Arquivo diário: 27/08/2014
Roubos em série: A PM não faz prevenção , a Civil não investiga e o governo premia com cadeia e demissão os policiais mais combativos 64
Editorial: Roubos em série
27/08/2014 02h00
Enquanto a segurança pública aparecia como tema principal do debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, na segunda-feira, a secretaria responsável pela área divulgava dados desconcertantes sobre a ocorrência de roubos no Estado e na capital.
Paulistas e paulistanos ficaram sabendo que, em julho, a incidência desse crime patrimonial cometido com violência cresceu pela 14ª vez consecutiva. Trata-se da maior sequência de aumentos dessa modalidade delituosa desde o início da série estatística, em 2001.
Até julho deste ano, houve 186.588 roubos no Estado. De 2004 a 2008, esse número era registrado apenas em novembro.
Não surpreende, portanto, que, no encontro promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) tenha sido alvo preferencial de perguntas e críticas sobre suas políticas para o setor. Mesmo sem informações atualizadas, os adversários do tucano já dispunham de farta munição para questioná-lo.
Como de costume, Alckmin usou a seu favor a redução histórica da taxa de homicídios em São Paulo, que tem se mantido na faixa de 10 a 11 casos por 100 mil habitantes –a média nacional é de 29, segundo o “Mapa da Violência”.
Embora louvável, tal conquista –consolidada na década passada e para a qual contribuíram diversos fatores, como os demográficos– em nada melhora os resultados pífios da atual gestão no enfrentamento dos roubos.
Basta dizer que, nesse campo, o governo teve o desplante de comemorar ligeira redução no ritmo de crescimento, como se os paulistas fossem se contentar com uma criminalidade que aumenta devagar.
Na comparação com julho de 2013, os roubos subiram 12,6% no Estado e 20,3% na capital; em junho, os avanços haviam sido de 14,7% e 21%, respectivamente; nos 12 meses anteriores, a elevação média fora de 22,3% e 29,3%.
Mantido o padrão de desaceleração, seriam necessários seis meses para cessar a escalada no Estado, e mais de dois anos na capital.
O governo diz que as notificações pela internet, iniciadas em dezembro passado, contribuíram para ampliar os registros; argumenta ainda que o fenômeno é nacional.
Tais explicações não convencem. As estatísticas mostram que a tendência começou antes de dezembro, e São Paulo, o Estado mais rico do país, deveria dar o exemplo na segurança pública. A administração Alckmin, todavia, tarda em adotar iniciativas satisfatórias.
É saudável que essa área seja objeto de discussão na campanha eleitoral. Pena que o tema se repita a cada pleito, servindo antes para alimentar a retórica beligerante das candidaturas do que para estimular estratégias eficazes.
Transcrito da Folha de São Paulo ; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998
Carcereiro do 63º DP é executado na Zona Leste 51
Mais um colega foi vitima de emboscada na noite de anteontem na zona leste,o carcereiro Samuel Rosa dos Anjos lotado no 63ºDP,Vila Jacui foi emboscado quando chegava em sua residencia e abatido covardemente com varios disparos!Ao se ler o B.O lavrado proprio DP onde o colega era funcionario podemos nitidamente observar o verdadeiro mascaramento do B.O conforme determinação da SSP/SP pois para justificar a não emboscada,alegam que foi roubo,inclusive da arma do colega.Fontes dizem que os 4 executores estavam em um bar proximo a residencia do colega e parece que aguardavam sua chegada.Meus sentimentos a familia do colega morto covardemente,mais uma vitima do PCC com certeza!!
DESEMPREGO À VISTA – Pavor da derrota ( perda da boquinha ) assombra militantes do PT, pesquisa aponta vitória de Marina 38
Após pesquisas, PT fala pela primeira vez em risco de derrota
27/08/2014 02h00
O resultado da pesquisa Ibope e de levantamentos informais, que mostraram queda nas intenções de voto de Dilma Rousseff (PT) e uma possível derrota no segundo turno para Marina Silva (PSB), acenderam o sinal amarelo na cúpula da campanha dilmista.
Pela primeira vez, o governo fala em risco de derrota na eleição presidencial deste ano, o que até a entrada de Marina na disputa era visto como improvável.
Segundo um interlocutor da presidente Dilma, a campanha está alerta porque a expectativa inicial era que apenas Aécio Neves (PSDB) caísse, mas os levantamentos indicaram que a petista também perdeu votos.
Dilma oscilou no Ibope de 38% para 34%. Aécio, de 23% para 19%. Marina teve 29%.
Agora, petistas avaliam a melhor estratégia para desconstruir a imagem de Marina, visando principalmente a disputa de um segundo turno com a candidata do PSB. No Ibope, Marina vence a petista na reta final, com 45% contra 36%.
Integrantes da cúpula petista, ministros e secretários executivos foram convocados para uma reunião nesta terça-feira (26) à noite no comitê petista para discutir os rumos da campanha.
A queda das intenções de voto de Dilma e a subida de Marina levaram lulistas a defender, nos últimos dias, mais uma vez, a troca de candidatura no PT, hipótese rechaçada pelo ex-presidente Lula.
Defensores do movimento “volta, Lula” dizem que a opção pelo ex-presidente teria sido mais “segura”, diante do novo cenário eleitoral. Admitem, porém, que a esta altura dificilmente o petista toparia o desafio.
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) minimizou o crescimento de Marina.
“Qualquer pesquisa nesse momento tem que ser tomada como uma coisa muito provisória. Não é por causa desses números, mas eu já tenho dito há alguns dias que lá pelos dias 7 a 10 de setembro nós teremos uma fotografia mais aproximada do embate eleitoral. Porque nós estamos sob a influência, o lançamento da novidade e da exposição enorme que a Marina teve”, disse.
EUFORIA
A campanha de Marina esperava um cenário semelhante ao que foi apontado pelo Ibope. Pessebistas dizem que a ordem agora é não deixar a euforia tomar conta do entorno da candidata. “O clima de já ganhou’ nunca é favorável, mas estamos animados, é claro”, avalia um aliado.
Assessores de Aécio afirmaram que a pesquisa não surpreendeu a campanha, que já aguardava um crescimento de Marina.
Para os aliados do tucano, esta era “a semana” da ex-senadora. Alguns chegaram a manifestar alívio pelo fato de Aécio ter se mantido no patamar de 20% das intenções de voto. Algumas pesquisas internas apontavam um índice menor para o candidato.