VERGONHA.
Se dissesse que estou chocado ou surpreso estaria mentindo. Sete policiais, sendo seis do DENARC foram presos pela Polícia Federal acusados de tráfico de entorpecentes e relações espúrias com traficantes.
Não sei se são culpados ou inocentes. Tal decisão cabe exclusivamente ao Poder Judiciário. É claro que, se forem culpados, deverão ser punidos com todo o rigor da lei, e não só pelo envolvimento com os crimes perpetrados, mas principalmente por trazerem para sociedade um clima de desconfiança e insegurança ao enxovalhar o nome da instituição Polícia Civil; envergonhando a grande maioria dos policiais civis, compostas por trabalhadores dignos e honrados, que vivem do ínfimo salário, algumas vezes se submetendo à trabalhos extras, denominados bicos, no período de folga, em que deveriam estar descansando.
A grande indagação que fica é: o Diretor do DENARC tinha controle sobre os policiais? Pelo visto, não. Ora! Não é possível que só a Polícia Federal tenha descoberto os supostos crimes praticados pelos policiais.
Senhores leitores, peço desculpas por voltar à escrever em tão curto prazo, mas não posso me omitir. Minha opinião senhores, é que traficante não é cidadão, trata-se de um ser abjeto que destrói famílias e a sociedade como um todo. Portanto, policiais que se valham de tal prática delituosa para se locupletarem, tendo por desculpa o baixo salário, mostram-se seres repulsivos e mais canalhas que os próprios marginais.
Nem se fale sobre a extinção do DENARC relacionado á este fato. ISTO É BESTEIRA. Naquele Departamento existem policiais sérios, honrados e verdadeiramente comprometidos com a carreira que escolheram. Ganham um tostão, para defender a sociedade com a própria vida. O que falta Senhor Secretário é administração adequada, controle e valorização dos policiais.
Acredito que nenhum dos policiais presos exibissem sinais exteriores de riqueza, pois se o faziam está demonstrada a incompetência da Diretoria o que estava sob seus olhos.
Entendo perfeitamente a revolta de alguns policiais quando dizem que colegas não se preocupam com aumento salarial ou valorização da categoria. É deprimente se for constatado o envolvimento de policiais com traficantes.
Esta na hora do Secretário de Segurança e do Delegado Geral acordarem de seu sono letárgico e fazerem algo para melhoria da Policia Civil e por consequência de toda a sociedade que está moribunda, assolada por este mal.
Ouvir de um Diretor o que ouvi é inadmissível, pois, ao ser indagado sobre o aumento assustador de crimes na região de um de seus Seccionais, respondeu-me: “[…] estamos aguardando a sua promoção para classe especial, para então aposenta-lo, então faremos a substituição”.
Em Mogi das Cruzes/SP o Seccional reativou o Setor de Investigações Gerais – SIG, e determinou que crimes contra o patrimônio tenham competência concorrente com outros distritos, mas com prioridade para o SIG. Tudo isto sem ter policiais em números suficientes, inclusive delegados de polícia.
Também não entendo porque a prioridade é somente para crimes contra o patrimônio. Ora, homicídios são mais graves. Alguns poderiam responder que Mogi das Cruzes tem delegacia especializada de homicídios, mas então, porque o Seccional entende que roubo e furto são mais graves que o homicídio. MAS ISTO SOMENTE AS PEDRAS PODERÃO DIZER; não é Dr.Branco?
Será que o Diretor do DEMACRO, Dr.Paulo Bicudo sabe desta determinação? Criando ou reativando uma unidade sem policiais suficientes, ou porque, a DISE saiu de Mogi das Cruzes/SP e está hoje com sede em Itaquaquecetuba/SP, e a falta de delegados fica evidente quando o mesmo delegado do GARRA com sede em Mogi das Cruzes/SP se torna também assistente da DISE.
Gostaria deixar claro que, a Polícia Civil do Estado de São Paulo é composta por homens e mulheres dignos e honrados. E os que eventualmente venham delinquir, são minoria.
Se fui duro ou grosseiro apenas externei a revolta que sinto como cidadão e consumidor dos serviços de segurança pública do Estado, e não posso me omitir ao ver alguns indivíduos jogarem na lama o nome da instituição da polícia civil, por torpe ganância, em busca de um dinheiro sujo, ensaguentado e maldito. Pois ao noticiar um fato como este, a imprensa não se refere a ciclano ou bletrano como indivíduos, mas à toda instituição.
Até a presente data, o Delegado Geral não mostrou a que veio. Em qualquer país do mundo, as viaturas de combate ao tráfico de entorpecentes contam com equipamentos de monitoramento, que acabam servindo para segurança dos próprios policiais, em especial, contra alegações infundadas de marginais.
Estranho são os atuais rumos da polícia civil, em que um Delegado (Conde Guerra) foi demitido por mera repercussão de notícia de envolvimento em crime que jamais esteve envolvido, tanto é que ao final foi absolvido.
Por outro lado, o ex-diretor do DENARC e atual Diretor do DEIC é processado por suposta extorsão, em rumoroso caso em que um professor de Direito de uma faculdade paulistana, matou uma Procuradora do Estado, e noutro caso, o mesmo Diretor responde há duas improbidades administrativas.
Fatos estes que não consigo conceber e que retratam claramente dois pesos e duas medidas.
João Alkimin
João Alkimin é radialista – http://www.showtimeradio.com.br/

