O Brasil ocupa a 108ª colocação, de um total de 179 nações, em liberdade de imprensa 11

BBC BRASIL

LIBERDADEDEIMPRENSA

 

 

 

O Brasil caiu nove posições no Ranking de Liberdade de Imprensa Mundial de 2013 e agora ocupa a 108ª colocação entre 179 nações. Na lista do ano passado, o país já havia caído 41 posições em relação a 2011.

 

 

Segundo a organização não-governamental Repórteres Sem Fronteira, que atua na defesa da liberdade de imprensa em todo o mundo, ”o cenário da mídia brasileira enfrenta graves distorções”.

 

”Fortemente dependente de autoridades políticas no nível estadual, a mídia regional está exposta a ataques, violência física contra seus profissionais e censura provocada por ordens judiciais, que também atingem a blogosfera”, afirma o texto do relatório.

 

Esses problemas, segundo o documento, ”foram exacerbados por atos de violência durante a campanha municipal de outubro de 2012”.

 

Em uma escala de 0 a 100, em que 0 representa total respeito à liberdade de imprensa e 100, o oposto, o Brasil fez 32,75 pontos.

 

De acordo com a Repórteres Sem Fronteira, os critérios para elaborar o ranking incluem avaliações sobre pluralismo, independência da mídia, ambiente de trabalho e autocensura, legislação, transparência e infraestrutura.

 

América Latina

 

Na América Latina e no Caribe, as nações que melhor figuram na relação são a Jamaica, na 13ª posição (um avanço de três posições), e a Costa Rica, que está em 18º lugar (e subiu uma posição).

 

Entre os sul-americanos, o país que melhor figurou no ranking foi o Uruguai, que ocupou o 27º lugar e cresceu cinco colocações.

 

No continente americano, o Brasil ficou atrás ainda de Suriname (31º), Estados Unidos (32º), El Salvador (38º), Trinidad e Tobago (44º), Haiti (49º), Argentina (54º), Chile (60º), Nicarágua (78º), República Dominicana (80º), Paraguai (90º), Guatemala (95º) e Peru (105º).

 

O Peru subiu dez posições e passou à frente do Brasil no ranking. Mas a liberdade de imprensa no país está à frente de outras nações da região, como Bolívia (109º), Venezuela (117º) e Equador, que caiu 15 colocações e agora está em 119º.

 

Com um total de seis jornalistas mortos no ano passado, o México manteve o status de país mais perigoso para jornalistas nas Américas e teve uma das piores colocações da região (153ª). O pior desempenho do continente americano foi o de Cuba (171º), considerada também um dos dez países da lista com o pior índice de liberdade de imprensa.

 

Perigo

 

Entre os países considerados mais perigosos para a atividade jornalística figuram a Somália (175º), seguida do México e do Paquistão (159º).

 

A nação classificada como a mais perigosa para jornalistas foi a Síria (176º). Outros países do Oriente Médio sacudidos pela onda de protestos populares conhecida como Primavera Árabe também figuram em posições baixas na lista.

 

Tunísia, Egito e Tunísia, que promoveram a derrubada de regimes autocráticos, ocupam respectivamente a 138ª, a 158ª e a 131ª colocações. Outras nações do Oriente Médio também aparecem entre as mais baixas colocações, como Omã (141º) e Iêmen (169º).

 

O relatório afirma que ”alguns dos novos governos levados ao poder pelos protestos se voltaram contra jornalistas e blogueiros que cobriram as manifestações desses movimentos e suas aspirações por mais liberdade”.

 

Topo e base

 

Os mesmos três países que lideraram o ranking no ano passado novamente ocupam o topo da lista na relação deste ano.

 

Na primeira posição, a Finlândia voltou a ser classificada como o país que mais respeita a liberdade de imprensa, seguida, respectivamente, da Holanda e da Noruega.

 

Segundo a Repórteres sem Fronteira, apesar de serem seguidos diferentes critérios, que vão da legislação dos diferentes países até atos de violência praticados contra jornalistas, há um padrão recorrente tanto nas primeiras como nas últimas colocações.

 

”Países democráticos ocupam o topo da relação, enquanto países ditatoriais ocupam as últimas três posições. Novamente, são os mesmos três do ano passado, Turcomenistão (177º), Coreia do Norte (178º) e Eritréia (179º)”, afirma o documento.

 

Além destas três, nas últimas colocações figuram ainda Cuba , Vietnã (172º), China (173º), Irã (174º) e Somália. BBC Brasil – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Itagiba Antonio Vieira Franco: “não tenho subordinados, tenho AMIGOS” 64

Enviado em 03/02/2013 as 12:24 – por  Itagiba Antonio Vieira Franco

Aos meus queridos amigos da Policia Civil.

Sinto-me profundamente envaidecido e agradecido pelas palavras e elogios que ora recebo e que, sincera e humildemente, não mereço: sempre pautei minha vida pelo trabalho e dedicação à Policia Civil, que procurei, ao longo de todo esse tempo, defender e enaltecer.

Razão de todos os meus empenhos, a minha missão como policial sempre teve como principal bandeira a verdade, o respeito a todos que me procuram e defesa daqueles que necessitam.

Jamais procurei qualquer benefício que me favorecesse, me policiando rigidamente nesse sentido, no resguardo de minha família e daqueles que me acompanharam e acompanham profissionalmente, pois não suportaria sentir em seus olhos a sensação de decepção e desilusão. A todos devo satisfação de meus atos, da lisura do meu comportamento e do comprometimento com a causa policial.

Se hoje encontro-me à frente de uma unidade de um Departamento de destaque da Policia Civil, no caso o DHPP, devo, em primeiro lugar, a sua atual Diretora, Dra. Elisabete Sato que, provavelmente, com a concordância do Sr. Delegado Geral de Policia, Dr. Blazeck, em mim depositou confiança na condução de unidade tão complexa e trabalhosa como a Divisão de Homicídios que, todos aqueles que me cercam, sabem que era onde sempre desejei trabalhar, muito embora por ali já tenha passado, há alguns anos, em uma de suas equipes básicas: muito embora não tivesse qualquer tipo de compromisso com a minha pessoa, a Dra. Elisabete me convidou e eu aceitei de pronto, para meu orgulho e felicidade.

Hoje, portanto, recebendo, humilde como sempre, esses elogios, não posso deixar de agradecê-los: um de vocês comentou que não se faz nada sozinho; concordo; em todo o trabalho há a participação conjunta de Delegados, Escrivães, Investigadores, Agentes, Papiloscopistas, etc, que são a espinha dorsal de qualquer unidade policial: nunca tive, não tenho e nunca terei a presunção de que posso fazer tudo sozinho: aliás, longe disso, pois, talvez, alguns não saibam, fui também Escrivão (com muita honra), durante nove (9) anos, portanto, “ralei” muito nessa honrada carreira e que foi a base que me auxiliou para ascender ao cargo de Delegado de Policia. Portanto, sei do que estou falando.

Quanto a ser “o melhor Delegado de Policia de São Paulo”, há um evidente exagero e não mereço, sinceramente, assim ser chamado: aliás, esse título poderia ser dado, por exemplo, e com merecimento, a outro Delegado de Policia que sempre admirei e que considero o melhor de todos, um Delegado completo, no caso o Dr. Rui Ferraz Fontes; meu desejo, sim, e decepção, e que sempre expressei, é de nunca ter podido trabalhar diretamente com ele, para aprender, em sua plenitude, como é “fazer policia”: como ele, outros tantos Delegados vocacionados que trazem dentro de si o orgulho de bem desempenhar suas funções e que vim a conhecer ao longo de minha carreira.

Esses, sim, merecem esse título.

Aliás, deixo expresso que as melhores pessoas que encontrei em minha vida, independente de carreira, foram em nossa Instituição e cujas amizades faço questão de manter. Sempre digo, também, que na Policia Civil não tenho subordinados; tenho AMIGOS, pessoas que convivi e convivo diariamente e que me trazem apoio e alegria. Nunca deixo de atender a quem quer que seja: quem chega, sabe disso, que minha porta está sempre aberta para receber a todos.

E aproveito a oportunidade para convidar aqueles que se referiram a minha pessoa e que, talvez ainda não me conheçam pessoalmente, que o façam. Um abraço bem grande os esperam.

Hoje, que o final de carreira se avizinha, espero, ainda, fazer novas e grandes amizades.

Um grande abraço a todos.

Do sempre amigo Itagiba Franco. Delegado de Policia (e acima de tudo Policial). Com muita honra.

https://flitparalisante.wordpress.com/2013/02/01/simplesmente-o-melhor-delegado-da-policia-civil-de-sao-paulo/#comment-206541

Baladas agora têm bombeiro na porta para atrair cliente 1

O ESTADÃO

03 Fev 2013

Tragédia em Santa Maria esvazia noite no Baixo Augusta e dá “cara” mais segura a casas de Pinheiros, Itaim e outros bairros

Quem saiu à noite em São Paulo durante a semana notou uma mudança de cenário. Depois da morte de 236 jovens na boate Kiss, em Santa Maria (RS), no domingo passado, várias casas fecharam as portas na capital paulista. As ruas ficaram mais vazias, principalmente, na região do Baixo Augusta, no centro.

Em outros bairros, como Vila Olímpia, Pinheiros e Itaim-Bibi ganharam outra cara. No lugar de belas hostesses, entrou a figura do bombeiro na porta da balada. Uma delas tinha até ambulância estacionada na noite de quinta-feira.

Transmitir segurança passou a ser o mais importante. Alvará e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros viraram parte da decoração. Na She Rocks, no Itaim-Bibi, a papelada estava iluminada como um quadro. A documentação entrou no vocabulário dos jovens e virou assunto na fila. “Aqui tem alvará, né?! Isso quer dizer que não vai pegar fogo”.

Na porta da D-Edge, na Barra Funda, a estudante Emilly Serpa, de 18 anos, já anunciava que a primeira coisa que faria ao entrar seria verificar onde fica a saída de emergência. “Minha mãe não queria que eu viesse. Mas jurei para ela que a balada era segura. Tem até bombeiro na porta”, disse Vitória Puccia, de 21 anos, que estava com amigas comemorando o aniversário de Emilly.

Já no Baixo Augusta, região com o maior número de casas fechadas – entre elas Sarajevo Club, Studio SP e Labo movimento foi abaixo do normal a semana toda. O vai e vem dos jovens na calçada foi substituído por um vazio, e o medo da fiscalização contagiou os empresários da noite. “Eu também teria medo se minha casa não fosse nova e não estivesse com tudo em dia”, disse Ronaldo Rinaldi, dono da Blitz Haus, inaugurada há um mês na Rua Augusta.

Blitz. Depois de anunciar a interdição de 26 estabelecimentos irregulares na cidade, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse ontem que isso só vai valer para casos “mais graves”. “Se for algum problema rapidamente sanável, os bombeiros vão orientar”.

Na tarde de ontem, a Subprefeitura da Sé fez uma blitz em parceria com os bombeiros em oito casas do Baixo Augusta e interditou a Inferno Club por irregularidades nos extintores e no revestimento. Segundo a casa, o local foi fechado “por precaução” e será reaberto na terça. Também foram encontradas irregularidades no Comedians Club, que não foi fechado e terá 15 dias para se adequar. O mesmo ocorreu anteontem na quadra da escola de samba Rosas de Ouro e D-Edge, que foram intimadas pela Prefeitura e estão irregulares, mas não fecharam.

ARTUR RODRIGUES, NATALY COSTA, VALÉRIA FRANÇA e WILLIAM CASTANHO

Como obter alvará de funcionamento em São Paulo: SOLTA O MAÇO NA MÃO DO FISCAL QUE CORONEL ( subprefeito ) BATE O CARIMBAÇO!… ( Na gestão de Gilberto Kassab (PSD), 30 das 31 administrações regionais chegaram a ser comandadas por oficiais aposentados da Polícia Militar ) 13

O GLOBO

SP tem mais de 700 denúncias de corrupção

03 Fev 2013

Cidade concentra 5,7 mil bares e 283 danceterias; empresários temem denunciar pedidos de propina

Thiago Herdy

SÃO PAULO

Para se conseguir um alvará de funcionamento na cidade com o maior número de bares e casas noturnas do país, dificilmente se escapa do jogo de fiscais corruptos, segundo relatos de empresários da noite e também de quem cuidou do controle interno da atividade do servidor público em São Paulo. Enquanto parlamentares e dirigentes do Executivo ensaiam medidas para tornar mais rigorosas as regras que regem o funcionamento dos estabelecimentos como forma de evitar a repetição de tragédias como a de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quem conhece o setor sugere o combate à corrupção e mudanças na organização da fiscalização.

Se há quem aceite pagar calado pela propina, também existem aqueles que não concordam e buscam os órgãos de controle da atividade pública para denunciar os abusos. Nos últimos sete anos a ouvidoria da prefeitura de São Paulo recebeu 754 denúncias de irregularidades graves envolvendo funcionários da administração municipal, em geral. Responsável por dar continuidade aos processos, o Departamento de Procedimentos Disciplinares (Proced) contabiliza 30 processos em andamento para apurar casos de corrupção envolvendo servidores na cidade.

Mas, frequentemente procurado por donos de casas noturnas e restaurantes que desejam saber como lidar com o problema, o diretor-jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Percival Maricato, diz que ainda prevalece a regra geral de não denunciar. Ele orienta os empresários paulistanos a buscar o Ministério Público, mas reconhece que eles preferem pagar propina a denunciar o achaque oficial, por medo de sofrer represálias.

– Muitas vezes o fiscal indica determinada empresa, determinado parceiro que pode conduzir o pedido de abertura (do bar). Aí essa empresa cobra (a propina) pelos dois. É muito mais seguro para o fiscal fazer desse jeito – acusa Maricato.

São Paulo concentra 283 danceterias e 5.697 bares, de acordo com o registro de empreendimentos ativos da Receita Federal. A Prefeitura não autoriza acesso à integra dos processos contra servidores, sob a alegação de que correm sob sigilo. Ainda assim, o procurador de Justiça de São Paulo e ex-corregedor-geral da prefeitura Edilson Mougenot Bonfim cita a “ação de fiscais achacadores” como um dos problemas que enfrentou no período em que esteve à frente do órgão, entre 2010 e 2012.

– São pessoas que atuam nas atividades fiscalizatórias da prefeitura e muitas vezes usam o nome de terceiros, um chefe ou um secretário, pessoas que nem sempre pactuam com isso – diz o ex-corregedor.

Ele propõe fazer convênio com instituições de engenheiros e arquitetos para eles mandarem profissionais capacitados para visitar os estabelecimentos.

Para Bonfim, mudar leis não é uma forma de lidar com o tema.

– Enquanto houver a corrupção, o achaque, não se resolve o problema. As leis nós já temos suficiente, é só aplicar – afirma.

achaque levou à demissão de secretário

O ex-corregedor diz ter conseguido afastar funcionários em função de irregularidades constadas no exercício da atividade pública. Apenas em 2011 e 2012 foram 160 exonerações, de acordo com a corregedoria. No entanto, por causa da estrutura enxuta do setor, ainda há muito há se feito. Ele acredita que o órgão não suportaria a procura se fosse conhecido pela população.

– Se o povo soubesse que a Corregedoria existe, não haveria a menor condição de responder à demanda – avalia.

Apenas na última semana, a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social instaurou nove inquéritos civis para investigar boates que funcionam na cidade sem alvará. Cada dono de estabelecimento será chamado para dizer porque a casa funciona sem o documento.

O mesmo ocorrerá com representantes do município. Foi uma acusação de pedido propina de R$ 100 mil para permitir o funcionamento da boate “Romanza”, em São Paulo, que custou o emprego do ex-secretário de Controle Urbano da cidade, Orlando Almeida, afastado no fim do governo de Gilberto Kassab (PSD), em dezembro de 2012.

Proprietário de uma loja de equipamentos de som, o empresário José Atônio Ramos Cadima instalou câmeras de vídeo em sua loja quando começou a ser procurado por um funcionário da prefeitura que usava o acesso ao sistema interno da administração municipal para tentar arrancar R$ 5 mil do comerciante em troca da regularização. Um interlocutor foi preso em flagrante no momento em que recebia o dinheiro. A Justiça de São Paulo condenou a dupla a dois anos de prisão por concussão (recebimento de vantagem indevida por funcionário público).

– Ser um cara honesto é algo que tinha que fazer parte do ser, mas as pessoas te engrandecem e ficam te dando parabéns – afirma Cadima sobre a coragem de filmar o achaque