segue e mail que a escrivã enviou aos orgaos publicos (PERCEBAM O PORQUÊ DE NÃO COLHEREM O DEPOIMENTO DA POLICIAL MILITAR “SILVIAN” NO AUTO DE FLAGRANTE ) 62

Date: Mon, 31 Aug 2009 18:22:53 -0300
Subject: segue e mail que a escrivã enviou  aos orgaos publicos
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To: dipol@flitparalisante.com

Doutor Conde, não divulgue e FAVOR NÃO REVELAR MEU NOME E E-MAIL….OBRIGADO…… (POIS SAI DAQUI E ESTOU SENDO AMEAÇADO )….SR ENTENDE NÉ? 

Boa noite e obrigada por ler meu e-mail….  

   

Tentarei resumir ao máximo a tortura e humilhação pela qual passei….. 

Sou escrivã de policia 3° classe, exercendo tal função há mais de sete anos, seis deles no 25° Distrito Policial em Parelheiros, periferia de São Paulo, com população em situação de extrema miséria,  sou jovem, educada, esforçada (estou no ultimo semestre do curso de direito), recebi milhares de convites para outros departamentos mas amo a periferia e minha missão é auxiliar esse povo tão sofrido, tanto que moro cercada por favelas em local pobre, ando de onibus e sobrevivo bem com meu salario….     

Agora vamos aos fatos, dia 15 de junho do fluente ano, estava em meu local de trabalho,  quando estava no corredor, me dirigindo a sala do delegado, aproximadamente oito homens entraram com armas em punho, com muita gritaria, tua casa caiu…tua casa caiu, facilita…facilita, me mandavam entregar um dinheiro. 

Me empurraram até minha sala e somente neste momento se identificaram como policiais da corregedoria. Passaram a me intimidar com gritos e ameaças, quando, desesperada, passei a chorar, o delegado Eduardo, que comandava tal operação revirou minha sala inteira, jogando todos meus pertences no chão. Ele disse que iria me revistar, então, devido ao meu pudor, sou uma mulher casada e todas minhas consultas ginecologicas são feitas com mulheres, pois tenho muita vergonha, de imediato solicitei que fosse revistada por uma policial feminina. O delegado, buscou uma policial militar feminina, a qual muito respeitosamente realizou a revista e nada localizou. O Dr. Eduardo então mandou que eu me despisse por inteira, passei a ficar indignada pois jamais tiraria minhas vestes na frente de oito homens desconhecidos e cheguei a solicitar de joelhos que fosse acionada uma delegada, investigadora ou escriva da corregedoria, visto que propus retirar a roupa somente na frente da policial feminina, respondendo o delegado que não confiava na policial e dizendo com tom ameaçador que só sairia dali ao me ver “pelada”, Cabe salientar que tudo estava sendo filmado por um investigador. Diante da minha negativa e meus gritos histericos para não me submeter a tal constrangimento, ninguem me socorreu, pois eles trancaram a porta da minha sala, o Dr. Eduardo muito irritado aos berros e entre ameaças passou a torcer meus braços para tras e tratando-se a minha pessoa de mulher, magrinha, gritei histericamente, pois sentia que meu braço iria sofrer uma fratura diante da força dele. Em seguida, vendo que jamais retiraria minhas vestes na frente daqueles homens, ainda mais filmando, ele me algemou com as mãos para tras, me jogou no chão e sequer abriu o botão da minha calça, puxou-a com tal violencia que a rasgou, após gritava ter encontrando o que queria, ou seja, o dinheiro que trazia nas mãos. Sem necessidade alguma, este “cumpridor” da lei abaixou minha calcinha, tendo eu percebido um sorriso no rosto dele. Fiquei ali no chão, com as pernas abertas, sem roupa, com minha intimidade exposta a todos aqueles homens, me senti violentada, tal como uma vitima de estupro. Tive que passar pela humilhação ainda de suplicar que o delegado subisse minha calcinha e minha calça, pois algemada não conseguia. Sai da delegacia algemada, com dois investigadores me segurando pelo pescoço. Fiquei na corregedoria das cinco horas da tarde às onze horas da data seguinte, sem saber porque estava sendo presa, sem beber ou comer nada, já não aguentando de fome, supliquei que me levassem logo ao presidio. Passei um mes presa por um flagrante forjado pela Corregedoria, afinal, nunca exigi, solicitei, pedi ou mesmo aceitei qualquer quantia de quem quer que fosse. As imagens da minha humilhação, vazaram e assim, virou alvo de chacotas e comentarios na policia inteira…..apesar de tudo, me disseram que o delegado iria desaparecer com a fita, pois não teria como justificar  no decorrer do processo minhas lesões corporais (comprovadas atraves de laudo do iml) e que a filmagem iria manda-lo para a rua….   

Pasmem-se, apesar de tal prisão ilegal fiquei um mes presa, tentei o suicidio, pois asseguro ser pessoa honesta e agora estou fragilizada como uma criança assustada, estou tomando calmantes e antidepressivos.    

Tenho um otimo advogado, um senhor que percebeu que não tenho dinheiro suficiente e me cobrou um valor abaixo da tabela, dividido em parcelas, mas sozinha, não conseguira provar tanto minha inocencia quando o abuso sofrido, o que me deixou totalmente transtornada e traumatizada.    

Estamos na era da ditadura? Até o momento não entendo como a corregedoria que deveria coibir crimes, preparou um flagrante e o fez mediante abusos e tortura…..    

Narro tais fatos, chorando e querendo dar um tiro em minha cabeça….    

Como se não bastasse meu processo administrativo e o inquérito acerca do abuso de autoridade estão no mesmo prédio – a Corregedoria…já estou percebendo o corporativismo no local……estou sem forças para lutar por meus direitos.   

Obrigada pela atenção  

FERREIRA PINTO INDUZIDO A ERRO DEMITIU ESCRIVÃ COM BASE EM PROVAS FALSAS: IMAGENS REVELAM QUE DELEGADOS E INVESTIGADORES DA CORREGEDORIA MENTEM “DESLAVADAMENTE”…ALCKMIN COMETE GRAVE ERRO AO CONSENTIR NO AUTO-AJUDA…NO AUTO-INVESTIGAR DA CORREGEDORIA…O CASO DEVE SER INVESTIGADO PELO CONSELHO DA POLÍCIA CIVIL! 286

Alckmin diz que caso escrivã vai ser investigado pela Corregedoria 

Do Jornal da Band

pauta@band.com.br

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reafirmou nesta quarta-feira que a revista de uma escrivã, feita à força numa delegacia, vai ser investigada pela Corregedoria da Polícia Civil. No processo que terminou com a expulsão da policial, as imagens – exibidas em primeira mão no Jornal da Band – não foram apresentadas à Justiça.

Para o delegado Eduardo Henrique de Carvalho Filho, a revista foi feita por uma policial militar feminina. Ele não menciona a própria participação. Já para o delegado Gustavo Henrique Gonçalves, a acusada não admitia ser revistada. A busca foi feita por policiais femininas por dentro de sua calça. Houve necessidade de algemar a escrivã, que tentava impedir a revista.

Já o investigador Daniel de Rezende Baldi, que gravou as imagens exibidas em primeira mão pela Band, afirma que não presenciou qualquer tipo de agressão. Outro investigador, que estava na sala, Guilherme Amado Nóbile, disse que a minuciosa revista pela parte interna das vestes foi feita por uma policial militar feminina.

Em depoimentos, os policiais deram versões diferentes daquela mostrada pelos vídeos. A escrivã não se recusa a ser revistada, e pede, nada menos do que 20 vezes, que a busca seja feita por uma mulher.

Sem que tenha agredido ninguém, ela foi algemada e teve a calça e a calcinha arrancadas por três pessoas. Entre elas, o delegado Eduardo Henrique.

Em 2009, o secretário de segurança pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, tomou conhecimento do vídeo da Corregedoria, e só abriu processo administrativo contra os policiais, após ser provocado pelo Ministério Público. Meses depois, a sindicância foi arquivada com o aval do próprio secretário.

A escrivã, que foi expulsa da polícia, ainda responde a processo por corrupção.

http://www.band.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000403445
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