Falta mais preparo para atender a população, afirma sociólogo 81

DE SÃO PAULO

O sociólogo e professor da USP Álvaro Gullo diz que o atendimento “assistencial” por parte da Polícia Civil seria importante, mas que ela não parece capaz de realizar esse trabalho.

Folha – Esse tipo de trabalho é função da polícia?
Álvaro Gullo –
Eu pergunto: será que a Polícia Civil está preparada para isso? Ela sempre teve um contato muito impessoal com a população. Será que eles estão preparados para essa sociabilidade de atendimento com a população? Eu acho que os policiais ainda não têm esse tipo de preparo.

Se conseguirem, é positivo?
A população precisa de atendimento. E de atendimento de pequenas coisas, não apenas das grandes. É o atendimento do dia a dia do cidadão. Se isso de fato ocorrer, será um ganho para a população.

Registro de acidente de trânsito poderá ser feito pela internet 37

Novo sistema da Polícia Civil prevê ainda recebimento de queixas sobre TV com defeito e falta d’água, por exemplo

Delegado-geral diz que distritos terão ligação maior com comunidade a partir do segundo semestre em São Paulo

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

A Polícia Civil vai aceitar, a partir do segundo semestre, boletins de ocorrência feitos pela internet para comunicar acidentes de trânsito sem vítimas. Hoje, isso é feito pessoalmente em delegacias ou unidades da Polícia Militar.
Neste ano, pelo menos 40 mil acidentes foram registrados pelas polícias Civil e Rodoviária. A PM não divulgou o número de casos.
A mudança não para por aí. As delegacias também receberão queixas de falta de luz, de água, casos de TV com defeito e até mesmo reclamações sobre separações amorosas. Serão obrigadas a registrar qualquer tipo de reclamação de moradores.
Segundo a polícia, a mudança não vai atrapalhar o registro das ocorrências criminais. No novo sistema, a pessoa pode registrar a queixa pela internet, no computador da delegacia, por escrito -em formulário próprio- ou com ajuda de um policial.

INTEGRAÇÃO SOCIAL
Segundo o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, a intenção é transformar as delegacias em “prontos-socorros sociais” e melhorar a imagem da instituição. “Para que as delegacias sejam para a Polícia Civil o mesmo que os bombeiros são para a PM.”
O delegado diz que hoje já é possível registrar alguns casos não criminais. Isso, porém, depende muitas vezes da boa vontade do policial.
Agora, diz ele, essas reclamações não serão mais desprezadas. Depois do registro, serão analisadas por um delegado para encaminhamento. Se houver indício de crime, o caso será investigado.
Mas, se for uma relação de consumo ou de “cidadania”, a queixa será encaminhada aos “órgãos competentes” como Eletropaulo, Sabesp, Procon ou prefeitura.
Pode servir, pelo menos, para a pessoa se resguardar de problemas futuros.
A presidente da associação dos delegados, Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, diz que essa iniciativa tem um apelo social importante, mas vê problemas na execução devido à falta de funcionários. “Nós não conseguimos dar conta nem do que já temos”, afirmou.
A Polícia Civil, que tem cerca de 35 mil funcionários, é responsável pela investigação de todos os crimes, como furtos, roubos e homicídios.
Lima afirma que as delegacias precisarão melhorar sua gestão para atender essa nova tarefa. “Quem não tem atribuição [mais funções] não tem poder”, afirmou ele.

Ação mais ampla nas delegacias dignifica a polícia, diz delegado 32

DE SÃO PAULO

O delegado Jésus Barreto, ex-presidente e membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz que o atendimento da Polícia Civil nas delegacias atualmente vai além do trabalho puramente policial.

 

Folha – Esse trabalho que será implantado no Estado é função da Polícia Civil? Jésus Barreto – A Polícia Civil brasileira sempre foi muito questionada por ser, muitas vezes, truculenta. Hoje, surge um novo cenário para atuação das polícias no sentido de elas serem mais pró-ativas.

Como isso pode ajudar a população?
Essa não é uma competência clássica da Polícia Civil, mas trabalha num tipo de prevenção secundária. A polícia está mais atenta a questão da cidadania. Isso dignifica a Polícia Civil de forma justa.

Tá na hora dos nobres diretores, divisionários, seccionais e titulares confessarem que falharam 88

Enviado em 01/07/2011 as 0:07 – por Policial com transtorto psico

A ADPESP tem o dever moral de conseguir um bom reajuste para os operacionais. O mais correto seria defender um aumento maior para os operacionais do que para sua própria carreira.

Seria o pedágio pela gigantesca incompetência dos delegados de polícia de dirigirem e comandar uma instituição secular através da premiação do apadrinhamento, do dinheiro sujo e do assédio moral e sexual.

Tá na hora dos nobres diretores, divisionários, seccionais e titulares confessarem que falharam e estão mais perdidos que cachorro em mudança.

Segunda feira começa a “revolução” no Decap que resumo da seguinte maneira:

2 trouxas para ficar de manhã e ter que durmir todo dia assim que acabar o jornal nacional;

2 trouxas que fazem faculdade de manhã (99% alguma de guarulhos) e sair de madrugada da delpol

2 trouxas que ficarão de zelador de prédio sem finais de semana durante todo o mês

e lógico

4 equipes para “riparem” nos Inquéritos e garantir o whisky e churrasco de sexta feira.

Isso é a Nova Polícia Civil, que a bem da verdade tá muito certa em prestar esse serviço a população com o aumento que deverá ser anunciado.

um recado para a população: Fuja para as colinas que o caos e a insegurança vão imperar.

eu sou maluco…eu sou maluco.

e acreditem ou não….ainda tenho arma que o Estado me dá….ah sei lá….amanhã vai cair cheque e eu enchendo a cara aqui e me tornando um pudim cachaceiro.

tá tudo dominado.

Essa é minha mente: começa de um jeito e termina de outro. o Estado fez isso comigo.

MIN. MARCO AURÉLIO MELLO: A dignidade do servidor público 9

A dignidade do servidor público

Ter, 28 de Junho de 2011 08:42

MIN. MARCO AURÉLIO MELLO

Em um Estado Democrático de Direito, há de observar-se a ordem jurídica. O respeito deve vir tanto dos cidadãos em geral como do Estado, do qual é aguardada postura exemplar. Políticas governamentais são potencializadas e nem sempre isso se verifica quanto a valores básicos. Em verdadeira atuação de força, míope ante os ares da Constituição Federal, parte-se para o menosprezo a interesses maiores, sendo alcançados contribuintes e servidores, toda a sociedade, enfim.
O fator de equilíbrio está na própria Carta da República, a que todos, indistintamente, se submetem. A falha das autoridades constituídas, intencional ou não, fez surgir, com papel insuplantável, segmento equidistante, não engajado nesta ou naquela política governamental, que é o Judiciário. Preserva o Direito e, por esse motivo, torna-se o destinatário das esperanças dos que se sentem espezinhados, dos que sofrem as consequências danosas do desprezo a interesses legitimamente protegidos. É o que vem acontecendo, ano a ano, e nas três esferas – federal, estadual e municipal –, relativamente à equação serviço a ser implementado e remuneração dos servidores públicos.

Embora a Constituição Federal imponha a revisão anual dos vencimentos dos servidores, isso não ocorre, havendo a diminuição do poder aquisitivo. O servidor já não recebe o que recebia inicialmente, com desequilíbrio flagrante da relação jurídica, vindo o setor público, mediante perverso ato omissivo, alcançar vantagem indevida – os mesmos serviços geram vencimentos que já não compram o que compravam anteriormente.

Até aqui, vinga, em verdadeira confusão terminológica, a óptica de estar o reajuste sujeito à previsão em lei, apesar de não se tratar de aumento, apesar de o próprio Diploma Maior já contemplar os parâmetros a serem observados, ficando afastada a opção político-normativa concernente à lei: a reposição do poder aquisitivo da moeda – o reajuste – deve ser anual, no mesmo índice, que outro não é senão o indicador oficial, da inflação do período. Não existe razão suficiente para cogitar da necessidade de lei, a não ser que se potencialize a forma pela forma.

O quadro conduz ao abalo da paz social, como acabou de acontecer no lamentável episódio do Rio de Janeiro, envolvendo policiais militares bombeiros.

Na última trincheira da cidadania – o Supremo –, teve início o julgamento da matéria. Coincidentemente, policial civil de São Paulo reivindica o reconhecimento da responsabilidade do Estado ante a omissão, ante a incúria, do poder público, pleiteando a correlata verba indenizatória. Relator do recurso, pronunciei-me pelo acolhimento da pretensão, seguindo-se o pedido de vista da Ministra Cármen Lúcia.

Que prevaleça a concretude da Constituição Federal, alertados os agentes políticos sobre as graves consequências do menosprezo às regras jurídicas, do menosprezo à dignidade dos cidadãos. Somente assim, avançar-se-á culturalmente.

MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO é Ministro do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral e Presidente do Instituto Metropolitano de Altos Estudos.