Filhos da elite paulistana atacam jovens na Paulista. Outra reação da campanha racista que tivemos 10

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Depois da Mayara Petruso, que incentivou os sulistas a afogarem os nordestinos, que não sabem votar (porque elegeram a Dilma Roussef), a insanidade racista volta ao palco, como resquício da última campanha eleitoral, quando os adversários do PT pregaram o ódio publicamente.

Na manhã de hoje, ao menos três pessoas foram alvo de agressões promovidas por um grupo de cinco jovens, todos devidamente trajando roupas de grife, na Avenida Paulista.

Segundo a polícia, a primeira agressão foi contra dois rapazes nas proximidades da Estação Brigadeiro do Metrô. Logo após, o grupo atacou outro rapaz com duas lâmpadas fluorescentes, nas proximidades do número 700 da Paulista.

No total, eram cinco agressores.

O desabafo do pai de Mayara Petruso: ‘Se ela errou, vai ter que pagar’ 9

O desabafo do pai de Mayara Petruso: ‘Se ela errou, vai ter que pagar’

Empresário paulista Antonino Petruso, 53 anos, afirmou que discorda das declarações e disse que estima os nordestinos

06.11.2010 | Atualizado em 06.11.2010 – 10:22

 

Foto: Reprodução

Caso Mayara: pai da jovem fala sobre polêmica

Bruno Villa | Redação CORREIO
bruno.villa@redebahia.com.br

O empresário paulista Antonino Petruso, 53 anos, pai da estudante de Direito Mayara Petruso, 21, desabafou ontem em entrevista ao CORREIO. Após a eleição de Dilma Rousseff (PT), a universitária postou no twitter e facebok comentários preconceituosos contra nordestinos. Antonino disse que, como pai, lhe custa acreditar que Mayara seja a real autora das postagens, mas defende sua punição, caso ela seja culpada.

“A Justiça é lenta, mas ela chega. E quando chega, ela dói. Se ela errou, vai ter que pagar”. Ele frisou que não tem as mesmas opiniões da filha. “Eu não penso como ela. Tenho estima muito grande pelos nordestinos. Tenho muitos amigos nordestinos”, lamentou. Petruso ficou conhecido em São Paulo, quando, em 2002, foi sequestrado, conseguiu fugir do cativeiro, foi baleado e quase morreu.

Como o senhor soube que Mayara fez aqueles comentários na internet?
Através de amigos que viram. Aí, eu entrei em um site de buscas e acabei vendo aquelas coisas desagradáveis. Eu não penso como ela. Pelo contrário. Tenho estima muito grande pelos nordestinos. Tenho muitos amigos nordestinos. Isso dói muito em mim.

Como é sua relação com Mayara?
Tive um caso extraconjugal há pouco mais de 20 anos. Desse caso, nasceu Mayara. Reconheci a paternidade, coloquei meu sobrenome nela. Ela está em São Paulo. Eu encaminhei para estudar, custeio tudo para colocar ela no bom caminho. Não consegui ter um bom relacionamento com ela. Não sei se é comigo, mas não consigo ter um bom relacionamento. A gente se fala sempre discutindo. Tenho bom relacionamento com todas as minhas filhas, menos com ela.

E com as irmãs?
Elas não se dão bem. Nunca conviveram juntas. Talvez pelo motivo da mãe dela ser um caso meu. Então há uma rixa de ciúmes. (Mayara) Nunca foi aceita por elas (irmãs).

O senhor acha que este problema familiar pode ser um dos motivos para o comportamento dela?
Difícil falar. Com a mãe, ela se dá bem. Sempre achei que o problema era comigo. Mas se todo mundo fosse assim porque tem um pai dessa forma… É difícil. Mayara estudou em bons colégios, estuda em uma boa faculdade. Não tinha motivo nenhum.

O senhor acredita que ela pode ter sido influenciada por amigos?
Com 21 anos já é dona dos seus atos. Mas pode ser. Mayara fica em São Paulo, às vezes fico meses sem falar com ela. É difícil saber com quem ela anda. O que sei é que Mayara está em uma faculdade boa e em emprego bom. Eu soube que foi demitida (da função de estagiária em um escritório de advocacia em São Paulo) e fiquei magoado. Me custa acreditar que ela pensa isso.

Há uma representação criminal contra ela no Ministério Público. O senhor tem medo dela ser presa?
O coração da gente fica dividido em dois. A gente não gosta de ver ninguém preso, mas, se for necessário, fazer o quê? Tenho que olhar no olho dela e saber se ela escreveu aquilo. A gente vai colocar um advogado por formalidade, para não dizerem que estou virando as costas, mas se Mayara errou, vai ter que pagar. A Justiça é lenta, mas ela chega. E quando chega, dói. 

Já conversou com Mayara depois do que aconteceu?
Não conversei até agora. O único contato que tenho é por celular e e-mail. O celular, na maioria das vezes, cai na caixa postal. Ela sempre não atende e não retorna (as ligações).

Qual foi a última vez que vocês se falaram?
Faz de dois a três meses. Foi quando ela mudou de rua, na Liberdade (bairro paulistano).

Ela mora com a mãe?
A mãe mora em Bragança Paulista. Ela foi sozinha para estudar (em São Paulo). Ela mora com duas amigas.

O senhor sabe onde ela está?
Gostaria de saber. Deve estar meditando (sobre o que fez). Ela sabe que vai ouvir. Quero entender por que ela pensa assim. Se ela confirmar, vou ficar muito bravo com ela. Eu sou muito rigoroso. Não aceito esse tipo de comportamento. Ela vai ouvir poucas e boas. Vai ter que fazer uma retratação.

O senhor tem medo que ela sofra alguma retaliação por parte de alguém que se sentiu ofendido?
Já passou pela minha cabeça. Acho que nada deve levar à agressão. As pessoas devem sentar, discutir e deixar que a Justiça tome seus procedimentos. Agora, quanto à vida dela, eu me preocupo.

Como está sua vida em Bragança Paulista? O senhor e sua família estão sendo hostilizados?
Desagradável. A maioria das pessoas não fala nada. Mas existe o olhar que quer dizer muito.

E suas filhas?
Elas estão sentidas, porque não é o que elas pensam. Estão sendo confundidas. Minha filha Isabela (19 anos), que faz Direito em São Paulo, ontem (quinta-feira) à noite me ligou chorando. Na sala de aula, o professor comentou sobre o que está acontecendo e falou para os alunos. (O professor disse) “Eu não vou falar o nome porque a pessoa é conhecida”, mas a sala inteira já sabia. Os alunos pediram para ele falar e o professor disse o sobrenome Petruso com minha filha na sala. Ela ficou arrasada. Saiu para chorar.

Repercussão na imprensa estrangeira
As declarações feitas na internet pela estudante de Direito Mayara Petruso sobre os nordestinos repercutiram na imprensa internacional. O portal do jornal inglês Telegraph publicou uma matéria sobre os riscos da estudante ser presa após os comentários preconceituosos postados no Twitter. No primeiro parágrafo diz: “Mayara Petruso usou as redes sociais para culpar o povo em extrema pobreza do Nordeste do Brasil pela eleição de Dilma Rousseff”.

O jornal faz um resumo do caso, com destaque para a notícia-crime apresentada ao Ministério Público Federal pela Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco. O site divulgou imagem do Facebook de Mayara, onde ela questiona o direito de voto dos nordestinos. O jornal carioca Extra publicou ontem matéria sobre o assunto.

O diário entrevistou personalidades do Nordeste, como os cantora Elba Ramalho e Alceu Valença e o ator Chico Anysio. “O Brasil é belo porque é miscigenado e homegêneo ao mesmo tempo. Esse tipo de falatório beira o nazismo”, disse Alceu.  Na capa da versão impressa, a chamada marcava posição: “Mexeu com os nordestinos, mexeu com o Extra”.

“O novo governo de Geraldo Alckmin será conceitualmente diferente da gestão anterior dele. Será mais político e mais articulado. Ele aprendeu com os erros do passado” 14

14/11/2010 às 21:07 – aumento??????

Acho que aumento é pouco provável, segundo notícias o ex-governador não deixou o estado muito saudável nas finanças.

Altos e baixos de uma transição de aliados

Depois de uma campanha amistosa, a passagem do governo de Serra para Alckmin traz de volta as divergências entre os tucanos

14 de novembro de 2010 | 0h 00

 

Julia Duailibi e Roberto Almeida – O Estado de S.Paulo

Há quase quatro anos, o recém-empossado governador de São Paulo, José Serra (PSDB), assumia o comando do Estado anunciando um pente-fino nas contas públicas, com a renegociação de contratos, a redução das despesas com cargos em comissão e a adoção obrigatória do pregão eletrônico. Defendia uma economia de recursos para “gastar melhor” e chegou a sugerir a existência de funcionários fantasmas na folha de pagamento.

Após tomar posse, assinou os oito decretos que pretendiam fazer a “faxina”. Na plateia no Palácio dos Bandeirantes, visivelmente constrangido, estava o ex-governador Geraldo Alckmin, que havia tocado o Estado por cinco anos até deixar a cadeira para disputar a Presidência da República pelo PSDB.

Eleito governador por São Paulo neste ano, Alckmin prepara agora sua “faxina” do governo Serra-Alberto Goldman. Embora tenha vencido a eleição explorando o discurso da continuidade – e, de fato, tenha intenção de manter programas da atual gestão -, o novo titular do Palácio dos Bandeirantes pretende seguir a própria cartilha, extinguindo pastas, aumentando projetos esvaziados pelo sucessor e colocando em pauta “esqueletos” deixados pela dupla que o sucedeu.

No escritório de transição, no 12.º andar do Edifício Cidade, na Rua Boa Vista, centro de São Paulo, colaboradores de Alckmin têm olhado com lupa dados do governo. O Estado conversou na semana passada com integrantes da equipe para traçar o diagnóstico sobre as mudanças mais urgentes que o quinto governo consecutivo do PSDB em São Paulo pretende adotar.

Saúde. O sinal vermelho acendeu em algumas áreas, como na saúde. Houve crescimento de gasto com custeio no setor, impulsionado neste ano pelas vitrines sociais de Serra, como as AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades). Resultado: a pasta deve terminar 2010 com um déficit de R$ 900 milhões.

O processo de concessão do Rodoanel também não foi bem digerido por aliados do governador eleito. O consórcio vencedor, anunciado no começo do mês, apresentou deságio de 63,35% e desbancou tradicionais operadores do setor de transportes, mas acabou levantando dúvidas na equipe de transição sobre a capacidade de tocar as obras do Trecho Leste.

Entre outros pontos fracos apontados pela equipe, estão a demora para a construção de cerca de 50 novas penitenciárias, assim como a execução da Linha 5-Lilás do Metrô, cuja licitação foi suspensa após denúncia contra as empresas envolvidas.

O governador eleito deve extinguir algumas secretarias criadas por Serra. Crítico dos gastos com publicidade, que aumentaram na gestão atual, Alckmin pretende acabar com a Secretaria de Comunicação, que pode voltar a ser uma assessoria ligada à Casa Civil, e com a Secretaria de Ensino Superior. Entram novas pastas, como Gestão Metropolitana e, provavelmente, Turismo, que serviria como articuladora dos investimentos para a Copa do Mundo.

Um dos projetos criados por Alckmin colocados em banho-maria por Serra foi a transferência da estrutura administrativa do Palácio dos Bandeirantes para o centro. O prédio onde funciona a transição havia sido preparado por ele para ser o gabinete oficial do governador. Mas, quando assumiu, Serra transformou o lugar na sede da Secretaria de Ensino Superior. Agora, Alckmin extinguirá a pasta e retomará o projeto original.

“Esqueletos”. O levantamento feito pela transição aponta “esqueletos” deixados pela administração Serra-Goldman. Entre os assuntos que ficaram pendentes para resolução do novo governo, estão a renegociação da dívida do Estado e a revisão das concessões antigas na área de transportes, que pagam Taxas Internas de Retorno em desacordo com o cenário econômico atual.

A nova administração tucana deve retomar vitrines da gestão Alckmin congeladas ou desidratadas por Serra, como o Escola da Família, o Bom Prato e os mutirões habitacionais. O esvaziamento dos programas desagradou os aliados do governador eleito e serviram até de munição nos debates eleitorais, quando Dilma Rousseff (PT) citou o Escola da Família para dizer que Serra não dava continuidade a projetos que não eram dele. “Quero apenas que minhas ideias continuem”, já adiantou o atual secretário de Habitação, Lair Krahenbuhl, com quem Alckmin manteve entreveros quando eram colegas no secretariado de Serra.

“O novo governo de Geraldo Alckmin será conceitualmente diferente da gestão anterior dele. Será mais político e mais articulado. Ele aprendeu com os erros do passado”, afirmou um aliado do governador eleito. “Uma diferença mais clara é que não há a preocupação de Alckmin, pelo menos neste momento, de montar uma candidatura presidencial tendo São Paulo como vitrine, como já era o caso de Serra ao assumir (o governo)”, acrescentou.

Apesar de alterações da estrutura administrativa do Estado, outras iniciativas criadas por Serra e consideradas bem-sucedidas vão continuar, como a Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ações na área de arrecadação, como a Nota Fiscal Paulista e a substituição tributária, e na de gestão, como a bonificação por mérito dos servidores.

Alckmin montou uma equipe de assessores e parlamentares que lhe foram fiéis no auge de seu isolamento no partido, na malfadada disputa pela Prefeitura paulistana, em 2008. Embora tenham sido construídas pontes com os serristas neste momento de transição, nos bastidores estabeleceu-se uma firme demarcação de território. A composição da equipe de transição, com a cara do governador eleito, é antes de mais nada uma imposição de “respeito”, segundo um tucano ligado a Alckmin.

Serra não está alheio à condução dos trabalhos. Antes de embarcar para a Europa, telefonou algumas vezes para o escritório de transição, conversou com secretários estaduais e, é claro, com Alckmin. Mesmo de longe, tem colhido informações sobre o novo governo.

Disputa. O pano de fundo da relação entre a equipe que entra com Alckmin e a que sai com Serra-Goldman é a disputa, ainda tácita, pela liderança do partido em São Paulo e pela condução do projeto nacional do PSDB, que culminará no nome que disputará a Presidência da República em 2014. Os ex-governadores são protagonistas de uma relação que já foi bastante conflituosa. A relativa proximidade durante a Assembleia Constituinte deu lugar ao distanciamento eleição após eleição, evidenciado na corrida paulistana de 2008, quando Serra, do Palácio dos Bandeirantes, apoiou nos bastidores a reeleição de Gilberto Kassab (DEM), com quem compôs chapa na disputa pela Prefeitura em 2004, contra o colega de partido.

No caminho para a construção de sua candidatura à Presidência da República, Serra estendeu as mãos a Alckmin, convidando-o a assumir uma secretaria em seu governo, numa das principais cartadas políticas de sua trajetória derrotada ao Palácio do Planalto. À revelia de aliados e até familiares, Alckmin retribuiu dedicando-se com afinco à campanha de Serra neste ano.

Com a missão cumprida e reconhecida internamente, Alckmin será agora o fiel da balança na disputa interna entre Serra e o senador eleito Aécio Neves (MG). Seu discurso de posse dará as pistas sobre se pretende seguir um caminho independente ou marchar unido aos serristas.

Independentemente da trilha escolhida, não repetirá as palavras de seu ex-vice, Cláudio Lembo (DEM), que disse, ao transmitir para Serra o cargo recebido de Alckmin: “Me ofereceram uma Maserati, e eu levei um Fusca 1966”.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101114/not_imp639782,0.php