Subsecretário de Comunicação do governo do Estado de São Paulo responde a artigo de Maria Rita Kehl que critica a atuação da PM 27

23/09/2012

Réplica: Psicanálise de embromação

MARCIO AITH ESPECIAL PARA A FOLHA

Quem não consegue distinguir a democracia da ditadura acaba escolhendo a ditadura como se fosse democracia e a democracia como se fosse ditadura.

Só assim se entende que a psicanalista Maria Rita Kehl associe o democrata Geraldo Alckmin, eleito com 11,5 milhões de votos, a um regime de força, como o fez em seu artigo publicado na última “Ilustríssima” (“O veredicto de Geraldo Alckmin” ), com chamada de capa neste jornal.

Kehl comparou a ação da Polícia Militar de São Paulo contra um grupo de bandidos fortemente armados, em uma chácara do município de Várzea Paulista, ao massacre de prisioneiros políticos indefesos da ditadura militar.

Decretou que o senso de justiça da bandidagem, no caso de Várzea Paulista, estaria acima daqueles da PM e do próprio governo do Estado. Isto porque um tribunal do crime, que na chácara se instalara, “absolvera” de forma generosa um dos presentes –acusado de estupro, depois morto na operação policial.

Por fim, Maria Rita classificou como sendo retórica ditatorial uma declaração do governador Geraldo Alckmin (“Quem não reagiu está vivo”) e despejou sobre os leitores números que pudessem dar verossimilhança a seu diagnóstico.

O texto é delirante, perverso e desequilibrado. A psicanalista demonstrou desconhecer segurança pública; desprezar fatos e estatísticas; e menosprezar a memória e o trabalho de várias pessoas que, embora não partilhem de sua cartilha, contribuíram para a redemocratização no país.

O Governo do Estado de São Paulo não tolera abuso oficial.

Desde 2000, 3.999 policiais militares e 1.795 policiais civis foram demitidos por má conduta no Estado (dados até 18 setembro deste ano). Só na atual gestão, foram 392 policiais militares e 252 policiais civis.

Ao mesmo tempo, e sem qualquer contradição entre os dois esforços, a Polícia Militar impediu, e vai continuar a fazê-lo, que o crime se organize e realize julgamentos ao arrepio do Estado democrático de Direito.

Aqui, o crime não instala tribunal; aqui, o crime não ocupará funções privativas do Estado; aqui, o crime não vai dialogar com os Poderes constituídos.

A declaração do governador que tanto ouriçou a psicanalista Maria Rita foi feita dentro de um contexto de apuração e controle. Ele não se omitiu em relação à necessidade de investigar o que ocorreu.

Ao contrário. Disse ele, na mesma ocasião: “Olha, quando há resistência seguida de morte: investigação. A própria Polícia Militar investiga e o DHPP, que é o Departamento de Homicídios, também investiga”¦ A investigação pela Corregedoria já era de praxe. O que é que nós colocamos a mais? O DHPP. Ele faz a investigação em todos esses casos, ele conduz a investigação.”

E o que isto significa? Que o Estado de São Paulo foi o primeiro a colocar um corpo de elite da Polícia Civil –no caso, o DHPP– para apurar resistências seguidas de morte. Nas demais unidades da Federação (algumas das quais querem adotar o modelo paulista), as resistências não são apuradas, muito menos comandadas, por departamentos qualificados.

MENTE FANTASIOSA

A medida fortaleceu o eficaz sistema de freios e contrapesos, típico dos regimes democráticos. Apenas na mente fantasiosa de Maria Rita Kehl os experientes delegados do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, da Polícia Civil, deixarão de cumprir sua obrigação para encobrir eventuais desvios de conduta de policiais militares.

A retórica inflamada e irresponsável desta senhora não fará o governo mudar o rumo na segurança pública. Rumo este, aliás, iniciado na década de 90, com a criação da Ouvidoria da Polícia, com a instituição da disciplina de direitos humanos no curso das polícias e com o combate à letalidade. E que vem sendo seguido pelo atual secretário, Antonio Ferreira Pinto, notoriamente comprometido com o rigor e com a legalidade.

Segundo os dados do último anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública do Ministério da Justiça (2011), a letalidade da polícia paulista é menor do que a de outros Estados do Brasil, tanto em números absolutos como nas taxas por 100 mil habitantes.

Em 2010, morreram 510 pessoas em confronto com a polícia paulista, uma taxa de 1,2 mortos por 100 mil habitantes. No Rio de Janeiro, que tem pouco mais de um terço da população de São Paulo, foram mortas 855 pessoas em confronto policial (taxa de 5,3 por 100 mil habitantes). Na Bahia, a taxa é de 2,2 por 100 mil. Como se vê, a fantasia baseada em distorções ideológicas não se sustenta quando confrontada com dados.

Maria Rita Kehl retrata a Polícia Militar de São Paulo como assassina contumaz de jovens. Pois São Paulo foi o Estado brasileiro que mais reduziu a taxa de homicídio de crianças e adolescentes (até 19 anos) por 100 mil habitantes entre 2000 e 2010, segundo o Mapa da Violência do Instituto Sangari: queda de 76,1%, de 22,3 para 5,4.

Também em números absolutos, o Estado de São Paulo teve a maior queda nesse índice entre 2000 e 2010. A redução foi de 2.991 homicídios de jovens e adolescentes, registrados em 2000, para 651 em 2010.

E o que aconteceu no Brasil no período? O número absoluto de homicídios de crianças e adolescentes cresceu 6,8%, entre 2000 e 2010 (de 8.132 para 8.686 casos) e a taxa por 100 mil habitantes subiu de 11,9, em 2000, para 13,8 em 2010.

DISTORÇÕES

Mas números não bastam para esta senhora. A distorção moral e ética de seu pensamento é insanável. Para Maria Rita, uma luta justa deveria contar sempre com mortos também entre policiais militares. Para ela, a profissionalização da Polícia Militar, treinada também para evitar baixas, é uma disfunção, um defeito, uma evidência de covardia.

Entende-se: entre a polícia e os bandidos, parece que ela já fez a sua escolha. Maria Rita acha que uma luta justa entre Polícia e bandido tem de terminar em empate –quiçá com a vitória da bandidagem, que ela deve confundir, em sua leitura perturbada da realidade, com uma variante da luta por justiça.

A Polícia Militar salva vidas, Maria Rita. É treinada para proteger a população do Estado. Atendeu a mais de 43 milhões de chamados em 2011. Realizou 310 mil resgates e remoções de feridos. Efetuou 128 mil prisões. A PM de São Paulo está entre as melhores do país.

Por isso, o Estado de São Paulo, segundo o Mapa da Violência, está em penúltimo lugar no ranking dos homicídios por 100 mil habitantes. A capital paulista é aquela em que, hoje, menos se mata no país, segundo o mesmo estudo.

Estivesse ela interessada em debater de fato o problema da Segurança Pública, Maria Rita tentaria entender a relação entre drogas e o crime organizado, como aquele instalado na chácara de Várzea Paulista. E por que o Brasil é o primeiro mercado consumidor mundial de crack e o segundo de cocaína? Nunca é suficiente repetir que o Estado de São Paulo produz laranja, cana, soja. Mas não produz folha de coca. Como ela entra no país? E as armas?

Mas estas não são as preocupações de Maria Rita. Ela quer confundir. Por isso até misturou o caso de Várzea Paulista à desocupação judicial da área conhecida como Pinheirinho, onde não houve vítima fatal e criou-se, bem ao seu estilo, um episódio mentiroso para fazer luta partidária.

A obrigação da autoridade pública é enfrentar o problema, seja ele a bandidagem comum ou a bandidagem da polícia. Se houve abusos, eles serão punidos após a investigação, como sempre o foram, e não antes.

Maria Rita Kehl, aliás, tornou-se partidária do julgamento extrajudicial. Ela não conhece detalhes da ação da polícia, mas já expediu a sua sentença condenatória, mimetizando, ela sim, os métodos das tiranias. Com uma diferença. As ditaduras criavam simulacros de julgamento. Precisavam convencer a si mesmas de sua farsa. Maria Rita não precisa ser nem parecer justa.

Ela deveria se envergonhar –mas não se conte com isso, pois está cumprindo uma agenda partidária –como, aliás, já havia feito nas eleições de 2010.

Desmoralizar a polícia de São Paulo é parte de um projeto de poder.

O Governo do Estado de São Paulo não tem compromisso com o crime.

MARCIO AITH, 45, é subsecretário de Comunicação do governo do Estado de São Paulo.

Um Comentário

  1. Mais um bandido da mídia corrupta – secreotário era mais um golpista tucanalha da revisteca veja – a serviço do PSDB e outros bandidos da elite branca de Lembo.

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  2. Quando na ditadura militar os generais eram a lei e a justiça, os políticos pediam democracia. Agora que vivemos na democracia esses tais políticos, ao que tudo indica, querem a volta da ditadura militar. Aceitar a matança da pm como forma de conter a criminalidade é passar por cima da lei e da justiça e dar margem para a volta da ditadura.

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  3. Retransmito e-mail que recebi e acho interessante divulgar:

    “Erros foram praticados durante o regime militar, eram tempos
    difíceis. Claro que, no reverso da medalha, foi promovida ampla
    modernização das nossas estruturas materiais. Fica para o historiador
    do futuro emitir a sentença para aqueles tempos bicudos.”
    Mas uma evidência salta aos olhos: a honestidade pessoal de cada um!
    Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os
    herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e
    umas poucas ações de empresas públicas e privadas.
    Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o
    privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras,
    deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em
    construção, em Copacabana.
    Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma fazenda de
    gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no Hospital da
    Aeronáutica, no Galeão.
    Ernesto Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou o
    Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder
    manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.
    João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a propriedade. Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.
    OBS: foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.
    Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem
    ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não enriqueceram
    nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante seus
    governos.
    Sequer criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou
    agenciar contratos para consultorias e palestras regiamente
    remuneradas.
    Bem diferente dos tempos atuais, não é?

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  4. O governo do estado de São Paulo é comandado pela ditadura dos estrelinhas FP, ou seja, da força estadual fardada comandada pelos “impolutos” estrelinhas, que manipulam a verba da maneira que querem.

    Chega de abusos;

    Se liga São Paulo,

    Acorda Brasil

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  5. É por causa de gente assim tipo “psicanlista de bandidos” que ta cheio de mala solto por aí. VAI SE CONSULTAR COM UM PSIQUIATRA SUA INCOMPETENTE. Vou torcer pra voce cair num sequestro que vc nunca mais vai defender bandido. QUEM TAVA NA CHACARA MORREU POR QUE ESTAVA LÁ. QUEM NAO ESTAVA PARTICIPANDO DE “JURI” OU ASSISTINDO NAO ACONTECEU NADA. Mesmo que tivesse algum inocente, o SIMPLES FATO DE ESTAR JUNTO DE BANDIDOS, já o faz correr risco de morte. BEM FEITO PRA QUEM ESTAVA LÁ.

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  6. kremensov :
    Retransmito e-mail que recebi e acho interessante divulgar:
    “Erros foram praticados durante o regime militar, eram tempos
    difíceis. Claro que, no reverso da medalha, foi promovida ampla
    modernização das nossas estruturas materiais. Fica para o historiador
    do futuro emitir a sentença para aqueles tempos bicudos.”
    Mas uma evidência salta aos olhos: a honestidade pessoal de cada um!
    Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os
    herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e
    umas poucas ações de empresas públicas e privadas.
    Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o
    privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras,
    deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em
    construção, em Copacabana.
    Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma fazenda de
    gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no Hospital da
    Aeronáutica, no Galeão.
    Ernesto Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou o
    Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder
    manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.
    João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a propriedade. Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.
    OBS: foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.
    Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem
    ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não enriqueceram
    nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante seus
    governos.
    Sequer criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou
    agenciar contratos para consultorias e palestras regiamente
    remuneradas.
    Bem diferente dos tempos atuais, não é?

    O maior erro da Ditadura militar do Brasil, foi ter deixado o Vampiro maldito fugir para o Chile, ao invés de ter dado fim neste filho da put…..

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  7. Alheio a ideologias políticas da situação e da oposiçao, bem como as as opinões de Marcio Aith ou de Maria Rita Kehl, gosto do chavão “quem proteje o lobo, condena as ovelhas”.

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  8. O subsecretario falou bem sobre o DHPP que investiga esses casos. Ele só esqueceu de diser que quando o delegado do DHPP contraria a versão que os PMs dizem como verdadeiras ele é afastado do DHPP como ocorreu com a Delegada que investigou aquele caso de resistencia da ROTA ocorrida no Supermercado lá em Taipas.

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  9. “POLICIAL BOM É POLICIAL MORTO!!!”
    Nesse Brasil muito se amaldiçoa os policiais, além de taxados por corruptos, são também taxados por assassinos de “coitadinhos bandidos”.Pois é, pra quem vive a função como policial nesse país, sabe muito bem que o policial brasileiro não é isso, e sim um fazedor de papéis, e um alguém preocupadíssimo em reagir contra a violência injusta do marginal. A primeira coisa que pensamos quando estamos diante do perigo, não é como devemos fazer para proteger a nossa integridade física, e sim, como é que sofreremos depois de puxar o gatilho, e como num vislumbre nos aparece a imagem de um funcionário público pobre, sendo submetido a uma saraivada de perguntas, deixando de comprar o presente do filho pelos gastos com advogados, e aquela incerteza cruel sobre o seu futuro, sem emprego, punido por excesso e entregue ao olho da rua já com certa idade, sem saber de onde lhe vira o seu sustento e dos seus.O policial brasileiro está longe de ser assassino, muito pelo contrário esta sendo assassinado pelo erro de um sistema político apoiado pela imprensa, onde transformaram a quela famosa frase em: -POLICIAL BOM É POLICIAL MORTO (HERÓI)!A sociedade decidiu que o policial só pode ser visto como honesto e trabalhador quando ele morre, daí quando isso ocorre, a demagogia se espalha rapidamente pelas bocas dos cidadãos de bem, afirmando eles: Olha que maldade fizeram, mataram o policial!Pois é, mas quando o verdadeiro policial vence e derruba o inimigo; partem logo a dizer: – Olha, pra quê matá o rapaiz? Deveria prendê o rapaizinho! Como são maldosos esses polícias, heim!Enfim, se morrer vira herói, se matar vira corrupto e assassino.Quem se habilita a virar herói em prol dessa demagogia barata dessa sociedade, hã?

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  10. Nos EUA também existem esses defensores de marginais, que formam ONGs e outras associações em defesa de presos, drogados, marginais, ladrões, traficantes e toda estirpe de malfeitores. Só que tem um porém; lá o judiciário e a imprensa NÃO CAÍRAM na demagogia barata desses defensores de malfeitores, e mesmo sendo filmados, e em alguns casos postos em rede nacional, os policiais e o judiciário de lá CONTINUAM FIRMES E AUSTEROS, dessa forma, a LEI ainda comanda naquele País.
    A violência policial contra aqueles que SÃO VIOLENTOS é apoiada completamente pela população de bem, e essa fama de polícia violenta faz com que os marginais os temem, pois sabem que a REAÇÃO POLICIAL será certa e sem hesitação.
    Já aqui no Brasil, nós temos a imprensa e a sociedade que são contra nós, somos malfalados a todo o instante, e tememos muito o judiciário, a ponto de hesitar em reagir no instante em que somos vítimas da violência por parte de algum marginal.
    Quantos colegas não morreram ao hesitarem em atirar contra o marginal armado, e sendo assim, foram acertados mortalmente pelo mesmo que não hesitou um segundo sequer em matar o policial?
    No contexto atual da situação polícia-sociedade, nós estamos passando por um período extremamente difícil pra quem resolve entrar nas corporações policiais brasileiras, seja civil, militar ou federal, e esses parâmetros negativos só serão mudados quando a sociedade acordar e resolver apoiar os seus policiais.
    Os EUA com todas essas ONGs de defesas de marginais, só não se transformou num Brasil devido ao APOIO da própria sociedade à sua polícia e ao seu judiciário.
    QUE DEUS NOS AJUDE!!!!

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  11. batman :O subsecretario falou bem sobre o DHPP que investiga esses casos. Ele só esqueceu de diser que quando o delegado do DHPP contraria a versão que os PMs dizem como verdadeiras ele é afastado do DHPP como ocorreu com a Delegada que investigou aquele caso de resistencia da ROTA ocorrida no Supermercado lá em Taipas.

    Tem gente que desce pra cima, sendo promovido e depois chutado…
    Tem gente que acerta trocar uma solução ideal das piças pelo silêncio…
    Tem gente que é perseguido…, em prol do silêncio.
    Tem gente que é chutado…, em prol do silêncio.
    Tem gente que é morta…, em prol do silêncio.
    Tem gente que é perseguida, chutada e morta.
    MAs o que se vê no dhpp é a demoniocracia da Lei do Silêncio!
    Trabalhou demais, Falou demais, Levantou demais, Viu demais, Sabe demais… é Pinto, acaba sendo vitimado pelo executor ditatorial!
    Isso quando não ligam na casa do Policial e conversam advertindo os filhos, esposas… Ou levantam seu qth e um abraço!
    Vcs sabiam que o PM evangélico que voltava com a filha do culto foi executado por investigar outros PMs que haviam executado amigos seus, líderes comunitários?
    O PM Nascimento foi perseguido e morto por trombar uma ocorrência de receptação de carga roubada!
    A casa do PM Pimentel foi crava de tiros por ter apreendido maquininhas caça-níqueis de propriedade de PMs!
    Tem o Alessandro, carcereiro, o Villanova, tira, o Helinho, Ivan, tira…
    É tanta gente, de tantas as carreiras sendo silenciada, que a PC encontra-se muda e castrada por medo ou por excesso de pudor!
    E todas as reestruturações que acabaram atravancando a investigação aqui?
    E a enxurrada de IP, até se morrer de susto vam pro dhpp!
    Assim fica difícil investigar direito e levantar as cagadas dos outros malas antidemocráticos!
    Fui, senão não consigo acabar o expediente e atraso pro bravo!
    É possível enganar algumas pessoas todo o tempo; É também possível enganar todas as pessoas por algum tempo;
    Mas não é possível enganar todas as pessoas por todo o tempo.
    ( Abraham Lincoln ) “O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.”(Aristóteles)

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  12. o que enche osaco aqui no brasil é a mania de querer fiscalizar as instituições policiais. ora as policias já tem orgão fiscalizador que são suas corregedorias. por que essa senhora não vai encher o saco do mp ou do judiciario?

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  13. Boa Tarde!

    Senhoras e Senhores.

    Este realmente é um típico assunto que evidentemente sempre será questionado, seja em beneficio ou em prejuízo de alguém.

    Sempre existirão pessoas que penderão para um lado, mas é imperativo ressaltar que este lado, talvez não seja o certo, pois é importante que se diga uma coisa:

    Este assunto é polêmico, meticuloso e de extrema delicadeza e por mais que se faça certo, sucessivamente surgirão controvérsias.

    E estas controvérsias, sempre que se deem contrárias a uma minoria, serão exaustivamente questionadas e talvez até, atacadas com palavras praguejaras e sem sentido.

    Por isto que eu sempre digo: “Cada macaco no seu galho e, poste jamais deve urinar no cachorro, muito menos o rabo abanar o respectivo”.

    “Esta pasta deve se mostrar por si só, através de trabalho profissional e intensificado e, sem deixar um mínimo de sobeja para surtir ou surgir questionamentos negativos”.

    Sempre digo que existem dois tipos de cozinheiro:

    Aquele que cozinha no fundo de uma pocilga e àquele que cozinha para os mais bem-aventurados.

    A grande diferença é que o da pocilga geralmente usa mais temperos para esconder o produto vencido e o da soberba, adoça a boca e o paladar do avaliador, para que assim, não perceba muitas vezes que é um péssimo profissionale a sua criação seja bem pior que o da pocilga.

    Caronte.

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  14. No dia que Essa Senhora
    for sequestrada e os caras além do sequestro quiser sentar a madeira
    (LITERALMENTE) Nela
    ai ela vai pensar direito!

    Convenhamos…
    Só que já viu o
    “Chico preto berrando”
    sabe responder
    despois de 2, ou 3 “Pipoco”
    todo gato vira pardo…
    Já é o próprio sistema de defesa do Corpo.

    Tem que colocar essa “mulé”
    no meio de um Tiroteio com mala
    pra ela sentir o Drama…
    Vamos ve se quando ela falar :

    – Pare meu “filinhos” de atirar…

    Os malas vão escuta-la

    Já viu Policias depois de intensos confrontos ficarem com a orelha sangrando, só porque o vento da da “Holer Point” passou na sua orelha, e o mesmo agradecer a Deus pela vida…

    Balela, e blá, blá, blá.

    Na guerra é a lei Do Cão que infelizmente Funciona…
    Ou é ou não é meus Caros.
    Vale tudo…
    correr, pular, rolar no chão,

    tudo pela Preciosa Vida!!!

    Respirando bem, o Colega estando vivo, e nenhum inocente morto…

    O resto é resto.
    Pode cair tudo no colo Do Cão.

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  15. idade As investigações indicam a participação de policiais militares em chacina na
    Baixada Santista Até agora, foram presos 23 PMs suspeitos de envolvimento
    nas mortes do litoral. Por Tatiana Merlino. Ilustração Koblitz.
    uem vai comprar cigarro com o
    Chimiro sou eu, diz Marcos Paulo.
    – Nem vem… Eu que vou, retruca
    o rapaz.
    Depois de muita discussão, Marcos Paulo pega
    o capacete e monta na garupa da moto do amigo
    de infância: “Eu é que vou”, diz, decidido.
    O trajeto do Bar Paradinhas, no bairro de Catiapoã,
    em São Vicente, até o local onde os rapazes
    querem comprar cigarro, não é longo. Àquela hora
    da madrugada, véspera de feriado de Tiradentes, seria
    ainda mais rápido. Logo estariam de volta ao bar,
    onde outros amigos da turma o esperavam.
    Grupos de
    extermínio
    matam com a
    certeza da
    Erich, de 21 anos, conhecido como Chimiro pelos
    amigos, dirige a moto, e Marcos Paulo, de 18,
    vem à garupa. A moto vira na rua Pérsio de Queiroz
    Filho e, antes de chegar no meio da primeira
    quadra, duas motos vêm em direção aos rapazes.
    Cada uma delas com dois homens. Na esquina, um
    carro preto, modelo Siena, bloqueia a passagem.
    Ao serem abordados por um dos homens da
    moto, os jovens tiram os capacetes e mostram as
    identidades. Marcos Paulo é o primeiro a ser atingido.
    Ele tenta se defender. Levanta e cruza os
    braços para se proteger das balas. Em vão. Ele é
    atingido por mais de dez disparos no peito, orelha
    esquerda, cabeça, ombro, costas, braços e pernas.
    Na sequência, Erich leva três tiros: mão direita,
    tórax e pescoço.
    Horas antes, Marcos Paulo saía de casa de bicicleta
    para encontrar os amigos num bar. Às
    23h, falou com a mãe, Flávia, ao telefone. “Não
    saia hoje, não, meu filho”. “Ah, mãe, hoje é véspera
    de feriado”, respondeu o rapaz. Do bar, Marcos
    Paulo foi a uma festa com amigos e, depois,
    todos foram ao Paradinhas.
    Flávia fazia plantão na enfermagem de um hospital
    de Santos quando recebeu, pouco depois das 4
    horas da manhã, um telefonema: “O Marcos Paulo
    -Exterminio.indd 30 08.06.10 18:09:25
    maio 2010 caros amigos 31
    levou um tiro”, ouviu da irmã. A enfermeira seguiu
    até o Centro de Referência em Emergência e Internação
    (Crei) de São Vicente, para onde o rapaz teria
    sido levado. “Ninguém deu entrada aqui com esse
    nome”, ouviu, chegando ao hospital.
    – Como ninguém foi buscá-lo? Ele foi baleado!
    – Acho que não tinha transporte, senhora.
    A mãe de Marcos Paulo seguiu para o local do
    crime. Lá, encontrou o corpo do filho no chão, coberto
    por um lençol.
    – Pode mexer nele, mãe –, Flávia ouviu de um
    policial militar
    – Como? Eu não posso mexer. Quando é assassinato,
    ninguém pode chegar perto, e vocês ainda
    não fizeram perícia.
    Marcos Paulo Soares Canuto e Erich Santos da
    Silva estão entre as 22 pessoas que foram mortas
    na Baixada Santista (SP), no período entre 18 e
    26 de abril, após o assassinato do soldado da Força
    Tática Paulo Rafael Ferreira Pires, em Vicente
    de Carvalho, no Guarujá, no dia 18.
    Os principais suspeitos dos assassinatos são policiais
    militares que integrariam um grupo de extermínio.
    O modus operandi das ações são semelhantes
    às ocorridas em maio de 2006. “A relação
    entre a série de crimes de 2006 e os de 2010 é que
    ambos foram cometidos na sequência de mortes
    de policiais por grupos de extermínio com indícios
    de serem formados por policiais, com pessoas
    encapuzadas ocupando uma moto, acompanhadas
    de um carro, usando mini metralhadora e com recolhimento
    dos projéteis logo depois, desconfigurando
    a cena do crime”, acredita o defensor público
    do Estado Antonio Mafezzoli.
    Até o fechamento da edição, 23 policiais da Baixada
    Santista haviam sido presos administrativamente.
    Eles são suspeitos de fazer parte do grupo de
    extermínio conhecido como “Ninjas” que matou 22
    pessoas no litoral paulista. Caso haja evidências da
    participação desses policiais nas mortes, a Corregedoria
    pode pedir a prisão temporária dos acusados.
    Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
    Projéteis recolhidos
    A reportagem da Caros Amigos teve acesso aos
    Boletins de Ocorrência (BOs) de cinco vítimas de
    São Vicente (quatro óbitos e um sobrevivente) e
    oito de Vicente de Carvalho, no Guarujá – seis
    mortes e duas tentativas. Na maioria deles, constava
    a informação de que “não foram arrecadados
    cartuchos ou projéteis [para perícia]” e, também,
    que as vítimas foram abordadas por indivíduos encapuzados.
    Embora os representantes das Polícias
    Civil e Militar tenham considerado a possibilidade
    da participação de policiais nos assassinatos de
    abril, os crimes ainda não foram esclarecidos.
    Para Débora Maria da Silva, militante das
    Mães de Maio e mãe de uma das vitimas dos crimes
    de 2006, “se os assassinatos de quatro anos
    atrás tivessem sido resolvidos, isso não estaria
    acontecendo”. Para ela, a recente onda de assassinatos
    da Baixada pode ser chamada de “crime
    de Maio continuado”, afirma.
    Na opinião de Mafezzoli, é possível que os responsáveis
    pelos assassinatos de 2006 sejam os
    mesmos dos crimes recentes. “É provável que sejam
    as mesmas pessoas, porque o modo de cometimento
    é idêntico. Acho que a não punição
    dos crimes de maio de 2006 gerou uma sensação
    de que esse grupo podia continuar atuando dessa
    forma porque não ia mudar nada, ninguém ia
    ser punido, a Polícia Civil e o Ministério Público
    nem iam chegar perto deles. Assim, sentiram-se
    à vontade para continuar”.
    O defensor explicou que, depois do episódio do
    “maio sangrento” de 2006, outras mortes aconteceram
    em Santos e na Baixada com o mesmo perfil
    e “sempre posteriores à morte de um policial”.
    Em novembro do ano passado, disse, um policial
    morreu em Cubatão. “Em seguida, metralharam
    16 pessoas”. Segundo Mafezolli, dados da Ouvidoria
    de Polícia levantados pela organização não
    governamental (ONG) Justiça Global, entre maio
    de 2006 e dezembro 2009, 70 pessoas foram mortas
    em situações semelhantes, “sem contar os 40
    de maio de 2006 e os 23 de abril de 2010. Isso
    mostra que esse grupo continuou em atividade, e
    sempre vingando a morte de policiais”.
    Para o advogado Fernando Delgado, da Justiça
    Global, é possível estabelecer uma relação entre
    os grupos de extermínio de hoje e os esquadrões
    da morte, criados no final dos anos 60 e atuantes
    durante a década de 70. “A metodologia é bastante
    parecida e há simbologias semelhantes, como a
    imagem da caveira”, explica.
    Até o fim
    Marcos Paulo era o único filho de Flávia Soares.
    Separada do pai do menino, ela morava com
    o adolescente num pequeno apartamento no bairro
    do José Menino, em Santos. “Não tenho mais
    condições de morar aqui. São muitas lembranças”.
    Logo depois da morte do filho, Flávia iniciou
    uma pequena investigação por conta própria.
    “Eu não vou sossegar porque o que eu tinha
    que perder já perdi. Agora, o que eu tenho, a minha
    vida? Quero que se dane! Eu vou até o final.
    Nem que para isso um dia vocês escutem: mãe de
    Marcos Paulo foi assassinada”.
    No dia da morte do filho, Flávia ouviu de um policial
    militar que o calibre da arma que usaram para
    assassiná-lo era o 380, “aquela bala pequenininha
    que entra, não faz furinho nenhum, mas, quando
    chega dentro, explode tudo”. Porém, ao prestar depoimento
    na delegacia, o escrivão disse à mãe que
    ainda não se sabia qual era porque não havia sido
    feito o exame de balística. “Se for mesmo 380, quem
    usa é polícia da pesada ou bandido”, diz.
    Marcos Paulo tinha terminado o ensino médio
    no final de 2009 e pretendia fazer curso para
    técnico de contêiner. Tinha uma namorada, gostava
    de jogar futebol na praia, fazia musculação.
    “Era muito alegre e extrovertido”. Era o conselheiro
    amoroso da turma, e ajudou Erich a arrumar
    uma namorada.
    Testemunhas e amigos contaram que, na noite
    do assassinato dos rapazes, alguns homens que
    circulavam pelas redondezas do bar estavam anotando
    placas de moto e carros. Porém, a maioria
    dos jovens tem medo de testemunhar e sofrer represálias
    posteriormente.
    Em recente entrevista concedida ao jornal A
    Tribuna, dois homens que se identificam como
    participantes de grupos de extermínio relataram
    como atuam e afirmaram que, depois de uma certa
    hora, estar na rua de certos bairros da cidade
    é pedir para morrer. Flávia protesta: “Quer dizer
    que quem é de periferia não pode viver, não tem
    direito de sair na rua à noite?”, questiona. “Meu
    filho estava na periferia porque tem raízes e amigos
    lá. Foi ali que nós nascemos”, diz.
    Na mesma madrugada em que Marcos Paulo e
    Erich foram mortos, outros dois jovens também
    foram assassinados e um terceiro ficou ferido. De
    acordo com o Boletim de Ocorrência da 1ª DP de
    São Vicente, Anderson Souza Reis e Wandilson
    de Oliveira Silva “foram abordados por dois indivíduos
    encapuzados que desceram de um veículo
    preto não identificado e, sem nada dizer, passaram
    a efetuar disparos com arma de fogo”. O
    relato foi feito pelo sobrevivente. No B.O., também
    consta que, no local, não foram encontrados
    projéteis para a realização de perícia. Anderson e
    Wandilson foram mortos às 4h47 e 5h, respectivamente,
    também no bairro de Catiapoã.
    Sete tiros
    Numa manhã de sábado, Jane Aparecida Matos
    Madeira, a dona Jane, recebe a reportagem
    em seu apartamento no bairro de Aparecida, em
    Santos. Lá, também estão as netas, de dois, sete
    e dez anos. A pequena mexe no gravador, a do
    meio, cuida da menor e a mais velha participa da
    conversa. No dia 23 de abril, Alessandra Aparecida
    Matos Madeira, de 29 anos, filha de Jane e
    mãe das meninas, estava num bar com duas amigas
    quando um carro e uma moto Biz começaram
    a rondar o bar. “Esse carro já passou aqui, vamos
    tomar cuidado”, diz uma delas. O carro para, um
    homem encapuzado sai do seu interior e dispara
    na direção de Alessandra. As amigas correm, mas
    ela, de salto alto, cai e não consegue fugir. “Foram
    sete tiros, todos do mesmo lado, no ouvido,
    na cabeça. Ela não teve chance de nada”.
    A morte da filha de dona Jane teria sido “queima
    de arquivo”. “Eu ouvi isso no próprio distrito
    policial”, afirma a senhora. Alessandra teria
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    32 caros amigos maio 2010
    testemunhado o assassinato de Rafael Souza de
    Abreu, de 16 anos, na noite de 26 de março. Ela
    era amiga da namorada do adolescente e estava
    no local quando ele foi morto.
    Há seis anos, Jane perdeu o outro filho, também
    assassinado por policiais. “A gente coloca os
    filhos no mundo e não acha que essas coisas vão
    acontecer”. A enfermeira de 53 anos diz que teme
    pelas netas, que dependem dela: “Fico com medo
    porque tenho três crianças. Tenho que trabalhar
    muito para mantê-las”.
    Mesmo assustada, Jane participou da audiência
    pública “A violência na Baixada Santista”, realizada
    em 14 de maio, em Santos, para discutir a impunidade
    dos crimes de maio de 2006 e a onda de
    violência que marcou o mês de abril deste ano na
    Baixada. “Quero saber quem foi que fez isso com a
    minha filha”, disse dona Jane, emocionada, na primeira
    fileira do auditório, ao lado de outros familiares
    de vítimas da violência do Estado.
    Organizada pela Comissão de Direitos Humanos
    da Assembleia Legislativa, Movimento Mães
    de Maio e Fórum da Cidadania de Santos, com o
    apoio dos deputados estaduais do PT Fausto Figueira
    e Maria Lucia Prandi, o encontro reuniu
    pais e mães de vítimas, comando das Polícias Militar
    e Civil, Ministério Público, Poderes Judiciário,
    Legislativo e Executivo, Ordem dos Advogados
    do Brasil (OAB) e organizações da sociedade
    civil. Entre os participantes, estava o ouvidor-geral
    de Cidadania da Secretaria Especial de Direitos
    Humanos da Presidência da República, Fermino
    Uma das testemunhas que estava no local era
    a namorada de Rafael, que mudou de cidade por
    medo de também ser morta. “Eles estavam rondando
    a casa dela, então, depois de depor no Ministério
    Público, ela foi embora”. Outra testemunha
    era Alessandra, que foi assassinada.
    Seu José, que trabalhava como portuário, disse
    que não consegue mais trabalhar: “Estou acabado”.
    Ele também vem sendo ameaçado de morte.
    “Eu não uso droga, não vendo droga, eu trabalho…
    mas qualquer dia podem me forjar. Vão me
    forjar ou me matar. Não estou saindo. Chego em
    casa, fecho as portas e vou dormir”, conta o homem,
    apos tranquilizar um parente por telefone:
    “está tudo bem, já cheguei aqui”.
    Segundo José, um dos meninos que jogava futebol
    com Rafael foi abordado pelo mesmo policial
    militar quando ia para a escola. De acordo
    com ele, o PM jogou o material do menino chão
    e deu um tapa em sua cara. Na volta da escola, ele
    foi abordado novamente pelo PM, que teria dito:
    “Sabe quem matou o Rafael? Fui eu. Vou fazer da
    mesma forma que fiz com ele com você”.
    Essa denúncia foi feita pelo adolescente, de apenas
    14 anos, no 6º Batalhão da Polícia Militar de
    Santos, onde está localizada a corregedoria da PM.
    No dia em que foram depor, o próprio policial que
    ia ser denunciado estava no local: “Ele ficava dando
    voltas, olhando de cara feia”, conta José.
    Embora o caso do seu filho não entre na contabilidade
    dos 22 assassinatos do período de 18 a 26 de
    abril, ele possui as mesmas características de assassinatos
    cometidos por grupos de extermínio, “que
    não deixaram de atuar entre os crimes de maio de
    2006 e abril de 2010”, alerta o defensor Mafezolli.
    Toque de recolher
    Em Vicente de Carvalho, onde a matança após a
    morte do soldado da Polícia Militar Paulo Raphael
    Ferreira Pires, de 27 anos, começou, o clima era de
    muita tensão nas semanas seguintes aos crimes. Na
    sequência do assassinato do PM, outras cinco pessoas
    foram mortas, entre elas, o comerciante Fábio
    Luiz Basílio, de 31 anos, baleado por volta das
    11 horas do dia 20 na avenida Santos Dumont, em
    frente ao Banco Bradesco. Segundo testemunhas,
    dois homens em uma moto efetuaram o disparo. A
    causa do homicídio ainda não foi esclarecida.
    De acordo com uma moradora do distrito de
    Vicente de Carvalho, que não quis ser identificada
    por medo de represálias, a região viveu dias
    de muito medo. “Como eu moro mais afastada
    da avenida, o pessoal vinha dizendo que as lojas
    iam fechar cedo porque ia ter toque de recolher.
    Se você esperar para descobrir se é boato ou verdade,
    está pagando para ver”.
    A moça relata que mortes por grupos de extermínio
    não são novidade em Vicente de Carvalho:
    “Sempre que se comenta que alguém foi morto na
    Fechio, que afirmou que a situação exige um choque
    de gestão para mudar o modelo de polícia: “O
    Estado sempre é lerdo para atender às mães”.
    Na ocasião, o coronel Sérgio Del Bel, que responde
    pelo Comando de Policiamento do Interior
    6 (CPI-6), unidade responsável pela Baixada e Vale
    do Ribeira, admitiu que há “fortes indícios” da participação
    de policiais militares no crimes, mas “eles
    não são a maioria”. “Sob meu comando, não permito
    nenhum tipo de violação. São expulsos em média
    280 policiais todos os anos”. Del Bel disse, ainda,
    que “deve haver a participação de policiais. Não
    vejo a hora de colocar esses caras na cadeia”.
    O delegado Waldomiro Bueno, do Deinter-6, responsável
    pelo policiamento do litoral sul de São
    Paulo, também reconheceu a possibilidade de participação
    de policiais nos crimes. “Temos indícios
    fortes. Mas estamos trabalhando com todas as hipóteses:
    vingança, tráfico e, principalmente, crimes
    praticados por PMs. Mas vamos esclarecer tudo isso
    o mais rápido possível. Doa a quem doer”.
    Cenário do crime
    O pai e a avó de Rafael, cujo assassinato Alessandra
    testemunhou, também estiveram presentes
    à audiência. O adolescente estava na porta da casa
    de um amigo no bairro do Estuário quando foi
    morto. Ele comia uma esfiha de frango com catupiry
    quando dois homens numa moto passaram no
    local e o executaram. O primeiro tiro foi no joelho.
    Rafael caiu e pediu “pelo amor de Deus”, por duas
    vezes, para que não o matassem. Os tiros seguintes
    atingiram seu pescoço, rosto, peito e cabeça.
    O pai do rapaz, José de Abreu Nabo Neto, conta
    que correu para o local assim que recebeu a notícia:
    “Eles queriam mudar o cenário do crime. A primeira
    coisa que eles estavam procurando eram os projéteis,
    os cartuchos. Eu fui pegando tudo e falei: aqui
    não, aqui vocês não vão colocar mão. Eu perguntei:
    por que vocês não vão procurar, correr atrás? Foi a
    própria Polícia Militar que matou. Aí eu passei mal,
    a pressão subiu e fui parar no Pronto-Socorro”. O
    caso foi registrado no 3º DP de Santos.
    Rafael era usuário de maconha e, para poder
    comprá-la, cometia pequenos furtos. Por conta
    disso, era constantemente ameaçado de morte por
    um policial militar, que José acredita ser o autor
    do crime. A motivação do assassinato, acredita
    o pai do rapaz, teria sido um assalto ocorrido
    numa loja de roupas do bairro. Segundo José,
    os policiais acreditavam que Rafael fosse um dos
    assaltantes da loja. “Dois dias antes do meu filho
    ser executado, dois policiais militares que faziam
    segurança da loja entraram na minha casa sem
    mandado de segurança procurando roupas”.
    No dia da morte, o tal policial que ameaçava o
    menino passou de moto na frente da casa da família.
    “A gente acha que esse dono da loja deve
    ter pago a polícia para executar meu filho”.
    Jane teve os dois filhos assassinados por grupos de
    extermínio.
    Flávia está investigando a morte do filho por conta
    própria.
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    maio 2010 caros amigos 33
    favela, as pessoas associam a morte com os encapuzados”,
    diz, deixando claro que, por encapuzado,
    subentende-se policial de grupo de extermínio.
    Em maio de 2006, também houve mortes na
    cidade. Porém, como a impunidade vigora, “ninguém
    quer ser testemunha, ninguém quer falar…
    você acaba comprando uma briga que não é sua
    e, às vezes… né?”.
    A jovem era amiga de Fábio, e conta que nunca
    viu o rapaz participar de uma briga: “Era uma
    pessoa boa, legal. Todo mundo gostava dele, nunca
    vi ele brigando. Não sei o que ele pode ter feito
    de errado a ponto de alguém querer matar ele.
    Tem gente que tem dinheiro e sai por aí zoando…
    ele não, ele era sossegado”.
    A jovem conta que, durante a onda de violência,
    os comentários em Vicente de Carvalho eram
    de que estavam matando todo mundo, até quem
    não tinha nada a ver com a história. “A mãe tinha
    medo do filho sair na rua, ir na casa da namorada.
    O papo era ‘tú tá na rua esse horário, vão te
    matar. A polícia pega e mata’. Falaram isso nessa
    época”. A moça afirma, ainda, que o policial que
    foi morto tinha fama de ser violento e ter “dedo
    mole”. “Bobeou, ele atirava para matar”.
    Até o fechamento desta edição, duas pessoas
    haviam sido presas. Eduardo Rodrigues do Nascimento,
    conhecido como Eduardinho, que era foragido
    e condenado a 29 anos de prisão por homicídio,
    foi preso pela polícia como suspeito pela
    morte do policial da Força Tática. Recentemente,
    um ex-policial militar também foi preso em São
    Vicente. Dentro de seu carro, foram encontradas
    uma pistola 380 e duas toucas ninja.
    Maior letalidade
    As mortes na Baixada ocorreram no mesmo
    período em que dados divulgados pela Secretaria
    de Segurança Pública de São Paulo apontaram
    que a Polícia Militar do estado matou 40% mais
    nos três primeiros meses deste ano em comparação
    com o mesmo período do ano passado. Entre
    janeiro e março de 2010, foram 146 mortes, contra
    104 no mesmo período de 2009.
    Nos últimos 12 meses, período do início da gestão
    do secretário da Segurança Pública Antonio Ferreira
    Pinto, que assumiu o cargo em março do ano
    passado, o número de mortes por policiais militares
    em serviço foi 54% maior do que nos 12 meses anteriores,
    na gestão de Ronaldo Marzagão. “A maior
    letalidade coincide com a gestão do novo Secretário
    de Segurança Pública, que colocou mais Rota na rua
    mesmo após o anúncio dos números de mortes envolvendo
    essa força policial”, comenta o advogado
    Fernando Delgado, da ONG Justiça Global. Segundo
    ele, a organização se reuniu com o secretário no
    ano passado para pedir especial atenção em relação
    aos casos envolvendo a Rota.
    Para ele, a regra em relação aos crimes cometidos
    pela polícia é a não responsabilização: “E no
    caso dos crimes da Baixada, há o risco de acontecer
    o mesmo”. Delgado acredita que “o aumento de
    70% nos casos de resistência seguida de morte de
    2008 para 2009 são a prova dessa falta de punição
    dos crimes cometidos pela polícia, como ocorreu
    com os crimes de maio”, diz.
    A lentidão nas investigações dos homicídios
    na Baixada foi um dos motivos do afastamento
    do corregedor da PM, Davi Nelson Rosolen, e sua
    substituição pelo coronel Admir Gervásio Moreira.
    O desgaste do corregedor também se deu por
    conta das recentes mortes dos motoboys Alexandre
    Santos e Eduardo Luís Santos e, também, do
    camelô Roberto Marcel Ramiro dos Santos, em
    São Paulo. Alexandre foi estrangulado por quatro
    PMs da zona sul de SP, Eduardo foi torturado
    dentro de um quartel da PM na zona norte e Roberto
    foi morto com mais de dez tiros. Dezenove
    dias antes de Roberto ser morto, ele e sua mãe
    foram ameaçados de morte pelo PM Valdez Gonçalves
    dos Santos, do 21º Batalhão.
    Nesse período, quatro pessoas de uma mesma família
    foram mortas em Campinas, no interior paulista.
    Os assassinos, suspeitam os investigadores, seriam
    policiais militares, em vingança ao assalto que
    deixou um colega paraplégico. Segundo moradores,
    PMs fardados chegaram ao local logo depois da
    saída dos assassinos, arrastaram quatro corpos por
    alguns metros e recolheram todas as cápsulas que
    encontraram. O procedimento usual é deixar o local
    do crime intocado até a chegada da perícia.
    Ao assumir o cargo, o novo corregedor declarou
    que uma das prioridades da instituição será
    a Baixada Santista. Admir considera a situação
    complicada, pois a suspeita de envolvimento de
    policiais é forte, mas ninguém aponta os culpados.
    O delegado diretor do Deinter-6, Waldomiro
    Bueno Filho, responsável pelas investigações, foi
    insistentemente procurado pela reportagem, para
    esclarecer o andamento das investigações, mas
    não foi encontrado.

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  16. Por mim pode passar tudo para a PM, deixem que eles abracem tudo policiamento , investigação , não é o que o estupido do Ferreira Pinto quer ??

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  17. Ainda bem que o pensamento desta senhora não me representa…
    Quando comecei a participar do Flit pensava que haveriam policiais, agora vejo que um ou outro apenas que são, o resto fica dentro de Plantão e nunca se quer saiu pra rua…
    Parem com isso novinhos, vocês são muito Teoristas e pouquíssimo Polícia!
    Se vocês concordam com a matéria, adotem um ladrão!
    Viva os Policiais Sangue no Zóio, ainda bem que eles existem pra controlar!\

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  18. 25/09/2012 18:19
    Da Tribuna
    Da Redação

    Bancários

    Luiz Cláudio Marcolino (PT) comentou a greve dos bancários, citando algumas reivindicações dessa categoria, como reajuste salarial. Mencionou, também, assembleia que esses trabalhadores marcaram para esta terça-feira, 25/9, para negociar o fim da greve. Por fim, agradeceu à Polícia Militar pela instalação de uma base comunitária móvel na Praça da Kantuta, no bairro do Canindé, após algumas queixas de furtos e assaltos que estavam ocorrendo na região. (JF)

    Violência

    “Aqui a violência é tão banalizada e natural que acabamos aceitando como se fosse algo normal”, disse Jooji Hato (PMDB). O parlamentar defendeu medidas preventivas para diminuir o índice de violência, como a blitz do desarmamento, com o objetivo de coibir a compra e venda de armas ilegais. O deputado afirmou que existem projetos importantes tramitando na Casa, com temática voltada ao combate à violência. (DA)

    Segurança

    Olimpio Gomes (PDT) comunicou que irá encaminhar pedido para que sejam convocados os candidaatos aprovados em concurso público para os cargos de guarda de escolta e agente penitenciário. “Concursados de 2008 ainda não foram chamados. Há um déficit de funcionários nessas áreas que coloca em risco o sistema prisional”, protestou. (DA)

    Trem da CPTM

    Luiz Carlos Gondim (PPS) abordou a situação do transporte público no Estado. O parlamentar deu o exemplo da linha da CPTM que vai da Estação Luz até Guaianases. Segundo ele, quando o veículo chega à região, frequentemente acontecem problemas. Gondim reproduziu reportagem da TV Globo sobre o assunto. “Vamos parar de brincar de fazer política e vamos fazê-la com seriedade”, finalizou. (IR)

    Propaganda enganosa

    João Antonio (PT) criticou o governo do Estado, que está há mais de 20 anos no poder e ainda não melhorou o sistema de transporte público de São Paulo, “onde o governo gasta milhões com propaganda enganosas”. A Grande São Paulo padece com o sistema de transporte completamente deteriorado, disse. O parlamentar fez uma comparação entre o metrô paulistano e o da Cidade do México, cuja extensão é de 300 quilômetros contra apenas 70 em São Paulo, sendo que as duas cidades começaram as obras simultaneamente. “Estamos atrasados em relação ao transportes”. (GA)

    Violência contra a mulher

    Telma de Souza (PT) criticou a situação do transporte no Estado. “Em Santos, há a promessa de implantar o Veículo Leve sobre Trilho (VLT). Não temos sequer o traçado correto ainda”, comentou. A parlamentar falou também sbre o Dia Mundial de Combate à Violência contra a Mulher. “Quero cumprimentar todas as mulheres. Continuaremos lutando para termos uma cidadania melhor”, disse. (IR)

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  19. Esses sociólogos pensadores, sempre atacando as POLÍCIAS, não passam de uns merdas, se a polícia age, é truculenta, se não age, é covarde, sempre atacam a ação ou omissão da polícia. Só sabem fazer críticas, jamais foram acompanhar os trabalhos do dia-a-dia, ver as dificuldades, e o quanto esses criminosos são violentos…..pensadores…..

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  20. kremensov :
    Retransmito e-mail que recebi e acho interessante divulgar:
    “Erros foram praticados durante o regime militar, eram tempos
    difíceis. Claro que, no reverso da medalha, foi promovida ampla
    modernização das nossas estruturas materiais. Fica para o historiador
    do futuro emitir a sentença para aqueles tempos bicudos.”
    Mas uma evidência salta aos olhos: a honestidade pessoal de cada um!
    Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os
    herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e
    umas poucas ações de empresas públicas e privadas.
    Costa e Silva, acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o
    privilégio de permanecer até o desenlace no palácio das Laranjeiras,
    deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em
    construção, em Copacabana.
    Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma fazenda de
    gado em Bagé, mas quando adoeceu precisou ser tratado no Hospital da
    Aeronáutica, no Galeão.
    Ernesto Geisel, antes de assumir a presidência da República, comprou o
    Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha vendeu para poder
    manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio.
    João Figueiredo, depois de deixar o poder, não aguentou as despesas do Sítio do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a propriedade. Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado de lamentável conservação.
    OBS: foi operado no Hospital dos Servidores do Estado, no Rio.
    Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem
    ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não enriqueceram
    nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante seus
    governos.
    Sequer criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou
    agenciar contratos para consultorias e palestras regiamente
    remuneradas.
    Bem diferente dos tempos atuais, não é?

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  21. Essa psicanalista deve ser membro honorário da Comissão de Direitos Humanos. E outra: onde psicanalista entende de segurança pública?

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