O diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil do Rio, Francisco Chao, anunciou há pouco que a categoria suspendeu sua participação no movimento grevista dos profissionais de segurança pública, anunciado na última quinta-feira (9). “Não estamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações”, explicou.
Dois motivos foram apontados por Chao para a decisão. Ele disse que foi procurado por policiais, que relataram o temor sobre possíveis ações de marginais com a suspensão de parte das atividades. A outra razão, segundo o diretor, seria a baixa adesão ao movimento. “As ruas estão cheias de viaturas da PM [Polícia Militar] e é difícil acreditar em movimento reivindicatório sem adesão”.
Christian Carvalho Cruz, de O Estado de S. Paulo
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SÃO PAULO – A presidente Dilma Rousseff disse que ficou “estarrecida”. O governador Jaques Wagner, que não negociaria nem anistiaria “bandido”. Os grevistas, misturando ameaça com galhofa, que “ôôô, o Carnaval acabou”. Os analistas, que greve de policial é “motim”. E as manchetes, que 148 pessoas foram assassinadas na Bahia durante a paralisação (o dobro do mesmo período em 2011) e que o movimento se espraiara para o Rio de Janeiro.
No meio de tantas aspas, as do sociólogo José Vicente Tavares dos Santos são menos inflamadas mas não menos contundentes. Doutor pela Université de Paris X e professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele estuda greves no sistema de segurança pública do País desde 1997. Diz que o Brasil perdeu a chance de discutir suas polícias na Constituinte de 1988 e agora paga o preço de uma crise organizacional que chega ao cúmulo de as academias ensinarem cadetes a dobrarem o lençol em vez de mediar conflitos.
Segundo Santos, faz 15 anos que as greves de agentes de segurança pública se repetem – e vão continuar se repetindo. “Pela abrangência e pela constância das paralisações, estamos diante de um fenômeno social. E o que podemos tirar de bom dessa crise é a oportunidade de retomar um debate tão crucial da vida brasileira. Afinal, queremos ter um serviço policial ou uma força policial?” A seguir, suas ideias.
Alguns analistas consideram a Polícia Militar um resquício da ditadura sem lugar numa sociedade democrática. Qual a sua opinião?
O golpe de 1964 abortou um processo que encaminhava as polícias brasileiras para serem órgãos de defesa da ordem pública e do cidadão. Nos anos 50, por exemplo, havia um batalhão no Rio de Janeiro chamado Cosme e Damião – no Rio Grande do Sul o nome era batalhão Pedro e Paulo -, cujos policiais andavam em dupla e tinham todas as funções que os ingleses depois batizaram de polícia comunitária. Mas em 1967 uma lei da ditadura transformou as polícias militares em órgãos auxiliares das Forças Armadas e militarizou o ensino policial. A PM precisa se adequar ao trabalho em uma sociedade democrática.
Quais os caminhos para isso?
O ensino policial é fundamental. Militarismo excessivo, com seus regulamentos disciplinares e rigidez hierárquica, não faz mais sentido. Há academias de polícia em que os alunos são obrigados a arrumar o lençol da cama em forma de estrela num dia, de lua no outro e assim por diante, sob o risco de serem punidos se errarem. O que isso tem a ver com o ofício de policial? Também faltam noções de direitos humanos, de investigação criminal, algo básico mas incrivelmente precário no Brasil. E mediação de conflito. No mundo todo, 70% das ocorrências atendidas pela polícia são conflitos ainda não criminais. Dependendo da abordagem, esse tipo de ocorrência pode se transformar em crime, às vezes com a participação direta do policial. É evidente que temos mais a ganhar ensinando policiais a mediar conflitos do que a arrumar o lençol. Policial deve ser educado, e não adestrado, para executar suas funções. Falo de algo sério, pois estamos desperdiçando recursos humanos e financeiros. Esse é apenas um dos aspectos da crise organizacional das polícias brasileiras.
A questão salarial é outro?
Obviamente. Eu sou a favor de um piso nacional, mas precisamos discutir o valor. A PEC 300 (Proposta de Emenda à Constituição) toma como padrão o salário no Distrito Federal. Mas ali os salários são pagos pelo governo federal. O debate deve levar em conta a sustentabilidade dos Estados. Recursos há, afinal eles não faltam para construir estádios de futebol de bilhões de reais. Outro aspecto, ligado a este, são as condições de trabalho do policial, seja militar, civil, federal, bombeiro, não importa. Nas polícias civis os turnos são de 24 horas por 72 de descanso. Ora, ninguém se mantém atento por 24 horas sem dormir. Isso é um absurdo. Há relatos de turnos de 24 horas em pé. E isso é inumano. Algo mais básico: são raras as policiais que têm coletes à prova de bala adequados à anatomia feminina; nem todas as polícias oferecem seguro de vida aos seus agentes. Enfim, são profissionais fundamentais para a sociedade que não têm o devido reconhecimento por parte dessa mesma sociedade e dos governos. As greves refletem essa insatisfação.
Greve de profissionais autorizados a trabalhar armados é motim ou instrumento político?
Em 2012 completamos 15 anos de greves de policiais no Brasil. Elas abrangeram todas as categorias e nenhum Estado passou incólume. Foram 150 greves organizadas por policiais civis, 34 por policiais militares (incluindo bombeiros), 18 por policiais federais, 22 por guardas civis e 60 por agentes penitenciários. Nesse período somente Amapá e Amazonas tiveram uma greve cada. Na Bahia foram 14. Em São Paulo, 17. Pela abrangência e pela constância, estamos claramente diante de um fenômeno social. Há enorme dificuldade do poder público e da imprensa de reconhecer a legitimidade dessas mobilizações como luta social de uma categoria por melhores condições de vida. Essas greves mostram que as pessoas estão se sentindo desrespeitadas nos seus direitos de cidadãos e trabalhadores.
Mas na Bahia líderes grevistas incentivaram atos de vandalismo e suspeita-se que policiais encapuzados tenham invadido ônibus. Não houve excessos?
Claro que houve. Inclusive os trabalhadores devem reconhecer que fazem parte de um processo político. Sua legitimidade depende disso. Alguns métodos adotados na Bahia passaram longe da política. Por outro lado, é inútil discutir se tal partido apoiou a greve quando era de oposição e agora é contra porque está no governo. Ou se tal liderança grevista é filiada a esse ou àquele partido. É inútil porque partido brasileiro nenhum tem uma agenda de segurança pública. O máximo que conseguem fazer é apelar ao discurso repressivo de “mais polícia na rua” em época eleitoral. Trata-se de um vácuo que remonta à Constituinte de 1988. Na ocasião as forças democráticas de esquerda já não tinham propostas de segurança pública a não ser a condenação da violação aos direitos humanos praticada pelas polícias. Agora que as greves de policiais estão aí é preciso reconhecer nelas uma forma de luta social como tantas outras. Negar esse fato valendo-se de palavras como “motim”, ou tentando partidarizar a questão, é um desserviço à democracia. A crise na Bahia traz mais uma vez a oportunidade de elevar o nível da discussão sobre as nossas necessidades em termos de segurança pública. Afinal, queremos ter um serviço policial ou uma força policial? Este é o debate que se impõe.
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para um policial classista e ligeiro como o Chao afinar, algum motivo sério e real existe. Ele não é do tipo que aceita promessas de governador.
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O motivo sério é que na Bahia terminou a greve e que os outros estados não aderiram, sendo este o motivo, aliado ao fato,” QUE POR CONTA DA BAHIA CONQUISTARAM UM AUMENTO SIGNIFICANTE PARA ESTE ANO E O ANO QUE VEM”………..AÍ SÃO PAULO ENGOLE ESTA…………BANDO DE FROUXOS.
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É a posição do sindicato ou dos Pcs, pois não teve assembleia para tal decisão.
Qualquer coicidência é mera semelhança ou errei o trocadilho. Tem que passar muita aguá sobre a ponte pra aprender reivindicar alguma coisa. Lideranças sem interesses ou cargo político seria um bom começo, de preferência todos já reformados ou aposentados. Extinção do atual modelo de sindicatos e associações, pois se der mais um tapinha nas costas o policial daqui algum tempo, vai cair de fome. Por fim a honestidade daqueles que pararam não deve ser substimada frente aqueles que conseguem com tão misero salário dizer que sobrevivem honestamente.
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Pécima justificativa, prova então que uma possível paralização não afetaria ¨nada¨, justificativa que, a PM é o elenco da responsabilidade. Pedro Baiano. São João da Fortaleza – Ba.
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“Pécima” ?????? – Péssima.
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12/02/2012 07h00- Atualizado em 12/02/2012 07h00
Juiz é afastado após cancelar multas de trânsito recebidas pela mulher
Juiz pode pegar até 5 anos de prisão e receber multa US$ 10 mil.
Além da mulher, ele cancelou multas recebidas por funcionários da corte.
http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2012/02/juiz-e-afastado-apos-cancelar-multas-de-transito-recebidas-pela-mulher.html
E no Brasil ???? o que aconteceria com o Sr Dr Excelência ?????????????
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Seria aposentado com 25 anos de idade e com proventos integrais e paridade.
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monte de merdas,fogo de palha, só muda o chiqueiro, mas as merdas são as mesmas, inclusive os mosquitos são sempre também os mesmos, caso da policia civil da Bahia, que vendo de camarote, a PM fazendo greve, sendo presos, e massacrados por tropas federais , e a policia civil ficaram trabalhando se desmembrando para dar conta dos serviços policiais das duas policias, ao invés de cruzar os braços pelo ao menos já que são covardes, e não teve culhão para entrar também na greve, no mínimo seus comandantes, digo seus chefes (DELEGADOS), de diretorias fizeram algum acordo por fora, e as escuras na calada da noite, daqui algum tempo vcs verão a prova disso(VIRÃO A TONA ALGUMA CONQUISTA , PARA A CARREIRA DE DELEGADOS APENAS, E ALGUMA VANTAGENS ESPECÍFICA PARA QUEM OCUPA DIRETORIAS),sendo que se fossem unidos o governo não venceria esta luta, pois ela é justa,, e se a PM tivessem conseguido algum aumento,ou vantagens, estes seriam ostensivos para as duas policias, caso idênticos porem ao inverso aconteceu aqui no estado de são paulo á alguns anos atras, quando a policia civil fez greve, e a PM, lutou do lado do governo, com unhas e dentes, alem de se acovardarem da greve, ainda despejaram bombas em cima dos grevistas, que estavam alem de policiais e familiares da policia civil, estavam também vários familiares da própria pm que de uma forma passiva e do lado de fora do palácio dos bandeirantes exigiam do governo o reconhecimento, e um salário justo, e as percas salariais , mas os filhos da putas (A CÚPULA DA PM , FEZ, ACORDO NA CALADA DA NOITE COM O GOVERNO, E GANHARAM O POSTO IMEDIATO PARA OS OFICIAIS E OUTRAS VANTAGENS DE COMANDO), então como eu descrevi logo no começo, filho da puta e filho da puta, bem como mosquito e pernilongo não faltam em lugar nenhum, comem bosta por que querem, e gostam.
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JACARE SEM DENTE ESTA CERTO
DESDE QUANDO O FLEURY UNIFICOU O SALARIO DAS POLICIA A CIVIL TOMOU NO CU
DE UMA MANEIRA OU DE OUTRA A GAMBEZADA CONSEGUIO VARIAS VANTAGENS SEM CONTAR QUE O PROPRIO HOLERRITE DA PM E RODADO PELOS PROPRIOS E AI COMEÇA AS CANALHIÇE NINGUEM SABE NINGUEM VIU QUANDO E DESCORBERTO NÃO TEM CULPADO
E NOS SOMOS OS CARNEIRINHOS ESTAMOS INDO PRO MATADOURO SEM DIRETO A VELA E CHARUTO
OS SINDICALISTAS EM SUA MAIORIA SÃO UNS LIXO A MAIORIA ESTA NO DPCC E ADJECENCIAS ASSIM E BOM PRA ELES O ESTO FODA~SE
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RICARDO GAMA gravou a expulsão da Rede Globo e Globo News em Copacaba por policiais e bombeiros! Bonito demais de ver!
Blog do ricardo gama http://www.ricardogama.net
(Vai mídia, mexe com a Polícia)
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ESSA FOI A MAIOR ………….“Não Iestamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15)………GREVISTAS OU FOLGUISTAS ???????
LOGO VÃO SUSPENDER TEMPORARIAMENTE OUTRAVEZ,AFINAL NINGUÉM QUER PERDER O CARNAVAL…….kkkkkkkkkkk……
ESSES COXAS E SUAS GREVES FOLGUISTAS SÃO A MAIOR PIADA JAMAIS CONTADA…..PIOR QUE AINDA PAGAM associações SEM NENHUMA PERSONALIDADE JURÍDICA…AS TAIS associações DE FUNDO DE QUINTAL…..OS COXAS TÃO MAIS PERDIDOS QUE O GOVERNO PETISTA QUE ELEGERAM kkkkkkkkkkkkkkkkk
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MARCHA SOLDADO CABEÇA DE PAPEL………
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http://youtu.be/EaV1lVoB9hA
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Quem tiver curiosidade dá uma olhadinha no blog do garotinho, tem boa matéria do cara que encerra uma greve sem assembléia.
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Incrivel ver que a Presidenta Dilma e o Sr. Lula, fazem duras críticas há greve dos policiais.
É muito fácil olhar o ” Zóio de porco do outros”. Outrora os mesmos faziam bem pior na década de 80 na luta pelos seus ideais liberais e direitos do trabalhador. iNCRIIVEL, É SÓ DAR PODER, CONHECE MELHOR A PESSOA.
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O comentarista Rodrigo Pimentel deveria ser obrigado a devolver o dinheiro adicional que recebe da Polícia Militar por “invalidez permanente”. Aliás, eu gostaria de saber como uma pessoa aposentada por invalidez permanente, que alega surdez, pode ser funcionária da TV Globo, ou recebe por fora?
Estou impressionado com a repercussão das matérias onde revelamos o verdadeiro Rodrigo Pimentel, um covarde, aproveitador e hipócrita, que traiu seus colegas e mente para todo mundo sobre o seu passado vergonhoso na PM. Se você ainda não leu é só ir descendo o blog, a quinta e sexta matérias abaixo desta mostram a verdade sobre o “corajoso” Pimentel.
É A PLATINADA FUD… POLICIA
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Tá tudo dominado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O crime organizado manda em São Paulo, tá descarado, não da pra negar tal fato!!!!!!!!!!!!
O jeito é fazer o minimo possivel pra não icomodar ninguem, principalmente os negocios do crime organizado!!!!!!!!!
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