From: J CAMPOS
Subject: Entrevista Datena X DGP
To: dipol@flitparalisante.com
———- Mensagem encaminhada ———-
De: DÉCIO
Data: 3 de março de 2011 11:12
Assunto: comandante-geral da Polícia Militar Trabalhou na Coordenadoria de Análise e Planejamento
Para: GUERRA
Grande Guerra, favor publicar em seu poderoso jornal.
/Cidades
Com especulações, secretário antecipa troca de comando da PM
Novo secretário de Segurança escolhe Álvaro Batista Camilo para o comando-geral após analisar seis dossiês
25 de março de 2009 | 12h 15
Marcelo Godoy – O Estado de S. Paulo
O novo comandante-geral da Polícia Militar é o coronel Álvaro Batista Camilo. A escolha de seu nome foi feita na segunda-feira, em uma reunião da qual participaram o governador José Serra, o secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, e o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. A escolha de Camilo foi feita após a análise de seis nomes. Um dossiê com informações da da Polícia Militar decidiu a escolha, fazendo com que o nome do coronel Wagner Cesar Gomes de Oliveira Tavares Pinto, atual comandante de Policiamento de Guarulhos fosse descartado.
O anúncio devia ser deixado para o término do comando do coronel Roberto Antônio Diniz, mas se decidiu antecipar o nome para acabar com especulações. Diniz foi informado na quarta-feira à tarde e apoiou a escolha e a antecipação da revelação do nome. Ele mesmo acompanhou o secretário Ferreira Pinto ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no fim da tarde. O escolhido é da mesma turma que o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Luiz Massao Kita – os dois saíram aspirantes em 1981.
Do ponto de vista operacional, Camilo é homem que passou pela 2ª Seção do Estado-Maior (o setor de informações) da PM. Trabalhou na Coordenadoria de Análise e Planejamento da secretaria, onde se aproximou da comunidade acadêmica, e assumiu o Comando de Policiamento de Área Metropolitano-1 (CPA-M1), responsável pelo patrulhamento do centro de São Paulo. Adepto do policiamento comunitário, Camilo criou um programa de aproximação com a comunidade GLS da região, que era alvo de delitos ligados à intolerância.
Internamente, Camilo era tido como um dos candidatos mais fortes ao comando. Isso não quer dizer que seu nome não enfrentasse resistências. Ele é o 37º coronel mais antigo da lista de coronéis – antiguidade no posto é um dos critérios hierárquicos da PM. Isso significa que o novo comandante-geral ultrapassou 36 coronéis, todos preteridos na escolha. São pessoas formadas nas turmas de 1977, 78,79 e 80 pela Academia do Barro Branco.
Embora não seja obrigatório, muitos deverão, por isso, passar para a reserva. Mas alguns podem fazer oposição ao comando de Camilo. “Ele não terá um comando fácil, mas o Camargo (Carlos Alberto Camargo, comandante de 1997-1999) era o 50º da lista (há 54 coronéis na PM) quando foi nomeado”, lembrou um oficial.
Dossiê
Para chegar ao comando, o nome de Camilo enfrentou outros candidatos fortes, entre eles os coronéis Jorge Luis e César. Este último contava com a simpatia de Aloysio e também era bem visto por Ferreira Pinto. O secretário da Segurança tinha na lembrança a atuação de César, então como capitão, no controle de uma rebelião em um presídio em Hortolândia, ocorrida em 1995.
Mas, no começo da carreira, César havia trabalhado nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e, mesmo tendo sido inocentado em todos os processos que respondeu na Justiça Militar por causa de ações no cumprimento do dever naquela unidade, o governo considerou que seria um desgaste muito grande nomeá-lo para o comando-geral.
Um daqueles processos contra César teria sido extraviado na 1ª Auditoria da Justiça Militar em meio a outros mil que ficaram paralisados indevidamente por até 12 anos. Um dossiê com as informações sobre César foi enviado no fim de semana ao vice-governador, Alberto Goldman, e ao secretário Aloysio. Restava Jorge Luis, mas o governo entendeu que Camilo tinha o melhor perfil para o ocupar o cargo.
Nota da SSP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo negou o uso de dossiês para a escolha do novo comandante-geral da Polícia Militar. Confira a íntegra da nota:
Com relação à matéria “Com especulações, secretário antecipa troca de comando da PM”, publicada hoje (quarta-feira), às 12:15h, na edição digital do Estadão, a secretaria da Segurança Pública nega taxativamente que a escolha do nome do novo comandante geral da PM tenha sido feita com base em dossiê. Não houve dossiê algum. O nome do comandante do CPA-M7, Cel. Cesar, sequer foi cogitado no processo de escolha. A indicação do novo comandante geral usou como critério a excelente carreira desempenhada pelo Cel. Camilo na Polícia Militar.
Texto ampliado às 10h13 da quinta-feira, 26, para inclusão da nota da SSP.
03/03/2011
Folha de S.Paulo
A Angra Consultoria, empresa que utilizava dados sigilosos da Secretaria de Estado da Segurança Pública em serviços que vendia para clientes privados, trabalhava com funcionários da pasta, de acordo com documentos obtidos pela reportagem.
A CAP é o órgão da secretaria que concentra as estatísticas criminais da polícia paulista.
Anteontem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) demitiu o sociólogo Túlio Kahn, chefe dessa seção, depois de a reportagem ter revelado que ele era sócio da própria Angra.
Para Alckmin, a atividade pública de Kahn é incompatível com os negócios dele.
Funcionários
São os seguintes os profissionais que aparecem no orçamento da Angra e foram ou são funcionários da Secretaria da Segurança: Túlio Kahn, André Zanetic, Cristiane Ballanotti, Tatiana Moura e Monise Picanço.
Monise Picanço, pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), afirma, em seu currículo Lattes, que já fez trabalhos para a Angra.
Protocolo
André Zanetic, que foi da secretaria, continua no órgão, mas agora tem o seu salário pago pela Federação das Empresas de Transporte de Carga, segundo um protocolo de intenções assinado em 2006.
A federação paga R$ 7.000 a dois funcionários da CAP para atuarem dentro da secretaria em levantamentos sobre roubo de carga.
A Angra tinha entre seus clientes a GR – Garantia Real, empresa que atua na área de segurança privada.
Também estava entre os clientes da Angra a Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), ligada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Metropolitano.
Para a GR, a Angra fez um levantamento sobre roubos e assaltos a condomínios em São Paulo.
Há suspeitas de que a Angra funcionaria dentro da própria secretaria. O endereço que aparece no contrato social da empresa, na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), é um apartamento. Porém, não há nenhuma empresa no prédio, de acordo com o porteiro do local.
Leia mais
03/03/2011
Folha de S.Paulo
Uma das funcionárias da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Cristiane Ballanotti, cujo nome é citado em serviços feitos pela Angra Consultoria, afirmou ontem que nunca trabalhou para a empresa.
A reportagem enviou a ela uma cópia do documento da Angra com o nome dela.
“Acho um absurdo o meu nome estar circulando em tal documento”, respondeu Cristiane Ballanotti.
Localizada ontem, a ex-funcionária da pasta Tatiana Moura afirmou à reportagem que não iria comentar a questão.
A reportagem não conseguiu localizar, ontem, os outros três funcionários citados (Túlio Kahn, André Zanetic e Monise Picanço).
Na última segunda-feira, Túlio Kahn afirmou que não usou servidores da pasta na Angra Consultoria. Ele negou que tenha violado dados sigilosos e afirmou, ainda, que não tem clientes, mas patrocinadores de pesquisas sobre a violência.
Enviado em 03/03/2011 às 1:01
Delegados da Operação Pelada vão para o DENARC. Colegas dizem que não é punição, é prêmio
Dois dias atrás o Delegado-Geral de Polícia de São Paulo, Marco Carneiro Lima, apresentou pessoalmente aos colegas da Delegacia Especializada de Narcóticos dois novos colegas que foram incoporados ao time de elite. Além da apresentação formal, os novatos receberam elogios do chefe, que os recomendou e pediu colaboração.
Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, os agraciados com a recomendação, foram os protagonistas da chamada Operação Pelada. Foram eles que despiram à força a escrivã V., acusada de concussão, no cartório da Delegacia de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo. As imagens das sevícias foram reveladas duas semans atrás pelo Blog do Pannunzio (veja aqui) e pelo Jornal da Band.
A chegada de ambos causou mal-estar, especialmente entre as mulheres. Eles vão passar a dar plantões no DENARC somente depois do cumprimento de um período de férias. Para os colegas, a transferência é prêmio, não uma punição, já que o DENARC abriga a elite da elite da polícia civil paulistana.
As manifestações de indignação não se resumem aos futuros colegas dos dois delegados. Na manhã desta quarta-feira o SINDPESP — Sindicato dos Policiais Civis do Estado de São Paulo — enviuou uma carta ao governador Geraldo Alkmin reiterando as críticas ao comportamento dos protagonistas da Operação Pelada e peindo a demissão do Secretário de Segurança Antônio Ferreira Pinto.
Os policiais civis reclama de discriminação. Segundo eles, o secretário, que tem como origem a Polícia Militar, subordinou diretamente a ele a Corregedoria da Polícia Civil, mas manteve a dos pliciais militares sob o comando da PM.
http://www.pannunzio.com.br/?p=7441
FALAR O QUE??? DEPOIS DE TUDO QUE ESTES COVARDES PROMOVERAM, SÃO AGRACIADOS PELO DGP COM O PLT DO DENARC!!! PIADA!!! SÓ PODE!!!
Pô, SOLTARAM TRAFICANTE INTERNACIONAL PARA PRENDER POLICIAIS E VÃO PARA O DENARC???
DEPOIS DESSA… SILÊNCIO.
Enviado em 02/03/2011 às 17:10 – PAULO SÉRGIO FLEURY
A QUEM INTERESSA DERRUBAR O CAP ? A POLICIA MILITAR
Consta que a Policia Militar estaria por trás do vazamento desta noticia,pois teriam interesse em tambem assumir esta atividade.Tenho conhecimento que a estrategia da Policia Militar é convencer o Secretario e o Governador que sob seu comando estas informações serão melhor utilizadas no combate ao crime,possibilitando maior confiabilidade e eficácia em sua analise e aplicação.A quem mais interessa esta grande duvulgação da mídia? Ao SECRETARIO ? A INICIATIVA PRIVADA ?INTERESSES FINANCEIROS ?
publicado em 02/03/2011 às 20h53:
02/03/2011 – 08h41
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO
O “bico oficial” de policiais militares, que começou há pouco mais de um ano na capital paulista, começa a se expandir pelo interior do Estado de São Paulo, com a adesão das prefeituras de Barretos (a 423 km de SP), na região de Ribeirão Preto (a 313 km de SP), e Sorocaba (a 99 km de SP).
Alckmin lança “bico oficial” de PMs em Sorocaba (SP)
Pagamento dos salários de “bico oficial” de policiais militares atrasa em SP
Outras 15 cidades paulistas já estudam aderir ao “bico” oficial, segundo o governo estadual. Por afetar o período de folga, a alternativa é alvo de críticas de especialistas e entidade de classe.
Chamado de Operação Delegada pelo Estado, o programa consiste na contratação de PMs pelos governos municipais para que trabalhem em dias de folga.
Os policiais aderem ao programa se quiserem. Remunerados pelas prefeituras, atuam com o mesmo equipamento da corporação, fornecido pelo Estado –farda, viatura, arma e colete.
Nas quatro cidades onde foi oficializado, o pagamento aos policiais varia de R$ 7,92 a R$ 16,66 a hora.
Em Barretos, os PMs que aderirem vão receber de R$ 10 a R$ 12,50 –valores maiores para patentes superiores. A Câmara da cidade aprovou anteontem a proposta do prefeito Emanoel Carvalho (PTB) para autorizar o convênio com a PM.
O petebista disse ter reservado R$ 30 mil por mês para o pagamento de “bicos”. Ele espera que em 30 dias os policiais comecem a prestar serviços ao município.
“É um meio de reforçar áreas da prefeitura em que a ação policial pode ser importante. Se tenho uma escola problemática, por exemplo, posso ter um homem lá.”
O número de policiais que serão liberados para os serviços em Barretos dependerá da disponibilidade do batalhão da cidade, segundo o prefeito. “Para o município é um bom negócio pagar a hora trabalhada”, disse.
A Prefeitura de Sorocaba deve gastar até R$ 120 mil por mês para a remuneração dos PMs que trabalharem nos dias de folga. A cidade pagará de R$ 12,50 a R$ 16,66 por hora. Valores superiores aos de São Paulo.
De acordo com o secretário de Segurança Comunitária da cidade, o coronel da reserva da PM Roberto Montgomery Soares, os trabalhos devem iniciar em 60 dias. “Haverá um treinamento para essa nova função”, disse.
Segundo Soares, além de policiamento, os profissionais terão função de fiscal enquanto estiverem de serviço para a prefeitura. Entre as responsabilidades estará a de fiscalizar venda de bebidas alcoólicas a menores.
GRANDE SP
Na capital paulista, onde a operação começou, a atividade foi apelidada de “bico oficial”, já que a remuneração é feita pela prefeitura.
Mogi das Cruzes, também na região da Grande São Paulo, oficializou ontem a atividade. Como nas outras cidades, o tempo de serviço será limitado em 12 horas por dia e 96 horas por mês.
O caso está muito nebuloso. Afinal, quem é o mocinho nessa história…
Enviado em 02/03/2011 às 11:28
02/03/2011 – 08h24
Saulo diz que ignorava empresa de estatístico que vendia dados
Saulo de Castro, atual secretário de Transportes de São Paulo, disse por meio de sua assessoria que não aconselhou o estatístico Túlio Kahn, acusado de vender dados sigilosos, a abrir uma empresa quando o contratou para a CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento).
Kahn foi afastado do cargo ontem, após reportagem da Folha mostrar que ele vendia serviços de consultoria nos quais colocava à disposição de empresas dados sigilosos sobre a violência no Estado.
Kahn foi indicado ao cargo em 2003. À época, Saulo era o titular da Segurança Pública, nomeado pelo governador Geraldo Alckmin, em seu primeiro mandato (2003-06).
O secretário disse que nem sabia que Kahn era sócio da Angra Consultoria e Representação Comercial.
Saulo confirmou que foi na sua gestão que o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de SP passou a pagar o salário de dois funcionários para trabalhar dentro da CAP no levantamento de dados sobre roubo de cargas.
São funcionários privados, pagos por uma entidade privada, com acesso a informações sigilosas. O sindicato diz que o acordo é legal.
Segundo o secretário, essa parceria foi feita porque havia dados muito díspares sobre roubo e furto de cargas entre o banco de dados da secretaria e o do sindicato.
Ele disse que, na sua visão, o sindicato não representa interesses particulares –já que é o porta-voz de um grupo de empresas.
Saulo tem grande influência no atual governo de Alckmin, mas perdeu parte da ascendência em sua área de origem -a segurança. Ele e secretário Ferreira Pinto travam disputa nos bastidores para ver quem tem mais influência sobre Alckmin.
COMPLEMENTO
Anteontem, Kahn disse à Folha que a criação da empresa de consultoria foi feita sob orientação do governo.
Segundo ele, a empresa foi sugerida como forma de complementar o salário de R$ 5.000 de que o Estado dispunha para pagá-lo. Com a empresa, segundo Kahn, seria possível passar notas por serviços de consultoria a outros órgãos e receber um complemento salarial.

Em menos de uma semana a polícia declarou ter esclarecido o crime contra os dois alunos da Fundação Getúlio Vargas ocorrido no bairro da Bela Vista, na região central de São Paulo. Segundo a investigação, a tentativa e o assassinato teriam como motivação o ciúme. As vítimas teriam provocado a namorada do atirador no bar onde se todos encontravam. Um dos jovens morreu e o outro ainda esta internado em estado grave.
O episódio traz elementos comuns ao quadro da violência urbana que assola as capitais brasileiras: conflitos cotidianos associados ao fácil acesso à uma arma de fogo, tendo como combustível a cultura da violência. Nesse caso, contudo, para além da tragédia, o que realmente chama a atenção é a rapidez com a qual o crime foi solucionado. Bastaram 5 dias para que a investigação fosse concluída e os suspeitos presos.
Coincidentemente, na mesma semana era lançado o “Mapa da Violência 2011”, um estudo nacional sobre homicídios. Realizada por 5 anos consecutivos, a pesquisa traz dados importantes sobre mudanças nos padrões da violência no Brasil, sobretudo no que se refere aos estados do Nordeste.
Mas além dos novos elementos, os números apresentados desenham um quadro já bastante conhecido: as maiores vítimas de homicídios no Brasil seguem sendo os jovens, negros, pobres, moradores das periferias.
Em outras palavras, o que o Mapa da Violência nos mostra é que o crime contra os universitários – que chocou a todos nós e é motivo de profunda tristeza para as famílias e amigos das vítimas, é rotina nas periferias do País. O jovem que teve sua vida interrompida tragicamente, que não poderá completar os estudos, ter uma família ou ingressar no mercado de trabalho, repete a história dos quase 20 mil jovens que morrem assassinados todos os anos no Brasil.
As semelhanças, no entanto, terminam aí. Os homicídios nos bairros pobres em geral não ganham as páginas dos jornais, raras a vezes as vítimas têm nome, família, amigos, história de vida ou a morte lamentada publicamente. As mortes nas periferias são tomadas como rotina e parecem interessar a pouca gente.
A solução deste crime em particular em menos de uma semana, quando confrontada com o índice de mais de 60% de homicídios não esclarecidos em São Paulo, só faz reforçar a percepção de que no Brasil, a ideia de que todos são iguais perante a lei é letra morta.
Tamanho contraste evidencia como a classe social segue sendo um elemento determinante para garantir o acesso e direito à Justiça.
Mas uma Justiça desigual não viola apenas os princípios constitucionais ou a própria noção de cidadania, ela é motor de uma política de segurança ineficaz e fadada ao fracasso. Tamanha seletividade por parte da ação policial está na raiz dos problemas enfrentados pela segurança pública no País.
02 de março de 2011 | 0h 00
Agrava-se no Estado de São Paulo o clima de desânimo na Polícia Civil, sobretudo entre delegados de polícia, em decorrência dos vencimentos e das condições de trabalho inferiores em relação aos congêneres de outros Estados e da própria Polícia Federal.
O resultado dessa atmosfera pessimista pode ser medido pela crescente migração de policiais paulistas, aprovados em concurso, para trabalhar nos outros Estados, onde os vencimentos são bem maiores. Não são só os delegados que se inclinam pela migração: também escrivães e investigadores fazem o mesmo.
O risco deste fenômeno é a perda de cérebros e de profissionais experientes numa área bastante sensível da vida de todos nós. Neste momento, por exemplo, 18 mil advogados de todo o Brasil estão inscritos no concurso em realização pelo Tribunal de Justiça de São Paulo para o preenchimento de aproximadamente 100 vagas de juiz, com vencimentos iniciais em torno de R$ 17 mil.
Esse enorme interesse dos advogados pela magistratura paulista, que permite a seleção de pessoas qualificadas, decorre, é claro, de vencimentos atraentes e das condições de trabalho. Mas com a Polícia Civil paulista, em especial relativamente aos delegados de polícia, ocorre o contrário.
Com a realização do último concurso em São Paulo, foram aprovados 180 novos delegados de polícia, porém, entre eles, 31 já se exoneraram do cargo para atuar em outros Estados, que remuneram mais adequadamente a atividade.
Não só os novos delegados de polícia, mas também os mais antigos na carreira, passaram a se inscrever em concursos programados nos outros Estados do País e deixam entrever que a migração, lamentavelmente, terá continuidade.
As consequências se refletem diretamente no policiamento e na segurança do mais populoso e mais rico Estado brasileiro. Basta ver, por exemplo, que 31% dos municípios paulistas se encontram sem delegados, ou seja, com as delegacias vazias ou ocupadas tão somente um ou dois dias por semana por algum delegado que acumula o encargo sem nenhuma vantagem pessoal.
O mais preocupante é que o preenchimento das vagas de delegado e de outros policiais civis, decorrentes dessas migrações e das aposentadorias naturais, demora no mínimo dois anos. Se um delegado ou escrivão migra ou se aposenta, não há substituto e a função que vinha exercendo permanecerá em aberto, num cenário que se agrava, sem a menor perspectiva de solução.
Mais grave de tudo é que os vencimentos dos delegados paulistas, com o líquido abaixo de R$ 4 mil, fazem com que muitos deles se sintam humilhados e desprestigiados, uma vez que continuam a ser os salários mais baixos do País. A circunstância de o Estado mais rico pagar o pior salário é vista como afronta e como desprezo à atividade, como se ela tivesse reduzida importância.
Em verdade, aqui já se disse isto e é a pura verdade: mesmo Estados de reconhecida pobreza, como Maranhão e Piauí, remuneram seus delegados com importâncias bem mais elevadas. Isso para não falar da Polícia Federal, em que os delegados recebem aproximadamente R$ 17 mil por mês no início de carreira, para o exercício de atividades similares.
Sem nenhuma dúvida, viu-se que a elevação dos vencimentos federais a esse patamar conferiu nova dimensão àquela polícia, que se mostra muito mais eficaz, embora com o grave comportamento de muitas vezes preferir o espetáculo e a aparição na mídia.
A corrupção de que se tem notícia em muitas delegacias de polícia no Estado de São Paulo não se justifica em hipótese alguma, mas, sem dúvida, os baixos vencimentos ajudam a compreender por que ela ocorre. Os policiais civis, além do risco de vida, convivem no combate ao crime com a escória da sociedade, verificando-se muitas vezes ser tênue, bastante tênue, a linha divisória entre uma atividade e a outra. Aí mora a tentação do abismo.
É evidente que a população do Estado de São Paulo deseja e merece uma polícia muitas vezes melhor. Mas, em virtude das frequentes notícias envolvendo a reputação de policiais civis, os esforços para a melhoria de condições de trabalho e de vencimentos esbarram em dificuldades políticas difíceis de superar.
Uma das principais reivindicações dos delegados de polícia, por exemplo, é a aprovação de um projeto de reestruturação da carreira que tramita pela Assembleia Legislativa do Estado há mais de dez anos sem nenhuma solução. O projeto, se aprovado, reduziria de 14 para 7 as carreiras policiais, criando o ambiente profissional melhor que a classe deseja.
Os delegados, no entanto, têm uma lamentável fragilidade associativa. Não conseguem se unir e dirigir esforços no mesmo sentido, de tal forma que esbarram sempre em dificuldades políticas e em ambições pessoais dentro da carreira.
Nos dias presentes, cresce o clima de tensão da Polícia Civil em relação ao Palácio dos Bandeirantes, tendo em vista a frustração pós-eleitoral de expectativas. Entre os delegados, não há esperança de que o novo governo pretenda constituir uma Polícia Civil melhor e que a aparelhe mais adequadamente. Pelo andar da carruagem, dizem, as prioridades não os alcançam e se refletirão progressivamente na segurança de cada um de nós.
A falta de diálogo cria um clima quase de antagonismo dos delegados em relação ao governador, dando a entender que, se assim se mantiverem as coisas, novos e lamentáveis incidentes poderão se repetir, como a greve de 59 dias em 2008, que levou a um conflito entre policiais civis com militares, bem próximo ao Palácio.
DESEMBARGADOR APOSENTADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO.
E-MAIL: ALOISIO.PARANA@GMAIL.COM
publicado em 01/03/2011 às 20h41:
01/03/2011 – 12h10
DE SÃO PAULO
Atualizado às 13h03.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afastou nesta terça-feira o sociólogo Túlio Kahn. Reportagem publicada na edição de hoje da Folha mostra que ele vende serviços de consultoria nos quais colocava à disposição de empresas dados sigilosos sobre a violência no Estado.
Estatístico do Estado vende dado sigiloso
“Ele [Kahn] fez um bom trabalho nessa área de estatísticas, de interpretação dos índices de segurança de São Paulo. É um profissional competente. Mas essa atividade empresarial dele é incompatível com o cargo que ocupa. Então, será substituído hoje de suas funções”, afirmou o governador.
De acordo com Alckmin, ainda não está estabelecido quem ocupará o cargo de Kahn. “Conversei hoje com o secretário da Segurança Pública, o Ferreira Pinto, e com calma ele vai escolher um substituto”.
Desde 2003, Kahn era coordenador da CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), o órgão da Secretaria da Segurança Pública que concentra todas as informações estatísticas sobre violência. Já atravessava três governos na função. Havia sido nomeado para o cargo pelo secretário Saulo de Castro, no governo de Geraldo Alckmin (2003-2006).
Como sócio da Angra Consultoria, Kahn repassa a clientes informações cuja divulgação é vetada, “para não alarmar o público”.
Entre elas, estão que tipo de bens são levados com maior frequência em assaltos a condomínios de São Paulo e quais os furtos mais comuns na região de Campinas. Os contratos da Angra chegam a até R$ 250 mil.
O levantamento sobre roubo a condomínios foi feito a pedido do Secovi (sindicato das empresas imobiliárias de São Paulo) e pago pela GR, uma das maiores empresas de segurança do Estado, segundo o próprio Kahn relatou à Folha. A GR nega ter feito pagamentos à Angra.
Kahn afirma que jamais violou dados da secretaria. Segundo Kahn, foi o próprio Estado que sugeriu que ele abrisse uma empresa para cobrar por certos projetos, pois seu salário era baixo. Alckmin nega. “Imagina se o governo vai recomendar alguém para ter uma atividade paralela”, disse.
ESTATÍSTICAS
Parte das informações criminais no Estado é publicada trimestralmente, de acordo com a resolução 160, que criou em 2001 as regras para divulgação de estatísticas.
A divulgação, porém, não inclui dados estratégicos, como o local do crime. Com isso, não dá para se saber a rua onde se mata mais na cidade de São Paulo ou as faculdades que concentram o furto de veículos. Não há esse veto para a clientela da Angra.
PREÇOS
Os valores dos contratos da empresa de Kahn variam de R$ 80 mil a R$ 250 mil.
Por exemplo: um projeto de pesquisa que ensina prefeituras a fechar bares para reduzir a violência, que inclui acesso a dados sigilosos de boletins de ocorrência, está orçado em R$ 100 mil.
Apenas uma empresa com livre trânsito no governo poderia oferecer “visitas às delegacias para consulta aos boletins de ocorrência”. Delegacias vetam a consulta a boletins sob o pretexto de que haveria violação da intimidade das vítimas.
Em outro projeto em que a Angra aparece como intermediária, o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo paga R$ 7.000 a dois funcionários para produzir estatísticas sobre roubo de cargas dentro da CAP. O sindicato diz que o acordo é legal.
Pau Mandado
Nunca escrevi neste blog, apesar de acompanhá-lo e agora a tarde, uma de minhas colegas me chamou para avisar que você havia feito menção a meu respeito; bem como, atribuindo-me a identidade “Jow”.
Em primeiro lugar, tenho pena de você, pois com certeza me conhece o bastante para ser o covarde que foi – não se identificando.
Pondero que neste espaço existem pessoas capazes de interpretar e analisar mensagens que possuem por único objetivo, desestabilizar pessoas que desagradam e atrapalham interesses de outras.
Dessa forma, não tenho o menor receio em aqui postar, não apenas para afirmar que nunca postei neste espaço, mas para reafirmar que se assim o fizesse, nunca me valeria de “fake”.
Sem dúvida, assim como o próprio autor deste blog, admiro a Dra. Maria Inês, razão pela qual não me arrependo de nada que fiz aqui na Corregedoria. Local onde conheci a história de perto de inúmeros “bandidos”, que neste espaço, através de seus “fakes” ficam utilizando uma pobre e enfraquecida classe de delegados, manobrada por uma meia dúzia que continua vendendo toda a Polícia Civil.
Tem colega que no DELPOL PC paga de honesto e nós bem sabemos quais são suas maiores características. Eles sabem e aqui não vou citar nomes, pois ao carto o autor deste tópico seja um deles.
Enfim, graças a Deus pude trabalhar com uma diretora com “D” maiúsculo, que em nenhum momento deixou a gente na mão – faria tudo de novo.
Porém, a Administração Pública, mais uma vez, mostrou sua cara, através de declarações que vão “de” encontro com a verdade e ela “caiu” em pé, ao contrário do SSP que declarou que não sabia de nada.
Nosso SSP sabia sim, desde o início e por si só deveria ter tido a dignidade que nossa ex-diretora teve.
Ponto final, mais um capítulo acabou, mas alguns “bandidos” insistem em prejudicar todos aqueles que brigaram por uma Polícia Civil um pouco melhor.
Não me importo, pois de pessoas iguais a você, tenho pena, pois não é “mulher” (você sabe que eu te conheço, né?) suficiente, entre uma notinha e outra, para jogar a real e me encarar de verdade.
abraço a todos
Mário Aidar