Delegado é afastado após denúncia de propina
Antônio Eriberto Piva Júnior é acusado de cobrar para não fiscalizar camelôs.
Fonte: Todo Dia
Por Amanda Borsonello – Danilo Reensolber
Fonte: Todo Dia
Por Amanda Borsonello – Danilo Reensolber
O delegado do 1° DP (Distrito Policial) de Campinas, Antônio Eriberto Piva Júnior, foi afastado do cargo na tarde de ontem, um dia depois da divulgação de denúncia de que recebia propina para não fiscalizar camelôs. A decisão foi da Delegacia Seccional de Campinas. Piva deve sair em férias hoje e, depois desse período, será designado para um novo cargo. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), órgão do Ministério Público, investiga se o delegado recebia propina. Ele também já era alvo de apuração da Corregedoria da Polícia Civil pelo mesmo motivo.
O delegado seccional de Campinas, José Carneiro Rolim Neto, disse que a decisão foi tomada para proteger a imagem de Piva durante as investigações. “Sem dúvida o afastamento foi por causa das denúncias, feitas por um anônimo, de que o delegado recebia propina. Portanto, para preservá-lo até que tudo se esclareça, decidimos fazer isso”, informou Rolim Neto.
O 1° DP é responsável por investigar crimes na região central de Campinas, onde fica o camelódromo. A última ação dos policiais civis no local ocorreu semana passada, após as denúncias do Ministério Público de que materiais ilegais eram vendidos no local. O delegado não foi encontrado pela reportagem após a confirmação de seu afastamento. Pela manhã, ele negou as acusações.
A Corregedoria da Polícia Civil de Campinas informou que já tinha um inquérito instaurado sobre as denúncias de propina divulgadas ontem, mas não informou quando ele foi aberto.
DENÚNCIA
A denúncia sobre a propina foi feita por um camelô em entrevista à EPTV, que passou a informação ao promotor do Gaeco Ricardo Schade. Segundo o denunciante, Piva e um funcionário da Setec (Serviços Técnicos Gerais), Valdir Deling, recebiam propina dos informais, por intermédio da presidente do Sindipeic (Sindicato dos Empreendedores Individuais de Ponto de Público Fixo e Móvel de Campinas), Maria José Salles.
Segundo Schade, Deling se apresentará hoje, às 17h, no Gaeco.
Maria José afirmou que as acusações são “mentirosas”.
Deling não foi encontrado pela reportagem, mas a presidente da Setec, Tereza Dóro, comentou que ele realiza serviços internos na autarquia e não tem nenhum contato com os camelôs.
Na manhã de ontem, Piva voltou a negar as acusações e disse que a Setec tem sido omissa. Ele disse que enviou em 2007 para a autarquia ofício notificando a existência de produtos ilegais, mas não teve resposta. Tereza disse que não era presidente em 2007 e que se reuniria com o delegado para discutir fiscalização.
Piva é acusado de concussão
O delegado Antônio Eriberto Piva Júnior foi acusado, em 2004, de concussão – cometido por funcionário público que exige direta ou indiretamente vantagem indevida – entre 1992 e 1995, quando era delegado titular de Hortolândia. O caso ainda não foi julgado. Segundo o Gaeco, autor da denúncia, o ex-delegado adjunto da cidade, José Eduardo Cury, também estava envolvido. Naquela época, ambos realizaram uma licitação com o objetivo de regularizar a exploração dos serviços de guincho em Hortolândia.
Na denúncia, os promotores acusaram Piva e Cury de terem exigido receber 35% do faturamento semanal da vencedora da licitação. Além disso, os promotores também os acusam de realizar despesas particulares em um posto e remeterem a cobrança à responsável pelo guincho
Piva é acusado de concussão
O delegado Antônio Eriberto Piva Júnior foi acusado, em 2004, de concussão – cometido por funcionário público que exige direta ou indiretamente vantagem indevida – entre 1992 e 1995, quando era delegado titular de Hortolândia. O caso ainda não foi julgado. Segundo o Gaeco, autor da denúncia, o ex-delegado adjunto da cidade, José Eduardo Cury, também estava envolvido. Naquela época, ambos realizaram uma licitação com o objetivo de regularizar a exploração dos serviços de guincho em Hortolândia.
Na denúncia, os promotores acusaram Piva e Cury de terem exigido receber 35% do faturamento semanal da vencedora da licitação. Além disso, os promotores também os acusam de realizar despesas particulares em um posto e remeterem a cobrança à responsável pelo guincho
