em dias de folga, eles trabalham no combate ao comércio de produtos irregulares, entre outras atividades.
Agora, a ideia é utilizar também o dia de folga de agentes da Polícia Civil para ajudar a sufocar o abastecimento de drogas na região.

A GCM (Guarda Civil Metropolitana) atua na área, mas o prefeito Fernando Haddad (PT) reclama que só ações sociais e de saúde não são suficientes para enfrentar o problema da cracolândia, menos ainda combater o tráfico.

Os responsáveis pela transição de Doria apostam na colaboração da área de segurança da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político do prefeito eleito. Ainda está sendo avaliado, porém, como seria efetivada essa parceria e se haveria algum empecilho para a ação.

SOBRECARGA

Segundo o presidente do Sindicado dos Investigadores de Polícia do Estado, João Batista Rebouças, por lei, os policiais civis poderiam fazer um bico oficial, apesar de isso nunca ter acontecido.

A sobrecarga de trabalho da categoria e seu regime especial, porém, com horários irregulares, dificultaria a ação na folga. “O certo seria o policial trabalhar no esquema 12 [horas de trabalho] por 36 [de folga], mas isso não acontece porque há defasagem de mais de 5.000 policiais no Estado [são cerca de 30 mil na ativa]. Eles trabalham muito mais.”

Consultor em segurança, o coronel da reserva da PM José Vicente da Silva afirma achar a proposta interessante, mas diz que é preciso um estudo aprofundado, que inclui a definição de um valor que atraia os policiais.
“A cracolândia precisa de um trabalho intensivo sim. Mas é um trabalho que a gente supõe que a Polícia Civil deveria estar fazendo”, diz.

*

Operação Delegada

O que é
Um convênio entre as prefeituras e a Secretaria da Segurança Pública do Estado de SP que permite que policiais militares e civis trabalhem nas folgas, recebendo salário adicional pago pelo município

Origem
A prática foi implantada inicialmente na capital, no fim de 2009, e é usada na fiscalização de camelôs ilegais. A atividade se espalhou para outras cidades do Estado

Como funciona
Os policiais usam uniforme e armamento da PM. Os praças, como soldados e sargentos, recebem R$ 21,25 por hora.

AÇÕES NA CRACOLÂNDIA

Jan.2012
PMs fazem operações nas ruas e desocupam imóveis abandonados que eram usados por usuários, usando bombas de gás. Dependentes que se concentravam na rua Helvétia se dispersam para outras ruas

15.jan.2014
Assistentes sociais e funcionários de limpeza da prefeitura retiram usuários e limpam a rua. Segundo a prefeitura, após a ação, 300 pessoas foram cadastradas no programa De Braços Abertos

29.abr.2015
Uma operação desarticulada entre prefeitura e governo estadual transforma o centro em praça de guerra, com bombas de gás, barricadas, furtos a pedestres e depredação de ônibus. Dois dias depois, fluxo retorna à quadra ao lado

5.ago.2016
Sem conhecimento da prefeitura, as polícias civil e militar realizam uma grande operação com cerca de 500 homens. A Tropa de Choque dispersa usuários com jatos d’água, balas de borracha e bombas de gás, e policiais civis arrombam hotéis da região e prendem 32 suspeitos de tráfico.

Presidente da ADPESP comenta inclusão da Polícia Civil na reforma previdenciária 19

  • 06/12/2016 – Presidente da ADPESP comenta inclusão da Polícia Civil na reforma previdenciária

comunicado

A presidente da ADPESP, Marilda Pansonato Pinheiro, comentou nesta terça-feira, 6, os desdobramentos da repercussão da inclusão da Polícia Civil na reforma previdenciária, prevista para ser implementada em breve pela gestão Temer. “A reforma ainda não está totalmente definida, mas é fato que acontecerá de uma forma ou de outra”, disse. Ela também comentou que esse é o momento para que novas tratativas sejam levadas ao Poder Público, uma vez que o projeto está em plena fase de estruturação.

“A notícia de ontem foi recebida com entusiasmo porque fomos ouvidos. Não do jeito ideal e longe da maneira que melhor beneficiaria a classe e a Polícia Civil como um todo. Mas, ainda assim, foi uma prova de que o trabalho que realizamos até aqui nos rendeu voz e reconhecimento para levar adiante nossas pautas num dos momentos mais significativos do país”, comentou.

Ela ainda destacou que o trabalho está apenas começando e que a ADPESP continuará trabalhando para que a reforma previdenciária recaia com menos austeridade nas carreiras da Polícia Civil. A presidente também reiterou que a participação de todos é imprescindível para que uma proposta mais ideal seja alcançada. “Esse é um trabalho que diz respeito ao futuro de todos nós. Ao meu, ao seu, ao dele. Precisamos acompanhar todos os trâmites com cautela, bom senso e firmeza, com manifestações ordeiras e pacíficas, portanto legítimas”, concluiu.

A agenda política da presidente deve seguir, nas próximas semanas, focada na busca de novas tratativas para a reforma previdenciária.

Outra fraude contra os associados da ADPESP praticada por delegados que não querem pagar a mensalidade usufruindo das comodidades da entidade 14

Segundo observação feita por alguns sócios e pelo corpo diretor da Associação dos Delegados, há uma súcia de pretensas autoridades – que além de filar as quentinhas da Marilda e degustar as beberragens e petiscos do Happy Hour ,  enquanto fazem fofocas de algum colega desafeto ou política suja contrária aos interesses da classe – useira e vezeira em carteirar o estacionamento do edifício da ADPESP , com o fim de, passando-se por delegados associados , se locupletarem pela isenção das taxas de estacionamento.

Com efeito,  diante da repercussão da postagem CHINELAGEM DE CHINELÕES – Delegado divisionário da Corregedoria Geral tenta aplicar golpe no restaurante da ADPESP e dá exemplo de corrupção moral , de rigor, a diretoria da ADPESP deveria levar o caso para a Corregedoria com todos os documentos, incluindo estacionamento, comandas, relatórios  e rol de testemunhas .

A diretoria, em respeito aos seus deveres e em respeito aos sócios pagantes , não pode deixar impunes “colegas” que para lá se dirigem para levar vantagem sobre os 2000 trouxas do interior que pagam, mas não comem e nem bebem.

Lembrando que um associado – além  de outros serviços e produtos pagos à parte , descontam anualmente R$ 1.800,00 para a manutenção da ADPESP, não sendo correto que alguns larápios usufruam de benefícios da entidade em prejuízo dos colegas de classe cumpridores de seus deveres.

Roberto Conde Guerra – ex-delegado de polícia

Carreiras da Polícia Civil serão beneficiadas na reforma previdenciária 99

05/12/2016 – ADPESP
comunicado

A Presidente da ADPESP, Marilda Pansonato Pinheiro, recebeu ainda nesta noite, 5, em primeira mão, a notícia de que as carreiras da Polícia Civil serão beneficiadas na reforma previdenciária proposta pela gestão Temer. O anúncio partiu do próprio ministro Alexandre de Moraes, com quem a Presidente mantém parceria ativa em prol de demandas da classe.

Agora, o policial civil que completar 20 anos de serviços policiais poderá se aposentar aos 60 anos, cinco anos antes do previsto pela reforma. A vitória é fruto de trabalho árduo e pontual da ADPESP junto ao Ministro da Justiça.

A Presidente da Associação recebeu a notícia com entusiasmo e destacou que essa é ainda a primeira de muitas vitórias. Ela também destacou que o trabalho está longe de acabar, uma vez que essa proposta ainda não atende os interesses da classe. Novas tratativas serão apresentadas até a apresentação definitiva do projeto.

CHINELAGEM DE CHINELÕES – Delegado divisionário da Corregedoria Geral tenta aplicar golpe no restaurante da ADPESP e dá exemplo de corrupção moral 55

quentinhaAtualizado as 23:32 de 5 / 12/ 2006.

Gostaria que todos os policiais civis deste estado tomassem conhecimento desta esdrúxula estória envolvendo delegados de polícia.

Não deveria escrever sobre o assunto, mas  a coisa é de matar de rir para não morrer de chorar de vergonha !

Revoltante!

Vamos lá: de uns tempos para cá, principalmente depois da campanha para eleições do sindicato dos delegados deste estado, candidatos e componentes do tal grupo NOVA POLÍCIA JUDICIÁRIA (  do qual faz parte aquele delegado que embriagado , vestindo camisa do Corinthians , fez disparos de calibre 12 em loja  posto de gasolina…Olha o nível!  ), se tornaram comensais do restaurante da ADPESP.

Nada de mais se fossem associados!

Ocorre que lá ingressam , comem , bebem e fazem política na condição de convidados de um ou outro membro da ADPESP – da oposição –  sem quaisquer responsabilidades para com a associação e seus consortes ( pagantes ) .

Que fique claro, a ADPESP não é instituição de caridade.

É uma entidade privada pertencente a delegados de polícia nela inscritos e  que pagam mensalmente as contribuições pertinentes.

Como convidados dos associados ( os pagantes )  são admitidos um ou outro amigo , um profissional de outra carreira , um familiar e até mesmo um delegado – não associado – morador em outra cidade de passagem pela Capital.

Mas não tem cabimento gente que se desfiliou ou que se nega a fazer parte dos quadros da entidade  ter a desfaçatez de lá comparecer como CONVIDADO HABITUAL  para comer e beber do melhor a preços subsidiados; às custas dos sócios pagantes.

Com efeito, delegado que prefere o SINDPESP à ADPESP, até   por afirmar que a associação só serve a uma elite da classe , não deve comparecer à sede da entidade, especialmente para encher a barriga.

Os sindicalizados devem procurar o BOM PRATO do governo do estado.

Como consequência dos abusos ( gente apresentando 10 , ate´ 15 convidados por vez ) ,  há pouco tempo , a diretoria da ADPESP , para conter a sangria no já deficitário restaurante , foi obrigada a impor novos preços e nova regulamentação, ou seja, por conta da desfaçatez de algumas pretensas autoridades policiais , a Diretoria decidiu que o valor para DELEGADO NÃO ASSOCIADO seria majorado ( frisando,  já que não se associa por não querer, embora utilizando serviços diariamente às custas dos demais ) .

O verdadeiro banquete lá servido passou de R$ 35,00 reais ( convidados em geral  ) , para ainda módicos R$ 50,00 ( delegados de polícia não associados ) .

Diga-se, preço bastante razoável pela quantidade e qualidade dos serviços .

Pois bem,  observem o que passaram a fazer os espertalhões desafetos da diretoria da ADPESP ?

Absurdamente, na recepção do restaurante apresentavam os seus convidados como advogados ou simples bacharéis em direito; omitindo-se , assim, a condição funcional de delegados com o objetivo de pagarem R$ 15,00 a menos.

Tem cabimento ?

Pior, na última terça-feira , lá ingressaram para tratar de seus assuntos pessoais  a presidenta eleita do SINDPESP com o seu vice; em seguida foram filar uma “quentinha da Marilda” , como alguns gostam de chamar pejorativamente o cardápio da ADPESP  .

josefonseca

Vejam o que fez o Dr. José Vicente Barreto Fonseca, delegado divisionário da Corregedoria Geral :

Apresentou-se como bacharel em direito , ou seja, graduado ainda sem profissão , para pagar os R$ 15,00 a menos.

Falta de vergonha ou total falta de respeito com a ADPESP e com os associados que não são obrigados a subsidiar esses espertalhões ?

As duas coisas, não é ?

Não sei se podemos considerá-lo uma espécie de mendigo ou uma espécie de estelionatário, mas seja lá o que for tal conduta: NADA DIGNA DE UM DELEGADO DE POLÍCIA.

Nem digo nada digna de um corregedor, pois há muito tempo pertencer à Corregedoria deixou de ser atestado de idoneidade . Abunda canalha na Corregedoria!

Não sem motivo  a ADPESP deixou de perfilar com o Sindicato dos Delegados..

Com efeito, não dá para se unir com fraudadores, né ?

É o típico exemplo de socialismo com o dinheiro alheio!

Ora, estamos cansados de  esconder as mazelas dessa classe ; de não mostrar a verdade sobre a conduta da média dos delegados de polícia para não expormos os corretos, éticos  e dignos.

Não dá mais!

De fato,  a carreira de delegados está infestada de grandes e pequenos corruptos…De gente sem berço !

Esse divisionário da Corregedoria – vice presidente da chapa eleita pelos delegados sindicalizados – dá um grande exemplo de corrupção moral.

Verdadeiramente, é possível confiar em quem dá um tombo de R$ 15,00 nos colegas  de carreira ?

O que farão depois de empossados no SINDPESP ?

( Respondo: o que os antecessores sempre fizeram: comeram, beberam e viajaram às custas de alguns ingênuos  que pagam um sindicato que não serve para nada que preste em favor da carreira e da Polícia Civil  em geral  ! )

por Roberto Conde Guerra – ex-delegado de polícia

bom-prato

Complementação com informações colhidas na ADPESP:

“O JOSÉ VICENTE , ACOMPANHADO DA RAQUEL PAGOU R$ 50,00 “PORQUE OS DIRETORES ESTAVAM NO RESTAURANTE NA HORA E A FUNCIONÁRIA DISSE QUE SABIA QUE ELE ERA DELEGADO E NÃO CONVIDADO. MAS FOI NA HORA DE PAGAR PORQUE A COMANDA ERA DE CONVIDADO”  ( “SIC” ) .

Segue a controle interno:

adpesp

Buscam-se sócios e colaboradores para a ” Banca do Bicho Legal do Litoral” 5

A nova empresa, em fase de constituição, busca sócios e colaboradores com experiência no ramo, com o objetivo de explorar dentro da legalidade o conhecido e confiável JOGO DO BICHO, mediante a associação formal daqueles que já operavam no mercado como agregados da antiga BANCA DAMASCO, extinta por ações do Ministério Público de São Paulo; especialmente os apontadores que , na verdade, são os verdadeiros proprietários dos pontos de apostas. Deles , também , é a clientela formada durante anos de confiança. Recebem as apostas e pagam os prêmios!

A empresa adotará os seguintes princípios básicos:

Não pagará ou destinará quaisquer valores ou vantagens a   funcionários públicos ;

Não pactuará com a corrupção ou extorsão , comunicando às autoridades e ao MP eventuais crimes de concussão ( exigência de dinheiro ) ou corrupção ativa ( solicitação de dinheiro ou benefícios ) , cometidos por funcionários públicos de quaisquer órgãos ou instituições.

Toda a movimentação financeira da associação será efetuada por meio do sistema bancário brasileiro; sendo totalmente informatizada, com o emprego das chamadas “maquininhas” Cielo ( “sic” ), inclusive! Buscando-se , assim, apostas e conferência em tempo real para maior garantia do apostador-consumidor.

Também, toda a movimentação financeira será legalmente contabilizada e declarada; recolhendo-se os devidos tributos municipais, estaduais e federais.

Os prêmios , conforme sorteios oficiais ou de abrangência estadual , serão pagos livres de tributos por parte dos ganhadores.

Cada captador de apostas ( apontador ou intermediário ) , receberá 35% do total das apostas captadas em sua área de trabalho ( ponto ) .

Todos os associados e colaboradores serão regularmente  registrados; garantindo-se seus direitos trabalhistas e previdenciários .

Parcela do lucro líquido anual será revertida para entidades filantrópicas localizadas na região.

Considerações legais:

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É de conhecimento público que  autoridades legalizaram a exploração de apostas no modelo capitalização de títulos, os quais são vendidos a céu aberto em quaisquer esquinas sem o menor controle; não obstante ninguém saiba quem sejam seus exploradores e a origem  dos recursos para o empreendimento e prêmios.

Pairando  suspeitas de que as tais CAP , na verdade, façam lavagem de dinheiro para o tráfico e roubo de valores e cargas ou na melhor das hipóteses : NÃO HÁ TRANSPARÊNCIA NESSA MODALIDADE DE APOSTAS dissimulada como poupança . Em linhas gerais: FOI LIBERADA!

Enquanto que o JOGO DE BICHO – que também é uma modalidade de aposta mediante sorteiro de números – é definido como contravenção penal, infração de menor potencial ofensivo,  sujeita a pena de multa e detenção; sendo nos últimos tempos implacavelmente reprimido pelo MP como forma de acabar com a corrupção policial e a lavagem de dinheiro, ou seja, a perseguição não decorre da exploração do jogo, mas do enriquecimento de funcionários públicos e dos banqueiros.

Por outro aspecto, não há associação criminosa ( antiga formação de quadrilha ) ou organização criminosa ( grande empresa exploradora de múltiplos crimes ) para a  simples exploração do jogo de bicho, em sua forma pura, que nada mais é do que a premiação de loteria de números mediante pagamento em dinheiro aos apostadores.

Crimes graves que eventualmente podem ter sido cometidos por antigos bicheiros são aqueles definidos como:

CORRUPÇÃO ATIVA ( pagar as polícias e fiscais ) ;

LAVAGEM DE DINHEIRO ( formas fraudulentas de enganar o FISCO e a JUSTIÇA ,  obtendo ainda maiores lucros ) ;

POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO ( contratação de seguranças armados, de regra: policiais  ) ;

AMEAÇAS ( intimidação de concorrentes  , ex-funcionários e devedores ).

Dito isto, a exploração do Jogo do Bicho – na sua forma pura – pode ser legalizada e transformada  em atividade geradora de riquezas e benefícios sociais: DIGNA !

Aguardamos contato dos interessados.

bicho

MANIFESTAÇÃO DOS POLICIAIS CIVIS CONTRA EXTINÇÃO DA APOSENTADORIA ESPECIAL 69

MANIFESTAÇÃO DOS POLICIAIS CIVIS CONTRA EXTINÇÃO DA APOSENTADORIA ESPECIAL
As entidades classistas nacionais e interestaduais subscritoras desta, representativas das diversas categorias Policiais Civis, em conformidade com seus estatutos, CONVOCAM TODOS OS POLICIAIS CIVIS PARA MOBILIZAÇÃO NACIONAL DE PROTESTO CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, A SE REALIZAR DIA 07/12/2016, A PARTIR DE 14H30, EM FRENTE A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO, NA AVENIDA PEDRO ÁLVARES CABRAL, 201, NA CAPITAL.
As entidades de classe referenciadas alertam que o cenário para os Policiais Civis de todo o Brasil é altamente adverso quanto à Reforma da Previdência a ser encaminhada pelo Governo Federal nos últimos dias da sessão legislativa do corrente ano.
O texto-base da referida Reforma, em síntese, tornará a realidade do profissional de Polícia totalmente inócua e nula, agravando algo que já é mais que notório em nível nacional.
A proposição do Governo engloba os seguintes pontos altamente prejudiciais, os quais apontamos os principais, sem prejuízo de outros com certeza danosos a direitos funcionais dos Policiais:
1- Fim da paridade, inclusive para quem já faz jus à aposentadoria;
2- Relativização do direito adquirido quanto à paridade, tempo de serviço e de contribuição;
3- Estabelecimento de idade mínima de 65 anos, inclusive para aqueles que já forem servidores ativos (até a idade de 50 anos, não haveria praticamente regra de transição, enquanto que para aqueles que já ultrapassaram tal limite de idade, deverá cumprir período adicional de tempo em relação ao regime atual)
4- Unificação dos limites remuneratórios dos regimes de previdência, os quais terão como teto aquele vigente no regime real (máximo definido pelo INSS);
5- Aumento da alíquota previdenciária, possivelmente para o valor de 14%;
6- Fim de todas as disposições próprias do regime especial de aposentadoria.
A situação é de urgência e de calamidade para a própria existência das instituições de Polícia Judiciária no Brasil, havendo um tratamento díspar nas intenções do Governo em relação aos militares das Forças Armadas, os quais merecidamente serão excluídos da Proposta de Emenda Constituição da Reforma da Previdência, sendo negociadas suas mudanças por lei complementar.
DESSA FORMA, OBJETIVANDO ORGANIZAR ATOS LOCAIS E NACIONAIS CONTUNDENTES DE REPÚDIO CONTRA A DESTRUIÇÃO DOS DIREITOS ADQUIRIDOS E PREVIDENCIÁRIOS DOS POLICIAIS CIVIS, CONCLAMAMOS A MÁXIMA E PLENA ADESÃO DE TODOS!
POLICIAIS CIVIS: TODOS MOBILIZADOS NO DIA 07/12!
LUTE PELOS SEUS DIREITOS, NÃO ESMOREÇA!
SUA OMISSÃO SERÁ A GRANDE CULPADA, DEPOIS NÃO RECLAME DE SUA ENTIDADE!
COBRAPOL – Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis
FEIPOL / SUDESTE – Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sudeste
FEIPOL / SUL – Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul
FEIPOL / CENTRO-OESTE – Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Centro-Oeste
FEIPOL/NORDESTE – Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Nordeste
FENDEPOL – Federação Nacional dos Delegados de Policia Civil
AMPOL – Associação Nacional das Mulheres Policiais do Brasil
ADEPOL DO BRASIL – Associação dos Delegados de Polícia do Brasil
*Por gentileza, confirmar recebimento.Att,
Aparecido Lima de Carvalho
Presidente Sinpol Campinas/Feipol Sudeste
Sindicato dos Policiais Civis da Região de Campinas
CNPJ 66.069.030/0001-62
Rua Mal Deodoro,81 – Centro
13010-300 – Campinas -SP
Fone: (19) 3237-0621 JLR/.

JARIM LOPES ROSEIRA

Durante evento em Guarujá, Geraldo Alckmin , polidamente, cita a existência de 1.800 coronéis PMs inativos parasitando as contas públicas 55

Em evento em Guarujá, Alckmin defende reformas para conter a crise

Governador participou neste sábado do 3º encontro de regionais da Associação Paulista de Medicina

Da Redação – A TRIBUNA DE SANTOS 
03/12/2016 – 16:20 – Atualizado em 03/12/2016 – 16:50
Governador participou de evento no Casa Grande
Hotel (Foto: Walter Mello)

Para uma platéia de médicos, no Casa Grande Hotel, em Guarujá, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu as quatro reformas necessárias para conter a crise que assola o País desde o ano passado: a política, a tributária, a previdenciária e a trabalhista.

A defesa aconteceu durante o 3º encontro de regionais da Associação Paulista de Medicina (APM), que acontece na Cidade até este domingo (4). Para o governador paulista, a origem dos problemas financeiros brasileiros é de ordem fiscal. “Enquanto a arrecadação vem caindo, a dívida pública continua crescendo”, analisa Alckmin.

O governador paulista acredita que se o Governo Federal e o Congresso Nacional não forem capazes de criarem uma agenda em torno dessas reformas, 2017 também será um ano perdido. “Quanto mais rápido agirem, mais eles poderão criar condições para o País melhorar”, argumenta o tucano, que figura como uma das forças que pode vir a concorrer à Presidência da República, em 2018.

Alckmin crê que a reforma previdenciária poderia ajudar a equilibrar as contas, sobretudo, dos governos. “Hoje, temos 1.800 coronéis na reserva, enquanto apenas 60 na ativa. Esses profissionais recebem o teto de governador. Isso cria um problema tremendo”, diz.

Para ele, por mais que exista déficit na previdência oficial, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um dos maiores distribuidores de renda do País, em que a maior parte dos beneficiários é formada por quem recebe um salário mínimo. No funcionalismo público, porém, a situação seria diversa.

Policiais querem ficar fora da reforma do INSS 28

As mudanças serão apresentadas na segunda-feira, 5, aos senadores e deputados da base aliada do governo, no Palácio do Planalto

03 DEZ 2016Por Estadão Conteúdo

Policiais querem o mesmo tratamento diferenciado que será dado aos militares das Forças ArmadasFoto: Divulgação
Antes mesmo de o governo federal encaminhar o texto final da reforma da Previdência ao Congresso Nacional, algumas categorias já brigam por flexibilizações na proposta.

Policiais querem o mesmo tratamento diferenciado que será dado aos militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), que não serão atingidos pelas novas regras.

As mudanças serão apresentadas na segunda-feira, 5, aos senadores e deputados da base aliada do governo, no Palácio do Planalto, às 17 horas. Duas horas depois, será a vez de os sindicalistas conhecerem o texto. O governo deve encaminhar a proposta ao Congresso formalmente nos dias seguintes.

Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) estarão na reunião e prometem fazer campanha para ficarem de fora. A entidade encomendou um estudo sobre a expectativa de vida dos policiais. A categoria luta contra a intenção do governo de unificar os regimes previdenciários e acabar com as aposentadorias especiais, que hoje podem ser acessadas por professores e profissionais que atuam em atividades de risco, como policiais.

“Restará evidenciada a atividade de risco exercida por esses profissionais atrelada à necessidade de manutenção da aposentadoria especial”, diz a entidade em ofício encaminhado a outras associações que representam categorias policiais. Desde já, a federação argumenta que os policiais enfrentam riscos mais elevados do que os militares das Forças Armadas.

O plano do governo é que todas as categorias de trabalhadores, tanto da iniciativa privada quanto do serviço público, terão de seguir as novas definições de idade mínima (65 anos) e tempo de contribuição, exceto as Forças Armadas. Há ainda um ponto em aberto, que é a definição da aposentadoria de deputados e senadores.

Estratégia

Por enquanto, a estratégia desenhada pelo governo federal foi definir uma proposta robusta e de grande abrangência, que dê margem de gordura para negociação no Congresso. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que já há técnicos do governo debruçados sobre o mapeamento das posições de parlamentares em relação à reforma.

PEC

Para que a reforma passe, será preciso obter apoio de três quintos da Câmara e do Senado, uma vez que as mudanças são feitas por Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Isso significa 308 deputados federais e 49 senadores.

Na PEC do teto de gastos, a primeira grande medida econômica de Temer, o texto obteve 366 votos favoráveis de deputados no primeiro turno e 359 votos no segundo turno. No Senado, onde já houve a primeira votação, foram 61 apoiadores. Mas a reforma da Previdência deve enfrentar mais resistência do que a proposta de limitação de despesas.

A expectativa no Palácio do Planalto é que o texto da reforma poderá ser encaminhado na semana que vem ao Legislativo. Um dos cotados para a relatoria é o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Segundo interlocutores, embora o peemedebista não tenha sido formalizado na função, o parlamentar já está se aprofundando no assunto para assumir os trabalhos.

Na proposta que será encaminhada, as mudanças mais drásticas valerão para homens que tiverem até 50 anos, tanto na iniciativa privada como no setor público. No caso de mulheres e professores, a “linha de corte” será de 45 anos.

Acima destas faixas etárias haverá um “pedágio” para quem quiser se aposentar, a chamada regra de transição, prevendo um período adicional de trabalho de 50% do tempo que falta para que se tenha direito ao benefício.

Aprovação

A estimativa do Palácio do Planalto é de que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara e no Senado até setembro de 2017. O Ministério da Fazenda considera a proposta essencial para o equilíbrio das contas públicas. A equipe de Temer afirma que nem mesmo a adoção de um teto de gastos públicos resolverá o problema se o País não endurecer as regras para o acesso à aposentadoria.

Quem vigia os vigilantes? A questão da responsabilidade dos juízes 9

Diário de Classe

Quem vigia os vigilantes? A questão da responsabilidade dos juízes

3 de dezembro de 2016, 8h05

Por André Karam Trindade

“Ainda há juízes em Berlim”, e
lá eles respondem por seus atos

Recebi de um amigo, que é promotor de Justiça, texto que está circulando na internet e, sobretudo, nas redes sociais (onde a autoria sempre se perde), intitulado “Ainda há juízes em Berlim, mas não por muito tempo…”, de Eduardo Perez, juiz de Direito do TJ-GO. Não vou discutir aqui seus equívocos, mas quero aproveitá-lo como gancho para expor meu argumento: sim, “ainda há juízes em Berlim”; e lá, de há muito, todos eles respondem — administrativa, civil e penalmente — por seus atos.

A Lei Alemã dos Juízes (Deutsches Richtergesetz) — na versão publicada em 19 de abril de 1972, com as modificações do parágrafo 62, inciso 9, dadas pela Lei de 17 de junho de 2008 — estabelece, por exemplo, a “revogação da nomeação do cargo” (parágrafo 19), nos casos de crime, fraude, corrupção etc., e ainda diversas “medidas disciplinares” (parágrafo 64).

Como se isso não bastasse, lá em Berlim (e em toda a Alemanha), há também o crime específico previsto no parágrafo 339 do Código Penal (Rechtsbeugung): “O juiz, ou qualquer outro funcionário público ou juiz arbitral, que seja culpado de direcionar o Direito para decidir com parcialidade contra qualquer uma das partes será punido com pena privativa de liberdade de um a cinco anos” (tradução livre).

A título meramente ilustrativo, cumpre referir importante decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, em 2003, apontando a necessidade de se aumentar ainda mais a responsabilidade dos juízes alemães por erros judiciários (veja aqui).

No restante da Europa, como se sabe, a legislação vigente segue a mesma linha. Não vamos nos esquecer que, na Espanha, ao julgar o famoso caso Peláez, Crespo y Correa vs. Garzón, em 2012, o Tribunal Supremo condenou o conhecido juiz espanhol pela prática de prevaricação judicial à perda do cargo e inabilitação para função pública pelo período de 11 anos, em razão de abuso consistente na determinação de escutas ilegais no caso Gürtel, que envolvia dirigentes do Partido Popular, em Valência, e seus advogados.

E, aqui, como é? Na esfera administrativa, temos a vantajosa pena de aposentadoria compulsória com vencimentos integrais (e acima do teto!); na esfera civil, a responsabilidade pessoal permanece regressiva, tal qual o modelo adotado pelo CPC 39, que se resume às hipóteses de dolo e fraude, à revelia do disposto no artigo 37, parágrafo 6º, da Constituição; na esfera criminal, não há tipos penais próprios, enquanto aqueles da lei de abuso de autoridade vigente são, na prática, de muito difícil enquadramento (e todos sabem o porquê).

Para completar, até o momento ninguém foi penalizado, em nenhuma esfera. Nem pelas escutas ilegais nem pelas provas obtidas ilicitamente e tampouco por vazar informações sigilosas à imprensa. Isso é fato. O único que se deu mal, por aqui, foi o Protógenes (aquele delegado federal da operação Satiagraha), que se exilou na Suíça e agora ingressou com revisão criminal alegando falta de isonomia!

Sed quis custodiet et ipsos custodes?
Essa célebre frase de Juvenal, poeta latino do século II, traduz uma das grandes indagações dirigida a Sócrates, na República, de Platão. Ela também sintetiza o núcleo da reflexão desenvolvida por Mauro Cappelletti a respeito da responsabilidade dos juízes, em 1982, ao elaborar o relatório geral das discussões sobre o tema “The role and functions of legal professions and judicial responsibility”, durante o XI Congresso Mundial da Academia Internacional de Direito Comparado, realizado em Caracas, na Venezuela. Foi esse importante relatório que deu origem ao artigo intitulado Who Watches the Watchmen?, A comparative Study on Judicial Responsability, que resultou na posterior publicação da clássica obra Giudici irresponsabili?: studio comparativo sulla responsabilità dei giudici, de 1988, traduzida para o português logo em seguida (Juízes irresponsáveis, SaFe, 1989).

Pois bem. A responsabilidade dos juízes (e, igualmente, dos promotores e procuradores) é uma questão que atravessa a história do Direito, mas que ocupa um lugar central somente na arquitetura do paradigma do Estado Constitucional de Direito. As razões para isso são bastante óbvias. As atuais democracias estruturam-se sobre um sistema normativo de diretos e garantias que pressupõe limites e vínculos à atuação dos poderes públicos e privados. Todo poder deve ser controlado, não havendo mais espaço para blindagens e imunidades.

Em sua obra, Cappelletti parte da premissa segundo a qual um poder sem responsabilidade é incompatível com um sistema democrático. Com isso, ele critica os dois princípios que, historicamente, elidiram a admissão da responsabilidade judicial — the king can do no wrong e res judicata facit jus —, demonstrando que, no paradigma jurídico que surge a partir do segundo pós-guerra, ambos são igualmente inaceitáveis.

Para combater a ideia de que o Estado, sendo fonte da produção normativa, não cometeria atos ilegítimos, Cappelletti resgata uma compreensão de responsabilidade vigente na democracia grega:  “Ninguém que, de qualquer modo, exerça uma função pública, é isento do dever de prestar contas da própria ação”.

Entre os conhecidos modelos de responsabilidade dos juízes — num extremo, a sujeição ao controle exercido como privilégio do governante e, noutro, o corporativismo isolacionista fundado na absolutização da independência —, Cappelletti propõe um modelo de responsabilização por meio do qual busca combinar “razoável medida de responsabilidade política e social com razoável medida de responsabilidade jurídica”, de um lado, garantindo que a magistratura e seus membros possuam certo grau de independência e evitando que atuem como subordinados dos poderes políticos, dos partidos políticos e de outras organizações sociais e, de outro lado, eliminando os riscos do isolamento corporativo e “a anarquia incontrolada e irresponsável dos membros individuais do Judiciário”.

Em suma, num Estado que se diz Democrático de Direito, deve haver uma relação diretamente proporcional entre o poder e a efetiva responsabilidade dos juízes, mantendo-se um equilíbrio entre controle e independência.

Responsabilizar, sim; agora, sim; mas de qualquer modo, isso não
De pronto, quero deixar claro que não vejo nenhum problema em responsabilizar criminalmente — seja por abuso de autoridade ou o nome que se pretenda dar — os membros do Poder Judiciário e do Ministério Público. Também acredito que, sim, o momento é oportuno, tal qual sustentou o ministro Gilmar Mendes, para se atualizar a legislação em vigor, elaborada na década de 1960, o que explica parte de sua proposital inefetividade. Assim como também já passou da hora, sobretudo quando o tema é corrupção, de se abrir a caixa-preta dos supersalários e extinguir, definitivamente, todos os privilégios

Isso não significa, contudo, que esse importante debate democrático pudesse ser subtraído da sociedade, incluído no pacote das medidas anticorrupção e votado durante a madrugada. Também não autoriza que se possa utilizar da péssima técnica legislativa aplicada. E tampouco legitima que se empreguem tipos penais abertos.

Na coluna Limite Penal, publicada ontem (2/12), Alexandre Morais da Rosa já ilustrou, com precisão, os acertos e desacertos relativos às emendas ao PL 4.850/2016, aprovado pela Câmara dos Deputados, abordando — tecnicamente — os problemas que envolvem os dispositivos que trataram da responsabilização desses agentes políticos.

De toda maneira, o modo como ocorre o jogo na arena política é conhecido de todos. Se o projeto for aprovado no Senado nos mesmo moldes em que foi aprovado pela Câmara dos Deputados — o que me parece improvável — e, assim, tornar-se lei, então restará aos legitimados questionar sua constitucionalidade pelas vias existentes. Esse é o único caminho jurídico, gostem ou não.

A chantagem esboçada pelos membros da força-tarefa do MPF — que ameaçaram abandonar a operação “lava jato” — é, além de ridícula e infantil, ilegal! Eles poderiam deixar o parlamento trabalhar, assim como eles gostariam que o parlamento os deixassem fazer. E, se realmente renunciarem (o que duvido), deverão ser responsabilizados, por prevaricação, inclusive, como muitos juristas já sinalizaram.

Por favor, tragam o tal garantismo de volta!
Há, por fim, um elemento muito curioso em tudo isso. Os argumentos até anteontem rotulados pejorativamente de garantistas, agora, passam — convenientemente — a ser invocados por parcela dos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público. Basta, para tanto, ver o resgate e a força que a legalidade constitucional assumiu em muitos (não todos, é verdade) dos discursos e pronunciamentos que marcaram as manifestações de repúdio à aprovação do PL 4.850/2016. A lição que fica, na iminência da responsabilização de todos — políticos, membros do Judiciário, membros do Ministério Público e, ainda, cidadãos comuns — é que o direito de defesa e as garantias constitucionais são inegociáveis. A preocupação dos juízes e promotores é legítima. Por quê? Porque eles conhecem a irracionalidade do sistema e sabem — como ninguém — as barbaridades que são praticadas, diariamente, nos foros e tribunais desse país.

 

 é doutor em Direito, professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade Guanambi (FG/BA) e advogado.

Revista Consultor Jurídico, 3 de dezembro de 2016, 8h05