22 de Novembro de 2013 – 8:25
Polícia acusa gestão Haddad de omitir dados da máfia do ISS em São Paulo
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Polícia abre investigações paralelas e diz que prefeitura omite dados. (Foto divulgação)
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Polícia abre investigações paralelas e diz que prefeitura omite dados
A Polícia Civil acusa a Prefeitura de São Paulo de omitir informações solicitadas há seis meses sobre servidores envolvidos na máfia do ISS. Agora, ameaça ir à Justiça para ter acesso a dados e abastecer investigações próprias.
A gestão Fernando Haddad (PT) afirma que atua em colaboração com os órgãos policiais da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e que os pedidos feitos foram genéricos, e não de casos específicos.
Após a operação do último dia 30, que levou à prisão quatro fiscais suspeitos de receberem propina de construtoras para a redução do imposto, a polícia decidiu abrir 12 novos inquéritos paralelos.
Cada um deles tem como alvo uma das empresas ou políticos citados em reportagens sobre as investigações da Controladoria-Geral do Município e da Promotoria.
Entre eles, Antonio Donato (PT), ex-secretário de Governo de Haddad acusado de receber mesada de R$ 20 mil de um fiscal, e Mauro Ricardo, ex-secretário de Finanças das gestões Gilberto Kassab (PSD) e José Serra (PSDB), que deu parecer para arquivar apuração sobre servidores suspeitos do esquema.
A polícia diz que pede informações à prefeitura há seis mses, quando abriu um inquérito a partir de declarações do controlador do município, Mário Spinelli, à revista “Veja” dizendo que havia servidores sob suspeita de enriquecimento ilícito.
O delegado José Eduardo Jorge, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Administração, afirma que, desde então, a polícia fez ao menos três solicitações à prefeitura sobre os servidores para investigá-los por enriquecimento ilícito ou improbidade.
A prefeitura afirmou em duas respostas que se tratava de uma apuração embrionária. No dia 25 de setembro, por exemplo, respondeu “que os trabalhos <…> continuam em fase preliminar”. Um mês depois, houve a ação com a prisão de quatro auditores.
A prefeitura diz que as informações se referiam a uma lista com 800 nomes, sem se tratar especificamente dos citados na máfia do ISS –que são suspeitos não apenas de enriquecimento, mas de outros tipos de crime.
O delegado Jorge diz que a polícia se sentiu ofendida. “Tive uma sensação estranha. Parece que alguém queria omitir alguma coisa da Polícia Civil de São Paulo.”
Agora, segundo ele, a polícia estuda ir à Justiça se não houver compartilhamento de informações. “Lógico que compromete . Todas as operações realizadas anteriormente com a Controladoria foram da melhor maneira possível e com êxito.”
Fonte: UOL notícias
22/11/2013 – 13h48
Queixa da polícia é vaidade de delegado, diz Haddad
CÉSAR ROSATI
DE SÃO PAULO
O prefeito Fernando Haddad (PT), disse que a investigação da CGM (Controladoria Geral do Município) e do Ministério Público que prendeu quatro auditores no escândalo conhecido como Máfia do ISS não pode ser refém da “vaidade” de um delegado.
“Estamos fazendo o jogo do bandido. A Controladoria é a mocinha da história”, afirmou o prefeito.
Segundo ele, a afirmação do delegado José Eduardo Jorge, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Administração de que a polícia fez ao menos três solicitações à prefeitura sobre os servidores para investigá-los é uma tentativa de colocar uma “névoa” nos resultados obtidos.
“Ao invés de celebrarmos o êxito das investigações estamos promovendo uma discussão menor. Um trabalho tão bonito não pode se render a vaidade de uma pessoa”, disse.
Questionado sobre uma possível participação de policiais civis no esquema, Haddad disse que as investigações mostram a participação de um delegado. Segundo ele, não há nenhuma relação com a recente denúncia feita hoje pela Folha. “Existe o depoimento de uma testemunha cujo anonimato está garantindo sua segurança de que há um delegado envolvido com a máfia do ISS. Mas, isso não tem nada a ver com o que foi dito hoje. O Ministério Público já sabe e está investigando o caso “, disse Haddad.
O prefeito não divulgou o nome do delegado. O policial civil foi apontado como sendo parte do esquema por uma testemunha que prestou depoimento ao Ministério Público sob condição de sigilo.
Em nota, a prefeitura informou que a polícia tinha conhecimento da investigação e que participou da operação que resultou na prisão dos envolvidos.