Cidades do interior têm maior adesão do que São Paulo à paralisação de policiais 11

Por iG São Paulo 

Sindicatos de policiais civis de 10 Estados mais o Distrito Federal aderiram ao movimento, que deve durar 24 horas

Ao menos na mais populosa unidade da federação, a paralisação desta quarta-feira (21) da Polícia Civil não está ocorrendo com a força esperada. De acordo com o diretor do Sepesp (Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo), Heber Souza, a adesão ao movimento tem sido maior no interior paulista, especialmente nas cidades de Bauru, Assis e Lins. O Sipesp (Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo) também faz parte do movimento.

Delegados da Polícia Civil não aderiram à paralisação, cujos objetivos são aumento de salário (exigem ser compatível aos ganhos de profissionais com ensino superior, caso da categoria), reformulação priorizando investigação no padrão dos países desenvolvidos, contratação de funcionários e investimento em tecnologia e investigação.

Ainda assim, segundo Souza, o efeito simbólico da paralisação é significativo e urgente para o Estado. “Temos 18 mil inquéritos policiais nas delegacias da capital e apenas 2% são concluídos com a elucidação do crime. Isso ilustra bem o motivo para o caos da segurança paulistana, algo que precisa mudar”, disse ele.

O Sepesp afirma que a Secretária de Segurança Pública (SSP) e o Governo do Estado de São Paulo se mantêm indiferentes em relação à paralisação e diz que, além da falta de treinamentos habitual, não houve nenhum preparo específico para preparar a Polícia Civil paulista para a Copa do Mundo. “Hoje temos basicamente uma indústria de Boletins de Ocorrência. A polícia não investiga, não prepara. É uma calamidade”, lamenta. “Queremos um diálogo com o Governo.”

Os sindicatos devem voltar a se reunir na próxima semana, com o objetivo de avaliar os resultados práticos da atual paralisação. Se houver consenso de que não houve mudanças, ele podem convocar uma paralisação geral.

Não são previstos para esta quarta-feira protestos de policiais civis no Estado de São Paulo.

PEC nº 51/2013 – O perigo da desmilitarização 134

21 Mai 2014
Visão do Correio

O cidadão de bem, que tem o direito de ir de casa para o trabalho e voltar sem ter de deixar o que ganhou honestamente nas mãos de algum marginal, precisa ficar atento a uma armação ainda mais perigosa para a sua segurança. Está nas ruas e nas mídias uma campanha de desmoralização das polícias militares, como se os verdadeiros bandidos não fossem os marginais do tráfico nem os políticos que enriquecem com desvios de verbas públicas.

Pior é o que está por trás de tudo isso: encoberta por um discurso que parece ser politicamente correto, o que realmente se pretende é aprovar uma mudança na Constituição Federal (PEC nº 51/2013), que simplesmente acaba com as polícias militares.

Constitucionalmente organizadas, mantidas e comandadas pelos governos estaduais, as polícias militares são entendidas como forças auxiliares da segurança do país, mas com foco, formação e dedicação exclusiva, nos tempos de paz, às atividades de segurança pública. São treinadas para o policiamento ostensivo e ações que, eventualmente, exijam o braço forte do Estado para garantir a ordem, o cumprimento da lei e das decisões judiciais.

Depois de tentar desarmar toda a população por meio de um referendo popular em 2005, que se transformou em tiro no pé dos autores, os atuais donos do poder político no Brasil pensam ter encontrado na eliminação das polícias militares um meio de esvaziar um poder armado sobre o qual não têm controle absoluto. Para quê?

Se os propósitos são inconfessáveis, os meios para alcançar tal objetivo são conhecidos. Basta que um policial militar — que, infelizmente, ainda é mal preparado para certas situações de confronto com o crime — cometa um erro para que toda a corporação militar seja questionada, numa generalização injusta e intolerável. Exemplos gritantes são frequentes no Rio de Janeiro, onde a força tomou pontos que antes pertenciam ao tráfico.

Um civil baleado, mesmo antes de saber quem disparou, é imediatamente usado para manifestações contra a polícia e a política de pacificação dos morros. Não é por acaso que o autor da emenda constitucional que propõe desarmar a defesa do cidadão é senador pelo Rio de Janeiro, Lindbergh de Farias, do PT, e pretende assumir o governo daquele estado.

Mas as pessoas de bem, assim como desconfiaram dos propósitos do desarmamento forçado em 2005, ainda têm tempo para rejeitar mais essa manobra para concentrar poder — inclusive o de fogo —em Brasília. Ninguém deve se enganar com os lobos mansos. Terão mais facilidade de entender o que se passa os amantes do cinema que conhecem a obra-prima O garoto, de Charles Chaplin, em que o menino atirava pedras nas vidraças antes de seu protetor, Carlitos, oferecer serviços de vidraceiro. Ou seja, trata-se de criar uma necessidade, um clima, para se encaminhar uma falsa solução.

Nas recentes manifestações de rua, militantes foram pagos para atirar fogos contra a polícia e, com isso, provocar reações que pretendem enganar o cidadão menos avisado, induzindo-o a aceitar a falsa necessidade da desmilitarização daqueles que, se não podem evitar políticos mal intencionados, pelo menos tentam defender as pessoas dos marginais violentos. Em vez de acabar com as polícias militares, mais ajuizado será dar-lhes melhores condições de exercer seu papel.

Transcrito do Jornal Correio Braziliense; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.‏

Policiais protestarão em frente a ministério 31

Atos nos Estados, porém, são incertos

DO RIO DE SÃO PAULO

Policiais federais, civis e rodoviários federais farão um protesto na tarde desta quarta (21) em frente ao Ministério da Justiça, em Brasília.

O objetivo é reivindicar a apresentação de uma política nacional de segurança.

De acordo com a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis, 14 sindicatos realizarão hoje uma “mobilização” de 24 horas com o mesmo mote.

Em alguns Estados, porém, não há protestos marcados.

Em São Paulo, policiais planejam uma “operação tartaruga” nos atendimentos das delegacias, mas não há um grande ato previsto, segundo a Folha apurou.

Na dúvida, algumas empresas recomendaram a seus trabalhadores que evitem riscos e trabalhem de casa se julgarem necessário.

No Rio, os policiais civis farão uma caminhada. Os sindicatos do Rio Grande do Sul, Ceará e Rio Grande do Norte decidiram não aderir.

Já a proposta de mobilização da Polícia Federal está sendo discutida nos 27 sindicatos espalhados pelo Brasil.

Está definido que o sindicato de Brasília fará uma assembleia e depois participará da marcha.

Nos outros Estados, foram convocadas assembleias para discutir a proposta feita pelo governo federal de aumento salarial da categoria.

Os policiais afirmam, porém, que a ação não irá atrapalhar os serviços de atendimento ao público em aeroportos ou a emissão de passaportes nos Estados.

Transcrito da Folha de São Paulo ; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.‏