15/12/2011 – Aprovada PEC que restringe investigação às polícias Civil e Federal 29

Enviado em 15/12/2011 as 21:52 – CUNHA

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou há pouco a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37/11, do deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA), que atribui exclusivamente às polícias Federal e Civil a competência para a investigação criminal. O texto deixa claro que o Ministério Público não tem a atribuição de conduzir a investigação e deve atuar apenas como titular da ação penal.

A proposta agora será examinada por uma comissão especial e votada em dois turnos pelo Plenário.

Fonte: Agência Câmara

JORNALISMO COM CREDIBILIDADE: Paulinho ensina chegar na boca de fumo que vende entorpecentes abertamente, mas o blogueiro não é traficante 11

DO BLOG DO PAULINHO

Mensalão e Privataria

Muito tem se falado, nos últimos dias, do livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Junior, que denuncia suposto esquema de propina para beneficiar familiares do ex-governador José Serra (PSDB).

É, de fato, uma obra que deve ser lida e investigada, até para que se comprove a veracidade das informações, afastando, assim, as suspeitas de falsificação de documentos.

Em sendo verdade, que se puna os transgressores, se não, exponha-se o jornalista.

Não podemos esquecer também – e muita gente finge não se lembrar – de outro livro, este sim com todas as denúncias comprovadas, denominado “O Chefe”, de Ivo Patarra, que escancara toda a corrupção envolvendo o ex-presidente Lula, seu partido o PT, e também o mensalão.

E que, diferentemente do livro de Amaury Ribeiro, foi boicotado – sob pressão – por todas as editoras brasileiras.

Verdades devem ser exibidas e denunciadas sempre para a opinião pública, motivo pelo qual, disponibilizaremos, para facilitar a vida do leitor, dois links pelo qual podem ser baixadas as citadas obras, na íntegra.

Clique nas imagens para ler e tire suas conclusões.

EM TEMPO: Os livros estão disponíveis abertamente para serem baixados pela internet. Este blog apenas informa os locais em que estão hospedados, não hospeda nenhum deles em seu servidor.

João Alkimin: “Tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual, Delegado de Policia Marco Antônio Desgualdo”…( Subtítulo: como será que o delegado Desgualdo sempre passa de ku lambido ) 23

“Tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de maneira desigual,  Delegado de Policia Marco Antônio Desgualdo”

Há algum tempo atrás o Secretário de Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto foi ao shopping Pátio Paulista encontrar-se com o jornalista Mário César Carvalho do jornal Folha de São Paulo. E foi filmado pelas câmeras do shopping.

Por coincidência no mesmo dia e hora encontravam-se lá Policiais Civis e, deu-se inicio a confusão.
Recebi em um envelope da Corregedoria Geral de Policia um dvd com as imagens, achei-as de interesse jornalístico, pois não é comum um Secretário de Estado encontrar-se com um jornalista em um shopping. Se trata-se de entrevista, o normal, o correto, o que manda a boa prática jornalística é o encontro ocorrer na redação do jornal, no estúdio da rádio, no estúdio da televisão ou no Gabinete da autoridade. Portanto, entendi de interesse jornalístico e o publiquei.
A partir dessa data o senhor Secretário passou a atacar a tudo e a todos, dizendo que os Policiais faziam parte da banda podre, a revista veja outorgou-me o título de “radialista ligado e porta voz da banda podre”. Não dei maior atenção pois a matéria era claramente dirigida para tecer loas ao senhor Secretário.
Depois disso, imediatamente o senhor Secretário afastou o Delegado Desgualdo da direção do DHPP, dizendo inclusive que o mesmo havia traído a Administração. Passado algum tempo ,  o referido Delegado como Divisionário de algum Departamento que não me lembro qual seja, passado mais algum tempo o mesmo jornal Folha de São Paulo noticia que o Secretário de Segurança e o Delegado Desgualdo foram vistos jantando juntos no restaurante Jardim Di Napoli.
Ora,uma mudança muito rápida de atitude. Qual seria o motivo? Ordem superior?De  quem e porquê.
Foi instaurado inquérito policial presidido pelo Delegado Délio Montresor, o próprio Diretor Geral da Corregedoria, subordinado diretamente ao Secretário Ferreira Pinto, para apurar não sei o quê, pois crime certamente não ocorreu.
Agora soube que foi instaurado processo administrativo visando a apuração também de não sei o quê. E o estarrecedor é que segundo informações fidedignas o Ilustre Delegado Desgualdo não se encontra no rol dos averiguados.
Parece que o senhor Secretário quer de qualquer maneira punir alguns seja lá qual for o motivo;  alguns como o Delegado Conde Guerra são sem nenhum motivo jurídico demitidos e pasmem, aqueles que tiverem a paciência de ler, por haver repercutido uma notícia.
Não entro no mérito se os que citarei são bons ou maus,mas certamente prestaram grandes serviços a Policia Civil,mas , em vista da pressão sofrida, se viram obrigados a pedir aposentadoria, citarei somente dois:  Robert Leon Carrel e Ivaney Cayres de Souza.
Pois com certeza ninguém mais consegue suportar a pressão e a perseguição deflagrada contra a Polícia Civil.
Talvez o Secretário vá deflagrar um grande problema político no Estado de São Paulo, quando for quebrado o sigilo telefônico de algumas pessoas. Aí sim quero ver o que poderá acontecer.
Usando um velho adagio popular “o perigo é atirar no que vê e acertar o que não vê”.
Certamente o intuito é tirar o sossego e a tranquilidade das pessoas, mas tenho certeza que ainda temos um Poder Judiciário independente e qualquer ação seja ela cível ou criminal, tem seu final somente no Supremo Tribunal Federal, que está distante da politicalha que se instalou no seio da Polícia Civil. E com certeza reporá as coisas em seu devido lugar.
A citação com que iniciei o texto não é de autoria do Delegado Desgualdo mas ele a citou em uma carta que mandou-me quando ainda era Delegado Geral na época em que o Ministério Público interceptou uma ligação do Delegado Luiz Carlos dos Santos “China”, que a mando do Delegado Desgualdo informava ao então Diretor do Deinter I – Vale do Paraíba,  Delegado Antônio Carlos que sua mulher que era Perita fora vista em reunião no Novotel São José dos Campos com bicheiros e donos de máquinas caça níqueis.
João Alkimin

O ínclito Protógenes Queiroz “Teixeira” quer instalação de CPI antitucana…Hehe! …São os quadrilheiros de uma banda guerreando contra a outra; quem se ferra é o cidadão que trabalha honestamente para sustentar as súcias de poliqueiros bandoloeiros…POLÍTICO BOM É POLÍTICO CREMADO! 11

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15/12/2011 – 16h11                            

Protógenes diz ter assinaturas para instalação de CPI antitucana

Do UOL Notícias, em Brasília

  • Protógenes Queiroz diz ter assinaturas para instalação de CPI antitucanaProtógenes Queiroz diz ter assinaturas para instalação de CPI antitucana

Em seu perfil no Twitter, o ex-delegado da Polícia Federal e deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) afirmou nesta quinta-feira (15) ter conseguido assinaturas suficientes para pedir a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar denúncias feitas em um livro recém-lançado contra líderes tucanos como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra.
Ele afirmou ter mais de 170 assinaturas para pedir a instalação da chamada “CPI da Privataria”, em referência ao livro “A Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior –por sua vez, envolvido em um escândalo de tentativa de compra de um dossiê antitucano na campanha da então candidata presidencial Dilma Rousseff.

Protógenes disse que pedirá uma audiência pública com o repórter na quinta-feira da próxima semana (22).
São necessárias ao menos 171 assinaturas para abrir uma CPI na Câmara. No livro, há documentos que indicam, segundo o autor, pagamento de propinas durante as privatizações do governo FHC e desvio de recursos para caixa eleitoral. Um dos citados no livro é o banqueiro Daniel Dantas, um dos principais adversários de Protógenes e alvo da operação Satiagraha durante seu período como delegado da PF.
Serra negou as acusações e Fernando Henrique não se pronunciou sobre o lançamento do livro, feito na semana passada. Ainda que tenha o número regimental para pedir a abertura da CPI, Protógenes corre risco de ver seu apoio minguar, uma vez que os parlamentares podem retirar suas assinaturas antes da instalação da comissão para inviabilizá-la.

Departamento Jurídico da “NOVA ADPESP” impetra Mandado de Segurança contra ilegalidade que congelou adicional de insalubridade 4

15/12/2011 –

O aumento salarial foi sancionado, mas ainda há associados aposentados recebendo adicional de insalubridade calculado à base do valor anterior. Em virtude disso, o Departamento Jurídico da Adpesp entrou com Mandado de Segurança para reparar essa ilegalidade.
A medida é uma resposta aos inúmeros casos registrados pelo Departamento. De acordo com os advogados Roberto Tadeu e Fabíola Machareth, a ilegalidade é flagrante, uma vez que a Constituição Federal, bem como a lei estadual nº 432/1985, prevê reajuste do adicional de insalubridade sempre que houver alteração do salário mínimo. Machareth ressaltou que entre março e junho deste ano, o governo descongelou o salário mínimo como base de cálculo, em função de uma liminar concedida a outra associação de classe. “A liminar foi revogado e a ilegalidade voltou a ser praticada, gerando insatisfação dos associados”, disse.
O Departamento Jurídico também apontou que a insalubridade deve seguir valores contemporizados pelo salário mínimo vigente em todo o país, e que o descumprimento da norma, além de ilegal, lesa milhares de servidores públicos.

A Privataria Tucana: jornalista acusa tucanos de receber propina…( SAIBAM COM QUEM OS PETRALHAS APRENDERAM A ROUBAR ) 12

15/12/2011-07h22

Em livro, jornalista acusa tucanos de receber propina

DE SÃO PAULO

Um livro que chegou à praça no fim de semana acusa o ex-governador José Serra de receber propinas de empresários que participaram das privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).

Publicado pela Geração Editorial, “A Privataria Tucana” foi escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., que no ano passado foi acusado de participar da montagem de uma central de espionagem no comitê da campanha da presidente Dilma Rousseff.

Serra diz que livro é ‘coleção de calúnias’; outros não comentam

O livro sustenta que amigos e parentes de Serra mantiveram empresas em paraísos fiscais e as usaram para movimentar milhões de dólares entre 1993 e 2003, mas não oferece nenhuma prova de que esse dinheiro tenha relação com as privatizações.

Algumas informações do livro circularam na campanha eleitoral do ano passado e boa parte do material foi publicada antes por jornais e revistas, entre eles a Folha.

O livro mostra que uma empresa controlada pelo empresário Carlos Jereissati nas Ilhas Cayman repassou US$ 410 mil para Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e amigo de Serra.

Segundo os documentos apresentados pelo livro, a transferência foi feita dois anos depois do leilão em que um grupo controlado por Jereissati arrematou o controle da antiga Telemar. Mas o livro não exibe prova de que a transação tenha algo a ver com Serra e a privatização.

Outro alvo do livro é a filha de Serra, Verônica Serra, que foi sócia da empresária Verônica Dantas numa firma de prestação de serviços financeiros na internet, a Decidir.

Verônica Dantas é irmã do banqueiro Daniel Dantas, que controlou a antiga Brasil Telecom até o início de 2005. A Telemar e a Brasil Telecom atualmente são parte da Oi.

O jornalista também diz que Gregório Preciado, casado com uma prima de Serra, teve ajuda de Ricardo Sérgio na privatização do setor elétrico e depois movimentou dinheiro em paraísos fiscais.

No governo FHC, Ricardo Sérgio, como diretor do Banco do Brasil, exercia influência sobre a Previ, o fundo de pensão dos empregados do BB, que se associou aos vários grupos que participaram das privatizações da época.

Ribeiro Jr. foi acusado pela Polícia Federal de ter violado o sigilo fiscal de dirigentes tucanos e dos familiares de Serra durante suas investigações, pagando despachantes para obter ilegalmente informações sobre eles.

O jornalista diz que não fez nada ilegal. Ele iniciou suas investigações quando trabalhava para o jornal “Estado de Minas” e o então governador do Estado, Aécio Neves, disputava com Serra a indicação do PSDB para disputar a eleição presidencial.

Sua atuação só foi exposta mais tarde, quando Aécio já estava fora da disputa e Ribeiro Jr. foi chamado pelo jornalista Luiz Lanzetta para colaborar com a campanha de Dilma, um projeto que foi abortado pela cúpula do PT antes de ganhar corpo.

Editoria de Arte/Folhapress


Prefeita de Guarujá pede que Governo repense reforço da Polícia Civil 12

Operação Verão

De A Tribuna On-line

A decisão do Estado de não deslocar reforço da Polícia Civil para a Operação Verão 2012 na Baixada Santista  preocupou a Prefeitura de Guarujá. Nesta quarta-feira, quando o governador Geraldo Alckmin esteve no Município, a prefeita Maria Antonieta pediu que ele revertesse a determinação .
A chefe do executivo, que também preside o Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb),  argumentou que a medida poderá acarretar sérios prejuízos à segurança pública da região.  De acordo com Antonieta, o governador prometeu que, em até três dias, dará uma resposta sobre a solicitação.
Sem reforço
Há dois dias, o delegado geral de Polícia de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, afirmou que a Polícia Civil não deslocará investigadores, delegados e escrivães de outras cidades do Estado para a Operação Verão 2011/2012 na Baixada Santista. “Não há motivo para esse deslocamento de policiais civis do interior ou da Capital para a Baixada Santista”
Se a decisão não for revertida, essa será  a primeira vez que a Operação Verão não contará com efetivo da Polícia Civil de outras cidades.
Diferentemente de anos anteriores, quando um efetivo era convocado pela Delegacia Geral da Polícia Civil a participar do programa do Governo nos municípios do litoral, esse ano, o órgão optou pelo convite aos policiais interessados em se integrar à operação.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que apesar de a Operação Verão ser um programa do Governo, o efetivo da Polícia Civil é de responsabilidade da Delegacia Geral. Explicou que a medida, ainda que polêmica, é positiva já que visa dinamizar o trabalho exercido pelos policiais civis nos distritos. Eles têm como função a investigação e não a realização de rondas e blitze, que é de responsabilidade da PM.
Dados sobre o programa, ocorrido tradicionalmente entre dezembro e fevereiro no litoral paulista, ainda não foram oficialmente divulgados. A expectativa é de que detalhes da operação sejam esclarecidos hoje pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que estará na região para inaugurar uma linha turística.
A notícia incomoda autoridades da região, que entendem que a falta de reforço no policiamento civil poderá comprometer a segurança pública no litoral, que demanda atenção especial durante a temporada.

AOS DESONESTOS E AOS DESMEMORIADOS DE TODAS AS CARREIRAS…Sob o comando da Drª Marilda: ADPESP, por meio de Mandado de Segurança , pôs fim a convocação para a denominada Operação Verão 15

Adpesp ajuizou Mandado de Segurança Coletivo para que os delegados sejam dispensados da Operação Verão

Adpesp ajuíza ação para impedir remoção de delegados durante Operação Verão

24/11/2010

A Adpesp saiu mais uma vez em defesa das prerrogativas de seus associados. O jurídico da Associação ajuizou, na última semana, Mandado de Segurança Coletivo, com pedido de liminar, para que os colegas sejam dispensados da chamada Operação Verão — quando são obrigados a cumprir ordem considerada irregular de remoção temporária para outros municípios, mais precisamente na baixada Santista.

De acordo com os advogados da Associação, com a Operação, os delegados passam a morar em localidade diversa ao serviço em que é lotado, de modo a ferir legítima garantia inerente ao cargo, dispostos em sua Lei Orgânica. A operação tem início em dezembro deste ano e acaba em março de 2011, assim como realizado em vários anos, consecutivamente.

A ação, em tese, consiste em formular o complemento de suporte do serviço, por conta do aumento do número de pessoas naquela região, prevenindo ocorrências.  Com isso, segundo os advogados, o procedimento não complementa qualquer serviço, mas somente promove a “substituição” temporária de servidores  lotados nos municípios da Baixada pelos do interior. “A medida sequer se encontra autorizada em lei. Os profissionais também alegam que, se a Operação Verão é uma ação preventiva, deveria haver o aumento de servidores. E não acontece por falta de interesse público.

“Os delegados classificados deixam seus lares e suas cidades para acomodarem-se em locais que sequer possuem condições dignas, fazendo com que muitos custeiam a própria hospedagem em locais mais condizentes. Sem contar que sequer são remunerados a mais pela mudança, já que em análise à outras categorias como magistrados e promotores, todos recebem a mais por isto.

Na operação Verão passada, a Diretoria da Adpesp foi conferir in loco as condições de hospedagens dos delegados. Para espanto, encontrou delegados alocados em motel, pousadas sujas e com alimentação de péssima qualidade, dentre outras arbitrariedades. Por isso, a Associação decidiu entrar com esta medida judicial.

Para embasar o pedido, os advogados citaram o artigo 39 da Lei Orgânica onde diz: O policial civil não poderá ser removido no interesse do serviço, para município diverso do de sua sede de exercício, no período de seis meses antes e até três meses após a data das eleições. Parágrafo único – Esta proibição vigorará no caso de eleições federais, estaduais ou municipais, isolada ou simultaneamente realizadas”.

Por fim, pedem que — uma vez concedida a limiar — que seja expedido ofício à Secretária do Estado, ordenando à autoridade  que suspenda, de modo preventivo, o ato de designação dos delegados para cumprimento da Operação Verão, por se tratar de ato ilegal, sem aprovação do Conselho da Polícia Civil e demais requisitos legais, ferindo-se garantias inerentes ao cargo.

Isto é o Brasil: 1,1 milhão de brasileiros foram assassinados nos últimos 30 anos (de 1980 a 2010)…Dois negros assassinados para cada branco 10

14/12/2011 – 18h17                

Brasil tem dois negros assassinados para cada branco, revela Mapa da Violência

Janaina Garcia  Do UOL Notícias, em São Paulo

As taxas de homicídio no Brasil no ano de 2010 foram em média duas vezes maiores para vítimas de cor negra em comparação aos homicídios contra brancos. O número consta do Mapa da Violência 2012 divulgado nesta quarta-feira (14) em São Paulo pelo Instituto Sangari, que considerou estatísticas dos ministérios da Saúde e da Justiça e se valeu, por exemplo, de documentos como certidões de óbito e boletins de ocorrência.

Além da diferença estatística de assassinatos, a pesquisa mostra ainda que as taxas vêm reduzindo em relação a brancos, nos últimos dez anos, enquanto que, para negros, elas têm crescido.

Na média nacional, em 2002, o mapa aponta uma taxa de 20,6 assassinatos de brancos, a cada 100 mil habitantes, e de 30 para negros. Em 2010, esse índice cai para 15 homicídios de vítimas brancas, mas sobe para 35,9 entre as pessoas negras.

O mapa, que teve divulgada sua 12ª edição desde 1998, fez um levantamento dos homicídios dos últimos 30 anos (1980 a 2010), com detalhamento das taxas de assassinato na década passada.

Conforme a pesquisa, Paraná, Rondônia e Mato Grosso encabeçam a lista de homicídios brancos, respectivamente com as taxas de 39, 25,6 e 20,9 assassinatos por 100 mil habitantes. Já o Nordeste se destaca nas taxas de homicídio contra negros: Alagoas e Paraíba apresentam uma escalada desde 2002 para, em 2010, apresenta-las proporcionalmente 20 vezes maior ao das vítimas brancas. Em AL, a taxa é de 84,9; na PB, 58,8.

Para o coordenador da pesquisa e diretor de pesquisas do instituto Sangari, o sociólogo Julio Waiselfisz, os números revelam também aspectos econômicos.

“Morte de brancos é menos visível na mídia, mas seu menor número pode ser atrelado à privatização do sistema de segurança –quem pode pagar, acaba usufruindo”, disse.

Estados como Pernambuco, Distrito Federal e Sergipe também são mostrados como aqueles em que os homicídios contra negros são mais altos. Para os pesquisadores, o dado é “preocupante”, ainda mais considerada tendência de alta.

Mais de um milhão de assassinatos

O Mapa da Violência recevou que cerca de 1,1 milhão de brasileiros foram assassinados nos últimos 30 anos (de 1980 a 2010) no país, em um processo de disseminação da violência no qual cidades do interior já ditam o ritmo de crescimento dessas taxas. Com o aumento da população nesse período, a taxa de homicídios, que na década de 80 era de 11,7 em cada grupo de 100 mil habitantes, passou para 26,2 em 2010 –um aumento de 124%.

“É como se uma cidade inteira tivesse sido atingida por uma bomba atômica”, disse o coordenador da pesquisa.

Conforme o mapa, o forte processo de interiorização dos homicídios foi observado a partir do momento em que as taxas passaram a sofrer redução em capitais e regiões metropolitanas, na década passada, mas aumento de ritmo em cidades de interior.

Em 1995, por exemplo, enquanto nas capitais a taxa era de 40,1 homicídios em 100 mil habitantes e, no interior, de 11,7, em 2010 a taxa quase duplica no interior (22,1) e cai nas capitais (33,6).

“Em menos de uma década, se esse ritmo seguir, o interior deverá ultrapassar os grandes centros urbanos”, disse Waiselfisz. Em coletiva na USP (Universidade de São Paulo), ele afirmou que os trabalhos foram feitos a partir de informações fornecidas ou disponibilizadas na internet pelos ministérios da Saúde e da Justiça, como certidões de óbito e boletins de ocorrência. O Estado em que os índices de homicídios são mais altos, de acordo com o mapa, é Alagoas, seguido por Espírito Santo, Pará, Pernambuco e Amapá.

O estudo aponta ainda que os 17 Estados que apresentavam as menores taxas de homicídio na virada do século tiveram aumentos significativos nesses índices, enquanto em sete outros Estados as taxas caíram. No ano 2000, os sete maiores tinham uma taxa conjunta de 45,6 homicídios em 100 mil habitantes, e os 17 menores, 15,4.

Homicídios no Brasil superam conflitos armados

O número de quase 1,1 milhão de brasileiros assassinados ao longo de três décadas é muito superior, por exemplo, aos 45 mil mortos em 36 anos de guerra civil na Colômbia e praticamente o dobro dos 550 mil assassinatos da guerra civil em Angola.

Os dados foram compilados no mapa, para efeito de compação, e listam ainda conflitos armados como a luta pela independência do Timor Leste –na qual, em 26 anos, 100 mil foram mortos –e a disputa territorial-religiosa entre Israel e Palestina, na qual, em 53 anos (1947-2000), 125 mil foram assassinados.

“Considerando que não temos conflitos étnicos, políticos ou religiosos no Brasil, podemos dizer que se mata muito mais gente aqui do que em outros conflitos armados no mundo”, reforçou o coordenador do mapa.

Capitais mais violentas

Pelo ranking das capitais, metade das que apresentaram as taxas de homicídios mais altas de 2000 a 2010 estão no Nordeste. A lista é puxada por Maceió (AL), com 109,9 homicídios por 100 mil habitantes, e que era a oitava em 2000. João Pessoa (PB), com 80,3, pulou da 13ª colocação para a segunda colocação (80,3).

Ainda entre as dez capitais, Recife (PE), com 57,9, é a quarta com mais assassinatos–era o primeiro lugar na lista de 2000. São Luís (MA) é a quinta colocada, com 56,1, Salvador  (BA) a sétima, com 55,5 (era a 25ª há 10 anos) e Belém (PA), com 54,5, é a oitava –era a 21ª em 2000.

Completam o grupo Curitiba (PR), sexta colocada, com 55,9, Vitória (ES), a terceira, com 67,1, Porto Velho (RO), em nono com 49,7, e Macapá (AP), décima colocada 49 homicídios a cada 100 mil habitantes.

Estados

No ranking por Estados, Alagoas aparece como o mais violento, com taxa de 66,8 homicídios por 100 mil habitantes. Na sequência vêm Espírito Santo (50,1), Pará (45,9), Pernambuco (38,8), Amapá (38,7), Paraíba (38,6), Bahia (37,7), Rondônia (34,6), Paraná (34,4) e Distrito Federal (34,2).

As unidades com as menores taxas, de acordo com o mapa, são Santa Catarina (12,9), Piauí (13,7) e São Paulo, que, com 13,9 homicídios por 100 mil habitantes, teve queda de 67% no índice em comparação a 2000.

A íntegra da pesquisa pode ser acessada aqui.

  • (reprodução Mapa da Violência)

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