‘Crime comum é o que mais preocupa’, diz diretor da Abin 15

19 Mai 2013

Wilson Trezza diz que, mesmo após atentado de Boston, terrorismo não é o que mais preocupa nos grandes eventos do Brasil

Lisandra Paraguassu, de O Estado de S. Paulo

Nem o atentado da maratona de Boston em 15 de abril aumentou a preocupação do governo brasileiro em relação a atos terroristas nos grandes eventos que o País vai receber a partir do mês que vem, como a Jornada da Juventude (com a visita do papa Francisco) e a Copa das Confederações. O crime organizado ainda concentra a atenção dos órgãos de segurança. “É ao crime comum que precisamos dar mais atenção”, diz o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza.

O Brasil vai enfrentar uma sequência de grandes eventos como poucos países já tiveram. O que mais preocupa?

Periodicamente, fazemos novas avaliações para verificar que ameaças permanecem, se aumentaram de potencial ou diminuíram. O crime organizado, o crime comum, o tráfico de entorpecentes e os eventuais ataques a turistas, como tivemos recentemente, são preocupantes. Ao crime comum é que precisamos dar mais atenção.

O atentado na maratona de Boston causou alarme?

O fato de não ter tido antes um caso com essa repercussão não significa que não tenham acontecido problemas. Ocorreram ações de grupos extremistas e atentados em várias partes do mundo. Claro, um atentado em um dos países que mais investem para evitar ações desse tipo coloca todo mundo em alerta. E, para nós, passa a fazer parte das preocupações cotidianas. Mesmo assim, nossas avaliações não são de que o terrorismo assumiu uma dimensão maior do que quando começamos. É uma possibilidade, mas não é o mais provável ou o que nos preocupe mais.

De todos os eventos que o Brasil vai receber, o que tem características diferentes é a Jornada da Juventude, em julho, no Rio. Há uma dificuldade maior?

Sim. Todas as pessoas estarão no mesmo lugar, na mesma hora, é um desafio de segurança muito grande. Pode chegar a 3 milhões de pessoas.

Além do crime, quais são as outras preocupações?

Manifestações, por exemplo. É comum em eventos desse porte ter grupos de pressão que tentam aproveitar a visibilidade. Muitas vezes, nem são manifestações violentas, mas podem acabar interrompendo ou inviabilizando um evento. Podem ser grupos internacionais de pessoas que não têm antecedentes criminais e por isso entram facilmente no País. Também há uma preocupação com movimentos grevistas na época desses grandes eventos. Tudo isso pode acabar tendo impacto na imagem do Brasil no exterior. Entendemos que um jogo da Copa dos Confederações pode ser até menos problemático que um grande jogo do Campeonato Brasileiro, onde a rivalidade das torcidas é um problema, mas é um evento internacional.

Há temor de que o Brasil possa ser invadido por hooligans ou outros torcedores complicados?

O comportamento de torcidas organizadas ou de torcedores de outros países também é objeto da nossa preocupação. Antes dos eventos, nós nos comunicamos com todos os serviços de inteligência com os quais temos relacionamento (hoje são 82 em todos os continentes), fizemos pedidos de informação de todos os tipos e todos nos responderam. Em casos de menor impacto, como o caso dos torcedores, se há perspectivas de que essas pessoas pretendem vir ao Brasil, nós recebemos essas informações antecipadamente.

E os nossos torcedores?

Também cuidamos dos nossos. A área de segurança pública já tem essas pessoas mapeadas. Os principais atores são conhecidos e nesse momento são acompanhados.

O governo está começando uma nova Operação Ágata nas fronteiras, dessa vez de norte a sul. Qual o foco dessa operação?

É o controle de entrada e saída de pessoas ou materiais, os chamados ilícitos transfronteiriços. Nesse momento, podemos controlar a entrada de tudo o que possa ter interesse para segurança e combate a crimes e possa servir de ameaça aos jogos, como tráfico de armamento, drogas, pessoas. A experiência que tivemos nas operações anteriores é que, durante esse período, cai muito o crime. Começamos com um mês de antecedência e a operação se estende até 10 de junho, cinco dias antes do início da Copa das Confederações.

Um Comentário

  1. http://g1.globo.com/sao-paulo/virada-cultural/2013/noticia/2013/05/pm-confirma-segunda-morte-durante-virada-cultural-e-sp.html

    O casal Paulo Henrique Maciel Mariano, 21 anos, e a namorada Gabriela Magalhães de Jesus, 21 anos, presenciaram um arrastão na região da Galeria do Rock. Eles e amigos foram vítimas do grupo de cerca de 40 criminosos, às 3h40.“Era muita gente drogada e violenta. Vinham roubando e agredindo quem viam pela frente”, contou Gabriela.

    “A Virada Cultural se tornou uma virada criminal. Não quero nunca mais participar dela. Falta segurança”,

    reclamou Mariano.

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  2. http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/05/1281305-violencia-durante-a-virada-provoca-crise-entre-pm-e-prefeitura-de-sao-paulo.shtml

    19/05/2013 – 12h45

    Violência durante a Virada provoca crise entre PM e Prefeitura de São Paulo

    SILVANA ARANTES
    DE SÃO PAULO

    Os episódios de violência na Virada Cultural –furtos, roubos, arrastões e brigas– provocaram uma crise entre a Polícia Militar e a Prefeitura de São Paulo.

    Sem acordo prévio com a organização da Virada, a PM anunciou que daria uma entrevista ao meio-dia deste domingo (19), no escritório central do evento, na avenida São João. Ao tomar conhecimento da iniciativa da polícia, a prefeitura iniciou negociações que caminham para se consolidar numa coletiva conjunta, em horário ainda a ser definido. O teor do que será dito é motivo de intensas negociações

    Durante toda a madrugada, a prefeitura recebeu relatos de uma suposta inércia da PM diante de atos de violência, mas não comenta o caso. A atitude da polícia visaria comprometer um evento-vitrine da gestão petista –embora tenha sido criado na administração do tucano José Serra, em 2005.

    A decisão na Secretaria de Cultura do município é não comentar essa versão para não abrir uma crise institucional, ao mesmo tempo em que trabalha para apurar se ela é procedente, segundo a Folha apurou com pessoas próximas à gestão muncipial.

    No momento, o clima é tenso no escritório da Virada Cultural. Os jornalistas presentes foram convidados a se posicionar na antessala do escritório do Comando, para ouvir o tenente-coronel Marcelo da Silva Pignatari, o comandante da operação. A PM, no entanto, acabou cancelando a entrevista.

    Enquanto representantes de diversos órgãos de imprensa aguardavam, a poucos metros, Pignatari falava ao celular. A Folha entreouviu a frase “Tudo sobra para nós”. Antes de desligar, o tenente informou ao seu interlocutor que os jornalistas o esperavam e que ele iria falar.

    Em seguida, o comandante observou relatórios, junto com alguns auxiliares. E voltou ao celular.

    No Twitter, Serra diz que o evento está sedo usado para “aparelhamento”. “Quando prefeito de São Paulo, em 2005, criei a Virada Cultural, que deu certo e até vem sendo reproduzida em outras cidades do Brasil. Só me preocupa que a Virada Cultural seja usada para aparelhamento político-partidário, o que já começou a acontecer este ano.”

    O secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, não quis comentar sobre a violência. Segundo ele, os arrastões não atrapalharam o evento. “Foram casos isolados. Aqui [no palco 25 de Março], por exemplo, não senti falta de segurança”.

    CASOS

    Na madrugada deste domingo (19), durante a Virada, um homem morreu atingido por um tiro na avenida Rio Branco, segundo a polícia. Elias Martins Morais Neto teria reagido a um assalto e foi atingido na cabeça por volta das 5h. A vítima foi levada à Santa Casa, mas não resistiu.

    Um outro homem morreu na Santa Casa, vítima de uma parada cardíaca após ter sofrido uma overdose. Cinco pessoas foram atendidas com ferimentos por armas brancas no pronto-socorro do hospital.

    Policiais militares ouvidos pela Folha disseram que foram registrados inúmeros casos de arrastões durante a madrugada. A reportagem flagrou pelo menos três deles nas avenidas Ipiranga, Rio Branco e Duque de Caxias e outro no viaduto Jaceguai –onde, por volta das 2h30 da madrugada, dezenas de assaltantes desceram a partir da avenida São Luís.

    A reportagem esteve entre as 2h e 3h no 3º DP (Campos Elíseos) e constatou pelo menos 15 casos de vítimas.

    Policiais militares informaram que pelo menos 15 jovens foram detidos como suspeitos dos arrastões, a maioria deles menores de idade.

    Em todos os casos, a descrição é a mesma. Grupos de aproximadamente 50 pessoas passavam abordando os frequentadores da festa e, após agressões, arrancavam à força celulares, carteiras, bonés e blusas.

    “Arrancaram meu boné, meu tênis e minha carteira. Me chutaram quando estava caído. Levei um chute no rosto”, disse o estudante C., 16, enquanto era atendido na delegacia.

    O ajudante de serralheiro Jeferson Silva, 19, foi agredido antes de ter o celular e o boné roubados. “Eles chegam gritando ‘olha o bonde’ e roubam tudo”, disse Silva, roubado quando saía de um dos palcos em direção ao metrô, acompanhado de três amigos. Todos foram roubados.

    “Chegavam, arrastavam a gente mesmo, juntavam e e arrancavam tudo, corrente, tênis, carteira”, disse o conferente Fabio Viana, 24. “A gente vem para se divertir e acaba sem nada”.

    Na maioria dos casos, os policiais de plantão nas delegacias orientam a fazer o registro da ocorrência pela internet, pois os crimes são considerados furtos. Porém houve casos de pessoas que foram rendidas por pessoas armadas.

    “Pior é que está cheio de PMs nas ruas. É muita gente, impossível evitar”, disse um PM à Folha.

    RECLAMAÇÕES

    Participantes da Virada vítimas de ladrões reclamaram do policiamento. “Os PMs ficam nas viaturas, nas esquinas. Não estão a postos para evitar os roubos. Só nos orientam a fazer o boletim de ocorrência. Na delegacia, querem que a gente registre pela internet”, disse Stefani Fernanda, 21, enquanto aguardava por informações no 3º DP.

    Ela afirma que foi roubada quando aguardava um ônibus no ponto da avenida São João. “Estavam armados. Pediram o celular e a carteira e eu dei. Roubaram outros que estavam no ponto também”, disse ela, que mora no Jaraguá (zona norte).

    Nas redes sociais, a falta de segurança também foi alvo de críticas. “Se você não quer ser roubado na Virada Cultural faça o seguinte: não vá”, escreveu um usuário do Twitter. “Atenção você que está na Virada Cultural: Pare de ver o Twittter senão vão roubar seu celular”, escreveu Gentili na rede social. O humorista se apresentou na abertura do evento na praça da Sé.

    Já Marcelo Tas compartilhou notícias sobre a violência também no Twitter.

    O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que também foi vítima de furto, chegou a subir no palco no sábado pedir seus pertences de volta.

    “Uma pena ver um evento tão legal como a Virada Cultural, que levou o paulistano de volta ao centro, tomado pela violência”, lamentou o usuário do Twitter Christiano Panvechi.

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  3. E um monte de “zé, querendo ensinar o policia que com certeza tá na escala extra trampar. Tem mesmo que fazer zóio miudo e deixar esse povinho que só malha a polícia si fuuuu….

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  4. E o “Mano”, pergunta! Quantos de Vcs tão trabalhando? 99% se dizem vagabundos ao deixar de levantar o braço.Esperar o que da “furada cultural”.

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  5. O QUE É UMA VIRADA CULTURAL

    ONDE A CULTURA É O CRIME ????

    ONDE A CULTURA A LEI DE JER$$$$$ON ????

    ONDE A CULTURA É A SUSHA ????

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  6. É a cara, vamos ver se agora acabam de vez com essa tal de operação-delegada, engodo ´criado prá segurar a PM. Já essa molecada , que são os primeiros a fazerem críticas a polícia noutras situações que lhes conveem, sejam vítimas e não reclamem, aprendam a votar e respeitem mais a Polícia. Se num evento municipal é assim, imaginem como será na Copa. No$$as repo$ições jááááááááá´!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Fui!

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  7. IMAGINA DURANTE EVENTOS MAIORES SE FOR ASSIM VAI SER O CAOS. E A POLÍCIA FICA DE MIGUÉ E SÓ FAZ O QUE DÁ. OU SEJA ORIENTA A FAZER UM B.O. VAI SER ASSIM QUE VAMOS TIRAR O PSDB.

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  8. Em sampa tivemos a virada criminal, opa………..virada cultural, eu policia fiz o meu melhor, sai de sao Paulo. O governo não me reconhece como profissional, importante nesta sociedade, então,eu não trabalho. Manda as excelências trabalharemos meu lugar.

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  9. a operação delegada é realmente um sucesso. a pm, que constitucionalmente é a responsável pela polícia ostensiva está de parabéns. quanto a polícia civil, a repressiva, sucateada pelo psdb não consegue nem mais investigar…..

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  10. A PM diminui o número de VTRs nas ruas para aumentar a Operação Delegada, enquanto que a CIVIL não consegue nem dar conta de registrar ocorrências. Inúmeros Inquéritos Policiais registrados, TUDO NAS COSTAS DOS ESCRIVÃES e, meia dúzia de Investigadores para fazer Intimações, OS, Dirigir para Delegados, Investigar, conduzir presos para exames de IML, correr para o IC fazer ixames iniciais de droga, conduzir menores presos para o Fórum, etc… Assim fica difícil e ninguém enxerga, vamos desenhar e chamar o SBT que mostra a realidade dos prédios das Delegacia e a falta de Policiais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  11. KKKKK, SUPLICY RECLAMANDO DE LADRÃO É O MÁXIMO , JÁ DORMIU ATÉ NO CARANDIRU PARA PROTEGER OS MALAS E FOI NO 92°DP ACOMPANHAR E INTERFERIR NA PRISÃO DE MANO BROWN, REALMENTE É ENGRAÇADO MESMO.

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  12. Os terroristas aqui no Brasil estão todos no governo. Esse bando de políticos ladrões que confisca todo o meu dinheiro com impostos. A começar por essa sapatão assaltante de banco que está no poder.

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