Polícia
24/01/2011 10:08
População cobra ações em Taubaté
Aumento do efetivo e da estrutura de segurança pública são reivindicações da comunidade; especialista alerta para ‘apatia’ do Estado
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Rogério Marques
Suellen Fernandes
AGÊNCIA BOM DIA
O aumento da violência ao longo da última década e as denúncias de esvaziamento do efetivo policial em cinco anos colocam em xeque a segurança pública em Taubaté. E você, está satisfeito com o serviço oferecido?
De acordo com a Comissão de Segurança da Câmara a estrutura de segurança pública na cidade é deficiente.
Na Polícia Militar, nos últimos cinco anos, o efetivo teria sido reduzido de 1.200 para 800 policiais. Esvaziamento que se repete na Polícia Civil, em que a redução foi de 5% no quadro a partir de 2008.
Avaliação /Para o vereador Alexandre Vilela (PMDB), membro da comissão, a situação precisa de atenção. “Falta policial na rua fazendo prevenção à criminalidade e falta também policial para investigar os crimes. A cidade ganhou presídios e perdeu policiais ao mesmo tempo, o que é um problema”, afirmou Vilela.
Ele criticou ainda o encerramento de bases comunitárias da Polícia Militar em regiões consideradas vulneráveis, como a Praça Dom Epaminondas e o Alto do Cristo.
Investigação /Conforme o BOM DIA apurou, um dos grandes problemas na Polícia Civil seriam as investigações.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais), responsável pelo trabalho, teria dificuldade por falta de efetivo. São seis investigadores para atender a demanda. “Dependendo da gravidade do caso, o BO sequer será visto. Não tem como dar conta de tudo”, disse um policial que não quis se identificar.
Prejuízo / Quem precisou dos serviços policiais relatou dificuldade. “Bati meu carro em frente ao Batalhão e levaram exatas duas horas para me atenderem. Ligava e pedia um policial e eles diziam que só quem estava na rua, com a viatura, é que poderia me vir me atender. Um absurdo”, disse o designer Lucca Rico, 22 anos.
Já a auxiliar de serviços gerais, Alessandra Moreira , 37 anos, contou que o ex-marido tentou agredí-la e o atendimento policial, acionado pelo telefone levou uma hora e meia para chegar. “Se ele quisesse mesmo ter me batido aquele dia não ia ser a polícia queia me defender. Foi muito tempo de espera”, criticou.
Cúpula da polícia considera efetivo adequado
O comando das polícias Militar e Civil de Taubaté informou, por meio de nota, que o efetivo policial é adequado ao atendimento da população.
A nota da Polícia Militar afirma que o efetivo e as viaturas são previstos de forma técnica.
“Os dados numéricos são uma informação estratégica, não posso revelá-los”, disse o coronel Marco Antônio Borges Monteiro, comandante do 5º BPMI (Batalhão de Polícia Militar do Interior).
Monteiro negou o esvaziamento do efetivo em cinco anos.
A nota da PM reafirmava ainda os indicadores estatísticos, que sinalizam queda na criminalidade no comparativo entre os anos de 2009 e 2010.
Sobre as bases comunitárias, a corporação informou que os indicadores criminais não justificam a manutenção das bases.
Quanto à ampliação de efetivo, concursos devem ser abertos em 2011 e 175 novos soldados estão realizando estágios supervisionados para serem integrados ao efetivo da cidade.
O delegado Ivahir Freitas Garcia Filho, titular da Delegacia Seccional de Taubaté, disse, por meio de nota, que a redução de 5% do efetivo em dois anos não é tida como preocupante e manifestou a expectativa de ampliar o número de servidores em breve.
“Há concursos em andamento e esperamos que a nossa região receba servidores num futuro próximo”, afirmou.
Sobre a operação de um único DP em sistema de plantão permanente, o delegado defendeu que a situação é adequada às necessidades da população e não destoa da situação de cidades de porte semelhante a Taubaté.
Ele comentou ainda os índices de criminalidade. O seccional considera não haver distinção significativa com outras regiões do Estado de São Paulo.
“O diferencial é a existência de um complexo carcerário muito grande, o que, naturalmente, faz concentrar-se nas imediações problemas ligados a essas populações”, afirmou Freitas.
Ele reafirmou ainda que a situação da segurança pública na cidade não é competência única da Polícia Civil, sendo compartilhada com outras instituições como a Polícia Militar e a Prefeitura de Taubaté