A cada 1 085 roubos na cidade, um terminou em morte vítima. A conclusão veio de um estudo inédito do Instituto Sou da Paz após análise de dados da segurança pública do terceiro trimestre. No total, 96 pessoas morreram em conflitos com criminosos no estado em julho, agosto e setembro.
Segundo o estudo, a chance de um agente de segurança (policiais civis, militares, guardas e vigilantes) morrer em um assalto é 43 vezes maior do que a de cidadão comum.
Na capital, a probabilidade de que um roubo culmine em morte é 1 entre 1 525 ocorrências. Na cidade, as mortes dos agentes em latrocínios representam 29% das casos do 3º trimestre.
A taxa de latrocínio da população paulista como um todo, no terceiro trimestre de 2016, foi de 0,17 por 100 mil habitantes. Já a dos policiais civis e militares foi de 7,39.
Os homens foram as maiores vítimas em 2015 e 2016: 82,5% no terceiro trimestre do ano passado e 89,3% no terceiro trimestre deste ano. No entanto, a faixa etária mudou. Enquanto no terceiro trimestre de 2015 houve maior número de vítimas jovens (com idades entre 18 e 29 anos), no terceiro trimestre de 2016 predominaram vítimas com idades entre 46 e 55 anos.
O Instituto Sou da Paz analisou as estatísticas divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), do Portal da Transparência do Estado de São Paulo e também obtém outros dados via Lei de Acesso à Informação.
Manifestante é detido na avenida Paulista, na área central de São Paulo, por violência e desacato a autoridade
A Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quinta-feira (15) que desacato a autoridade não pode ser considerado crime porque contraria leis internacionais de direitos humanos.
Os ministros votaram com o relator do caso, Ribeiro Dantas. Ele escreveu em seu parecer que “não há dúvida de que a criminalização do desacato está na contramão do humanismo porque ressalta a preponderância do Estado –personificado em seus agentes– sobre o indivíduo”.
“A existência de tal normativo em nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela Constituição Federal de 88 e pela Convenção Americana de Direitos Humanos”, acrescentou.
Segundo o artigo 331 do Código Penal, é crime “desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela”. A pena prevista é seis meses a dois anos de detenção ou multa.
Origem da decisão
A decisão tomada hoje pelos ministros do STJ teve origem em um recurso especial da Defensoria Pública contra a condenação de um homem pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo a mais de cinco anos de prisão por roubar uma garrafa de conhaque, desacatar policiais militares e resistir à prisão. Os ministros da Quarta Turma do STJ anularam a condenação por desacato.
Em seu relatório, o ministro Dantas afirmou que “a Comissão Interamericana de Direitos Humanos já se manifestou no sentido de que as leis de desacato se prestam ao abuso, como meio para silenciar ideias e opiniões consideradas incômodas pelo establishment, bem assim proporcionam maior nível de proteção aos agentes do Estado do que aos particulares, em contravenção aos princípios democrático e igualitário”.
Por fim, o relator observou que a descriminalização da conduta não significa que qualquer pessoa tenha liberdade para agredir verbalmente agentes públicos.
“O afastamento da tipificação criminal do desacato não impede a responsabilidade ulterior, civil ou até mesmo de outra figura típica penal (calúnia, injúria, difamação etc.), pela ocorrência de abuso na expressão verbal ou gestual ofensiva, utilizada perante o funcionário público”.
Na noite desta terça-feira, 13/12, a ADPESP esteve participando dos trabalhos na Câmara dos Deputados, em Brasília, visando a retirada das Polícias Judiciárias do texto da PEC da Reforma Previdenciária.
Após intenso debate, chegou-se a um histórico consenso entre todas as entidades representativas das diversas categorias policiais. Assim, o texto deverá ser apresentado ao Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para que possa servir de orientação ao conteúdo da PEC.
“Cuidado com inverdades divulgadas em grupos do Whatsapp e redes sociais”.
Policial militar: alguns utilizam anonimamente os recursos- que a tecnologia hoje permite-para divulgar textos com assinatura de pessoas que não a escreveram ou não autorizaram o uso de seu nome em mensagens avulsas.
Por isso tome bastante cuidado e somente compartilhe mensagens oficiais da Polícia Militar em assuntos institucionais.
Lembre-se que a intranet PM é o canal oficial de comunicação do Comando Geral e policiais militares.
Também,para a comunicação oficial com o público em geral, são usadas redes sociais com perfis oficiais da instituição, em que as matérias podem ser confirmadas ( Facebook Twitter, blog,canal PMTV no Youtube e Instagram, somente nos perfis oficiais ).
Usemos esses recursos com responsabilidade, para o bem comum,sempre pela verdade e para a segurança de todos.
A presidente da ADPESP, Marilda Pansonato Pinheiro, iniciou os trabalhos desta semana em Brasília. Ela acompanhou, nesta segunda-feira, 12, os trâmites acerca da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que discutiu hoje a constitucionalidade do projeto.
A discussão foi acalorada e contrapôs pontos favoráveis e contrários à proposta. A oposição reiterou que a celeridade do projeto não atende a importância da pauta, enquanto o governo seguiu em defesa da proposta. Após quase cinco horas de reunião, foi concedida vista coletiva à proposta e a leitura do parecer do relator, deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) foi adiada, em função da notícia da morte da sogra do relator.
A presidente da Associação levou aos parlamentares a incongruência do projeto diante da realidade da atividade policial e os prejuízos que as normas de transição do projeto representam para os profissionais de Segurança Pública e, por consequência, para todo o povo brasileiro. Ela segue cumprindo agenda política junto ao Legislativo e se prepara para reunir-se com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, na próxima quarta, 14, quando a proposta deve voltar à pauta da comissão.
Vamos novamente pagar a conta desses ladrões da política brasileira.
Começam a vir a tona as temidas delações da poderosa empreiteira brasileira. Não há qualquer dúvida que a condução política dos negócios públicos brasileiros há anos está nas mãos desse quadrilhão político que dilapidou o patrimônio público da nação e que agora se empenha para aprovar medidas que sacrificam ainda mais o povo brasileiro roubado de forma recorrente por essa desqualificada classe política
É jucá, veddel, michel, padilha,renam, alckmin e seus codinomes no listão de propinas, “cajú”, “justiça”,”santo”, etc….Tudo rato.
E o STF de joelhos dizendo amém. Decidindo para agradar gregos e troianos. A presidenta perde o cargo, mas não perde os direitos políticos. O presidente do senado não pode ser presidente da república mas pode continuar sendo do senado. Já o presidente da câmara não pode os dois. Casa da mãe joana.
Vivemos a mais completa instabilidade econômica, política e jurídica.
Reforma da previdência para todos menos para forças armadas e polícias militares. Sabe como é, quem tem…,tem medo. Se a casa virar, precisamos estar blindados. Vamos cooptar àqueles que nos farão isso.
É provável que o governo inclua as FA e as PM para anunciar que em relação a eles a contribuição sará reduzida a 25 anos e a aposentadoria integral e com paridade se dará independente da idade.
Quem vai pagar tudo isso é a sociedade civil, classes baixa, média e, principalmente, média alta.
PEC do limite de gastos e da previdência, da forma como esta foi proposta, é para PHODER o povo brasileiro que não vai ficar calado.
Por: Amigo da rua Brigadeiro Tobias, nº 527, 9° andar, Luz, São Paulo/SP.
Orientação segundo Boletim Interno PMESP
Senhores Policiais Militares tenho visto nos históricos de ocorrências o
termo *AUTORIDADE POLICIAL* (referindo ao delegado de polícia), como por exemplo,
“ _a ocorrência foi conduzida para a Autoridade Policial_ “.
Também é comum a expressão *RATIFICOU O FLAGRANTE*, como exemplo “ _
o delegado ratificou o flagrante_ “.
Pois bem, devemos valorizar o nosso serviço e nossa Instituição,
lembrando que nós também somos autoridades policiais e devemos mudar a
forma de utilizar essas expressões, principalmente ao dar entrevistas.
Assim, DETERMINO que ao invés de falar AUTORIDADE POLICIAL para se
referir ao Delegado, que use somente a palavra _delegado de polícia_ , n
o minúsculo ou melhor ainda, utilizar a expressão _PLANTONISTA DE POLÍCIA_ .
Da mesma forma, nos casos de flagrante, ao invés de dizer que o
flagrante foi ratificado, dizer que após os Policiais Militares realizarem o
flagrante o delegado apenas formalizou o ato através de Auto de
Prisão em Flagrante Delito.
Por fim, trago um exemplo: “APÓS A EQUIPE DA POLÍCIA MILITAR
REALIZAR A PRISÃO EM FLAGRANTE DOS CRIMINOSOS, A OCORRÊNCIA FOI
CONDUZIDA PARA O PLANTONISTA QUE, POR SUA VEZ, APENAS FORMALIZOU
ATRAVÉS DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO”.
Façam isso no BO/PM, no depoimento e, principalmente, nas entrevistas.
Valorizem o trabalho da PMESP. Não precisa elaborar muito, basta usar o
exemplo anterior. Obrigado.
Boletim interno PMESP Dez/16
CEL PM
Militares se aproveitam da crise política para manter privilégios
09/12/2016 10h28
Eduardo Anizelli – 7.set.2009/Folhapress
Militares foram poupados das novas regras, e ainda poderão acumular benefícios, como aposentadoria e pensão por morte
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, tentou nesta quinta-feira (8) convencer a opinião pública de que os militares —categoria excluída até agora da reforma da Previdência— estão dispostos a fazer sua parte para o ajuste das contas públicas.
Ele não detalhou o que isso significa, mas os dados que apresentou partem de uma premissa arcaica e equivocada e demonstram que a caserna não cogita abrir mão dos privilégios dos quais desfruta.
Hoje, os contribuintes são obrigados a pagar integralmente os salários dos militares por décadas depois que eles deixam o quartel, por causa dos “serviços que prestam ao país”.
É isso que Jungmann não diz claramente quando afirma que há um “equívoco” na contabilidade do deficit das Forças Armadas, porque as despesas com militares ativos e inativos são um “encargo da União”, custeado pelo orçamento do Ministério da Defesa.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
As mudanças propostas na aposentadoria
A lógica dos militares é que eles não se aposentam, mas entram para a “inatividade”. Hoje, um militar passa para a “reserva” após 30 anos de serviço. Em teoria, fica à disposição para ser convocado em caso de guerra, o que felizmente não acontece no Brasil há muito tempo. Após completar 65 anos, é definitivamente “reformado”.
Na prática, isso quer dizer que um militar que inicia a carreira aos 18 anos chega à reserva aos 48 anos —uma idade com plena capacidade de trabalho. Se viver até os 75 anos (média da expectativa de vida do brasileiro), os contribuintes pagarão sua remuneração integral durante 27 anos de “inatividade” —praticamente o mesmo tempo que o profissional esteve na ativa.
O ministro acredita que esse sistema é justo e, por isso, defende que os R$ 18,59 bilhões gastos com militares inativos não devem ser incluídos no deficit previdenciário. Ele diz que o rombo é de “apenas” R$ 13,85 bilhões, valor das pensões deixadas para viúvas e dependentes.
Se somarmos os dois números, chegaremos aos quase R$ 35 bilhões estimados pelo Ministério da Fazenda para o deficit previdenciário das Forças Armadas. Os militares são hoje responsáveis por metade do rombo de cerca de R$ 70 bilhões da Previdência dos servidores públicos.
É verdade que os militares recebem tratamento diferenciado em vários países do mundo por causa das especificidades da carreira, como a proibição de fazer greve, participar de sindicatos ou concorrer a cargo eletivo. Mas nem de longe os privilégios são parecidos com os que ocorrem no Brasil.
Um dos méritos da reforma proposta pelo governo Temer é não só aliviar a situação fiscal do país, mas também reduzir a vergonhosa desigualdade do sistema previdenciário.
Se não for desfigurada pelo Congresso, a reforma vai levar todos os brasileiros a se aposentarem após 65 anos, depois de contribuir por quase 50 anos. Nesse novo contexto, os privilégios das Forças Armadas são inaceitáveis.
Ao sugerir nos bastidores que a reforma da Previdência pode provocar a insatisfação da tropa em um momento delicado para o país, os militares se aproveitam da fragilidade política do governo Temer e do trauma provocado pela ditadura militar para manter seus privilégios.
É repórter especial da Folha. Escreve sobre economia, negócios e comércio exterior. Tem especialização em negociações internacionais. Escreve às sextas-feiras.
Helicópteros da Polícia Civil de São Paulo não têm licença para voar
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu licenças por falta de manutenção.
Por César Galvão e Robinson Cerântula, TV Globo, em São Paulo
Os quatro helicópteros da Polícia Civil de São Paulo não têm licença para voar, informou o SPTV nesta sexta-feira (9). A manutenção não foi feita, e, sem ela, a licença é suspensa pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Essenciais em investigações e resgates, as aeronaves estão paradas. Uma delas não voa há um ano. A Anac suspendeu a licença de voo de um dos helicópteros porque a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) está vencida desde 18 de dezembro de 2015.
Outros três helicópteros são do Serviço Aerotático (SAT), administrado pelo Deic (o departamento que investiga o crime organizado). Chamados de “Pelicanos”, nenhum pode sair do chão. Os voos estão proibidos pela Anac porque não foi feita a manutenção na época correta em nenhum deles. Sem a manutenção, a licença fica bloqueada.
Os quatro estão enfileirados em um hangar particular no Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo. O governo paga aluguel para deixar os helicópteros guardados.
Um dos helicópteros era usado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele doou para a polícia porque o serviço é essencial. A manutenção era feita em um hangar em Barueri, na Grande São Paulo. Todos os helicópteros foram retirados do hangar no começo do ano.
Por mais de dez anos a mesma empresa fez a manutenção dos Pelicanos da Polícia Civil. O contrato venceu em outubro de 2015. O dono da empresa, Carlos Roberto de Oliveira, disse que podia prorrogar o contrato por mais um ano, mas desistiu porque não concordava com a forma de pagamento pelos serviços. “Depois que eu comprava as peças eu teria que ser ressarcido disso num prazo contratual de mais ou manos uns 35 dias. E acontecia de eles devolverem em seis meses.”
O Serviço Aerotático é considerado essencial em operações de combate a roubos, tráfico de drogas e resgates. Os Pelicanos também deixaram de transportar órgãos para transplante.
O secretário adjunto da Segurança Pública, Sérgio Turra Sobrane, disse que a manutenção no solo é feita e que os voos devem voltar ano que vem. “Creio que no primeiro trimestre do ano que vem já devemos ter essa situação definida”, disse. “Mas nós temos também os helicópteros da Polícia Militar que conseguem suprir de certa forma esses serviços que estavam sendo operados pela Polícia Civil.”
O secretário adjunto disse ainda que o contrato para este tipo de serviço é bastante complexo e envolve muitas análises jurídicas.
A Presidente da ADPESP, Marilda Pansonato Pinheiro, na segunda sexta-feira de dezembro, 9, reuniu-se com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para discutir a reforma previdenciária e a adequação do projeto à realidade da Polícia Civil.
Representantes de entidades de classe da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Civil também estiverem presentes, além do próprio Delegado Geral de Polícia do estado de São Paulo, Youssef Abou Chahin.
O Ministro concordou que o projeto precisa ser alterado e solicitou que as lideranças se reunissem para propostas sobre a adequação da PEC. Uma nova reunião foi agendada para o dia 14 de dezembro, quando o tema voltará a ser discutido com o Ministro.
Reforma da Previdência: sem bombeiros e PMs, estados terão desafio maior
Governadores contavam com inclusão dessas categorias na reforma
POR MARCELLO CORRÊA
09/12/2016 4:30 / atualizado 09/12/2016 8:31
Simulação do Corpo de Bombeiros – Márcio Alves / Agência O Globo
RIO – A ausência de policiais militares e bombeiros da proposta de emenda constitucional (PEC) que altera as regras da Previdência tornará mais difícil o reequilíbrio das contas estaduais. A inclusão era uma medida esperada pelos governadores, segundo documento sobre o assunto formulado após a última reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), ao qual OGLOBO teve acesso.
O texto conclui que as regras de transição para alterar as aposentadorias especiais são necessárias e recomenda “mudança na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais”.
METADE DO ROMBO ESTADUAL
Segundo os dados mais recentes, bombeiros e policiais militares responderam por metade do déficit financeiro das previdências dos estados em 2015. O rombo na categoria chegou a R$ 28,8 bilhões, para um saldo negativo de R$ 60,9 bilhões. Ao todo, os chamados regimes próprios, que pagam aposentadorias e pensões de servidores públicos, tiveram déficit de R$ 126,7 bilhões no ano passado.
O documento do Confaz alertou para esse desequilíbrio. O estudo foi produzido após reunião na sede da Firjan, no Rio, com a presença do governador Luiz Fernando Pezão, 12 secretários de Fazenda e do secretário da Previdência Social, Marcelo Caetano. Para justificar a necessidade de reforma, o levantamento destaca que o déficit bilionário dos regimes próprios (que incluem, além de bombeiros, PMs e militares, todos os servidores civis das três esferas de poder) é para financiar um grupo de apenas 3,5 milhões de beneficiários. Para efeito de comparação, o INSS, que atende trabalhadores privados, tem cerca de 30 milhões de beneficiários e fechou 2015 com déficit de R$ 86 bilhões.
Rombo nas contas
Peso dos inativos dificulta equilíbrio
Fonte: Confaz
No Rio, o peso de bombeiros e PMs sobre a folha mensal de inativos e pensionistas chega a 30%. Segundo o Rioprevidência, os pagamentos somam R$ 327,4 milhões, de um total de R$ 1,1 bilhão. A inclusão dos PMs na reforma estava nas contas do fundo, que gerencia aposentadorias e pensões no estado.
“A expectativa dos regimes próprios era que as alterações relacionadas aos militares estariam contempladas nesta PEC. Iremos aguardar o próximo passo do governo federal em relação à reforma previdenciária no que tange os militares”, afirmou Reges Moisés, presidente do Rioprevidência, por e-mail.
REGRAS SUAVES TÊM IMPACTO
As regras mais suaves de transição para servidores públicos também devem pesar sobre as contas estaduais. A necessidade de, por exemplo, eliminar a chamada paridade entre ativos e inativos era uma das questões no radar do Confaz, sendo formalizada na proposta de reforma da Previdência estadual formulada no mês passado. Os governadores explicitaram que o ponto precisaria entrar na PEC.
O Confaz contava ainda com uma mudança constitucional para permitir que a contribuição de servidores inativos, que hoje incide apenas no valor que excede o teto do INSS, fosse calculada com base no benefício integral. O texto destaca que essa mudança possibilitaria a “ampliação imediata da arrecadação previdenciária”.
Para especialistas, a situação dos estados é a mais preocupante dentro dos regimes próprios. Os sistemas estaduais representam quase metade do total do déficit da Previdência do setor público e reúnem a maior parte dos servidores atendidos, com 1,9 milhão de aposentados e pensionistas, segundo dados de 2015. Na União, o déficit ficou em R$ 72,5 bilhões no ano passado, sendo 44,8% dos militares das Forças Armadas — que ficaram fora da reforma.
— A questão dos estados é mais preocupante, porque é muito desequilibrada. Tem várias categorias com direito a regras especiais. Então, a pressão nos estados fica muito grande — avalia o economista Pedro Nery, consultor legislativo do Senado.
Para Leonardo Rolim, consultor da comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, a menção a bombeiros e policiais militares deveria ter sido mantida no texto da PEC:
— A proposta vai ter um bom impacto, principalmente a médio e longo prazos. A grande ausência foram os militares.
Em relação ao aumento da contribuição, resta aos estados aguardarem um projeto de lei que eleve a alíquota, hoje em 11%. Uma lei federal, no entanto, teria repercussão para todos os estados, sem ônus político para governadores.
— É uma carta na manga para reequilibrar os regimes próprios — avalia Pedro Nery.
A Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB, em 1997, para projetados 2,7%, em 2017. Em 2016, o déficit do INSS chega aos R$ 149,2 bilhões (2,3% do PIB) e em 2017, está estimado em R$ 181,2 bilhões. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão.
A exclusão recente de policiais militares e bombeiros da proposta de reforma da Previdência ocorreu por razões políticas, afirmou nesta quinta-feira (8) o secretário da Previdência, Marcelo Caetano.
Em coletiva com correspondentes estrangeiros, Caetano afirmou que a decisão de retirar as categorias da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi tomada por autoridades de escalão mais alto.
Numa alteração feita na véspera, o governo do presidente Michel Temer também voltou a dar aval para que militares continuem acumulando aposentadorias e pensões, o que, pelo texto da reforma, não será possível para o restante da população.
Ele reiterou que governo vai apresentar posteriormente uma lei à parte para reformular a aposentadoria dos militares.
Proposta
O governo apresentou seu projeto de reforma da Previdência nesta semana. Pela proposta de emenda constitucional, a idade mínima para se aposentar será de 65 anos, com pelo menos 25 anos de contribuição à Previdência. Mas, na prática, para receber 100% do valor, será preciso contribuir por 49 anos, mesmo que tenha atingido os 65 de idade.
O projeto ainda vai ser analisado pela Câmara e pelo Senado e só deve entrar em vigor em 2017.
A regra passa a ser a mesma para homens e mulheres. As mudanças valem para trabalhadores de empresas privadas, servidores públicos e políticos. Militares ficam de fora –mudanças para as Forças Armadas devem ser propostas depois, em um projeto de lei, segundo o governo.
Quem já tiver tempo de aposentadoria pelas regras atuais não é prejudicado, mesmo que não tenha dado entrada nos papéis.
Trabalhadores mais velhos vão ter uma regra de transição: homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais terão de trabalhar 50% a mais do que falta hoje para sua aposentadoria. Se faltarem dois anos, trabalhariam três, por exemplo.
Profissionais penalizados?
Questionado se o modelo não penalizaria em excesso quem exerce profissões braçais e a população mais pobre, Caetano ressaltou que há a possibilidade de se aposentar mais cedo desde que se abra mão de ganhar todo o benefício.
“Além disso, quem contribui mais ganha mais”, disse.
Parecer favorável
Nesta quinta-feira, o relator da reforma na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara dos Deputados, Alceu Moreira (PMDB-RS), protocolou parecer favorável à constitucionalidade da PEC.
A expectativa é que o relatório seja lido na segunda-feira (12) e votado na quarta-feira (14). Depois do aval da CCJ, a PEC da Previdência precisa ser aprovada em comissão especial da Câmara, para depois ser votada em dois turnos na Casa. Em seguida, deve passar por processo semelhante no Senado.
07/12/2016 – Presidente da ADPESP participa de mobilização sobre reforma previdenciária
A Presidente da ADPESP, Marilda Pansonato Pinheiro, esteve presente, nesta quarta-feira, 7, da mobilização da qual participaram policiais de todas as carreiras, para manifestar a insatisfação com o texto da reforma previdenciária, que já teve parecer favorável do relator, Deputado Alceu Moreira (PMDB-RS).
O entrave são as regras de transição além da retirada da Polícia Civil do rol das carreiras de risco.
Os SIPOLs de Bauru, Presidente Prudente e SINPOLSAN de Santos, entre demais entidades, igualmente organizadores da manifestação, falaram aos presentes através de seus respectivos presidentes. As lideranças condenaram os processos de transição previstos na reforma e destacaram que o caso do policial não pode ser visto sob a ótica do servidor público comum, em virtude dos riscos e peculiaridades oriundos do dever.
O Delegado Geral de Polícia, através de nota oficial do Conselho da Polícia Civil, também manifestou apoio ao manifesto (Leia a íntegra da carta aqui).
A Presidente da Associação deu prosseguimento a compromissos da agenda política e deve seguir, na próxima semana, trabalhando para que os questionamentos sobre a reforma continuem vocalizados junto ao Poder Público.