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O policial militar Michel Henrique Martins, 31, foi preso sábado (14) em Santo André (Grande SP), sob suspeita de balear um investigador do Denarc (departamento de narcóticos), da Polícia Civil, durante um tentativa de roubo. Por volta das 10h30 de sábado, o PM Martins, de folga e à paisana, estava em uma motocicleta na avenida dos Estados e, ao lado de um outro homem, tentou roubar duas pessoas que estavam na porta de uma loja de autopeças. Os investigadores do Denarc David Comino, 33, e Fernando de Aragão Bueno, 36, estavam em carro particular, a caminho da casa de um amigo, quando viram o roubo e tentaram prender os dois ladrões. Na reação, Bueno atirou cinco vezes contra um dos dois ladrões e o atingiu. Os dois criminosos fugiram na motocicleta, mas também conseguiram ferir o policial civil Comino no braço. Antes de subir na moto, um dos acusados de roubo chegou a cair e deixou a arma que usava, uma pistola.380 mm no chão. A numeração da arma estava raspada e tinha 11 munições intactas. O investigador Comino foi levado para o Hospital Brasil, onde permanece internado para uma cirurgia. Ele não corre risco de morte. Já na madrugada deste domingo (15), policiais militares de São Bernardo do Campo (Grande SP) foram chamados ao Hospital Anchieta para “ajudar um PM que estava baleado no local”. No hospital, o PM Getúlio Marabá Romão foi informado que o PM Michel Martins havia chegado ao local dizendo ter sido vítima de uma tentativa de roubo de sua motocicleta e, ao reagir, foi ferido quatro vezes. Mas o suposto roubo da moto do PM Martins não foi registrado na Polícia Civil porque, segundo ele mesmo, não tinha as placas do veículo. Um projétil de pistola.40, provavelmente da pistola do investigador Bueno, do Denarc, foi retirado do corpo do PM Martins que, ao ser submetido a reconhecimento fotográfico, foi apontado “sem sombra de dúvida” como aquele homem que tinha atirado nos dois policiais civis do Denarc. A reportagem não teve acesso ao PM Martins, que está preso sob escolta da Corregedoria da Polícia Militar. Assim que receber alta, já que não corre risco de morte, ele será preso no presídio Militar Romão Gomes, no Jardim Tremembé (zona norte de São Paulo). Seu advogado de defesa não foi localizado pela reportagem |
Arquivo mensal: abril 2012
Instituição exemplar : PMs matam jovem e escondem o corpo em matagal…( Mais um rotineiro caso isolado por culpa de malformação familiar…Será que foram concebidos em prostíbulo? ) 11
PMs são suspeitos de matar jovem e esconder o corpo em matagal
ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO
A Polícia Civil de São Paulo e o Ministério Público Estadual pediram à Justiça a decretação da prisão de quatro PMs investigados sob suspeita de terem matado um jovem de 16 anos e escondido o corpo dele em um matagal.
Thiago Júnior da Silva, 16, sumiu após operação de PMs do 31º Batalhão em 17 de março, no Parque Santos Dumont, Guarulhos (Grande SP).
O corpo do jovem só foi encontrado no dia seguinte por sua mãe, Eliana Cristina da Silva, que começou as buscas após ser informada por amigos do filho sobre a possível violência por parte dos PMs.
Segundo os PMs Paulo Hernandes Bastos, Ednaldo Alves da Silva, Edilson Luís de Oliveira e Fábio Henrique da Silva, Thiago estava com um grupo de outros três jovens e um deles teria atirado contra o carro da PM.
Ainda de acordo com os policiais, dois desses jovens foram presos sob suspeita de tráfico de drogas e Thiago e o outro adolescente fugiram.
Uma testemunha ouvida pela polícia, entretanto, contestou a versão dos PMs. De acordo com essa testemunha, Thiago foi abordado pelos quatro policiais e implorou para não ser morto.
O tiro que matou Thiago, segundo a perícia, apresentava marca de “tatuagem”, ou seja, foi disparado com a arma muito perto ou encostada em seu corpo.
O tenente-coronel Antonio de Mello Belucci, comandante do 31º Batalhão, e os quatro PMs investigados não foram localizados na noite de ontem para comentar o caso.
Ontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que o Estado tem responsabilidade na morte de outro jovem, Yago Batista de Souza, 17, e diz que irá indenizar sua família. Ele morreu após ser baleado no sábado por um PM em frente ao prédio onde vivia, em Itaquera, zona leste paulistana. O policial, que foi preso, afirma que o tiro foi acidental.
Técnica de abordagem PM: atirar primeiro, perguntar depois 25
Em Sâo Paulo
‘Foi uma tragédia’, diz Alckmin sobre morte de jovem por PM em SP G1
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lamentou nesta segunda-feira a morte de Yago Batista de Souza, de 17 anos, baleado no sábado por um policial militar em frente ao prédio onde morava, em Itaquera, na Zona Leste da capital. Segundo a PM, o disparo foi acidental.
Familiares e amigos da vítima contestam a versão. “Muito triste, foi uma tragédia. O policial já está preso, a polícia vai verificar se foi imprudência, imperícia ou negligência. Qualquer que seja o resultado da investigação, o Estado é responsável. Nós já determinamos à Procuradoria Geral do Estado que procure a família para indenizar a família. A família pode procurar a PGE que receberá toda a indenização. O policial está preso e vai responder a processo civil e penal”, afirmou. Após a morte do jovem, moradores do conjunto habitacional José Bonifácio, onde o jovem morava, bloquearam a Rua Virgínia Ferni e colocaram fogo em madeiras e pneus. Policiais militares fizeram uma barreira para conter os manifestantes. No asfalto e nos muros, pichações mostravam a indignação pela morte. As marcas de sangue ficaram na calçada. Segundo a PM, o policial estava em uma operação de rotina e não tinha a intenção de atirar. “O disparo foi acidental. Provavelmente, o rapaz deve ter feito algum gesto brusco”, disse o major da PM Vagner Seraphim Queiroz. Para a família e o amigo de Yago, o disparo não foi acidental. “A viatura chegou para abordar eles e um policial de dentro da viatura alvejou o meu irmão que estava sentado. Estavam os três sentados. Falaram que não deu tempo nem de levantar”, disse Leandro Batista Lamires, irmão da vítima. A família quer que tudo seja investigado e diz que não se conforma com a perda. “Ele não tirou a vida do meu filho, não. Ele tirou a vida de três, quatro, tem a mãe dele, tem eu, irmãos. E aí?”, lamentou Evandro de Jesus Souza, pai da vítima. O soldado que atirou contra o adolescente foi preso em flagrante por homicídio culposo. Ele vai aguardar julgamento no presídio Romão Gomes. No sábado, em nota, Alckmin lamentou o episódio e informou que a família do garoto será indenizada. “Independentemente da investigação conduzida pela Policia Militar, a responsabilidade do Estado e inegável. Portanto, o governador determinou a imediata instauração de procedimento com vistas ao pagamento de indenização do Estado a família da vitima”, diz o texto. O corpo de Yago foi enterrado na manhã desta segunda-feira no Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo.
Ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica está por trás dos mais recentes escândalos da República. Saiba quem o contratou, quais são seus operadores na polícia e no Ministério Público e como funciona o esquema do araponga 20
Dadá e o submundo dos grampos
Claudio Dantas Sequeira
ESPIÃO Antes de virar araponga particular, Dadá prestou serviços à ditadura: foi infiltrado no MST e monitorou políticos
Em meio aos efeitos devastadores da Operação Monte Carlo, que prendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira, arrastou para a lama o senador Demóstenes Torres e lança suspeita sobre dois governos estaduais e a empreiteira Delta, líder em contratos públicos, um personagem saiu da sombra: o espião Idalberto Matias de Araújo. Conhecido como Dadá, ele tem 51 anos, é ex-sargento da Aeronáutica e está preso em uma unidade militar do Distrito Federal. Dadá é apontado pela Polícia Federal como o principal articulador de uma ampla rede de gravações clandestinas que vem assombrando Brasília há pelo menos uma década. Documentos e gravações telefônicas já analisados por delegados que estão à frente da Operação Monte Carlo indicam que as ações de Dadá extrapolam em muito os limites do esquema montado por Cachoeira e não têm coloração partidária ou ideológica. ISTOÉ obteve, com exclusividade, documentos sigilosos sobre o araponga e conversou com amigos dele, ex-colegas de farda e do submundo da espionagem. Em seu histórico de serviços oficiais prestados ao Estado durante três décadas, Dadá acumulou prestígio invejável dentro da comunidade de informações e fez amigos, muitos amigos, entre políticos, empresários, policiais, promotores e procuradores. Quando deixou de trabalhar para o Estado, Dadá se valeu dos antigos relacionamentos para fins particulares e se tornou o araponga que mais atemoriza os poderosos de plantão. De acordo com a Polícia Federal, Dadá montou o maior esquema de espionagem da história recente do País. Trabalhando na sombra, ele serviu e ajudou a derrubar políticos influentes, como o ex-ministro José Dirceu, por exemplo. Teve participação ativa na gravação que revelou um esquema de corrupção e loteamento político nos Correios que levou ao escândalo do Mensalão e influiu na celebração de contratos públicos em diversos setores.
Para manter em funcionamento um esquema que é capaz de gravar conversas telefônicas, eletrônicas ou pessoais, que acessa dados sigilosos da Receita Federal e dos mais variados órgãos de inteligência do governo federal e dos governos estaduais, Dadá tem a sua disposição uma equipe de colaboradores infiltrados em diversos órgãos. São agentes públicos que criminosamente vazam ao araponga informações sigilosas sobre pessoas e empresas e que também recebem de Dadá colaboração clandestina para investigações em curso. Um dos principais operadores do espião, segundo a PF, é o chefe do setor de Inteligência do Ministério Público do Distrito Federal, Wilton Queiroz. Gravações obtidas por ISTOÉ (leia quadro abaixo) mostram que Queiroz repassa ao espião dados confidenciais sobre inquéritos e processos que tramitam pelo MP. Com essas informações, Dadá pode prevenir seus clientes sobre futuras ações da Justiça. Em troca, o espião faz grampos clandestinos solicitados pelo promotor. Se as conversas interceptadas interessarem ao Ministério Público, posteriormente é obtida uma autorização judicial para a realização de gravações oficiais. Caso não interessem, o próprio Dadá tenta repassá-las a outros clientes. A PF já sabe que, além de Queiroz, há um outro promotor de Brasília que atua em parceria com o araponga: Libânio Alves Rodrigues, também mencionado nas gravações obtidas por ISTOÉ.
EMPREGADORES O bicheiro Carlinhos Cachoeira (acima) e o senador Demóstenes Torres contrataram Dadá para monitorar inimigos políticos e interceder em contratos públicos
Assim como os promotores, de acordo com as investigações da Operação Monte Carlo, o espião conta com parceiros na Corregedoria da Polícia de Goiás, nos serviços reservados das Polícias Civil e Militar de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Na esfera federal, agentes da comunidade de informações do Exército, da Aeronáutica e da Marinha ajudam Dadá na elaboração de dossiês, e agentes da Abin contribuem para que o araponga obtenha dados bancários e fiscais de pessoas físicas e jurídicas. Na rede de operadores do esquema Dadá (leia quadro na pág. 46) também figuram delegados da própria Polícia Federal, já investigados pela Corregedoria.
Maranhanse de Bacabal, Dadá chegou a Brasília junto com os fundadores da capital no início da década de 1960. Sem estudos, buscou na Aeronáutica um meio de sobrevivência. Serviu cerca de seis anos como taifeiro e foi trabalhar na 2ª Seção, o setor de informações da FAB. “Dadá não sabia cozinhar. Não tinha futuro como taifeiro”, ironiza um colega. Em plena ditadura, da 2ª Seção ele foi para o temido Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), agência integrante do SNI, o aparato repressivo criado pelos militares. Sem formação para o trabalho interno, de análise, Dadá tornou-se agente de campo. Fez curso de operações no Cefarh, antiga Esni (Escola Nacional de Informações), e passou a atuar na coleta de dados na Seção de Busca da Divisão de Operações. Sua missão inicial era colher dados sobre pessoas que os militares chamavam de subversivos. Foi dessa maneira que começou a construir relações com a Polícia Federal e as PMs de vários Estados.
Mantida em segredo até agora, uma das primeiras missões do araponga a serviço do Estado foi monitorar o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh. Em 1980, o petista fundou em São Paulo o Comitê Brasileiro de Solidariedade aos Povos da América Latina (CBS), grupo de direitos humanos que fazia denúncias de tortura durante a ditadura e crítica aberta à doutrina de Segurança Nacional que ainda predominava no Brasil. Dadá integrou a equipe que seguia os passos do advogado, registrava seus encontros com membros de partidos até então clandestinos e grupos de esquerda de outros países, como Cuba e Nicarágua. Depois, Dadá foi escalado para espionar os chamados movimentos sociais. Foi ele o responsável pelas primeiras infiltrações no Movimento dos Sem-Terra (MST), por exemplo.
PATRIMÔNIO Os rendimentos de Dadá se multiplicaram nos últimos três anos. O apartamento em Brasília é avaliado em R$ 800 mil
Com a redemocratização do País, o sargento continuou a atuar nos bastidores, mas ainda a serviço do Estado, e não de clientes particulares. Colaborou com a PF em ações contra o narcotráfico em Roraima e no Rio de Janeiro, especificamente na operação contra o traficante carioca Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê. Ali, Dadá ajudou a descobrir um esquema de desvio de armas envolvendo oficiais da própria FAB.
De volta a Brasília, e com a comunidade de informações em declínio, Dadá mergulhou no submundo da espionagem clandestina. Ao contrário de boa parte dos antigos arapongas do regime militar que viraram detetives particulares e passaram a bisbilhotar a vida alheia em busca de casos de adultério, Dadá colocou seus conhecimentos e seus contatos a serviço de empresários e políticos. Em Goiás, no primeiro governo do tucano Marconi Perillo (1999-2002), o bicheiro Carlinhos Cachoeira implantou o jogo do bicho eletrônico e passou a administrar a loteria estadual. Para manter a jogatina, porém, ele precisava do apoio da polícia e acabou se aproximando de policiais civis amigos de Dadá. A ligação foi automática. Cachoeira contratou o espião e o aproximou do PM Jairo Martins, vulgo Índio, que passou a ser um colaborador habitual – como no caso da gravação do diretor dos Correios Maurício Marinho, episódio que levou à eclosão do escândalo do Mensalão.
Os esquemas montados por Dadá começaram a despertar a atenção da Polícia Federal durante a Operação Satiagraha. Quando o delegado e atual deputado Protógenes Queiroz (PCdoB – SP) começou a investigar o banqueiro Daniel Dantas, pediu ajuda a Dadá para recrutar freelancers, como o ex-agente do SNI Francisco Ambrósio, e até servidores da Abin. O problema é que o recrutamento e o consequente compartilhamento de dados sigilosos com agentes de fora da PF acabaram sendo um tiro no pé. A Satiagraha, deflagrada em 2008 com ampla cobertura midiática, virou um escândalo. As provas foram anuladas e Dadá e Protógenes tiveram suas carreiras abreviadas. O delegado se elegeu deputado. Dadá ficou queimado como agente da Aeronáutica e foi obrigado a se aposentar, com rendimento de R$ 4 mil mensais. Mergulhou de vez na clandestinidade e passou a operar como empregado de Carlinhos Cachoeira. A partir daí a vida do espião mudou.
INVESTIGAÇÃO Sarney (à esq.) e Marco Maia articulam a instalação de uma CPI no Congresso e querem ouvir o araponga
Casado com a enfermeira Maria de Lourdes Chagas e pai de dois filhos, manteve por anos uma vida simples, instalado num apartamento funcional da Asa Norte, bairro de classe média de Brasília. Com hábitos espartanos e sem hobbies, Dadá tinha uma Variant II, 1972, de cor azul, que ele chamava de “Mafalda”, por vezes abandonada sem combustível nas entrequadras de Brasília. Mafalda foi substituída por um Corsa 2003, sem ar-condicionado. Nos últimos três anos, porém, Dadá passou a circular de Passat alemão. Comprou um Grand Vitara Suzuki e uma motocicleta. Em janeiro de 2010, segundo a PF, comprou à vista um apartamento avaliado em R$ 800 mil, mas cujo valor registrado em cartório foi de apenas R$ 340 mil. O aumento patrimonial não foi declarado ao Fisco. As mudanças afetaram o jeito de ser do espião. Além de ostentar roupas de grife, o sargento adotou um tom esnobe. “O Dadá de hoje está irreconhecível. Parece ter assimilado os trejeitos e práticas do chefe dele, o Carlinhos Cachoeira”, diz um agente federal amigo do araponga. No mesmo ano de 2010, Dadá voltou às manchetes no caso do grupo de espionagem contratado pelo PT para montar um dossiê contra o candidato tucano José Serra.
Pelo que se depreende da análise de diálogos e relatórios ainda inéditos da Operação Monte Carlo, obtidos por ISTOÉ, Dadá não mudou apenas seu estilo de vida. O ex-espião da FAB assumiu o papel de operador de Carlinhos Cachoeira e da empreiteira Delta. No governo de Goiás, coube a ele a indicação para diversos cargos do segundo escalão. Mais recentemente, ensaiava passos como empresário e sindicalista. Segundo a PF, Dadá é sócio oculto da Agência Plá junto a Marcelo Lopes, o Marcelão, ex-assessor da Casa Militar do Distrito Federal, e Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz. Além de expandir os negócios da Plá para Mato Grosso e Rio de Janeiro, Dadá, Marcelão e Monteiro teriam um projeto político independente de Cachoeira, mas que se beneficiaria dos contratos da Delta na área de limpeza urbana. Por isso, Dadá fundou em abril de 2011 a Associação Comunitária dos Trabalhadores em Limpeza Urbana do DF e Entorno. A ideia era evitar pressões sindicais contra a Delta e também mobilizar a massa de trabalhadores para eleger Monteiro deputado distrital, pelo PT.
Relatório reservado da PF ao qual ISTOÉ teve acesso com exclusividade mostra que, na busca e apreensão realizada no apartamento de Dadá, foram encontrados documentos “pertinentes à possível prática de espionagem”. Foram apreendidas mídias eletrônicas, pesquisas de bancos de dados privativos dos órgãos de segurança pública (Infoseg) e relatórios de interceptação de linhas telefônicas de investigações do Núcleo de Combate a Organizações Criminosas (NCOC) do Ministério Público em conjunto com a PF. Os acessos ilegais ao Infoseg tiveram como alvo o deputado federal Fernando Francischini (PSDB/PR), cujos e-mails também foram monitorados. O primeiro acesso foi feito em 25 de outubro de 2011, pelo agente da PF Paulo Áureo Gomes Murta, o Murtinha, amigo de Dadá. Outros dois acessos ao cadastro de Francischini foram efetuados pelos sargentos da PM Leonel Martins e Itaelson Rodrigues, lotados na Casa Militar do Distrito Federal por indicação de Dadá e comando do coronel Rogério Leão. Na época, o deputado vinha questionando possíveis desvios de recursos públicos ocorridos no Ministério dos Esportes e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Os telefonemas e e-mails de Francischini também foram acessados pelo agente da PF Joaquim Gomes Thomé Neto, que mora no Rio de Janeiro. Em depoimento sigiloso à Polícia Federal, obtido pela reportagem de ISTOÉ, Thomé admite que foi contratado por Dadá para fazer o trabalho sujo por R$ 3 mil mensais. Esses e outros dados levaram a PF a abrir uma investigação paralela à Monte Carlo para apurar todos os tentáculos do araponga. No Congresso, os presidentes da Câmara e do Senado, Marco Maia (PT-RS) e José Sarney (PMDB-AP), finalizam a instalação de uma CPI. Para deputados e senadores que irão trabalhar na investigação o primeiro desafio será fazer Dadá quebrar o silêncio.
Aprimorar a Polícia Civil é dever do Estado 61
Segunda Leitura
Por Vladimir Passos de Freitas
A segurança pública, dever do Estado, é direito e responsabilidade de todos (CF, art. 144). No entanto, é um direito só lembrado em momentos de crise, logo após um fato rumoroso. Entrevistam-se, então, grandes estudiosos, que têm soluções para tudo. A maioria nunca acompanhou um plantão em uma delegacia de Polícia.
Neste quadro, a Polícia Federal avançou muito, fruto de concursos disputados, vencimentos condignos e capacitação permanente. A Polícia Militar expandiu seu trabalho preventivo, com sucesso (p. ex., Polícia Ambiental). A Polícia Rodoviária Federal melhorou sua infraestrutura e conseguiu elevação dos vencimentos de seus membros. A Guarda Municipal ainda não teve definido o seu papel, mas vem se equipando e crescendo.
Todavia, a Polícia Civil, que é a responsável pela investigação da maioria dos crimes, segue com deficiências de estrutura e seus delegados, na maioria dos estados, recebem vencimentos inferiores à metade do que ganham juízes e promotores. Há tentativas legítimas de reverter-se a situação.
É preciso melhorar. É necessário que a Constituição seja cumprida, não apenas nos direitos e garantias fundamentais do artigo 5º, mas também no direito à segurança do artigo 144.
Quem, como, o quê? Os pessimistas dirão: não adianta, está tudo perdido. Discordo. Há quadros novos, delegados, escrivães, investigadores e outros profissionais que optaram pela função policial por vocação. É preciso saber aproveitar esses novos talentos.
Mesmo que as dificuldades sejam enormes ─ e sempre são ─, um Secretário de Segurança ou um delegado-geral interessados, além de legítimas aspirações de reformas constitucionais (v.g., PEC/SP 19/2011), podem fazer a diferença, estimulando seus comandados, usando a criatividade dos jovens valores, aumentando-lhes a autoestima. Por exemplo:
1. Resgatar a história da instituição, a fim de que seus integrantes e a sociedade a conheçam melhor, saibam tudo o que ela realizou. Neste particular, serve de bom exemplo o trabalho do delegado Felipe Genovez , “História da Polícia Civil no Estado de Santa Catarina”, no site: http://www.webartigos.com/artigos/historia-da-policia-civil-no-estado-de-santa-catarina/67745/.
2. Dar nomes aos prédios das delegacias de Polícia, tal qual se faz nos Fóruns, valorizando os que prestaram bons serviços à instituição ou que faleceram em serviço. Mas a homenagem só deve ser feita aos aposentados ou mortos, para que não se transforme em política miúda.
3. Estimular o estudo (não apenas aos delegados, a todos) é essencial. A concessão de auxílio educação é o caminho. Assim faz a Justiça Federal (Lei 11.416/2006), com sucesso. Por exemplo, um curso de mestrado significa 10% sobre o vencimento básico (artigo 15, inciso II). Isso pode ser conseguido com lei estadual. Mas, mesmo sem a gratificação, devem facilitar-se cursos de mestrado e doutorado, principalmente aos delegados. Evidentemente, com um controle do percentual dos que podem licenciar-se ao mesmo tempo (p. ex., 3%). Cursos no exterior, intercâmbio de experiências com outras academias ou escolas de Polícia, da mesma forma devem ser incentivados.
4. A criação de uma revista eletrônica, com artigos de específico interesse policial, também é importante e não demanda gastos ou sacrifícios. Só boa vontade. A Ed. Fiúza, com o apoio do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de SP, publica a excelente “Revista Criminal” (impressa), com sucesso. É preciso que os policiais preencham esse espaço vazio, escrevam sobre o que entendem, inclusive para sites ou jornais locais.
5. A abertura de concursos de artigos ou de boas práticas, com premiação e divulgação, também é estimulante. É algo simples e que pode ser promovido também por associações de classe. Os prêmios devem relacionar-se com a atividade (p. ex., participar de curso no exterior). As boas práticas podem ficar disponíveis no site da instituição.
6. Um centro de apoio institucional na DG ou na Corregedoria, com estrutura enxuta e servidores escolhidos a dedo, é essencial. Telefone e e-mail disponível para esclarecer dúvidas o tempo todo, na hora e informalmente. Neste mesmo setor pode haver um centro receptor de propostas de inovações. Boas ou não, devem ser respondidas no máximo em três dias.
7. Desburocratização administrativa é outro passo importante. Uma pessoa ou uma comissão de três pessoas objetivas e com bons conhecimentos, poderão permanecer à disposição da DG por seis meses e levantar todos os gargalos burocratizantes. Por exemplo, precatórias eletrônicas. Existe algo mais “old fashion” do que uma precatória impressa, mandada via correio? Isto sem falar das precatórias mandadas para outro estado (mesmo que só uma rua divida duas cidades) via Polinter, que nas duas capitais registrará o sacramental documento, retardando em meses seu cumprimento. Simplificar a comunicação interna, criar súmulas administrativas, tomar depoimentos por telefone (viva voz), a imaginação é livre e tudo deve ser tentado.
8. Aprimorar as decisões é indispensável. Não tem mais sentido inquéritos mal conduzidos. Depõem contra a Polícia. Neste particular, consulta pela internet ao “Roteiro de Decisões Policiais” será uma agradável surpresa, pois nele se encontrarão, pela ordem alfabética, centenas de comentários, modelos de despachos complexos, ofícios, informações e jurisprudência, divididos em três arquivos (www.ibrajus.org.br).
9. A falta de estrutura de trabalho, enquanto os governos estaduais não se animam a adquirir modernos equipamentos expostos em feiras (p. ex. http://mais.uol.com.br/view/99at89ajv6h1/9-feira-internacional-de-seguranca-publica-no-df-04023160E0811366?types=A), podem ser atenuada com solicitação à Receita Federal de doação de bens declarados perdidos (v.g., contrabandeados). Basta alguém se dispor a fazer os contatos, tomar a iniciativa.
10. Uma boa assessoria de imprensa e um marketing positivo são essenciais. O relacionamento com a mídia deve ser objeto de capacitação pela cúpula (v.g., elaborando uma cartilha). Por exemplo, um delegado não deve dar entrevista com a barba por fazer ou com uma camisa de malha. Deve estar trajado de forma adequada, de terno ou, se não for o hábito local, com camisa discreta e abotoada. E quem deve aparecer mais é o escudo da instituição e não o seu agente. As relações institucionais (v.g., com Judiciário, MP, OAB, Defensoria) devem ser otimizadas.
Aí estão, em breve síntese, dez boas práticas que podem ser tomadas para aprimorar a Polícia Judiciária Estadual. Muitas delas já existem em alguns estados, mas são pouco divulgadas. Dos que detêm o poder, espera-se que queiram mudar as coisas para melhor e não simplesmente enriquecer seus currículos. A população agradece.
Vladimir Passos de Freitas é desembargador federal aposentado do TRF 4ª Região, onde foi presidente, e professor doutor de Direito Ambiental da PUC-PR.
Revista Consultor Jurídico, 15 de abril de 2012
Scandallo na boca do DGP : “A atuação da prostituta acaba trazendo benefícios à sociedade. Como somos mamíferos e primatas, descarregamos no ato sexual aquela energia que poderia ser canalizada para coisas violentas”…( O traficante de maconha, com mais razão ) 70
Prostíbulos fechados por Kassab voltam repaginados em SP
Prostíbulo investe em programa eclético
Espaço para churrasco ao ar livre, bangalô com saquê e show com astro sertanejo compõem programação das casas
Boates recebem 300 homens por noite e dizem faturar cerca de R$ 1 milhão/mês, segundo empresários
GIBA BERGAMIM JR.
SIMON DUCROQUET
DE SÃO PAULO
Após revista minuciosa de seguranças, clientes passam pela porta giratória e se deparam com um salão com pé direito alto e decoração sofisticada. Mulheres lançam olhares e sorrisos discretos.
O som eletrônico aliado ao ambiente luxuoso deixa a casa semelhante a qualquer danceteria badalada. Mas trata-se de um espaço exclusivo para garotas de programa. Preço por uma hora: R$ 500.
O cenário é o Scandallo Lounge, frequentado por cerca de 400 garotas, no Ipiranga (zona sul paulistana), uma das duas visitadas pela reportagem na semana passada.
Há pouco menos de cinco anos, o espaço foi cercado por policiais, promotores e fiscais, que fecharam a casa -na época, chamada Millenium. A suspeita era que ali se explorava a prostituição.
Assim como o Scandallo, pelo menos cinco casas de prostituição fechadas entre 2007 e 2008 -quando prefeitura e polícia iniciaram uma cruzada para coibir a atividade- foram reabertas. Ou por limar da Justiça ou por alvará da própria prefeitura.
Donos das boates apostaram no crescimento desse mercado de olho nos estrangeiros que vem à cidade para o turismo de negócios e à espera da Copa de 2014, quando o movimento deve dobrar, estimam. Casas de luxo chegam a receber 300 homens/noite. Faturam cerca de R$ 1 milhão/mês, segundo empresários do setor.
Os preços inflam como em toda a cidade, que está entre as dez mais caras do mundo. Em 2002, garotas cobravam R$ 200. Hoje, R$ 500, para começar a conversa.
Na semana passada, esses empresários estavam animados com proposta da comissão do Senado de reforma do Código Penal de pôr fim às punições aos donos de prostíbulos. Para os especialistas em direito da comissão, a proibição incentiva policiais corruptos a extorquir donos de casas.
A projeto pode abrir brecha para a regulamentação da profissão de prostituta, mas esbarra na resistência das bancadas religiosa e feminina.
Uma repaginação no visual -que vai da construção de bangalôs para reuniões privê com champanhe a restaurantes de cozinha internacional- foi uma das medidas encontradas pelos donos para ampliar a clientela, dizem.
Para se livrar do desgaste do fechamento, muitas mudaram de nome. O Millenium virou Scandallo. O antigo Americam Show, no Brooklin, Zeus Bar. Na Scandallo, mudanças na decoração, espaços VIP e shows de música. Em maio, o cantor Leonardo estará lá. Para atender aos clientes, o mecanismo é o mesmo. “Os programas são no hotel da casa”, diz uma das garotas. Basta ultrapassar um corredor, dentro do imóvel, para chegar às suítes.
O Romanza, que funcionava na avenida Nove de Julho, hoje está reaberto na Cidade Jardim. Virou Luxúria.
‘Estou em um pântano burocrático’, diz Maroni
Bahamas é a única casa fechada em 2007 que ainda não reabriu as portas
Boate não obteve alvará porque hotel ao lado tem a altura acima do permitido na região de Congonhas, diz prefeitura
DE SÃO PAULO
Das casas noturnas fechadas desde 2007, apenas o Bahamas, do empresário Oscar Maroni, não reabriu.
Nos anos 1990, o Bahamas, em Moema (zona sul) e o Café Photo, no Itaim Bibi (oeste), eram consideradas as mais luxuosas da cidade. O Photo fechou em 2010, após uma reintegração de posse, e reabriu no ano passado.
“Gastei R$ 700 mil com advogados por causa disso”, conta Maroni. “Tenho nove processos administrativos, de 14 mil páginas. A prefeitura criou um pântano burocrático para mim. Mas parece que essa nuvem de moralismo hoje só está em cima do Bahamas”, diz ele.
A casa foi fechada após a queda do avião da TAM, em Congonhas. O argumento era que o hotel construído ao lado da boate tem a altura acima do permitido.
Para o promotor criminal José Carlos Blat, que denunciou Maroni à Justiça, havia indícios de que o clube explorava a prostituição.
“Sempre que se fecha uma casa assim, o problema geralmente está ligado à restrição da liberdade sexual. Há lugares que impedem a saída das garotas da casa, por exemplo”, afirmou o promotor.
A prefeitura informa que o Bahamas não obteve o alvará porque o prédio construído ao lado da boate está em desacordo com a legislação – é muito alto.
Em relação às outras casas, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras analisa a renovação do alvará de funcionamento do Scandallo. Diz que a Luxúria obteve a licença em 2010.
Para especialista, prostituição se ‘aburguesou’
DE SÃO PAULO
Estudiosa do erotismo e da sexualidade, a historiadora Mary Del Priore acredita que a prostituição se “aburguesou”.
Folha – O que a senhora acha da discussão do Senado que pode regulamentar a prostituição?
Mary Del Priori – A garota de programa hoje é uma profissão como outra qualquer, desempenhada até por mulheres de classe média. Com a venda do corpo, ela vê uma forma de juntar um pecúlio.
Há, então, uma profissionalização das garotas?
Se a proposta for adiante, a legislação trabalhista pode ganhar mais um item [garota de programa]. Resta saber quem pagará o décimo terceiro salário, por exemplo.
Delegado-geral vê benefícios em liberar prostíbulos
Para Marcos Lima, casas de prostituição dão pouco trabalho à polícia; maior problema, diz, são denúncias de extorsão
Segundo advogado, descriminalização é defendida há anos por parte dos doutrinadores e até dos tribunais
DE SÃO PAULO
Para o delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, a legalização das casas de prostituição poderá até ser positiva.
“A atuação da prostituta acaba trazendo benefícios à sociedade. Como somos mamíferos e primatas, descarregamos no ato sexual aquela energia que poderia ser canalizada para coisas violentas.”
E continua:
“Se é uma opção da pessoa, e ela quer, que tenha uma certa garantia, tenha regras, para que ela não caia na exploração por parte de criminosos e de quadrilhas. Tudo que é colocado no submundo alimenta o próprio submundo e o crime”.
Ainda segundo o policial, a maior parte das casas de prostituição existentes hoje no Estado dão pouco trabalho à polícia porque seus donos tentam evitar que as garotas criem problemas.
As reclamações que a polícia enfrenta algumas vezes, segundo ele, são as de denúncias contra algum policial por extorquir donos dessas casas.
Segundo o advogado Técio Lins e Silva, membro da comissão do Senado, esse dispositivo legal chegou a ser utilizado no passado para extorsão de proprietários de motéis. “Diziam que aquilo também era uma casa que explorava a prostituição, por permiti-la e por alugar quarto por hora”, disse.
“É um cinismo absoluto você imaginar que vai colocar na cadeia um sujeito que possui um lugar aonde as moças vão para ter encontros.”
Para o advogado Sergei Cobra Arbex, especialista em direito penal, a descriminalização de casas de prostituição é um tema defendido há anos por parte dos doutrinadores e até dos tribunais, “já que a própria sociedade tolera a existência de casas de prostituição”, afirmou ele.
“Não é criminalizando esse tipo de comportamento que se vai conseguir evitá-lo. O Código Penal é um negócio muito sério. Você deve colocar no Código condutas que realmente servem de distúrbio para sociedade”, diz.
“Quando você fala em Código Penal, você precisa se lembrar de que a última solução da sociedade é colocar aquilo lá como um crime.”
Para a socióloga e advogada Adriana Gragnani, a proposta traz “um esforço renovador” ao tentar adequar a legislação à “preservação da dignidade da pessoa contida na Constituição da República e nos tratados e convenções internacionais”.
“No caso, separa-se a prostituição -como opção pessoal- da exploração sexual, que traduz uma violação ao exercício da liberdade sexual das pessoas”, afirmou a socióloga, por e-mail.
“Importante frisar que as propostas não descriminalizam a conduta ‘exploração sexual de terceiros’, que é a repudiada pela sociedade e que já consta do Código Penal em vigor”, disse.
Novo diretor do Deinter, João Barbosa Filho, quer mais produtividade e qualificação no atendimento à população 43
NOSSA REGIÃO – O VALE
Polícia terá reciclagem, curso de boas maneiras e uniforme
M.Almeida
Novo diretor do Deinter, João Barbosa Filho, quer mais produtividade e qualificação no atendimento à população. Para ele, o déficit de homens é um desafio: a região deveria ter 3.000 policiais e tem só 1.400
Filipe Rodrigues São José dos Campos
Nos próximos dois meses, todos os 1.400 policiais civis da Região Metropolitana do Vale passarão por uma reciclagem, que inclui um curso de boas maneiras no atendimento à população. Até junho, as delegacias também terão atendimento padronizado com funcionários uniformizados. Quem trabalhar no atendimento terá de cuidar da aparência. “Nada de policial barbudo ou displicente. A pessoa tem de confiar no policial para quem vai relatar um problema”, diz o diretor do Deinter-1, João Barbosa Filho. A ideia é encorajar a população a denunciar crimes e, com isso, aumentar a produtividade da Polícia Civil. Segundo José Vicente da Silva, consultor sobre segurança, 50% dos crimes, como roubos e furtos, não são registrados.
Treinamento. O curso será realizado por etapas na sede do Deinter, em São José. Um edital irá selecionar a empresa responsável pelo treino. Os policiais também serão treinados para filtrar as ocorrências antes de começar o registro. A ideia é evitar casos de estelionato. “Tem gente que, por exemplo, deixa o carro com chave no contato para ser furtado porque quer pegar o seguro. Isso aumenta a estatística e é um golpe que a pessoa está aplicando”, diz Barbosa.
Queixa. A dona de casa R.C.O, 29 anos, registrou na última sexta-feira uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil por ter sido mal atendida na DDM (Delegacia da Mulher). Segundo o irmão de R, no final do mês de março, a dona de casa foi à DDM denunciar as ameaças que sofria do ex-marido, um policial de Minas Gerais. “Esperamos quatro horas e na hora do atendimento, nos aconselharam a não fazer o boletim de ocorrência”, afirmou o irmão. Uma semana depois, R. foi baleada pelo ex-marido, que foi preso em seguida.
Déficit de policiais piora atendimento São José dos Campos Segundo o Deinter-1, a falta de efetivo é uma das dificuldades enfrentadas para dar um bom tratamento à população e dar conta da demanda. “Você sobrecarrega o policial. Ele registra o Boletim de Ocorrência, atende a pessoa e fala no telefone ao mesmo tempo. Em muitos casos, o policial não sabe lidar com isso”, diz o diretor João Barbosa Filho. Barbosa acredita que o ideal para a região é ter 3.000 policiais. Atualmente, são 1.400 policiais distribuídos por 15 carreiras, como delegado, escrivão e investigador. A Secretaria da Segurança Pública afirma que tem concursos em andamento para a contratação de policiais civis. Para a região, deverão ser contratados 36 investigadores.
Boletins. De janeiro a março deste ano, a Polícia Civil registrou mais de 44 mil boletins de ocorrência na região. “É o que norteia o trabalho. Por isso é importante encontrar uma forma de fazer estes boletins com a melhor qualidade possível”, diz Barbosa. O número é 10% maior do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado.
Sistema. Policiais ouvidos por O VALE se queixam principalmente da sobrecarga em distritos mais movimentados. “Temos problemas com o sistema do registro de ocorrências. Os computadores são lentos e travam constantemente. Isso tudo atrapalha o atendimento e resulta em queixas”, diz um policial. Para o Sindicato dos Investigadores da região, falta ‘matéria-prima’ para um trabalho de qualidade da Polícia Civil “Qualquer esforço é válido para melhorar as condições de trabalho, mas precisamos de mais policiais e mais tecnologia. Você tendo bons equipamentos, dá para suprir a falta de policiais”, diz Jeferson Cabral, presidente do Sindicato.
Roubalheira na Polícia Militar 38
14/04/2012
Polícia Militar 2.0
Parecia uma boa notícia: em 2011, o governador Geraldo Alckmin anunciou que colocaria novos aparelhos eletrônicos nos carros da Polícia Militar que patrulham o Estado de São Paulo.
A ideia era bacana. Os veículos ganhariam tablets (computadores de mão que parecem uma prancheta), e os policiais usariam o equipamento para se conectar à rede de informática.
Assim, das ruas, o policial poderia registrar ocorrências ou consultar RGs e placas de carros de suspeitos. Ele não perderia tempo ligando para a base ou indo a uma delegacia para fazer essas coisas. Um avanço.
A ideia foi levada adiante, e a Polícia Militar gastou mais de R$ 25 milhões para comprar 11.750 tablets.
Só que agora se fica sabendo que os aparelhos funcionam mal. Um PM disse que, nos últimos três meses, só conseguiu entrar na internet duas vezes com o tablet. Uma vergonha.
Apesar das evidências, o comando da PM nega que os aparelhos tenham problemas. O governo diz que são “questões pontuais”.
Não é hora de tentar negar o óbvio. A escolha dos aparelhos deveria ter sido feita com mais cuidado.
Aliás, a Diretoria de Telemática da PM, responsável pelo setor de tecnologia, parece estar com dificuldades. O chefe da seção caiu, e o governo suspendeu todas as compras dessa área feitas desde dezembro de 2011.
A medida não atinge os tablets, porque eles foram comprados em 2010. Já que não dá para voltar no tempo e o dinheiro já foi investido, os problemas precisam ser corrigidos o quanto antes.
A propaganda precisa ser levada a sério pelos governantes: uma polícia bem equipada é direito da população e um dever do Estado.
http://www.agora.uol.com.br/editorial/ult10112u1075987.shtml
Dr. João Barbosa Filho – Diretor do Deinter 1 – compra ternos e roupas para policiais civis da região de São José dos Campos…( Grátis, sem maracutaia; sem superfaturamento ) 42
O porta voz do Fernandinho do Pó volta atacar o delegado Mauro Marcelo, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) 19
Homem de confiança de Dirceu pode chefiar Inteligência de polícia tucana
O diretor da Polícia Civil de São Paulo provocou espanto, entre profissionais da corporação, ao indicar o delegado Mauro Marcelo, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Lula, para um cargo chave, considerado um dos mais estratégicos no Estado: chefe da área de Inteligência da própria Polícia Civil. O convite foi feito hoje e a indicação levada ao governador Geraldo Alckimin (PSDB), a quem caberá a palavra final.
Mauro Marcelo é considerado um dos homens de confiança do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que inclusive o indicou para a direção-geral da Abin. A área de Ineligência da Polícia Civil paulista é considerada uma das mais bem equipadas do País, com “poder de fogo” semelhante ao da Polícia Federal. Mauro Marcelo foi demitido da Abin em setembro de 2005, após publicação de uma nota em ele se referiu a parlamentares como “bestas feras” e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios como “picadeiro”. (Coluna de Cláudio Humberto)
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Mauro Marcelo não é homem de confiança do José Dirceu e o Dipol não possui “poder de fogo”; ainda não deixou de ser tratado como mero setor de compras de equipamentos e programas de baixa qualidade.
“Gás pimenta nos olhos do povo é colírio”…( Efeitos da militarização da administração pública ) 9
Cartaz colado na subprefeitura da Sé será investigado em SP
DE SÃO PAULO
“Gás pimenta nos olhos do povo é colírio”, dizia cartaz pregado no mural da Supervisão de Habitação, no 5º andar da Subprefeitura da Sé, no centro de São Paulo.
O cartaz foi colado no mural pelo coordenador daquela supervisão, Joceli Adair da Silva. Foi visto por dois integrantes do grupo de teatro Auto-Retrato, que estavam na subprefeitura na tarde de ontem para questionar sobre uma ação do órgão junto a moradores de rua, na praça da Sé.
Ao verem o cartaz, os dois informaram ao advogado da Subprefeitura da Sé, Rodolfo Richardo, que disse que iria apurar o “deslize pontual”.
À Folha, Richardo disse que já encaminhou um relatório detalhado do episódio ao subprefeito e que sugeriu a abertura de uma investigação preliminar, para apurar o cartaz.
Joceli Silva disse à reportagem que aquele cartaz foi encontrado nas mãos de um membro da Frente de Luta por Moradia, que estava colando o material em muros próximos à esquina da Conselheiro Nébias com rua Vitória, no centro, onde foi feita reintegração de posse de um imóvel em fevereiro.
“Esse cartaz é um equipamento de trabalho, uma informação técnica. Tenho que saber como essas pessoas pensam, para subsidiar meu trabalho”, disse.
Uma das funções de seu setor é dar suporte nas ações de reintegração de posse, fazendo mediação entre líderes de movimentos ligados às invasões e os proprietários dos locais ocupados. Ele disse que sempre acompanha ações de desocupação que ocorrem na Sé.
Segundo ele, o cartaz foi feito como crítica a uma ação anterior, na av. São João, em que policiais militares usaram gás de pimenta para conter os ocupantes. “Se foi usado gás de pimenta foi porque o pessoal começou a jogar pedra”, diz ele.
A Folha esteve no prédio da rua Conselheiro Nébias e encontrou um pedaço de um dos cartazes ainda colado. O prédio hoje passa por reforma e será transformado em hotel pelo proprietário.
Gaetano Vergine não é mais o chefe do Dipol, deverá ser substituído por Mauro Marcelo Lima e Silva ( que se diz fã de Edgar Hoover ) 98
Polícia Civil paulista troca chefia do departamento de inteligência
ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO
O delegado Gaetano Vergine não é mais o chefe do Dipol (Departamento de Inteligência da Polícia Civil de SP), setor da polícia paulista que tem como uma de suas principais atribuições cuidar do grampos telefônicos realizados com autorização da Justiça.
Com passagens anteriores pela chefia do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) e da Corregedoria Geral da Polícia Civil, Vergine deverá ser substituído por Mauro Marcelo Lima e Silva, que já foi diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), um órgão federal.
A aprovação de Silva depende apenas de um aval da Secretaria da Segurança Pública.
http://veja.abril.com.br/280704/p_056.html
https://flitparalisante.wordpress.com/2008/07/12/mauro-marcelo-foi-guarda-costas-de-lula/
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Verdadeiramente, o Mauro Marcelo é quem mais conhece de Inteligência na Polícia Civil.
Por tal esperamos que sua suposta simpatia por Hoover não passe de piada.
Edgar Hoover foi um extorsionário.
Gaetano Vergine deixa o DIPOL honradamente, apenas para o Secretário argumentar que promoveu mudanças uniformes nas áreas de inteligência das Polícias Civil e Militar.
Ou seja:
NÃO FEZ ESPIONAGEM; NEM MALVERSOU O ERÁRIO POR MEIO DE LICITAÇÕES FRAUDULENTAS…
MAS PROVIDENCIALMENTE FOI EXONERADO PARA JUSTIFICAR AS EXONERAÇÕES DOS OFICIAIS PM ACUSADOS DE ROUBALHEIRA.
Após suspeitas de fraudes em licitações: Coronel Alfredo Deak Jr., ex- diretor de Tecnologia da Polícia Militar, foi transferido para a Zona Leste 26
Homologação
3.000 dos quase 12.000 tablets começaram a ser usados nas viaturas da PM, desde janeiro de 2011, sem a homologação da Anatel – os aparelhos só foram aprovados pela agência sete meses depois. O coronel Alfredo Deak, da PM, diz à Folha que “o equipamento foi homologado em agosto [de 2011] e a entrada em operação só se deu após essa data”. Mas e antes de agosto? Deak diz que “apenas uma parcela para teste” foi entregue no início do ano, e a maior parte foi entregue em julho. Segundo a Folha, a Anatel deve testar esses tablets para saber se o modelo em uso é exatamente o mesmo que foi certificado.
A fabricante Maxtrack diz que o tablet usa um modem GPRS/EDGE, “um subproduto interno ao equipamento homologado desde 2008″. Mas a Anatel diz que, mesmo que os componentes sejam certificados, o aparelho só pode ser vendido se for testado e aprovado pela agência como um todo.
Quem ganhou a licitação para distribuir os tablets foi a Neel Brasil Tecnologia. Lembra-se dela? Foi a mesma que distribuiu GPS xing-ling para a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo – os aparelhos já foram lacrados pela Anatel. Também foi ela que venceu licitação para alugar tablets à prefeitura de São Paulo por R$14.000 a unidade – a licitação foi suspensa. E o dono da empresa, Carlos Alberto Zafred Marcelino, é acusado pelo Ministério Público de envolvimento em fraude de inspeção veicular no Rio Grande do Norte. Há ordem de prisão contra ele, mas Zafred é foragido da Justiça. [Folha e FSP (assinantes)]
Rádio SHOWTIME – Roberto Podval fala ao vivo amanhã sobre grampos ilegais em conversas de advogados 4

| PARA NOTICIÁRIO CAMPANHA OAB/SP 2012
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Brickmann & Associados Comunicação – B&A – 13/04/2012 – www.brickmann.com.br |
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Roberto Podval fala ao vivo amanhã sobre grampos ilegais em conversas de advogados |
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Sem autorização judicial, grampos telefônicos da inviolável conversa entre advogados e clientes têm sido gravadas; programa de rádio Showtime é conhecido pelo árduo combate à corrupção policial, contra caça-níqueis e pela defesa dos profissionais do Direito |
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Podval: contra escutas ilegais de conversas de advogados |
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| Ao vivo, o advogado criminalista Roberto Podval, um dos maiores e expressivos defensores das prerrogativas dos advogados, será ouvido neste sábado, 14 de abril, às 9 horas da manhã, em um dos mais populares programas de rádio e internet do Vale do Paraíba, comandado pelo radialista João Alckmin. A Rádio SHOWTIME pode ser acessada de qualquer lugar do mundo pelo endereço http://www.showtimeradio.com.br. A central da rádio é em São José dos Campos, SP, e o programa tem se destacado pelas denúncias de corrupção, contra os jogos ilegais e conluio de autoridades, e pelo debate do papel do advogado, dos juízes e da imprensa pelo Estado de Direito. Além de vários assuntos do momento, de debates com jornalistas, o programa versará sobre denúncia feita pela Corregedoria e pela Polícia Judiciária de Taubaté, apontando que a Polícia Militar e o Ministério Público estariam grampeando conversas de advogados, sem autorização judicial. Roberto Podval é pré-candidato da oposição à presidência da OAB/SP, que terá eleições em novembro deste ano. Para ele, não é mais possível que a entidade fique alheia aos vários problemas com esse que vêm sendo enfrentados pela categoria profissional. “Revistam nossas pastas no Fórum. Invadem nossos escritórios. Grampeiam nossas conversas. A OAB/SP, a maior seccional do país, não pode mais ficar omissa como esteve nos últimos nove anos”, afirma o combativo advogado. IMPRENSA: B&A – BRICKMANN&ASSOCIADOS COMUNICAÇÃO TEL. (11) 3885-6656 Carlos Brickmann/Marli Gonçalves www.brickmann.com.br brickmann@brickmann.com.br |
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Contatos : Brickmann & Associados Comunicação – B&A |
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Você pode fumar baseado baseado em que você pode fazer quase tudo 29
Alunos da USP farão ‘semana do baseado’
Universitários promovem atividades para debater a proibição do uso de drogas no câmpus; programação do evento inclui noite do ‘fumo lícito’
SÃO PAULO – Alunos da Universidade de São Paulo (USP) promoverão, entre segunda e sexta-feira, a Semana de Barba, Bigode e Baseado. Serão cinco dias de atividades para discutir a proibição do uso de drogas ilícitas no câmpus do Butantã, na zona oeste da capital. Está prevista uma noite do fumo, que, “para efeitos jurídicos”, terá “apenas orégano, substância lícita”. O convite para o evento é feito pelo Facebook.

“A semana terá um caráter lúdico e libertário”, disse Caio Andreucci, estudante do 3.º ano de Ciências Sociais e um dos organizadores. Ele contou que a ideia surgiu na Frente Uspiana de Mobilização Antiproibicionista (Fuma). O grupo foi fundado no fim do ano passado, em meio aos protestos surgidos após a Polícia Militar flagrar três estudantes com maconha na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que acabaram com a invasão da Reitoria.
Segundo Andreucci, a maioria dos participantes é da FFLCH, mas devem marcar presença também alunos do Direito. “A gente vai discutir a moralidade na questão das drogas com ironia e piada”, prometeu.
Na segunda-feira, dia 16, serão apresentados documentários sobre drogas e mulheres que vivem no mundo do tráfico. As sessões serão exibidas no Espaço Verde, um sala da FFLCH, a partir das 20 horas. No dia seguinte, será a vez do fumo lícito, como definiu o regulamento do evento. Na mesma página na internet, os estudantes postaram que “droga não é demônio” e o que estará em pauta é a “autonomia sobre o próprio corpo e a liberdade de escolha”. Professores da USP estão entre palestrantes anunciados no Facebook.
Apesar das frases, Caio lembrou que não serão fornecidas drogas no local. “É uma questão que não podemos controlar, mas não vamos incitar.”
Arrecadação. No último dia de discussões, previsto para a próxima sexta-feira, será realizada uma cervejada na faculdade. O dinheiro arrecadado com a venda de bebidas será revertido para a Marcha da Maconha, movimento que defende a legalização da droga no Brasil.
A Assessoria de Imprensa da Reitoria da USP informou que não vai se manifestar sobre o evento. No mês passado, o coronel da reserva Luiz de Castro Junior assumiu a Guarda Universitária da USP. Ele não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.





















Foto Jorge Araújo – Ag. Milenar
(11) 3885-6656