Arquivo diário: 14/08/2011
DELEGADO CORRUPTO NUNCA ESTEVE MUITO PRÓXIMO DA ILICITUDE ( ninguém fica rico na linha de frente )…DINHEIRO FÁCIL SÓ PARA QUEM POSSUI “BOAS AMIZADES” 20
A presidente da associação afirma ainda que a remuneração deficiente não justifica, mas explica casos de corrupção.
“Nós repudiamos a corrupção, mas com um salário baixo como esse, e pelo fato do policial, de uma forma geral, estar muito próximo da ilicitude, do dinheiro fácil (…) é uma linha muito tênue que separa uma coisa da outra, por isso acaba explicando. Justificando, jamais”.
Butantã, pé na ACADEPOL, ricamente decorada , ar condicionado em vários ambientes, 4 suítes sendo a master com closet e wc individuais sr. e sra., cubas em Corian, box com chuveiro no teto e jacuzzi, terraço com 60m2. Área íntima com tacões madeira natural, banheiros piso em mármore, Living 4 ambs, sala de visita(2), sala de estar(2) e sala de jantar em vários níveis, jardim interno, Home Theater com lareira a gás, com som e comandos eletrônicos, Bar, adega climatizada, escritório, Aquecimento Solar para casa e piscina, sistema de ozônio para purificação de toda água da casa, sistema de cameras de vigilandia, wirelles, etc. Avaliada em R$ 8.500.000,00.
Sabe quando fazendo acertinho em inquérito, aliviada em flagrante e pegando uma ajuda de custo quinzenal – “estipulada pelos superiores hierarquicos” – você construirá uma igual?
Nunca!
Nunca diga nunca!
Não há sonho impossível…
Levará só 200 anos!
O SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO EM AÇÃO: contra os servidores daquele poder que participaram da greve ocorrida no ano passado 5
Servidores do Judiciário
Carlos Giannazi (PSOL) disse estar indignado com a informação que recebeu da Associação dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Assojuris) a respeito de ações feitas pelo Tribunal de Justiça contra os servidores daquele poder que participaram da greve ocorrida no ano passado. Para Giannazi, “é uma afronta à democracia, à Constituição Federal e ao direito de greve”. O parlamentar apresentou dois requerimentos às Comissões de Direitos Humanos e de Relações do Trabalho convidando o presidente do TJ a esclarecer o assunto. Gianazzi pediu ainda que cópias do seu pronunciamento sejam encaminhadas ao presidente do TJ/SP e ao Ministério Público Estadual. (DA)
Delegado faz casinhas de crianças para complementar a renda da família 26
Delegado de Polícia de São Paulo faz artesanato para complementar seu salário
Delegado faz casinhas de crianças para complementar a renda da família
Daniel Favero
Para conseguir viver com o pior piso salarial da categoria no País, os delegados do Estado de São Paulo têm se dividido entre diferentes atividades fora dos distritos policiais. Alguns vivem em repúblicas (apartamentos divididos) com colegas, outros procuram outras atividades, os famosos “bicos”, para conseguir complementar a renda. É o caso do delegado Francisco Rodrigues Alves Filho, que faz artesato. Ela usa a renda extra obtida com a venda de casinhas em miniatura para bancar a faculdade de Direito do filho.
“Eu faço casinha de madeiras de crianças, com telhado, luzes. O meu bico é esse para tentar complementar a renda. Graças a Deus tem me ajudado a pagar algumas contas, já que está tudo atrasado”, diz o delegado que vem de uma família de policiais e afirma ter a polícia no “sangue”.
Alves diz que já alertou o filho sobre as dificuldades de ser um policial em São Paulo. “Eu já falei para ele, inclusive ele já sabe: ‘não, pai, quero seguir a carreira de juiz ou promotor, mas não delegado em São Paulo. Em qualquer lugar, menos em São Paulo'”.
O salário médio de um delegado paulista gira em torno de R$ 5,2 mil. A Remuneração é a pior do Brasil, segundo dados da Associação de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo. A situação provoca a saída de um delegado da força policial paulista a cada 15 dias.
Para se ter uma idéia da defasagem, o salário médio de um delegado no Distrito Federal é de R$ 17,2 mil, no Paraná é R$ 12 mil e no Mato Grosso, R$ 11 mil. De acordo com o Sistema Nacional de Índices de Preço ao Consumidor do IBGE, nos últimos 12 meses, São Paulo ficou em terceiro lugar entre as capitais cujo custo de vida mais cresceu.
Delegado há 20 anos, Alves se divide entre três delegacias e viaja 80 km para chegar ao trabalho. Ele vive em Bragança Paulista e, apesar de ter prestado concurso para o interior, foi deslocado para trabalhar temporariamente na capital e até hoje ainda não conseguiu transferência. Ele afirma que os gastos com transporte são de quase R$ 1 mil mensais. “Não temos isenção como os policiais militares. Parece que a Polícia Civil não é polícia, não sei nem o que é”, desabafa.
As casinhas que o delegado constrói para complementar a renda chegam a render, em um bom mês, R$ 9 mil, o dobro do seu salário líquido, que é de aproximadamente R$ 4,5 mil. “A gente gosta do que faz, mas tem um momento que não dá mais, porque temos filhos e queremos dar uma vida melhor para eles, mas infelizmente com o nosso salário não tem como”.
Ele diz que tem parentes policiais em outros Estados que não acreditam no salário dele como delegado em São Paulo. “Tenho parente no Maranhão. Lá o delegado ganha R$ 9,5 mil inicial, ela achava que eu ganhava o dobro, quando eu falei eles não acreditaram”.
Para Alves o número de delgados que deixa a polícia tem aumentado consideravelmente. “Eu tinha um (revólver) 38 que estava enferrujando, fui trocar a arma e o funcionário me disse que naquele dia três delegados haviam entregado a arma para deixar a polícia. Isso o governo não divulga, mas o que eu vejo é que todos os dias saem dois ou três”.
Aumento
Segundo a presidente da Associação de Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Marilda Pansonato Pinheiro, o governo paulista prometeu enviar à Assembleia uma proposta de aumento de 15%, e outros 11% no próximo ano. No entanto, ela diz que o reajuste, apesar de bem vindo, “não repõem uma perda salarial tão grande”. O aumento anterior, de 13%, ocorreu em 2008, ano em que a polícia entrou em greve.
Marilda cita exemplos da distorção salarial ao falar sobre Estados com arreacadação menor que a de São Paulo, mas que pagam mais, e aponta a remuneração de um promotor de Justiça em São Paulo, cujo salário inicial é de R$ 19 mil.
A presidente da associação afirma ainda que a remuneração deficiente não justifica, mas explica casos de corrupção. “Nós repudiamos a corrupção, mas com um salário baixo como esse, e pelo fato do policial, de uma forma geral, estar muito próximo da ilicitude, do dinheiro fácil (…) é uma linha muito tênue que separa uma coisa da outra, por isso acaba explicando. Justificando, jamais”.
Com a debandada de policiais, a carga de trabalho tem aumentado consideravelmente o que prejudica a investigação policial. Segundo Marilda, isso se reflete em impunidade de aumento dos índices de criminalidade.
“Tem delegado que está acumulando função em várias delegacias, cidades que não possuem delegados, e isso prejudica a investigação que é a matéria-prima do nosso trabalho, da polícia judiciária, que é investigativa, porque você permanentemente mudando de lugar, atendendo em outro, no estamos sendo fazedores de Boletim de Ocorrência”, diz.



