Operação Tormenta
Justiça abre processo contra 37 pessoas por fraude na 2ª fase do exame da OAB
Agência Estado – ( fonte A TRIBUNA ON LINE )
A Justiça Federal abriu processo contra 37 pessoas envolvidas na fraude da segunda fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizada em 28 de fevereiro de 2010 e anulada após os primeiros indícios de irregularidades. Nove pessoas permanecem presas preventivamente. A denúncia foi oferecida no último dia 4 pelo Ministério Público Federal (MPF) em Santos, decorrente da Operação Tormenta, da Polícia Federal (PF), que investigou uma quadrilha que fraudava concursos públicos.
O policial rodoviário federal Maurício Toshikatsu Iyda é um dos acusados. Segundo o MPF, ele furtou e copiou um caderno de prova que estava sob custódia da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na sede do Núcleo de Operações Especiais, em São Paulo. Ele vendeu “colas” por até R$ 20 mil e montou cursinho “vip” para que bacharéis recém-formados tivessem um melhor desempenho no exame da OAB.
O inquérito foi o primeiro a ser relatado pela PF e o primeiro a ter a denúncia oferecida pelo MPF em Santos. Devido ao grande número de réus, a entidade pediu a subdivisão do caso em três ramos para facilitar a instrução penal, o que foi deferido pela 3ª Vara Federal de Santos.
De acordo com MPF, o advogado Antonio Di Luca, de 71 anos, e a psicopedagoga Mirtes Ferreira dos Santos, de 57 anos – que seriam os mentores da fraude – eram aliados do jornalista Antônio Carlos Vilela e do motorista Renato Albino, que teriam vendido “colas” impressas de maneira independente por R$ 20 mil cada.
Os beneficiados pela quadrilha responderão pelos crimes de fraude à concorrência e receptação. Dois bacharéis que revenderam ou intermediaram a venda para outros colegas responderão pelo crime de receptação na forma qualificada
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Justiça processa 37 por fraude em exame da OAB
Grupo identificado pela Operação Tormenta, da Polícia Federal, também é suspeito de burlar concursos da Anac, Abin e Receita
13 de agosto de 2010
A Justiça Federal em Santos abriu processo criminal contra 37 envolvidos na Operação Tormenta, investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de fraude em concursos públicos. Segundo a PF, o grupo burlou provas de ingresso aos quadros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Receita.
A ação judicial, aberta pela 3.ª Vara Federal, cuida da primeira acusação formal do Ministério Público Federal especificamente sobre fraude na segunda fase (subjetiva) do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), realizada em 28 de fevereiro e anulada após surgirem indícios de irregularidades.
Os 37 réus são acusados de peculato, fraude a concorrência, violação de sigilo funcional, quadrilha, receptação e corrupção passiva e ativa. Os mentores teriam criado um “cursinho vip”, diz a Procuradoria da República.
A Tormenta foi desencadeada em 16 de junho. Nove pessoas permanecem detidas em regime preventivo. O inquérito sobre o exame da OAB foi o primeiro concluído pela PF.
Processo dividido. Para agilizar a instrução penal, fase do processo em que são ouvidas testemunhas e produzidas provas, a procuradoria requereu a subdivisão do processo em três. Um processo tratará da venda de respostas da prova pelos supostos mentores da trama: o advogado Antonio Di Luca, de 71 anos, e a psicopedagoga Mirtes Ferreira dos Santos, de 57, estabelecidos na Baixada Santista. O casal, segundo o Ministério Público, era aliado do jornalista Antônio Carlos Vilela e do motorista Renato Albino – ambos teriam a missão de vender “colas” impressas a R$ 20 mil cada. Foram identificados 24 compradores, a maioria cooptada em cursinhos preparatórios.
Entre os dez réus do primeiro processo está o policial rodoviário federal Maurício Toshikatsu Iyda, que teria copiado um caderno de prova sob custódia da corporação na sede do Núcleo de Operações Especiais, em São Paulo. Um advogado e um funcionário da Receita teriam corrigido a cópia. Também são citados o microempresário Pedro De Lucca Filho e o advogado Paulo Eduardo Tuci.
Segundo a denúncia, Di Luca e Mirtes estavam “previamente acertados” com o diretor da faculdade de Direito da Universidade Santa Cecília (Unisanta), Norberto Moreira da Silva, que lhes teria pago R$ 9 mil para que recrutassem professores para a montagem de um cursinho de três dias. O curso foi ministrado nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro pelos advogados Nilton Moreno e Fabíula Cheruconi para um grupo de bacharéis em Direito formados na Unisanta e contatados diretamente por Norberto Silva.
Unisanta nega envolvimento no esquema
A Unisanta diz em nota que nunca colaborou com fraudes, “sempre primou pela ética e qualidade de ensino e confia na Justiça para esclarecer as verdades dos fatos”. Norberto Moreira continua na função de diretor de Direito. Ele foi presidente da OAB/Santos por quatro gestões. Para o atual presidente da OAB-Santos, Roberto Lyra, o processo não “mancha ou denigre” a imagem da entidade. “Quem pegou a fraude primeiro foi a própria OAB, em Osasco. Que sejam punidos aqueles que efetivamente fraudaram.” Os outros acusados não foram localizados. / REJANE LIMA
oab_-_unisanta[1] ( matéria desta sexta-feira do Jornal A Tribuna ).
Blog do jornalista Célio Gomes



