Verdade, o policial dos anos 1970 e 1980 era vocacionado e apaixonado pela Polícia Civil ! 153

Enviado em 27/12/2013 as 16:54 – C.A.

S.enhores

Com certeza serei criticado por alguns, mas compreendido por outros, relatarei a partir de agora, com os detalhes pertinentes, a trajetória de um Investigador de Policia, que prestou concurso na década de 80. O inicio, a inscrição para o certame, que demorou 2 anos, até a convocação para a Academia de Policia. Depois de mais alguns meses, iniciou-se o curso de formação. A Academia era uma coisa deplorável, quando chovia, alagava tudo, inclusive os alojamentos. A alimentação era em uma Cantina que todos conhecem, mas hoje em dia, podem ter certeza, se é ruim, melhorou bastante, ou então, a pessoa sairia correndo até a Av. Vital Brasil e por lá se alimentasse.
As salas de aulas, nem ventiladores tinham, mas éramos obrigados a trajar paletó e gravata. Após as aulas de atividades físicas ou defesa pessoal, raramente havia água para banho, todos já suados pelos trajes e depois pela atividade, na maioria das vezes, vestiam suas roupas e voltavam para a sala de aula. O retorno para casa, em conduções lotadas e o sujeito fedendo muito.
Finalmente, terminou o curso, fomos mandados para a Delegacia Geral, de lá o signatário, foi designado para a 1ª Regional, consecutivamente para o extinto DEGRAN, onde por anos seguidos trabalhei. Apenas um pequeno detalhe, desde o inicio do curso de formação, aguardamos NOVE MESES, para que o estado iniciasse os pagamentos.
Sem armamento, funcional, pois éramos estagiarios, a primeira coisa que todos ouviram foi o tradicional “DA SEUS PULOS E SE VIRA”. Após um ano, consegui uma carga no Degran, que a mantenho até hoje comigo, um revolver Taurus, 2 polegadas, 6 tiros e cano fino, guarnecido com duas cargas de munição e a recomendação que usasse com moderação.
Pode até parecer hilário para alguns, mas era assim mesmo!
As viaturas, na sua grande maioria, Veraneios, da década de 60 e 70, cambio de 3 velocidades, movidas a gasolina, algumas delegacias, possuiam as de 4 velocidades e movidas a alcool.
A quantidade de favelas, cortiços na Capital e grande S.P., embora duvidem era infinitamente maior ao existente hoje, nosso meio de comunicação era falho, ineficaz, não haviam telefones celulares. Raramente conseguiamos apoio em alguma “AZIA”, Desde aquela época, o Hilkias, já labutava pelo tal NU, que se tivesse sido implementado na ocasião, hoje, todos teriam curso superior. Esta luta, é bem anterior mesmo a da PF, com todas as dificuldades existentes, mas a Policia Civil de São Paulo, era o TOP.
Não mencionarei os “caroços”, porque com certeza, isso virará uma novela mexicana, com direito a choros e lágrimas.
Mas, uma coisa, naquela época tínhamos, UNIÃO, fosse alguém fazer algo de ruim para um Policial Civil, para ver o reboliço que dava. Várias oportunidades, houveram embates com a PM, no 1º D.P., no palácio das Industrias, no Pq. D.Pedro, coisa de precisar intervenção de Secretário de Segurança, Delegado Geral e Comandante Geral.
Mas, isso é passado, habita apenas na memória de quem viveu, o que vejo hoje, é cada um OLHANDO PARA O SEU LADO e todos, todos mesmo, com a conta no banco devedora.
Tudo bem, sei que sou antigo, para alguns até ultrapassado, mas eu tenho história para contar e experiência para compartilhar. Claro, como na minha época, o ingresso era com exigência de 2º gráu, não implica que todos éramos IGNORANTES, as pessoas se fixam em um ou outro, ou mesmo aquele que se faz de BURRO, para fugir da tarefa, coisas corriqueiras no serviço publico, mas isso é opção de cada um. O que eu posso afirmar, é que na época dos 2º gráu, os esclarecimentos eram em maior numero, investigador ia para a rua, para a zona, para a favela, campanas e campanas madrugada à fora. Coisas do passado, que hoje afloram em minha mente. A moda hoje em dia, é investigação VIRTUAL, colega que não entra em “muquifo”, colega que sente medo de arma de fogo, mas em contra-partida é um otimo conhecedor dos recursos de informática. Apesar que há o crime cibernético, mas ainda a grande maioria dos delinquentes, faz uso do “Oitão” e do “mão prá cabeça”, motivo este ao meu ver, que ocasionou o aumento da incidência criminal, associada as nossas Leis.
Não sei, qual será o futuro de nossa Policia Civil, mas do passado eu sei. Se para alguns, os dias de hoje são ruins, que pena, tenho uma triste noticia, já foram bem piores e melhores também.
Talvez, quando conseguirmos a UNIÃO QUE HAVIA ANTIGAMENTE, saiamos desta vala que nos encontramos, mas, tenho a certeza que se ocorrer, não farei mais parte dos quadros, estarei na inatividade, serei apenas mais uma lembrança para as pessoas que me conheceram ou que comigo trabalharam.

é o que penso

C.A.

PEC 51 acirra conflito interno entre autoridades e operacionais 105

Proposta de desmilitarização acirra conflito entre agentes e delegados da PF.

Lucas Dantas/Futura Press

Proposta acirrou ânimos entre agentes e delegados da PF

Agentes veem item sobre reestruturação da carreira como ascensão, enquanto delegados apontam ‘trem da alegria’

A proposta de emenda constitucional que trata da desmilitarização da Polícia Militar e de mudanças na organização da Polícia Civil e Polícia Federal (PEC-51) acirrou os ânimos entre os agentes e delegados da PF.

De um lado, os agentes que enxergam na proposta uma possibilidade de ascensão na carreira por mérito. Eles defendem a aprovação da proposta e dizem que os delegados temem perder poder com as mudanças.

Do outro lado, os delegados, contrários à aprovação, classificam a proposta de “trem da alegria”. Segundo eles, o texto prevê o reenquadramento de servidores públicos sem a necessidade de concurso.

Os delegados, organizados por meio da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), alegam que a proposta é inconstitucional por não ser de iniciativa do Executivo. A argumentação é de que a aprovação da proposta pode gerar um acréscimo de 10% no custo da folha de pagamento da PF. Diante disso, não caberia uma ao Legislativo propor a mudança.

A estimativa é de que, com a aprovação da PEC, a folha de pagamento da PF seja elevada em R$ 20 milhões ao mês. Hoje, a PF gasta aproximadamente R$ 200 milhões por mês com pagamento de pessoal.

Esse percentual de aumento de despesas é indicado em uma nota técnica emitida pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Apesar de reconhecer o impacto, a ANPR está do lado dos agentes, no apoio à proposta, que tramita no Senado. A relatoria está a cargo do senador Humberto Costa (PT-PE).

No âmbito da Polícia Federal, a PEC pode provocar a criação da chamada “carreira de cargo único”. Na prática, transformaria o cargo de delegado de polícia em uma função obtida por mérito. Isso permitiria, por exemplo, a quem entrou para a Polícia Federal como agente, chegar à condição de delegado. Os delegados reclamam que não existem critérios claros no texto da proposta de como ocorreriam essas progressões dentro da carreira policial.

Atualmente, o delegado de polícia começa a carreira após passar em um concurso público específico para essa função. O agente somente consegue chegar à condição de delegado, caso passe neste concurso. Além de promover essas mudanças na carreira da Polícia Federal o texto da PEC também atinge a carreira da Polícia Civil em todo o Brasil. O texto propõe os cargos na carreira policial às funções de delegados e não delegados e prevê o controle externo das atividades policiais.

Entre os delegados, há o receio dos delegados de que, pela falta de um concurso público específico para delegado de polícia, possam ocorrer situações classificadas por eles como absurdas. Um exemplo alegado é a existência de delegados sem ensino superior, mas promovido por tempo de serviço, comandar uma equipe de agentes com ensino superior.

“Para os delegados de Polícia Federal, ela é uma PEC que não tem razão de ser. A PF já é uma instituição que tem grande credibilidade perante a sociedade, sempre com índices de aprovação acima de 50%. É uma instituição que tem o reconhecimento da população e tentar uma modificação da estrutura da Polícia Federal não é nada salutar. Os delegados não aceitam uma carreira de cargo único. Qual o cargo que vai ser extinto? O de delegado?”, questionou o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Ribeiro. “Causa estranheza que a ANPR, que representa uma categoria cuja uma das finalidades é ser fiscais da lei concorde com uma proposta inconstitucional”, complementou.

Além da ANPR, a PEC 51 tem o apoio da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). “Desde a Constituição já era para se ter regulamentado uma carreira única e isso nunca aconteceu. Toda a população acredita que o agente, com tempo de trabalho, vira delegado. E não vira. Por mais que você cresça na profissão, você não tem acesso à gestão nem ao comando dos processos de investigação. A PEC 51 corrige isso”, alega o vice-presidente da Fenapef, Luís Antônio Bouden.

Além das mudanças na carreira, a PEC 51 propõe um projeto de força de segurança unificada, acabando com o termo “Polícia Militar”. Cada estado teria autonomia para administrar as polícias e promover as funções de policiamento e investigação. Outra alteração proposta é a união dos procedimentos policiais. Atualmente, estas funções são especificadas para cada polícia. A Polícia Militar, por exemplo, cuida do policiamento ostensivo. Já as polícias Civil e Federal cuidam da investigação criminal.

Quando ocorre um assassinato, o primeiro atendimento é feito por policiais militares que depois encaminham o processo à polícia civil. A proposta pode criar situações, por exemplo, em que o mesmo policial que cuida de uma ronda e testemunha um assassinato se responsabilize pela abertura de um procedimento investigatório.