Palácio dos Bandeirantes proibiu a PM de dar mais informações à imprensa sobre a operação espalha indigência….Agora, as mentiras serão contadas apenas pela Secretaria de Estado da Justiça. 4

Poder público bate cabeça em operação na cracolândia

 

Órgãos de assistência social foram avisados apenas às vésperas de a PM agir

Oficialmente, Estado e prefeitura negam precipitação e dizem que estava tudo acertado previamente

Juca Varella/Folhapress
Policiais militares revistam suspeitos durante operação nas ruas da cracolândia, no centro
Policiais militares revistam suspeitos durante operação nas ruas da cracolândia, no centro

DE SÃO PAULO

A despeito do prévio acordo político entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) para intervir na cracolândia ainda no início do ano, a deflagração da operação policial no centro de São Paulo já no dia 3 de janeiro foi decidida pela PM sem a participação de órgãos de assistência social da cidade.

Setores diretamente ligados ao assunto, como a Secretaria Municipal da Assistência Social, ficaram sabendo da data da operação apenas cinco dias antes -às vésperas da virada do ano.

Os órgãos municipais receberam um e-mail de um membro do Comuda (Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool) que esteve no prédio da PM na quinta do dia 29 de dezembro, quando a data da operação foi informada pelos policiais.

Na mensagem, o conselheiro alertava para a necessidade de reforçar equipes a fim de lidar com as consequências da ação policial.

Um grande centro de acolhimento da prefeitura na região capaz de atender até 1.200 viciados sequer estava pronto, motivo pelo qual a pasta da Assistência defendia que a operação não ocorresse tão cedo. O centro será aberto só no dia 30 deste mês.

Um integrante da cúpula da Segurança Pública afirmou à Folha, em caráter reservado, que houve precipitação do início da operação. Ainda faltava, disse ele, uma série de reuniões para afinar os detalhes da intervenção.

Pode ter havido, segundo ele, uma falha de comunicação interna na Policia Militar.

O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, nega ter havido tal precipitação. Oficialmente, governo e prefeitura dizem que tudo foi acertado previamente.

No final da tarde de ontem, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, proibiu a PM de dar mais informações à imprensa sobre a operação. Agora, a comunicação será feita apenas pela Secretaria de Estado da Justiça.

SÓ DEPOIS

Ontem, apenas no quarto dia da operação, o governo Alckmin anunciou que decidiu reservar 286 vagas de acolhimento social -já contratadas anteriormente- apenas para viciados em crack.

Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento Social, Rodrigo Garcia, haverá vagas em 33 instituições em 12 regiões do interior do Estado, onde usuários de crack da capital podem morar por longos períodos e passar por tratamentos de desintoxicação.

A gestão Kassab, no entanto, nunca afirmou que tinha necessidade desse tipo de atendimento. Ao contrário, alega que há vagas suficientes contratadas por ela.

“Toda pessoa de rua que é dependente química e que aceitar tratamento, terá tratamento”, afirma a vice-prefeita de São Paulo e secretária da Assistência Social, Alda Marco Antonio, referindo-se à capacidade da prefeitura de dar conta da demanda.

Segundo ela, a Assistência tem 10 mil leitos de retaguarda para moradores de rua que podem ser usados por viciados. Já a Secretaria Municipal da Saúde, afirmou Alda, tem 360 vagas próprias “e mais tantas quantas forem necessárias no setor privado” específicas para o tratamento.

Também só ontem a Prefeitura de São Paulo informou que vai emitir um alerta para os profissionais de saúde de 15 AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) de que elas terão de se preparar para receber dependentes químicos.

(ROGÉRIO PAGNAN, EVANDRO SPINELLI, AFONSO BENITES, RAPHAEL SASSAKI E PATRÍCIA CAMPOS MELLO)

NÃO SEI DE NADA!

07/01/201215h22

Kassab diz que não foi avisado de operação na cracolândia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que não foi avisado do início da operação da cracolândia. Ele visitou ontem as obras de um complexo destinado ao atendimento de pessoas de rua, dependentes de álcool, crack e outras drogas.

A inauguração será até o início fevereiro, a um custo de R$ 8 milhões.

Segundo Kassab, não era necessário o aviso porque prefeitura e polícia são instituições independentes.

A informação de que o prefeito não fora avisado foi publicada ontem no jornal “O Estado de S.Paulo”.

A operação começou sem que o complexo que ele visitou estivesse pronto. O prefeito minimizou o episódio, sob o argumento de que a prefeitura tem outros locais para encaminhar os dependentes de crack.

Um Comentário

  1. INTERESSANTE ESSA COLOCAÇÃO “No final da tarde de ontem, o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, proibiu a PM de dar mais informações à imprensa sobre a operação. Agora, a comunicação será feita apenas pela Secretaria de Estado da Justiça.”

    EU GOSTARIA DE SABER SE A MESMA REGRA,VALE PARA programecos televisivos,onde alguns policiais,estão fazendo papel de palhaços,em ocorrências montadas,verdadeiros circos, do genero pol24hs…Fala Sério !!! Só povão pra acreditar naquilo…

    O desgoverno,diz que proibe,e ao mesmo tempo incentiva,a participação das polícias,nesse grande circo.

    Eu gostaria de ver a tal secretaria,com camera no peito,correndo por vielas,claro antes os *perigosos elementos* Já estarão devidamente algemados e deitados no chão,ai sim vem a camera correndo e um bando de patetas gritando..deita deita deita…Polícia…É muito hilário…

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  2. ESSES PROGAMAS POLICIAES ,SÃO UMA VERDADEIRA COMEDIA
    TUDO MONTADO PARA DAR A APARENCIA DE REAL E O DAPENA GRITANDO
    AI POLICIA AS 17 HORAS COMECA A MOVIMENTAÇÃO DOS MIKE E O GOZADO
    É QUE OS COMANDO SE PRESTÃO A ESTA VERDADEIRA COMEDIA;
    FAZME RI, ME ENGANA QUE EU GOSTO

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