O GLOBO
13 Mar 2013
Gurgel atribuiu à investigação do MP êxito da ação do mensalão
BRASÍLIA A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) contestou ontem a afirmação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que se o Ministério Público Federal não tivesse feito investigações a ação penal do mensalão não teria acontecido. A entidade argumenta que a manifestação é “desrespeitosa com os policiais federais, ministros do Supremo Tribunal Federal, jornalistas e a opinião pública”, pois ignora a contribuição de cada um para o desfecho do julgamento.
A associação afirma que “não se conhece trabalho do Ministério Público sem uma prévia e robusta investigação policial”. Para a ADPF, preocupa “a tentativa de convencimento” de que o MP estaria acima do bem e do mal. “Instituições são feitas de pessoas e os seres humanos são falhos”, diz a nota da entidade, ressaltando que o comando do MP é indicado pelo Poder Executivo.
A ADPF afirma ainda que o MPF não mostra “à sociedade sua capacidade de cortar na própria carne na punição dos desvios de conduta de seus próprios membros”.
ADPF
“”” INSTITUIÇÕES SÃO FEITAS DE PESSOAS E OS SERES HUMANOS SÃO FALHOS “””
BRILHANTE LEMBRANÇA E AINDA UMA CARACTERÍSTICA NATURAL . . .
E CABE A TODOS . . .
NO CASO DO PCC$$$$DB E PES ASSEMELHADOS
NÃO SE TRATA DE FALHA É DOLO NO GENOCÍDIO . . .
CurtirCurtir
Vai um policial civil falhar pra ver!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
CurtirCurtir
Desrespeito é o que o Governo de São Paulo está fazendo com os policiais e com a população em geral…
A polícia está falida e não há segurança para ninguém…
Os policiais estão passando dificuldades, enquanto que a população está nas chamadas “maos de Deus”…
Enquanto isso…, na Polícia Federal…., onde não têm que se preocupar com salários e condições de trabalho…, eles se preocupam com a falta de respeito por causa de um comentário…
Eu que gostaria de ser desrespeitado dessa forma…
Será que um dia seremos?
Até mais.
CurtirCurtir
Pingback: FLIT PARALISANTE | " F I N I T U D E "
Delegados rebatem declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel
12/03/2013 – 16:30
Confira a íntegra da nota divulgada pela ADPF
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) lamenta a manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que “sem investigação do MP mensalão acabaria em pizza”. Ela é no mínimo desrespeitosa com os policiais federais, ministros do STF, jornalistas e com a opinião pública, pois ignora a contribuição de cada um para o desfecho da Ação Penal 470.
Os delegados federais esclarecem que não se conhece trabalho do Ministério Público sem uma prévia e robusta investigação policial. No caso específico das investigações que culminaram com a Ação Penal 470, do Mensalão, o que houve foi uma atuação colaborativa, com cada instituição cumprindo com o seu papel, como deve ser feito, em prol da apuração da verdade dos fatos.
O que preocupa a ADPF é a tentativa de convencimento de que o Ministério Público seria uma instituição acima do bem e do mal, acima de qualquer falha e erro. Instituições são feitas de pessoas e os seres humanos são falhos. Até parece que diante de tanta “independência” o comando do Ministério Público ou a designação para vagas nos tribunais não são indicações dos chefes do Poder Executivo.
Por isso, o sistema processual penal brasileiro é baseado em um sistema de freios e contrapesos onde os poderes se equilibram e fiscalizam, para evitar abusos e omissões. É preciso tomar cuidado com essa tentativa de colocar o Ministério Público acima dos demais, de forma tão independente, que não seja mais preciso prestar contas de seus atos a sociedade.
Ademais, o Ministério Público tão preocupado em apontar as falhas das outras instituições ainda não mostrou à sociedade sua capacidade de cortar na própria carne na correção e punição transparente dos desvios de condutas de seus próprios membros. Na Polícia Federal se demite e não se aposenta aqueles que traem seu juramento institucional de servir bem a sociedade.
Em suas investigações, a independência da Polícia Federal se apoia na prestação de contas ao Ministério Público, à defesa, ao Judiciário e à sociedade hoje marcada por uma imprensa livre e atuante. Há prazos, há regras e procedimentos a serem cumpridos. Os resultados obtidos de maneira técnica são a garantia de um processo imparcial, fundado desde o início em provas produzidas sem nenhuma vinculação com a defesa ou com a acusação, simplesmente voltada para a apuração da verdade real.
A PEC-37 traz a grande oportunidade de discutir o modelo de investigação que o Brasil quer. Os delegados federais não defendem a exclusividade da investigação pela Polícia Judiciária, mas um trabalho colaborativo, com o princípio de o cidadão brasileiro ser investigado sem casuísmo, na forma e nos termos da lei, pelo órgão competente para fazê-lo. O Ministério Público não pode sozinho e paralelamente disciplinar quando, quem e como investigar crimes no Brasil. A investigação criminal não pode ter dono!
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)
CurtirCurtir