Oito PMs são investigados por suspeita de envolvimento em assassinato de sindicalistas. 5

15/12/2010 – 08h19

Polícia investiga PMs e diretores do sindicato dos motoristas de SP por mortes

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, realiza desde as 6h desta quarta-feira uma megaoperação contra a diretoria do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano) de São Paulo.

Ao todo, os policiais civis do DHPP cumprem 21 mandados de busca e apreensão autorizados pela juíza Élia Kinosita Bulman, do 2º Tribunal do Júri da Capital.

As casas dos cinco principais diretores do Sindmotoristas estão entre os locais vistoriados pelo DHPP hoje.

O objetivo da megaoperação é recolher possíveis provas que possam ligar os membros do Sindmotoristas aos assassinatos de Sérgio Augusto Ramos, 48, o Serjão, em outubro, e de José Carlos da Silva, 50, o Irmão da Sambaíba, mês passado.

As duas vítimas eram diretores de base do sindicato e foram mortas de maneira semelhante: por uma dupla de matadores que estava em uma motocicleta.

Divulgação
Sérgio Augusto Ramos, diretor de base do sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo
Sérgio Augusto Ramos, diretor de base do sindicato dos motoristas de ônibus de SP

Dentre as casas de diretores do Sindmotoristas vistoriadas hoje pela Polícia Civil estão as do presidente da entidade, Isao Hosogi, o Jorginho, e do diretor de finanças, José Valdevan de Jesus Santos, hoje vereador em Taboão da Serra (Grande SP), conhecido como Valdevan Noventa e já investigado pela polícia por suspeita de elo com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Santos sempre negou relação com o grupo criminoso.

José Ilton Pereira, o Zé Ilton, diretor jurídico do Sindmotoristas é outro alvo da operação do DHPP.

POLICIAIS MILITARES

Em uma outra frente da operação do DHPP, os policiais investigam a suspeita de envolvimento de nove policiais militares ligados ao Sindmotoristas. Oito desses PMs trabalham como seguranças particulares de três diretores do sindicato. Três deles são integrantes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), espécie de tropa especial da PM paulista.

O nono PM investigado pelo DHPP trabalha na região do Jardim Peri (zona norte de São Paulo), mesma área onde foi assassinado em 12 de novembro o sindicalista Irmão da Sambaíba.

Cerca de um mês antes de sua morte, durante uma reunião com trabalhadores do transporte público e de diretores do Sindmotoristas na zona norte, Sambaíba teria sacado uma arma e dito que iria cobrar a verba que não recebia do Sindmotoristas havia três meses.

Essa discussão com ameaças foi, segundo a investigação, contra Zé Ilton, o diretor jurídico do Sindmotoristas. À polícia, ele nega qualquer participação na morte.

Depois da briga, Sambaíba teria passado a tentar reunir provas dos desvios de verba no sindicato para entregar à polícia e ao Ministério Público e, com isso, despertou a ira dos diretores da entidade.

O outro diretor de base da entidade morto recentemente, Sérgio Ramos, era opositor e denunciava desde janeiro a corrupção no sindicato.

Ramos também foi morto a tiros quando dois homens em uma motor o perseguiram. O crime foi no dia 25 de outubro, quando ele distribuía panfletos sindicais em uma garagem de ônibus da zona sul de São Paulo.

16 MORTOS

A disputa pelo poder entre sindicalistas do transporte público paulistano já causou a morte de ao menos 16 pessoas nos últimos 18 anos, aponta investigação da polícia e do Ministério Público.

A guerra sempre foi motivada pelo controle de um caixa dois de meio milhão de reais ao mês que, segundo as investigações, vão parar nas mãos de diretores do Sindmotoristas, representante de motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo.

O dinheiro seria desviado de contratos de planos de saúde da categoria, da compra de cestas básicas para os funcionários e de convênios com empresas, como farmácias e lojas de sapatos.

Há, ainda, uma parte da investigação que tenta saber se os diretores do Sindmotoristas fazem vista grossa para evitar denúncias sobre condições de trabalho de motoristas, cobradores e fiscais.

Na avaliação da polícia e da Promotoria, a entidade se transformou numa “central de corrupção” travestida de defensora da categoria.

De 1992 até agora, mesmo com mudanças na cúpula da diretoria, o roteiro dos crimes é muito parecido: um sindicalista contrariado começa a divulgar denúncias de desvio de verbas do sindicato ou de cobrança de propinas. Aparece morto meses depois.

Em meio à guerra, outras ligações suspeitas aparecem, como no caso do diretor de finanças Valdevan Noventa, investigado pela polícia sob suspeita de lavar dinheiro para traficantes da facção criminosa PCC.

A Folha tenta sem sucesso entrevistar o atual presidente do Sindmotoristas, Isao Hosogi, desde o final de outubro. Jorginho sempre prefere se manifestar via o jornal do sindicato, “O Veículo”, no qual nega desvios de verba e envolvimento nos crimes.

Em outubro, por exemplo, uma “edição extra” do jornal sobre o assassinato de sindicalista Ramos, que havia gravado um vídeo no qual dizia que Jorginho era “o único interessado” em sua morte.

“Quero transmitir a seus amigos e familiares as condolências da diretoria, e dizer que estamos inteiramente à disposição dos órgãos públicos”, afirmou Jorginho.

Veja Vídeo


Um Comentário

  1. 15/12/2010 20h42 – Atualizado em 15/12/2010 22h51
    Testemunha diz a delegada que sindicalista foi alvo de assalto
    ‘É bastante improvável’, disse Elisabete Sato, do DHPP.
    Versão contrasta com a apresentada por segurança da vítima.

    veja site:

    http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/12/testemunha-diz-delegada-que-sindicalista-foi-alvo-de-assalto.html

    alguns sabem que quem recebia a proprina da feira da madrugada e repassava a policiais era ele, e alguns destes policiais estão forajidos. e foram denunciados
    saiu a PP de todos os envolvidos da dig, no caso da feira da madrigada relacionado a proprina e recolha mensal, e como ele sabia muito e de tudo……..!!!!

    temos que ver realmente se foi assalto ou queima de arquivo, pois a corro deve ter ouvido ele.

    se a moda pegar de cara que arrecada pra policia morrer, prepra o andre o cesar e os caras da pajé rsrsr

    vamos investigar isso

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  2. Fonte: BOL

    Brasil

    PMs do caso Afroreggae são condenados

    15/12/2010 – 23h35 | do UOL Notícias

    Rio – Os Policiais Militares acusados de envolvimento na morte de um coordenador da ONG Afroreggae, Evandro João da Silva, de 42 anos, em outubro do ano passado, foram condenados por prevaricação, na noite de hoje.
    O capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro recebeu pena de 1 ano e o cabo Marcos de Oliveira a 6 meses de detenção. Ambos em regime aberto. Segundo denúncia do Ministério Público, os dois omitiram socorro à vítima, não impediram que os assaltantes fugissem e ainda tomaram para si os objetos roubados. A ação foi flagrada por câmeras de segurança de lojas, próximas ao ocorrido, no centro do Rio.

    A Justiça inocentou os PMs dos crimes de furto, peculato, falsidade ideológica e concurso de crimes. O MP vai recorrer da absolvição por peculato (apropriar-se de bem ao qual teve acesso pela função pública).

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  3. Ontem ocorreu mais um assassinato:
    AFONSO – SINDICATO DOS CAMELOS foi morto dentro da sede do sindicato.
    Se não foi queima de arquivo, foi acerto de contas.
    Afonso também era investigado pela cobrança de propina dos camelos para poder armarem suas barracas.

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  4. existem 2 tipos de coxas:
    aqueles que enfiam bala em todo mundo
    aqueles que enfiam muita grana no bolso
    os primeiros são amestrados pelos segundos
    e acreditam em tudo que estes falam
    os segundos enfiam os primeiros na cadeia
    e tem o pipi que enfia toda esta sujeira pra baixo do tapete

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