FOGO DE PALHA: Sindicato da Polícia Civil do Rio anuncia suspensão da greve 19

O diretor jurídico do Sindicato da Polícia Civil do Rio, Francisco Chao, anunciou há pouco que a categoria suspendeu sua participação no movimento grevista dos profissionais de segurança pública, anunciado na última quinta-feira (9).  “Não estamos cancelando a greve, mas suspendendo para, na próxima quarta-feira (15), avaliar os fatos que ocorreram até agora e deliberar sobre as próximas ações”, explicou.

Dois motivos foram apontados por Chao para a decisão. Ele disse que foi procurado por policiais, que relataram o temor sobre possíveis ações de marginais com a suspensão de parte das atividades. A outra razão, segundo o diretor, seria a baixa adesão ao movimento. “As ruas estão cheias de viaturas da PM [Polícia Militar] e é difícil acreditar em movimento reivindicatório sem adesão”.

SEM MORAL – Você com revólver na mão é um bicho feroz; sem ele anda rebolando e até muda de voz 14

 

A Associação dos Praças da Polícia Militar e Bombeiros do Estado da Bahia decidiu, na noite deste sábado,  encerrar a greve que vigorava desde o dia 31 de janeiro de 2012.  Mesmo sem uma nova proposta do governo baiano, a maioria dos PMs em greve decidiu por retomar as atividades. Pessoas ligadas à corporação disseram que uma reunião realizada entre a liderança grevista e o comando dos policiais foi decisiva pra o fim da greve.

Drª Marilda: “Não há perspectiva de ruptura com o governo, mais pelo que a polícia pode conquistar do que pelo que já nos foi dado” 61

Marcelo Godoy, de O Estado de S. Paulo

São Paulo distribui agrados para ‘acalmar’ policiais

Reivindicações antigas das Polícias Civil e Militar foram atendidas sem alarde, como o reconhecimento como carreira jurídica para os delegados

11 de fevereiro de 2012 | 15h 31

Em silêncio, o governo de São Paulo manobrou durante o ano de 2011 para esvaziar a ameaça de greve na polícia no Estado. Reivindicações antigas das Polícias Civil e Militar foram atendidas sem alarde, como o reconhecimento como carreira jurídica para os delegados e a promoção ao posto imediato em caso de aposentadoria para os policiais militares. Outras promessas estão a caminho. E assim as principais lideranças das polícias são hoje contrárias à greve.

“Não há perspectiva de ruptura com o governo, mais pelo que a polícia pode conquistar do que pelo que já nos foi dado”, disse a delegada Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro. Marilda comandou a greve de 2008 da Polícia Civil, quando os civis e militares se enfrentaram na frente do Palácio dos Bandeirantes.

Marilda derrotou o ex-delegado-geral Domingos de Paulo Neto e se elegeu presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil. “Demos um voto de confiança ao governador Geraldo Alckmin, que tem mantido um diálogo respeitoso com a gente.”

Entre os coronéis da Polícia Militar ninguém acredita que a onda de greves chegue a São Paulo. “Está tudo calmo. O que mais nos preocupa aqui é quem será o novo comandante”, afirmou um coronel da PM ouvido pelo Estado – o atual comandante, o coronel Alvaro Camilo, vai para a reserva em maio.

Briga

O que também preocupa os oficiais no Estado Maior da corporação: o futuro da Operação Delegada. Eles temem que uma briga política de Alckmin com o prefeito Gilberto Kassab (PSD) paralise a ampliação da operação. Um temor que, segundo o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, é injustificado. “Trata-se de uma experiência vitoriosa”, afirmou.

Mais de uma centena de municípios do Estado quer seguir o exemplo de São Paulo e pagar um salário extra aos PMs para usá-los no combate ao comércio clandestino dos camelôs. Os prefeitos creem que manter mais tempo os PMs nas ruas pode reduzir em até 60% os crimes.

Como recebem quase um salário a mais pelo bico extra, a Operação Delegada também ajuda a diminuir as pressões por aumento salarial – Kassab reservou R$ 150 milhões no orçamento de 2012 para pagar PMs empregados na operação. Recentemente, o Comando-Geral enviou ao Palácio dos Bandeirantes uma lista com mais seis cidades para onde a operação pode ser expandida.

Para Ferreira Pinto, além da Operação Delegada, o aumento de 27% concedido aos policiais, a incorporação parcelada aos salários da gratificação de local de trabalho e as promoções dos policiais que ocupavam os postos mais baixos também ajudam a explicar por que “em São Paulo, a situação é de absoluta calma”.

Quando foi confirmado pelo governador Alckmin como secretário – Ferreira Pinto estava no cargo desde março de 2009, ainda na gestão de José Serra (PSDB) –, uma de suas maiores preocupações era desarmar a bomba das reivindicações salarias das duas polícias. Serra chegou a ser vaiado na formatura de novos alunos oficiais na Academia da PM e enfrentou uma das maiores crises de seu governo na greve da Polícia Civil de 2008. Por enquanto, as concessões conseguiram evitar nova paralisação.

 http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,sao-paulo-distribui-agrados-para-acalmar-policiais,834501,0.htm

O Sindicato dos Policiais Civis de Santos começou a distribuir cartilhas em delegacias da região, incentivando o início de uma operação padrão. 31

11/02/2012 13:01

Policiais civis votam a favor de greve nacional

Representantes sindicais paulistas estiveram em reunião com policiais de todo o país em Brasília

Plinio Delphino pliniod@diariosp.com.br

Entidades de classe da Polícia Civil de todos os estados do Brasil reuniram-se nesta sexta-feira em Brasília e, por unanimidade, votaram por um indicativo de greve nacional. Representantes de 40 entidades definiram o dia 16 de março como data para as assembleias nos estados.

“Se nessa data forem ratificadas as intenções de iniciar a  greve em todo o país, então, em 16 de abril, haverá a paralisação geral”, afirmou o presidente da Cobrapo (Confederação Brasileira de Trabalhadores da Polícia Civil), Jânio Bispo Grandra

Em São Paulo, o Sindicato dos Investigadores de Polícia do estado convocará as entidades de classe paulistas para discutir os rumos das reivindicações no próximo dia 28.

Segundo o presidente do sindicato, João Rebouças, o salário dos investigadores e escrivães do estado é um dos piores do Brasil. “Eles nos exigem curso de nível superior e nos pagam igual ou menos do que os cargos cuja exigência é apenas de nível médio”, ressaltou.

Jânio Gandra confirmou que São Paulo tem um dos piores salários- base do Brasil.

Na pauta da discussão das entidades em Brasília foram aprovados os seguintes temas: carreira única, direito de greve, aprovação da PL 554 sobre aposentadoria, piso nacional regido pela PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 300/446 entre outros.

Santos/

O Sindicato dos Policiais Civis de Santos começou a distribuir cartilhas em delegacias da região, incentivando o início de uma operação padrão.

“Nós pedimos que os policiais façam apenas os trabalhos relativos às suas funções e não fiquem quebrando galho. Assim, a população vai perceber as nossas dificuldades”, disse o vice-presidente do sindicato, Márcio de Almeida Pino.

Salário paulista está longe dos piores, diz SSP

A  Secretaria da Segurança Pública de São Paulo refutou a informação dos sindicalistas de que os policiais do estado ganham os piores salários do país.

De acordo com tabela de cargos e salários da Secretaria de Gestão Pública, um  investigador de 3 classe (em início de carreira) ganha salário base de R$ 891,15, mais R$ 891,15 pelo Regime Especial de Trabalho Policial.

Se ele trabalhar em cidades com mais de 500 mil habitantes, receberá o ALE 2 (Auxílio Localidade), no valor de R$ 975, mais  R$ 497,60 de adicional de insalubridade.  Somando tudo, o policial terá no final do mês R$ 3.254,90.

A reclamação do Sindicato dos Investigadores é a de que o ALE e o adicional de insalubridade são gratificações, que não entram no cálculo da aposentadoria.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública,  o orçamento da pasta para 2012 é de R$ 14 bilhões. Em 2011, o orçamento era de R$ 12,1 bilhões, dos quais 10,2 bilhões foram destinados  com folha de pagamento pessoal.

O restante foi distribuído em custeio de despesas de  manutenção e investimento em equipamentos e tecnologia.

A diretoria da Polícia Civil na região de Santos disse que novos coletes à prova de balas estão sendo providenciados, e que o governo autorizou concursos para a seleção de mil investigadores e 900 escrivães para a região.

http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/12922/Policiais+civis+votam+a+favor+de+greve+nacional

Em síntese: o povo é vagabundo; o governo formado por ladrões mentirosos que “priorizam” COPA, CORINTHIANS, FONTE NOVA, MARACANÃ e acertos com construtoras 3

Sábado, 11 de fevereiro de 2012, 13h33

A terceira guerra

Fernando Borges/Terra

Exército ocupa as ruas de Salvador para garantir segurança durante a greve dos policiais militares

Exército ocupa as ruas de Salvador para garantir segurança durante a greve dos policiais militares

João Carlos Teixeira Gomes Do Rio de Janeiro

 

A imprensa carioca está qualificando a disputa entre policiais e governo na Bahia de “guerra”. Temos, então, a terceira guerra baiana: a primeira contra os holandeses; a segunda, contra os portugueses, cuja expulsão consolidou a independência do Brasil. De quebra, tivemos o bombardeio de Salvador no início do século XX. Não é, pois, uma terra pacífica.

Quanto a mim, vejo na reivindicação dos policiais um movimento de desespero contra salários aviltantes. De sã consciência, porém, ninguém pode apoiar vandalismo ou o uso das armas que deveriam defender a sociedade sendo utilizadas contra ela. Nem a omissão policial diante da criminalidade desafiadora. Além disso, há a questão da ilegalidade de greves por corporações militares. Dá para imaginar que, no caso de uma invasão estrangeira, os militares cruzassem os braços, exigindo aumento salarial? Sei que usei um argumento excessivo, mas, de qualquer sorte, ilustrativo. O comando grevista também não pode ignorar o que aconteceu no Brasil de Jango pouco antes do golpe de 64, quando a insubordinação militar ajudou a levar o país às trevas da ditadura. São exemplos duros, o clima hoje é outro, mas as exceções se constroem por acúmulos. De erros, evidentemente.

Se a Lei restringe as greves e, sentindo-se indefesa, a sociedade não apóia o movimento, tais fatos, no entanto, não devem levar o governo a fugir às negociações. O jornal “O Globo” vem condenando duramente o movimento e publicando matérias desfavoráveis à Bahia, amparado na sua linha ideológica, que é a de ver corporativismo em qualquer reivindicação de classe. Essa pressão não deve desviar o governo do bom senso, na condução de entendimentos.

Não é preciso lembrar que a sociedade, se é certo que deseja os policiais engajados na sua segurança, também não aceita passivamente o argumento de que no Brasil os governos não têm dinheiro para pagar, com decência, não só a policiais, mas também a médicos e professores, pois sabe que se desperdiça em investimentos supérfluos o que se suprime em custeio de pessoal. Embora tenhamos, de modo geral, um povo acomodado, também é certo que ninguém se ilude com o argumento da falta de dinheiro, num país que assume o desafio soberbo de sediar e financiar duas iniciativas custosas: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Nem os paises mais ricos do mundo cometeriam, em série, tal imprudência.

Não é possível admitir que o governo desconheça a indagação que milhões de brasileiros fazem, pelo país afora: se não há dinheiro para o essencial, como pode sobrar para a construção de tantos estádios de futebol, muitos dos quais tendo passado por reformas recentes, como o Maracanã? No Rio, além do Maracanã pronto em 2007 para os jogos Pan Americanos, o governo levantou ainda o caríssimo estádio do Engenhão, tão ocioso que foi entregue a um clube para administrar.

Outras perguntas pertinentes: como o poder público se dispõe em SP a ajudar a construção do estádio do Corinthians para a Copa, numa cidade dotada do excelente Morumbi? Por que implodir o velho estádio da Fonte Nova, cuja arquibancada antiga nem terremoto derrubaria, toda ela, desde a fundação, assentada num morro? A mesma pergunta percorre o Brasil inteiro, em cujas cidades principais faraônicos estádios estão sendo erguidos, para uns poucos jogos de uns poucos dias.  Exigências da Fifa? Mas que obrigação tinha o Brasil de assumir esses gigantescos eventos esportivos e, pior ainda, em sucessão?

Falta dinheiro ao poder público? E que dizer do que está acontecendo no Rio e em São Paulo (não são exemplos isolados), onde juizes “receberam verbas entre 400 mil e 1,5 milhão (sic!) relativas a reajustes e auxílio-moradia”, além de numerosos magistrados terem obtido “pagamentos antecipados, sem que constassem em seus contracheques”, segundo noticiou “O Globo”?

Enfim, ninguém desconhece neste país o que os governos despendem com assembléias legislativas, câmaras de vereadores, órgãos do Judiciário, verbas orçamentárias, mordomias, cartões de crédito, em suma, uma cornucópia sem fundo do dinheiro do contribuinte, que sustenta com folga a orgia do desperdício.

João Carlos Teixeira Gomes é escritor, jornalista e membro da Academia de Letras da Bahia. É autor de “Gregório de Mattos, o Boca de Brasa”, “Glauber Rocha, esse vulcão”, “Memórias das Trevas” e “Assassinos da Liberdade”.

 

Opiniões expressas aqui são de exclusiva responsabilidade do autor e não necessariamente estão de acordo com os parâmetros editoriais de Terra Magazine.

Criminalizar a luta dos policiais e bombeiros é apostar na crise e no caos!” 24

Força Sindical emite nota oficial sobre as greves policiais

Força Sindical  emitiu nota, no fim da tarde desta sexta-feira (10), criticando a postura dos governo nacional e dos estados da Bahia e do Rio de Janeiro.

Para o sindicato, a hora é de negociação. Criminalizar a luta dos policiais e bombeiros é apostar na crise e no caos!”
Leia abaixo, na íntegra, a nota:
São Paulo, 10 de fevereiro de 2012.
A hora é de negociação. Criminalizar a luta dos policiais e bombeiros é apostar na crise e no caos!
O posicionamento do governo federal e dos governos dos Estados da Bahia e do Rio de Janeiro, frente às greves e às reivindicações dos policiais militares, civis e bombeiros efetivamente não colabora com a solução deste grave problema nacional, que é o descaso já histórico com que estes e vários outros entes da Federação dedicam às condições de vida e trabalho dos servidores das forças de segurança e dos bombeiros.
Criminalizar as mobilizações, prender lideranças e instrumentalizar estatísticas e os meios de comunicação para tentar colocar a população contra os servidores que lutam pelos seus direitos é o caminho mais rápido para complicar ainda mais a situação que já é crítica, pois como todos sabemos, as corporações são unidas e reagem ampliando a solidariedade, inclusive a Estados e categorias antes alheias ao movimento.
Assim sendo, a Força Sindical demanda imediata retomada das negociações com as lideranças representativas dos policiais militares, civis e bombeiros, e o atendimento de suas justas reivindicações, além da imediata libertação e anistia dos presos.
Conclamamos o Congresso Nacional a acelerar a tramitação e aprovação da PEC 300, instrumento fundamental para recuperar os salários destas corporações e garantir a paz social pela via da promoção das carreiras dos servidores da segurança pública.
Paulo Pereira da Silva
Presidente da Força Sindical