Dilma e o seu ( nosso ) avião de campanha 11

COLUNA ESPLANADA – OPINIÃO E NOTÍCIA

timthumbDilma e o seu avião

A FAB é precavida: só pilotam o avião presidencial os mais experientes comandantes, chamados ‘Caçadores’, e o AeroDilma é vistoriado todos os dias

por Leandro Mazzini

24 de agosto, 2014

Passados o choque, comoção e incredulidade com o acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos e equipe, a presidente Dilma Rousseff ganhou mais atenção dos assessores próximos com a notória mania de questionar seus pilotos sobre condições de tempo e de aeronave desde que assumiu o cargo. Reservada e meticulosa, a FAB é precavida: só pilotam o avião presidencial os mais experientes comandantes, chamados ‘Caçadores’; o AeroDilma é vistoriado todos os dias; e as peças da aeronave são trocadas bem antes do prazo estabelecido em manual.

Precaução excessiva

Dilma tem pavor de turbulência. Houve casos de mudar rota do avião em voo por causa de nuvens, conferir carta aérea com pilotos, e traçar plano de voo com comandantes.

Saibam o que a chapa Marina Silva respondeu às vítimas do avião utilizado pela legenda: “não é problema do PSB” 26

No Recife, vice de Marina diz que dono do avião que matou Eduardo não é problema do PSB

PUBLICADO EM 23/08/2014 ÀS 13:31 POR EM ELEIÇÕES, NOTÍCIAS

Foto: BlogImagem

Foto: BlogImagem

Por Paulo Veras, repórter do Blog.

“Isso não é problema nosso”, afirmou o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), vice na chapa presidencial da ex-senadora Marina Silva, ao ser questionado pelo Blog de Jamildo, no início da tarde deste sábado (23), sobre quem seria o dono da aeronave que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) usava para se deslocar durante a campanha pela Presidência da República e que caiu no último dia 13 matando Eduardo e outras seis pessoas.

A pergunta era direcionada a Marina, que fez sua primeira caminhada como candidata ao Planalto no bairro de Casa Amarela, no Recife, na manhã deste sábado. Mas Beto tomou a fala como vem fazendo todas as vezes em que a acriana é questionada sobre o assunto.

AÉCIO NEVES – Plano para combater a pobreza no Nordeste 56

Plano para combater a pobreza no Nordeste
24 Ago 2014

Aécio lança programa com foco na infraestrutura, educação, segurança e assistência na região
Leonardo Augusto – Correio Braziliense

Durante lançamento de programa para o Nordeste, o candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, afirmou ontem, em Salvador, que “ninguém tem um time mais qualificado para transformar o Brasil” do que ele. Tratado como vitrine de Aécio Neves na região, que tem 38 milhões de moradores aptos a votar e é o segundo colégio eleitoral regional do país, atrás apenas do Sudeste, o Programa Nordeste Forte tem foco na infraestrutura, investimento em educação, segurança e novas políticas de assistência social. O plano promete acelerar grandes obras, como a Transnordestina e a Ferrovia Oeste-Leste e asfaltar 100% dos acessos às cidades da região. Também pretende dobrar os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em quatro anos, promovendo a equidade com as demais regiões do país, e reduzir os índices de violência em 30%, além de combater a pobreza, especialmente no semiárido. Entre as ações nesse sentido, o tucano promete garantir uma renda mínima per capita de US$ 1,25 por dia para as famílias nordestinas, de acordo com as Metas do Milênio.

Dividido em sete eixos (veja quadro) e 45 ações, o programa prevê medidas para 100 microrregiões nordestinas — com até 20 cidades cada uma —, propondo projetos específicos. O texto do Nordeste Forte garante ainda a manutenção de benefícios já existentes, com a perspectiva de dar um passo adiante. Entre eles está o Bolsa Família, que o candidato promete “evoluir”, transformando-o em uma “política de Estado”. Com a proposta, o tucano enfatiza a continuidade de programas de transferência de renda. Uma das preocupações da campanha tem sido neutralizar o que o PSDB chama de “tática do medo”, que consiste nos rumores de que uma vitória da legenda levaria ao fim desses instrumentos.

O projeto de Aécio promete também levar o programa Saúde da Família para toda a população nordestina. O candidato tucano disse também que em seu governo terminará a transposição e a revitalização do Rio São Francisco. O Nordeste Forte ainda prevê implantar um programa de desenvolvimento decenal, articulado com todos os estados da região e com orçamentos aprovados pelo Congresso para recuperar a foz do Rio São Francisco e viabilizar projetos como o Baixio de Irecê, na Bahia, e a ligação entre as bacias do Parnaíba e do São Francisco. Aécio anunciou ainda que pretende implantar no Nordeste o programa “Poupança Jovem Brasil”, que deposita R$ 1 mil a cada ano no ensino médio por estudante.

Lideranças

A Bahia, quarto maior colégio eleitoral brasileiro, onde o programa foi lançado, foi um reduto da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições. Para dar peso ao evento de ontem, Aécio convocou os principais líderes políticos tucanos nordestinos. Estiveram em Salvador Teotônio Vilela, governador de Alagoas; Cássio Cunha Lima, candidato ao Senado pela Paraíba; e Sílvio Mendes, candidato a vice-governador do Piauí. Depois do lançamento do programa, Aécio participou de um almoço com todos os coordenadores políticos de sua campanha no Nordeste.

Fazendo um contraponto a Marina Silva (PSB), que foi criticada por aliados do tucano como uma candidata “sem densidade e preparo”, Aécio se colocou como a opção segura de mudança no comando do Palácio do Planalto. “Ninguém tem o time qualificado que nós temos. Temos um conjunto de projetos que são os melhores. É possível transformar o sonho em realidade”, disse, numa referência à pouca experiência administrativa da concorrente.

Ao ser questionado sobre a candidata pessebista, ele disse que tem “um respeito enorme por Marina”, mas afirmou estar convencido de que suas propostas “são melhores”. “Estaremos no segundo turno”, afirmou.

PF vai investigar se avião foi comprado com uso de caixa dois 9

MARIANA BARBOSA
MARIO CESAR CARVALHO
DE DE SÃO PAULO

24/08/2014 02h00

Depois de se deparar com uma empresa de fachada e empresários sem condições econômica para comprar um avião de R$ 18,5 milhões, a Polícia Federal vai apurar se a aeronave que caiu com o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) foi comprada com dinheiro de caixa dois de companhias ou do próprio partido.

O avião pertence ao grupo A. F. Andrade, dono de usinas de açúcar que está em recuperação judicial, com dívidas de R$ 341 milhões.

No dia 15 de maio deste ano, um empresário de Pernambuco e amigo de Campos, João Carlos Lyra de Melo Filho, assinou um compromisso de compra da aeronave e posteriormente indicou as empresas BR Par e a Bandeirantes Pneus para a assumir dívidas de US$ 7 milhões (R$ 16 milhões) junto à Cesnna.

Edson Silva – 29.mai.2014/Folhapress
Eduardo Campos desembarca em Franca em maio após viajar no avião Cessna que caiu no último dia 13
Eduardo Campos desembarca em Franca em maio após viajar no avião Cessna que caiu no último dia 13

A BR Par não existe no endereço que aparece no seu registro na Junta Comercial, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Já a Bandeirantes foi recusada pela Cessna por falta de capacidade econômica.

MAIS SUSPEITAS

Além do limbo jurídico sobre quem é o dono do avião, há também suspeitas de crime eleitoral. Para justificar o uso do jatinho perante o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a campanha do PSB precisaria apresentar em sua prestação de contas documentos que não existem.

Para poder transportar o candidato até que a documentação fosse transferida para aliados de Campos, o avião precisaria ter sido doado para a campanha do PSB.

A lei eleitoral permite a doação dos chamados bens permanentes –avião ou carro. “Mas a doação precisa constar de um contrato, com a emissão de recibo eleitoral pela campanha”, diz Katia Kufa, presidente do Instituto Paulista de Direito Eleitoral. “Esse contrato precisa ser feito antes da doação.”

Segundo Ricardo Tepedino, advogado do grupo AF Andrade, não houve doação.

Pela lei, a campanha precisará explicar como bancou todas as despesas com voos, estimadas em R$ 1,2 milhão.

Na primeira parcial de prestação de contas, não há nenhuma despesa relacionada ao avião. A campanha, porém, poderá prestar contas até 25 de novembro, se houver segundo turno.

O custo da operação do jato foi calculado pela reportagem com base em uma análise dos planos de voo, aos quais a Folha teve acesso.

Em quase três meses, o Citation pousou em 34 aeroportos distintos, contabilizando 118 horas de voo.

Foram analisados os voos realizados desde o dia 15 de maio, quando o avião passou a ser usado exclusivamente pela campanha, até 13 de agosto, dia do acidente.

Se tivesse contratado empresa de táxi aéreo, a campanha teria gasto R$ 1,7 milhão. O custo é maior por incluir a margem de lucro.

A hora de voo do Citation XL custa em média R$ 14.500. Para um operador privado, o custo operacional é de cerca de R$ 10.000.

Para não configurar crime eleitoral, todas as despesas de combustível, salário de piloto e manutenção precisam ser pagas com notas emitidas em nome da campanha.

Reportagem do jornal “O Globo” revelou que no aeroporto Santos Dumont as despesas de apoio em solo foram pagas pela Lopes e Galvão, empresa com sede em uma escola infantil de Campinas.

“Se os gastos com o avião não forem declarados, isso pode configurar omissão de despesas e o candidato pode responder a uma ação por abuso de poder econômico”, diz Kufa. Para ela, Marina pode ter a candidatura cassada e se tornar inelegível se as contas forem rejeitadas.

OUTRO LADO

Em entrevista coletiva após evento de campanha no Recife (PE), Marina Silva e seu vice, Beto Albuquerque, foram questionados sobre a propriedade do jatinho. Albuquerque disse que as informações necessárias estão sendo apuradas e que ele também quer “justiça”. “Queremos saber, e ainda não foi explicado, como esse avião caiu e matou o nosso líder”, afirmou o deputado. Marina não comentou.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

  • Quem é o dono do avião? O avião está registrado na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em nome do grupo A. F. Andrade, que tem sede na cidade de Ribeirão Preto (SP)
  • A aeronave foi vendida? Em 15 de maio, um empresário de Recife, João Carlos Lyra de Melo Filho, assinou um compromisso de compra da aeronave, mas as empresas que ele indicou para assumir uma dívida de US$ 7 milhões junto à Cessna não foram aprovadas. O grupo A. F. Andrade afirma que recebeu cerca de R$ 2,5 milhões e que conseguiu transferir a dívida que tinha junto à Cessna
  • Quem pagou? O grupo A. F. Andrade não revela de quem recebeu os R$ 2,5 milhões
  • O pagamento foi feito em dinheiro? Segundo o grupo A.F. Andrade, foi feita transferência bancária
  • O PSB podia usar o avião? O partido pode receber como doação o uso do avião desde que arque com as despesas, de acordo com a lei eleitoral. O candidato a vice de Marina Silva, Beto Albuquerque, diz estar certo de que houve uma doação para a campanha
  • Alguém doou o avião à campanha? O grupo A. F. Andrade diz que não doou nada para a campanha de Campos. Na prestação de contas da campanha também não consta nenhuma doação de aeronave
  • Quanto custa o jatinho? Cerca de R$ 18,5 milhões
Davilym Dourado/valor
O advogado Ricardo Tepedino, que nega ter havido doação
O advogado Ricardo Tepedino, que nega ter havido doação

 

Transcrito da Folha de São Paulo ; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.

Filhos assistiram diretor do CDP ser metralhado em Praia Grande 21

Crime ocorreu na quinta

A TRIBUNA DE SANTOS

Bruno Lima
N/A

Vítima foi executada com mais de 60 tiros

O fuzilamento do diretor de disciplina do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande, Charles Demitre Teixeira, de 30 anos, no Jardim Real, foi assistido pelos filhos da vítima.

Ao chegar na Rua Norberto Florêncio dos Anjos, onde morava, o diretor de disciplina deu seta para entrar na garagem de casa, que já estava com o portão aberto, pois a sua mulher conhecia seus horários, mas teve o carro fechado por um veículo prata.

Sem tempo para tirar o cinto de segurança, Charles viu a aproximação de dois marginais armados com um fuzil e uma pistola .40, Foram 46 tiros de fuzil e 15 de pistola. Tudo na frente de dois dos quatro filhos da vítima e outras crianças que brincavam na tranquila rua do bairro.

Devido ao cargo que ocupava e às ameaças que recebia, Charles tinha a seu dispor escolta policial e a utilizava com frequência. Porém, poucas horas antes de sair do CDP avisou que não precisaria do acompanhamento. “Vamos apurar isso também junto a secretaria do CDP”.

Terceiro atentado

Este foi o terceiro atentado contra agentes penitenciários da mesma unidade em menos de uma semana. O diretor foi executado na noite de quinta-feira, na porta de casa, com mais de 60 tiros e na frente de dois filhos, um menino de 11 e uma menina de 9 anos.

Antes, na madrugada do dia 15, um agente penitenciário de 45 anos, lotado no CDP de Praia Grande, mas morador em Mongaguá, foi baleado pelo companheiro de profissão Paulo Alexandre Ribeiro Rosa, de 44 anos, por motivos ainda não esclarecidos.

Na manhã do mesmo dia, enquanto a vítima permanecia internada em estado grave, Paulo Alexandre foi encontrado morto, próximo ao CDP, com as mãos amarradas e o rosto coberto por um pano. Ele foi assassinado a pedradas.

Tal onda de violência provocou uma sensação de insegurança nos demais agentes penitenciários da unidade, que não sabem se há relação entre os fatos ou se os crimes estariam sendo orquestrados por alguma facção criminosa.

O receio é tanto que na sexta-feira, após o assassinato de Charles, os agentes penitenciários que haviam encerrado o expediente às 7 horas só deixaram o CDP após três horas.

Segundo o delegado titular da Delegacia Sede do Município, Aloízio Pires de Araújo, todas as suspeitas serão devidamente investigadas. Inclusive a suposta participação de facção criminosa. Contudo, ele ainda não enxerga relação entre os crimes.

“Não acredito em ligação. Principalmente pela forma com que o Paulo Alexandre foi assassinado (a pedradas). Isso vai na contramão dos bandidos de facções. Já em relação ao Charles, ele vinha recebendo ameaças, mas isso é normal na função que exercia”, disse.

“Vamos ver quais foram os presos que ingressaram e saíram do CDP recentemente e se houve problemas internos em relação a disciplina que possa ter gerado o desejo de vingança. As informações são de que ele era um funcionário rigoroso nas suas funções e esse comportamento pode ter lhe trazido alguns inimigos”, acrescentou Aloízio.