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Gilmar Mendes
Além de espelhar o alívio, a aprovação e a esperança dos cariocas em tempos de menos tensão e mais prosperidade, o sonoro aplauso dos brasileiros à operação de retomada de territórios há décadas dominados por traficantes no Rio de Janeiro sinaliza um novo patamar de exigência da população no tocante ao problema da segurança. Muito ao reverso de tudo isso, a perplexidade maior ficou por conta da facilidade com que tudo se deu, deixando no ar indagação meio óbvia: se foi tão fácil, por que não se fez antes?
Bem, talvez faltasse a confluência de fatores que se viu agora: a vontade política dos governantes; a indignação dos cidadãos, reféns indefesos da audácia crescente da bandidagem; a urgência em garantir ambiente seguro aos altos investimentos necessários à Copa de 2014 e à Olimpíada de 2016; enfim, o consenso de que somente pela atuação conjunta e ordenada do aparato estatal, utilizando com eficiência todos os instrumentos disponíveis, seria possível fazer frente ao requinte organizacional que o crime alcançou.
Sim, passa da hora de reconhecer que as questões de segurança são de alcance nacional, não só por permearem diversos Estados da Federação, mas por serem de responsabilidade de todas as esferas políticas. A concentração dos índices de criminalidade em certos nichos não desonera a União de trabalhar diretamente, em ação integrada e com gestão compartilhada, na superação de um dos mais graves obstáculos ao desenvolvimento socioeconômico do País.
Não é tarefa fácil porque, além de ações muito bem planejadas e executadas por órgão com competência federal, requer a disponibilidade de recursos específicos para a contínua redução dos índices e efeitos da criminalidade, em montante que ultrapassa em muito a capacidade de endividamento da maioria dos Estados.
Aliás, esse amadurecimento político, distante das disputas partidárias, já vem sendo notado há anos em áreas cruciais como saúde e educação. A segurança, evidentemente, não pode ficar de fora desse pacto por ações definitivas em prol do bem comum. Já é chegada a hora de interpretar o dispositivo da Constituição federal que atribui competência à União para assegurar a defesa nacional – Art. 21 III – como uma intimação constitucional à sua maior atuação no combate à criminalidade organizada, que ameaça o Estado brasileiro e toda a sociedade. É preciso que a União assuma, de uma vez por todas, seu natural papel de liderança federativa, expurgando as improvisações que, nos casos ligados à violência, além de inadmissíveis, se mostram tão paliativas quanto improducentes.
Neste diapasão a Constituição de 1988 também impõe um dever às Forças Armadas, no momento em que, no seu artigo 142, estabelece que a elas poderão, por iniciativa dos poderes constitucionais, destinar-se à garantia da lei e da ordem. É preciso interpretar essa norma de forma construtiva e com efeitos concretos.
A complexidade da criminalidade organizada, seu aspecto transnacional e sua potencialidade lesiva – valendo-se da droga, das armas e da violência como produto – permite que esta questão de segurança pública se transforme num problema de segurança nacional.
Também a Polícia Federal deve liderar a organização de esforços, estruturas e informações essenciais à repressão e à prevenção da criminalidade, principalmente quanto aos delitos essenciais ao crime organizado, como o tráfico de armas e entorpecentes, além da lavagem de dinheiro.
Desta forma, a atuação da União, por meio das Forças Armadas e da Polícia Federal e em coordenação com a atividade dos Estados, representa uma necessidade e uma realidade. No âmbito da Justiça, a atuação integrada não é novidade. Cito o exemplo da parceria firmada, em fevereiro deste ano, entre o Ministério da Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para implementação da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), objetivando, entre outras medidas, a integração de bancos de dados, levantamento de informações sobre mandados de prisões, providências em relação aos presos em delegacias e acompanhamento de inquéritos e processos criminais.
No Judiciário, ações como os Mutirões Carcerários, o Começar de Novo e o Projeto Integrar são exemplos de iniciativas a envolver a atuação conjunta de órgãos de diversas esferas administrativas que têm produzido progressivos resultados na efetividade da prestação jurisdicional.
De modo algum uma acanhada interpretação do federalismo pode obscurecer ou restringir a responsabilidade da União de organizar o empenho das mais variadas estruturas administrativas na área da segurança pública. É fundamental que o Estado se aproprie de ferramentas tecnológicas no combate ao crime e que suas estruturas políticas possam compartilhar informações e soluções para avançarmos coordenadamente no combate ao crime.
Medidas simples que dependem dessa coordenação interinstitucional – como o banco de mandados de prisão, maior inteligência sobre o modus operandi das organizações criminosas e registros confiáveis sobre a população carcerária – são instrumentos indispensáveis à definição de política pública para a área de segurança.
Diante do êxito, cabe prosseguir com passos seguros e estratégias proativas, de maneira a garantir a vitória nas batalhas que se avizinham. Então é pensar em medidas normativas que promovam o devido suporte legal ao protagonismo da União, para que se viabilize o mais depressa possível a orquestração harmônica desse imprescindível concerto a várias mãos.
MESTRE PELA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, MESTRE E DOUTOR EM DIREITO DO ESTADO PELA UNIVERSIDADE DE MÜNSTER (ALEMANHA), MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), FOI PRESIDENTE DO STF E DO CNJ |
Delegada é morta pelo ex-namorado em Guarulhos
Em São Paulo
Delegada foi morta pelo ex no 1º Distrito Policial
de Guarulhos, na região central da cidade
A delegada Denise Quioca, que estava de plantão nesta madrugada no 1º Distrito Policial de Guarulhos, na altura do nº 244 da avenida Monteiro Lobato, na Vila Miriam, região central da cidade, foi morta com vários tiros, dentro da sala dela, pelo ex-namorado e ex-policial civil Fábio Agostino Macedo, de 33 anos.
Armado com duas pistolas, o assassino entrou no distrito, foi até a sala da vítima e, durante a discussão, teria descarregado as duas armas contra a delegada, que morreu no local.
Sem resistir, Fábio se entregou aos policiais subordinados à delegada e já está na carceragem.
Segundo um policial militar, Denise era casada com um oficial da PM e já havia registrado, contra o ex-namorado, várias queixas de ameaça.
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http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia/2010/12/23/delegada-e-morta-pelo-ex-namorado-em-guarulhos.jhtm
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to falando……
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discurso muito bonito Exmo Sr. Ministro,
mas e ai? meu filho quer saber se vai ganhar um presente de natal… o que respondo pra ele?
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Diga-se de passagem, foram feitos vários Boletins de Ocorrências na própria Corregedoria de Polícia e nada fizeram para evitar essa tragédia. Já pensou se esses BOs tivessem sido feitos em distritos comuns, como seriam as cobranças? E aí corregedoria o que vocês vão fazer agora? Devem punir vocês mesmo não é verdade? Veremos…..
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Quanto ao assassinato da delegada,meus pêsames à família.
Fato lamentável,esse país machista e ignorante,a mulher é
propriedade.
Quanto ao fato da omissão da Pc, vão dizer que ela não representou….
E a respeito da matéria,odeio ver a cara desse Sr.,não foi para ele que o finado Serra telefonou.???
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Gilmar Danta é um lixo da pior especie, por isso anda no PIG…..mais ainda vamos pega-lo?
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a morte dessa delegada só mostra a fragilidade e decadência da Polícia civil, me ajuda aí ooo, então entram no distrito e distribui bala para todo lado e fica por isso mesmo, se isso virar moda…
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Ô CHASSIDEFUSCA, OS CARAS NO PASSADO NÃO ENTRARAM DENTRO DE UMA DELEGACIA E ROUBARAM A BOLSA DE UMA MULHER QUE FOI PEDIR AJUDA. MAS AÍ NO CASO O CARA ERA EX-NAMORADO NÃO SE ESPERARIA UMA REAÇÃO DESSAS.
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BELO TEXTO DO MINISTRO GILMAR MENDES, SÓ QUE NA NOSSA GREVE LEVAMOS FERRO DO STF QUE FORAM BEM VASELINAS.
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOTÔ:
EU QUERO É SALÁRIO DIGNO, HAJA VISTA QUE NÓS POLICIAIS ESTAMOS GANHANDO ANUALMENTE A SOMA DOS SEUS CENTAVOS.
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