JUSTIÇA É LENTA, CARA E DESONESTA…LENTA PARA A MAIORIA, MAS CONFORME O CLIENTE SEGUE NA VELOCIDADE DA LUZ 4

Para brasileiros, Justiça é lenta, cara e desonesta, diz pesquisa
02 de agosto de 2010 19h08 atualizado às 19h20 

De acordo com um levantamento feito pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (Direito GV), o Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil) é de 33%, maior apenas que o do Congresso e partidos políticos (28%). O estudo, divulgado nesta segunda-feira, é referente ao segundo trimestre de 2010. De acordo com os entrevistados, a Justiça é lenta (88%), cara (80%), complicada (72%), desonesta (61%), parcial (60%), e incompetente (54%).

O índice procurou avaliar a confiança do brasileiro na Justiça em relação a outras nas instituições. As Forças Armadas receberam a melhor avaliação, 63%, seguida pelas grandes empresas (54%), Governo Federal (43%), emissoras de TV (42%), imprensa escrita (41%), Polícia (38%) e Igreja Católica (34%).

Nos Estados, o Rio Grande do Sul foi o que apresentou o maior índice de confiança no judiciário. Em uma escala de 1 a 10 (com base subíndices de comportamento e percepção), a Justiça gaúcha teve 4,6 pontos, 0,2 a mais do que a pontuação nacional. O Estado de Pernambuco teve 4,5 pontos, seguido por Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, todos com 4,4. O Distrito Federal teve a menor pontuação, com 4,1.

De acordo com o ICJBrasil, a confiança na justiça é maior entre aqueles que nunca utilizaram os serviços. Entre os entrevistados que disseram que já utilizaram o Judiciário para resolver algum conflito, o ICJ é de 4,3 pontos, enquanto que entre os entrevistados que disseram que nunca utilizaram, 4,5 pontos.

O índice começou a ser medido no segundo semestre de 2009 pela Direito GV, e avalia o Judiciário nos seguintes aspectos: confiança, tempo de solução de conflitos, competência para a solução de conflitos, custos de acesso ao Judiciário, facilidade de uso do Judiciário, honestidade, independência.

Foram entrevistados 1.550 pessoas de sete Estados (Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro), durante os meses de abril, maio deste ano. Esses Estados representam 60% da população brasileira, segundo dados do Censo de 2000 do IBGE.

SOFRENDO INGERÊNCIA DA POLÍTICA TUCANA USP DESPENCA EM RANKING MUNDIAL DE UNIVERSIDADES 5

USP cai mais de 60 posições em ranking mundial de universidades
02 de agosto de 2010 15h36 atualizado às 15h52 

PIlha de livros Foto: Getty ImagesEntre as 10 primeiras colocadas no ranking da América Latina, cinco são instituições do Brasil
Foto: Getty Images

A Universidade de São Paulo (USP) é a 122º universidade mais qualificada do mundo, de acordo com o ranking das melhores instituições de ensino superior divulgado pela Webometrics Ranking Web of World Universities. No início do ano, a instituição aparecia na 58ª colocação, perdendo 64 posições. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) ficou como primeira universidade federal entre as instituições brasileiras, ocupando a 377ª posição geral. Veja aqui o ranking mundial.

As instituições americanas marcam posição no ranking até a 21ª colocação. As três primeiras colocadas são a Harvard University, o Massachusetts Institute of Technology e a Stanford University. A primeira universidade europeia no levantamento é Cambridge, localizada na Inglaterra.

Entre as 10 primeiras colocadas no ranking da América Latina, cinco são instituições do Brasil. A USP, primeira colocada na última divulgação, perdeu a posição para a Universidad Nacional Autónoma de México. Veja aqui o ranking América Latina.

Desde 2004, o ranking é divulgado duas vezes por ano – em janeiro e julho – cobrindo mais de 20 mil instituições de ensino superior em todo o mundo. O relatório leva em conta o desempenho global e a visibilidade das instituições na web, incluindo indicadores de pesquisa e qualidade de estudantes e professores.

O Webometrics Ranking Web of World Universities é promovido pelo Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC, na sigla em espanhol) da Espanha.

Outras informações podem ser obtidas no site http://www.webometrics.info

Fantástico: você se arrepende de ter entrado na Policia Militar?…“Me arrependo.”… “Porque é uma fábrica de louco, entendeu?” 31

Homicídio é o que mais leva policiais militares à prisão em SPAlguns policiais dizem se arrepender de ter cometido crime.

O Fantástico está começando e pela primeira vez entra no presídio dos PMs para saber o que acontece a um Policial Militar que mancha de vergonha a farda da corporação.
É expulso?

Cumpre a pena?

Se recupera?

Ou continua no mundo do crime?

Um homem se tornou um símbolo da violência policial. Hoje, Otávio Lourenço Gambra, O Rambo, Diz Que Mudou.

“Cidadão comum, procurando fazer o melhor que um cidadão pode fazer na sociedade”, diz o ex-policial militar.

Ele ficou conhecido por causa destas imagens, 13 anos atrás, na favela Naval, em Diadema.

O então soldado Rambo atira e mata o conferente Mário José Josino.

Fantástico: o senhor se arrepende de ter atirado no Mário José Josino?

“Claro. foi uma fatalidade e geralmente quando o Policial Militar erra, é uma vida que se vai”, conta ele.

Nos últimos dias, a violência e a corrupção envolvendo Policiais Militares viraram notícia mais uma vez.

Domingo passado, em Fortaleza, Bruce, de 14 anos, foi morto com um tiro na cabeça, quando estava na garupa da moto com o pai.

“Eu imaginava que fosse um assalto. Uma pessoa gritando atrás: para, para, para. Desastrosa a ação do policial”, diz o pai de Bruce, Francisco das Chagas.

Mas o que acontece com os policiais que se envolvem em casos assim? O Fantástico foi investigar:

Sexta-feira. Nossa equipe entra no principal presídio para PMs do estado de São Paulo: o Romão Gomes, na Zona Norte da capital.

Fantástico: você divide a cela com quantos outros policiais?

– Aqui nós estamos com 23 homens. E é uma rotina como o militarismo mesmo. Acorda cedo, às 6h, vai dormir às 22h. Tem uma escala onde se tem a faxina, cada dia tem uma pessoa pra limpar tudo, diz um preso.
Os 210 policiais militares que estão aqui trocaram a farda pelo crime. Quase 100 deles são acusados de assassinato: mataram em serviço ou em brigas, na hora de folga.

Além do homicídio, o que mais traz os policiais pra cadeia é o crime de roubo.

É ordem no presídio: quem pode voltar para o crime fica isolado dos outros presos.
Este PM, com 15 anos de profissão, assaltou um posto de gasolina.

“Infelizmente eu fui pro lado mal”, diz um preso.

Fantástico: você se arrepende de ter entrado na Policia Militar?

“Me arrependo.”

Fantástico: por que?

“Porque é uma fábrica de louco, entendeu?”

Aqui estão muitos policiais que se envolveram em casos de grande repercussão, como o assassinato de um deficiente mental, em 2008.

Sexta feira, quatro PMs foram condenados a mais de 18 anos.

No mesmo dia, um deles falou com a nossa equipe.

“Eu posso ficar aqui 18 anos. No ultimo dia, eu vou sair, vou olhar pra trás e vou falar: aqui ficou um inocente”, conta um preso.

No Romão Gomes, 90% dos presos trabalham – o que permite reduzir o tempo que deveriam ficar na cadeia – uma regra que vale também para os criminosos comuns.

Veja este exemplo: em fevereiro de 2004, o dentista Flávio Sant’ana, de 28 anos, foi morto por PMs que simularam um tiroteio, pra parecer que ele tinha reagido à prisão.

Dois policiais foram condenados a mais de 17 anos.

Um deles é o ex-tenente Carlos Alberto de Souza Santos.

Segundo a justiça militar, ele trabalhou na cadeia e reduziu o tempo de prisão.

Ficou de 2004 a 2006 em regime fechado e foi para o semiaberto: só voltava à noite para o presídio Romão Gomes.

De 2008 até hoje, cumpre a pena na chamada prisão albergue domiciliar.

Pode ser considerado um homem livre: tem apenas a obrigação de uma vez por mês ir ao fórum dizer quais são suas atividades.

O ex-tenente trabalha atualmente como advogado. Ele não quis gravar entrevista.
Procuramos também a família da vítima, o dentista Flávio Sant’ana.
“Parece que não tem lei. A vida não tem mais valor, porque tiram e não acontece nada”, diz o pai de Flavio, Jonas Sant´na.

Também trabalha como advogado o ex-cabo Flávio Carneiro, da PM do Rio.
Em março de 95, ele executou um assaltante, que já estava dominado.

Tudo foi filmado. Condenado a 20 anos de prisão, ficou cinco na cadeia. Telefonamos para o hoje advogado Flávio Carneiro.

Ele não quis gravar entrevista e falou que não era pra ligar mais para ele.
Ao Fantástico, o ex-soldado Otávio Gambra, o Rambo da favela Naval, disse que trabalha hoje na empresa de prestação de serviços da mulher dele.

Condenado inicialmente a 59 anos de prisão ficou sete em regime fechado, segundo a justiça militar.

De 2006 para cá, só precisa se apresentar mensalmente no fórum.

“Todo mês é isso, mas, graças a Deus, é bem melhor do que estar encarcerado”, diz Otávio Lourenço Gambra, ex-Policial Militar.

Este advogado especialista em direito penal militar diz que, em relação ao cumprimento da pena, existe uma diferença entre a justiça comum e a justiça militar. Na militar, a fiscalização dos dias trabalhados na prisão é mais ágil – o que favorece os PMs.

“A execução da pena na justiça militar, ela acaba sendo mais rápida pela quantidade de processos. Pelo fato de ser uma justiça especializada, com menos trabalho, acaba sendo mais rápida”, conta o advogado João Carlos Campanin.

No Rio de Janeiro, há 38 mil PMs na ativa. Em São Paulo, 90 mil. Nos últimos três anos, 540 foram expulsos no rio e 699 no estado paulista.

Na tentativa de se recuperar, muitos PMs procuram ajuda na religião. Luiz Wilson pereira ficou 14 anos preso por um triplo homicídio e se tornou pastor evangélico.
Ele vai uma vez por mês ao presídio Romão Gomes.

O ex-soldado Rambo chegou a dar palestras para novos policiais, reconhecendo os erros do passado.

“Era uma frase muito que eu usava que era assim: é melhor vocês engolirem um sapo na rua do que engolir um brejo inteirinho todos os dias no Romão Gomes”, diz ele.
Depois das denúncias de que policiais cobraram propina do pai do rapaz que atropelou o filho da atriz Cissa Guimarães, vem do Rio de Janeiro bons exemplos de Policiais Militares.

Este motoqueiro é parado numa blitz, sexta-feira, em Petrópolis.

Ele oferece R$ 50 ao policial e é preso em seguida. O motoqueiro levava crack, maconha e cocaína.

Na quarta feira, foram estes dois policiais que recusaram R$ 70 para liberar um carro sem documentação.

O motorista que ofereceu a propina foi detido.

“Eu peço que a sociedade não fique desacreditada com a instituição. Nós estamos tentando no máximo suprimir todas as dificuldades em prol da própria sociedade”, diz o Cabo Roberto de Almeida

vídeo: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1610458-15605,00.html

CHACINA DA PONTA DA PRAIA EM 1974…ORA, MEU CARO DR. WATSON!…O HOMICIDA ALBERTO PISANESCHI NÃO FOI PRESO POR SER UM BOM PATRIOTA E AMIGO DOS HOME. 28

Domingo, 25 de julho de 2010 – 08h03

Papo com editores

Autor da Chacina da Ponta da Praia está de volta ao País

Francisco Aloise

Por anos a fio, ele conseguiu ludibriar detetives, investigadores, delegados, a Justiça e até mesmo a Interpol, a polícia internacional. Escondeu-se na América do Sul, na Europa e no Oriente Médio. Só abandonou de vez os esconderijos, disfarces, nomes e documentos falsos após a prescrição de um tríplice homicídio e uma tentativa de homicídio.

Protagonista da Chacina da Ponta da Praia, um marco na crônica policial de Santos, o engenheiro químico Alberto Pisaneschi, hoje com 69 anos, está de volta ao Brasil. Ele não pode mais ser processado, levado a júri popular e, muito menos, ser preso pelas mortes da ex-namorada Vera Lúcia Galvão de Lima, de 16 anos, do médico Josedyl Camargo de Lima e de Eneida Flaquer Nunes Galvão, pais da jovem. Da mesma forma, não responderá pela tentativa de homicídio de Vera Camargo Galvão, irmã de Eneida.

A matança ocorreu na manhã de 23 de julho de 1974 e teve como palco a casa de Vera Lúcia, na Rua 1º de Maio, 90, até então na Ponta da Praia (o bairro da Aparecida só foi criado em 1983). A decisão foi tomada às 2 horas da madrugada daquela terça-feira, quando, após escrever uma longa carta à sua mãe, Pisaneschi convocou seu motorista, Sebastião Pedro Quirino, que se encontrava na Empresa de Ônibus São José, em Santo André (SP), de propriedade da família. Pediu-lhe que o trouxesse a Santos em uma Variant da companhia de transportes.

Quirino e o patrão chegaram a Santos por volta das 4h30. Na Avenida Coronel Joaquim Montenegro, próximo à sede da PM, o engenheiro desceu do carro carregando um pacote, no qual havia um galão com cinco litros de gasolina azul e uma barra de ferro, além de duas pistolas 7.65. O motorista retornou a Santo André, e Pisaneschi dirigiu-se à Rua 1º de Maio.

OS CRIMES

Segundo apurou a polícia, o médico Josedyl Camargo de Lima saía da garagem às 5h30, com seu Karmann-Ghia, a caminho da Santa Casa de Santos, e foi surpreendido pelo namorado da filha, que o matou com dois tiros na nuca. Em seguida, o engenheiro invadiu a casa e atirou na tia da ex-namorada, que dormia em um dos quartos, mas esta, mesmo ferida, conseguiu sobreviver à chacina. Houve gritos e correria.

A mulher de Josedyl, Eneida, tentou fugir e foi alcançada na porta, sendo também executada. A jovem Vera Lúcia, que assistiu ao assassinato dos pais, correu para a rua, à procura de socorro. Foi agarrada pelo engenheiro, ainda na calçada da Rua 1º de Maio, a duas quadras de sua casa, e executada com três tiros na cabeça.

Pisaneschi tinha intenção de atear fogo à casa e se matar, conforme relatara na carta escrita de próprio punho à mãe, mas mudou de ideia. Sumiu do mapa, sem deixar qualquer pista. Como, à época, julgamentos à revelia do acusado não eram previstos pela legislação, ele ficou à espera da prescrição de seus crimes, o que ocorreu 20 anos depois da pronúncia, feita em outubro de 1979, e 25 anos e 3 meses após a data dos crimes.

FRUSTRAÇÃO DO PROMOTOR

“Minha grande frustração em 40 anos como promotor foi não ter colocado esse rapaz na cadeia”, diz o promotor de justiça Otávio Borba de Vasconcelos Filho, assinalando que hoje a história seria bem diferente. Desde 2008, explica Borba, em caso de fuga do criminoso, com ou sem réu, pode haver julgamento. “Infelizmente, contudo, o covarde assassino Alberto Pisaneschi não será punido, perante a lei dos homens, pelos seus crimes”.

Por onde andou Alberto Pisaneschi durante o longo período em que foi um fugitivo da Justiça? Como ele conseguiu escapar das polícias brasileira e internacional? E por qual razão decidiu exterminar toda uma família santista? Quando surgiram os primeiros indícios de que o engenheiro havia retornado ao Brasil, A Tribuna saiu à sua procura, localizando-o em São Paulo. O engenheiro, no entanto, não quis conceder entrevista, pois disse que não queria relembrar a Chacina da Ponta da Praia.

MISTÉRIO DESFEITO

A seguir, a equipe de reportagem procurou, em Santo André, o empresário Duílio Pisaneschi, irmão do engenheiro, que revelou alguns detalhes da vida de fugitivo de Alberto, o suficiente, entretanto, para desvendar o grande mistério sobre sua vida errante no exterior.

Duílio alega não saber detalhes da fuga do irmão. Observa, entretanto, que ela não foi planejada, como comprova a carta à mãe, redigida com antecedência. Segundo uma das hipóteses levantadas pela polícia à época, Alberto mudou seus planos devido à fuga da ex-namorada da casa para a rua, onde foi alcançada e morta. Há também quem acredite que ele teria desistido de praticar o suicídio por ter descarregado toda a munição das pistolas em suas vítimas.

Após o tríplice homicídio, Alberto perambulou pela América do Sul e a Europa, até se fixar no Oriente Médio. Consta que chegou a casar quando estava foragido, mas não teve filhos, e se separou da mulher, uma espanhola. “Meu irmão sempre foi muito inteligente e falava cinco idiomas quando saiu do Brasil. Isso facilitou sua fuga e permanência no exterior”, explica Duílio.

Em sua última escala antes de voltar ao País, o engenheiro trabalhava em empresas de exploração de poços de petróleo. Naquela região, reencontrou um colega, outro engenheiro químico que lá já havia se estabelecido, e a partir de então adotou hábitos árabes, o que dificultou seu reconhecimento e captura.

PENA FAMILIAR

Por diversas vezes o advogado do engenheiro, Paulo Sérgio Leite Fernandes, tentou convencê-lo a voltar do exterior para se entregar e ser levado a júri popular. Não obteve sucesso. Pior para os Pisaneschi, na avaliação de Duílio. “Nossa família foi quem cumpriu e pagou a pena que seria dele, pois tivemos nossas vidas pessoais, familiares, empresariais e política reviradas”, afirma.

Os dez primeiros anos após os crimes foram os piores, segundo o empresário. Ele recorda que a polícia, volta e meia, cercava a empresa de ônibus da família à procura do irmão. Além disso, interceptava correspondências e telefonemas.

Os filhos de Duílio iam para o colégio escoltados por seguranças, porque havia o medo de uma vingança. “Só que o crime foi praticado por meu irmão e nós nunca tivemos nada a ver com o que ocorreu”. E menciona: “Ao contrário, sempre o orientamos a largar o romance que não estava dando certo e pedíamos que esquecesse a namorada pela qual se dizia muito apaixonado”.

Durante muito tempo, os irmãos ficaram sem ter notícias um do outro. O contato foi retomado por intermédio do engenheiro químico que Alberto reencontrou no Oriente Médio, mas só quando este vinha ao Brasil.

“Meu irmão estava bem no Oriente Médio, deveria ter ficado por lá. Diz que voltou por causa de nossa mãe, que está com 91 anos, e que ela foi a única que o aceitou e ficou contente com o seu retorno”, relata Duílio, assinalando que Alberto se nega a falar sobre os crimes.

Alberto Pisaneschi é hoje proprietário de uma empresa de importação e exportação, com sede em São Paulo e filial em Buenos Aires, na Argentina. A exemplo da postura adotada em relação à família, o autor da Chacina da Ponta da Praia se negou a relembrar o passado para A Tribuna. E justificou: O que está no passado, vai ficar no passado.

Advogado do engenheiro, Paulo Sérgio Leite Fernandes, por questões de ética profissional, também se recusou a abordar o assunto. Mencionou, entretanto, um fato ocorrido há 36 anos: “O Alberto esteve em meu escritório e eu lhe disse, com convicção, que em 20 anos estaria livre. E cumpri a promessa: fui a Santos peticionar ao Tribunal do Júri, alegando a prescrição dos crimes, extraindo as certidões com a baixa e arquivamento do processo”.

ATO DE FÉ 2

Rota é alvo de dois ataques do crime organizado; bandido morre em ação

Quinze horas depois de atentado contra comandante, criminosos atiraram contra o quartel do batalhão. Polícia redobrou vigilância

02 de agosto de 2010 | 0h 00

Diego Zanchetta, Eduardo Reina, Josmar Jozino, Marcelo Godoy e Tiago Dantas – O Estado de S.Paulo


Homem que atirou contra sede da Rota, na Avenida Tiradentes, foi morto      

As Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), unidade de elite da Polícia Militar, transformou-se no alvo dos mais graves ataques praticados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) neste ano em São Paulo. Um suspeito de integrar a facção criminosa foi morto quando disparava contra o prédio do quartel da Rota, no centro de São Paulo.
Quinze horas antes, o comandante do batalhão, tenente-coronel Paulo Adriano Telhada, escapara ileso de um atentado à bala. Em seus 40 anos de existência – ela foi fundada em 1970 – essa é a primeira vez que a sede e o chefe da Rota são alvos de um ataque. A polícia ainda investiga a possibilidade de incêndios criminosos que destruíram 13 carros na madrugada de ontem na zona leste terem ligação com as novas ações da facção criminosa.
O governador Alberto Goldman (PSDB) afirmou ontem que “não existe nenhum perigo que possa colocar em risco a segurança do povo paulista”. O Centro de Inteligência Policial da PM e três departamentos da Polícia Civil estão apurando os ataques. Suspeita-se que eles são uma retaliação dos bandidos às ações da Rota que atingiram as finanças da liderança da facção, com a apreensão de armas, drogas e dinheiro e a prisão de homens da organização. “Pode ser uma reação a eles”, disse Goldman.
As ações do PCC começaram às 11 horas de anteontem, na Vila Penteado, zona norte. O tenente-coronel Telhada retirava sua picape de casa quando percebeu a aproximação de um carro com dois homens. Ao ver o passageiro abaixar o vidro e colocar a mão para fora da janela, Telhada se deitou no banco da picape. Os criminosos dispararam cerca de dez tiros e fugiram.

Pouco antes das 4 horas, policiais da Rota que estavam de guarda no quartel na Avenida Tiradentes, na Luz, escutaram disparos. Eles pareciam vir da rua ao lado, a João Teodoro. Os policiais foram verificar o que estava acontecendo e surpreenderam um homem de pé atirando em direção às janelas da lateral do quartel. Eles revidaram e balearam o criminoso, que morreu.

Identidade. Ele foi identificado como Frank Ligieri Sons, de 33 anos. O acusado deixou em fevereiro a prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo. Em sua ficha policial consta que ele foi acusado de dois roubos – um na região da Sé e outro na Lapa, em São Paulo -, um estupro e uma lesão corporal, estes em Guarulhos.

Um outro bandido, que o aguardava em um carro, fugiu. Com Frank os policiais afirmaram ter encontrado um coquetel molotov e uma pistola calibre 40, mesmo tipo usado no atentado fracassado contra o tenente-coronel Telhada. Ele é suspeito de integrar a facção criminosa.

O atentado contra a Rota está sendo investigado pelo Centro de Inteligência da PM e pelo Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic). Já o atentado contra Telhada é alvo de inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Uma das principais pistas neste caso é a placa de um carro que o tenente-coronel conseguiu anotar.

As ações colocaram a polícia em alerta – comandos foram orientados a redobrar a vigilância. Cones foram postos na frente de quartéis, como o da Rota. Por enquanto, a polícia não identificou os outros participantes dos ataques.
CRONOLOGIA

29 de fevereiro de 2008
Rota prende dois tesoureiros do PCC e apreende R$ 674 mil

16 de abril de 2009
Presos 18 membros na escola de samba Barroca Zona Sul

26 de agosto de 2009
Apreensão de 130 kg de cocaína

17 de maio de 2010
Fábio Fernandes da Silva, o Vampirinho, um dos líderes da facção, é morto

7 de julho de 2010
Oito homens do PCC na zona leste são presos e um é morto

Defesa
ALBERTO GOLDMAN, governador do Estado: “Existe um cuidado maior, é claro, mas nada fora do normal”

SEM FILMAGENS E SEM TESTEMUNHAS CIVIS ( UMAS DEZ ) NÃO ACREDITO, NÃO ACREDITO…NÃO ACREDITO! 15

Rota sofre 2º atentado em menos de 17h

Homem foi morto na madrugada de ontem ao supostamente atirar contra a sede da tropa especial da PM paulista

ANDRÉ CARAMANTE

DE SÃO PAULO

 

A sede da Rota (Rondas Tobias de Aguiar), espécie de tropa de elite da Polícia Militar paulista, no bairro da Luz (região central de SP), foi alvo de um atentado a tiros às 3h30 de ontem e, no revide, um ex-detento foi morto.

Menos de 17 horas antes do atentado contra a sede da Rota, por volta das 11h de sábado, o chefe da corporação, o tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada, 48, escapou de um atentado.

No ataque à sede da Rota, diz a polícia, dois homens pararam um veículo na lateral do batalhão, na esquina da avenida Tiradentes com a rua João Teodoro, e um deles atirou seis vezes contra o prédio centenário.

Os PMs que faziam a guarda do local, segundo a polícia, revidaram e mataram o balconista Frank Ligieri Sons, 33, que havia descido do carro com um coquetel molotov ainda apagado e uma pistola .40.

Ex-presidiário que cumpriu pena de 11 anos por roubo e lesão corporal, Sons tomou dois tiros e foi levado para o hospital, mas morreu.

Após o ataque ao coronel e à sede da Rota, e a informação de que ao menos dez carros haviam sido incendiados na zona leste, o policiamento foi reforçado na capital.

Mas autoridades do Estado, entre elas o governador Alberto Goldman (PSDB) e o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, se apressaram em descartar ligação entre os ataques à Rota e os veículos queimados e a associar os casos com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Para o secretário, os ataques visavam diretamente o chefe da Rota e não as forças de segurança do Estado.

Alguns bairros da zona norte registraram o maior número de ocorrências de homicídios na cidade no primeiro semestre do ano. Além disso, a Polícia Civil investiga cerca de 40 homicídios envolvendo PMs.

 

REVIDAR

Telhada saía da garagem de sua casa, na região da Freguesia do Ó (zona norte de SP), quando o passageiro de um Corsa abriu o vidro do carro e disparou 11 vezes.

“Não é só a minha pessoa [que sofreu o ataque]. É com a família da gente. E com família ninguém mexe, velho. Mexeu com família a pegada é outra, entendeu? A gente vai revidar os disparos e, com certeza, quem vai levar a pior é o crime, o bandido”, disse Telhada, logo após o ataque.

A Polícia Civil, a Corregedoria da PM e os serviços secretos da PM e da Rota também investigam o caso.

Treze carros foram queimados ontem em quatro incidentes separados na zona leste de São Paulo 2

Treze carros são incendiados na zona leste

Polícia Civil acredita que os quatro ataques tenham sido realizados pelo mesmo grupo

02 de agosto de 2010 | 0h 00

Ligia Tuon, Luiz Guilherme Gerbelli e Tiago Dantas – O Estado de S.Paulo


Vila Ré. Um desconhecido ligou para os donos do Passat para avisar sobre o incêndio

Treze carros foram queimados ontem em quatro incidentes separados na zona leste de São Paulo. O maior ataque foi na Rua Boqueirão de Poti, distrito de Lajeado: dez veículos que haviam sido apreendidos foram incendiados em um pátio particular.

O fogo começou por volta da 1 hora. Segundo o dono do estacionamento, Leonildo Lopes, de 39 anos, os vizinhos contaram que um carro parou na frente do portão do pátio e de lá os ocupantes teriam ateado o fogo. “Não sei o motivo que teriam para fazer isso. Não tenho inimigos”, disse o proprietário, que tem o pátio há 3 anos. O local tem capacidade para 2 mil automóveis.

Policiais que investigavam as ocorrências acreditam que, pela proximidade dos incêndios, a ação foi cometida pelo mesmo grupo. “Está sendo difícil encontrar testemunhas. As pessoas só viram os carros já pegando fogo”, disse um investigador da 7.ª Delegacia Seccional.

Na Vila Ré, na Avenida Calim Eid, na frente do número 827, um Passat ano 1980 também foi queimado. O veículo estava estacionado na frente de uma oficina mecânica que pertence à família da dona de casa Ana Maria dos Santos. Os proprietários do automóvel ficaram transtornados. “Está todo mundo apavorado. O que aconteceu foi um absurdo. É coisa de gente que não tem coração”, disse Ana Maria.

A dona de casa contou que ficou sabendo do incêndio à 1h08, quando recebeu a ligação de uma pessoa desconhecida informando do fogo. Ela contou que o carro seria pintado em breve, para poder ser colocado à venda nos próximos dias.

No Jardim Helena, na Rua Sodré Aragão, um Fiat Linea 2010 roubado foi totalmente destruído. As chamas provocaram uma explosão tão forte que as janelas das casas próximas chegaram a tremer. “Entrei na cozinha e vi o carro pegando fogo por volta da 1h20. Ficamos muito assustados porque o alarme começou a disparar e achamos que tinha gente dentro do veículo”, disse a dona de casa Maria Arlete Roberto, de 52 anos. O veículo foi retirado do local às 7h30.

Vários vizinhos acionaram a polícia. “Na ligação para os bombeiros, fiquei muito tempo esperando na linha até ser atendida”, reclamou uma moradora.

Ainda no mesmo bairro, na Rua Manoel Barbosa dos Reis, um Chevette com placa de Jacutinga (MG) foi incendiado por volta das 4 horas. Os moradores disseram que o carro estava estacionado no local havia cerca de dois meses. “Na hora que acordei, vi o carro em chamas, mas não sabia do que se tratava. Aliás, nem sabemos por que esse carro estava parado há tanto tempo”, disse uma moradora que pediu para não ser identificada. Ninguém viu o momento exato em que o incêndio começou.

Na Água Rasa, policiais civis e militares investigavam, na noite de ontem, um Fiat Uno de Praia Grande, que há 15 dias foi queimado na porta da casa da família do proprietário. Wilson dos Santos, sogro do dono do carro, acredita que a ação foi de vândalos. Mas a Polícia Civil investiga se esse caso tem relação com os demais.

Bombeiros afirmam que dez carros foram incendiados na zona leste de SP

Ataques ocorreram na madrugada deste domingo em diversos pontos da região

Do R7, com Agência Record 
Reprodução/TV RecordFoto Reprodução/TV Record

Carros foram queimados em diversos pontos da zona leste durante a madrugada
O Corpo de Bombeiros afirmou, na tarde deste domingo (1º), que durante esta madrugada foram incendiados dez carros em pontos diferentes da zona leste de São Paulo. As primeiras informações contabilizavam sete. Não há dados sobre vítimas.

De acordo com a Polícia Militar, os carros estariam estacionados na via pública, na frente das residências dos donos. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), um dos veículos havia sido roubado, mas o dono não tinha prestado queixa.

A Polícia Civil apura um ataque que incendiou, pelo menos, sete carros em diversos pontos da zona leste de São Paulo, na madrugada deste domingo (1º). De acordo com a Polícia Militar, a ação ocorreu nas áreas patrulhadas pelo 2º Batalhão, na Vila Esperança, 29º Batalhão, em Itaim Paulista e 51º Batalhão, na Vila Matilde.

Os ataques ocorreram nos bairros Cidade A. E. Carvalho, Vila Carrão, Jardim Helena e Itaquera, com um veículo incendiado em cada lugar. Já em Lageado, Arthur Alvim e Vila Aimoré foram dois carros queimados em cada local.

Segundo a SSP, apenas três ocorrências foram registradas. Cada uma foi encaminhada para o 22º Distrito Policial (São Miguel Paulista), 64º Distrito Policial (Cidade A. E. Carvalho) e 68º Distrito Policial (Lageado).

Explosivos

Há a suspeita de que alguns veículos foram atingidos por bombas de coquetel molotov. Entretanto, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) não confirmou os dados.

Por enquanto, não há ligação dos atentados com os ataques à base da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) e ao tenente-coronel do grupo de elite da polícia, que ocorrerem nesta madrugada e na tarde de sábado (31), respectivamente.

Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, defende criação de ouvidoria externa das polícias ligada ao governo federal 14

Governo avalia criar órgão para ampliar controle das polícias
01 de agosto de 2010 22h02 

Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, defende criação de ouvidoria externa das polícias ligada ao governo federal  Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, defende criação de ouvidoria externa das polícias ligada ao governo federal
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Guilherme Mergen

Na tentativa de ampliar o controle sobre as polícias brasileiras, o Ministério da Justiça avalia criar uma ouvidoria externa vinculada ao governo federal para fiscalizar as instituições. Idealizador do plano, o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, classifica os mecanismos atuais de investigação do trabalho policial como “comprometidos pelo corporativismo”. Hoje, as polícias Civil e Militar possuem corregedorias internas, sob o comando dos próprios policiais. Os departamentos são responsáveis por apurar e punir condutas inadequadas.

O modelo de ouvidoria seria, segundo o secretário, semelhante ao adotado em países como Estados Unidos e Portugal – em ambos, o governo federal gerencia um órgão de controle nacional. Como a instalação exigiria modificações na Constituição, assessores da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) estudam alternativas para viabilizar o plano sob o ponto de vista jurídico. “Já temos o aval do governo para amadurecer a ideia e analisar a viabilidade, por meio de um estudo detalhado, principalmente por causa das leis estaduais e a Constituição”, afirma Balestreri.

Na avaliação do chefe da Senasp, apesar dos avanços nos últimos anos, os atuais meios de controle policial estão comprometidos por estarem vinculados diretamente às corporações. “Por mais que as ouvidorias e corregedorias tenham passado por aprimoramentos depois da ditadura, ainda estão distantes do formato ideal. São internos, sem autonomia, comprometidas pelo corporativismo”, diz Balestreri, no cargo desde junho, quando o então secretário Romeu Tuma Jr. foi exonerado depois de denúncias de ligação com o suposto chefe da máfia chinesa de São Paulo, Li Kwok Kwen.

Apesar de ser um defensor do modelo de polícia de ciclo completo – quando todas as instituições atuam em todas as frentes, do policiamento ostensivo à investigação de crimes -, o secretário quer a criação da ouvidoria federal antes, na estrutura de segurança pública atual. Na opinião dele, a unificação do trabalho policial, com o fim da divisão entre atividade ostensiva (Polícia Militar) e investigativa (Polícia Civil), depende de uma reestruturação mais completa. “Devemos pensar em unificar o trabalho policial, como em todos os outros países, mas acho que podemos criar uma corregedoria forte, em âmbito nacional, antes, neste modelo mesmo”, afirma.

Aprovação
O plano da Senasp de um órgão externo é defendido por especialistas em segurança pública para minimizar a violência e a corrupção dentro das instituições. Para o membro do Conselho Nacional de Segurança Pública Marcos Rolim, mesmo a corregedoria da Polícia Militar, considerada avançada se comparada com a da Polícia Civil, mostra-se ineficaz. “As polícias civis nunca foram controladas por ninguém. As militares sempre tiveram um controle interno forte, por conta da hierarquia militar, da disciplina. No entanto, começa a se mostrar falho porque a própria cadeia está comprometida. Por isso, a necessidade de um órgão externo”, diz.

De acordo com o pesquisador João Marcelo de Lima, integrante do Grupo de Estudos de Segurança Pública da Universidade Estadual Paulista (Gesp), nem o Ministério Público, órgão com poder para fiscalizar as instituições policiais, tem a disponibilidade necessária para o trabalho. “O MP não tem conseguido fazer esse controle por conta da demanda de trabalho, e as corregedorias internas agem por interesses próprios, corporativos ou do próprio policial. Ou seja, precisamos de um órgão fiscalizador externo eficaz”, afirma.

Sem resistência
Receio da secretaria de Segurança Pública, a possível resistência dos policiais à ideia é minimizada por representantes da categoria – pelo menos enquanto a ouvidoria federal ainda é somente um plano. Maior entidade de policiais civis do País, com 15 mil filiados, a Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo considera positiva a proposta. De acordo com a vice-presidente da entidade, Lucy Lima Santos, um controle mais eficiente da atividade tende a valorizar o trabalho do policial.

“Tudo que for para melhorar a eficácia do trabalho da polícia é válido e positivo”, diz. Questionada se haveria resistência pelo fato de o plano prever um órgão controlado pelo governo federal, a ex-investigadora diz não acreditar em movimentos contrários à iniciativa. “Nós já somos ligados a um governo (estadual). Não vejo problema de um outro governo (federal) exercer esse controle também.”

A Associação dos Praças da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Aspra-PM/RJ) também se diz favorável à ouvidoria externa. Contudo, defende que o órgão do governo federal fiscalize a instituição polícia, e não somente os policiais. De acordo com o presidente da entidade, Vanderlei Ribeiro, os trabalhos das corregedorias atuais se limitam a controlar os policias dos escalões mais baixos, sem interferir no trabalho de comandantes e delegados. “Não haveria resistência a um controle externo. No entanto, para evitar que o órgão repita os problemas das corregedorias atuais, deve controlar o alto escalão da polícia, que nunca é punido ou responsabilizado por nada”, afirma.

Associação de delegado dá título de “sustentável” a cidades miseráveis…Ora, o Delegado de Itaquera apenas adjetivou erroneamente: tais cidades são SUSTINENTES 3

AM/08/02 às 9:51 – CARMINATE

Associação de delegado dá título de “sustentável” a cidades miseráveis
Prefeito diz ter sido instado a pagar até R$ 5.000 para participar

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Senador Rui Palmeira (AL) está entre as cem cidades mais miseráveis do Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.
Metade dos 13 mil habitantes não sabe ler nem escrever. A seca assola a região. A população depende do Bolsa Família para sobreviver.
Pois a cidade recebeu em maio o título de uma das “cem mais bem avaliadas e sustentáveis do país” da ANPV (Associação Nacional de Prefeitos e Vice-Prefeitos).
A entidade é presidida por um delegado plantonista de um DP de Itaquera (zona leste de São Paulo).
A entrega do prêmio ocorreu em Brasília, no Senado, diante de parlamentares.
O ranking de sustentabilidade não existe. O Ministério do Meio Ambiente diz não haver tal seleção nacional.
A escolha foi feita pela entidade, que procurou as cidades no início do ano.
Prefeitos vencedores foram instados a colaborar com dinheiro. Três disseram à Folha que a entidade lhes pediu de R$ 500 a R$ 5.000. Nem todos pagaram. Compareceram 50 dos 100 prefeitos.

CONFRATERNIZAÇÃO
Documento da ANPV falava em “recolhimento de contribuição” e deixava número de conta para depósito. Segundo a entidade, foi uma ajuda para a festa de confraternização -18 pagaram.
Matões (MA), 5.152ª colocação entre as 5.565 cidades brasileiras no IDH-M, também foi premiada.
Metrópoles integravam a lista. São Paulo foi indicada, mas o prefeito Gilberto Kassab (DEM) não compareceu nem enviou representante.
A seleção usou critérios vagos -”espírito empreendedorista do prefeito” e “gerenciamento estratégico”.
Havia também aspectos objetivos, como cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e das metas de educação e saúde. Não se trata de mérito, porém; essas são obrigações constitucionais.
Ganhou o prêmio mesmo quem não atendeu aos requisitos. “Se a sua cidade não pontuou em algum item, por certo foi bem avaliada em outros”, informava a ANPV.
A entidade admitiu à Folha que a escolha não teve rigor científico. Atribuiu a seleção a levantamentos em bancos de dados públicos, além de ligações a “lideranças” e pesquisas na internet.
A ANPV afirma ter contado com a parceria da Fundação Universa, do Distrito Federal. A fundação nega. Diz que só divulgou cursos para gestores na premiação.
O Senado diz ter cedido o auditório gratuitamente.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0208201016.htm

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Sustém um bocado de ladrão e vigarista.

 

GREVE NO JUDICIÁRIO: NA DEMOCRACIA DE FARSANTES NÃO SOBRA DINHEIRO PARA READEQUAÇÃO SALARIAL DE QUEM VERDADEIRAMENTE CARREGA O PIANO…CARREGA E TOCA!…PARABÉNS AOS SERVIDORES EM GREVE 7

Subject: Greve do Judiciário
A maior greve do Judiciário paulista está
chegando ao centésimo dia e a presidência
do Tribunal de Justiça faz de conta que nada
está acontecendo.
 
O Judiciário, dito guardião da Constituição, não
cumpre o dispositivo da Carta que manda rever
anualmente os vencimentos do funcionalismo e
não existe autoridade para punir os responsáveis
pelo não cumprimento da que dizem ser a Lei Maior
da Nação. 
 
O Legislativo paulista, encabrestado pelo governo,
não dá a mínima.
 
O Executivo, apesar de todas as privatizações que
retiraram de suas costas encargos escabrosos, só
tem dinheiro para sustentar a politicagem e os politiqueiros.
 
E a OAB, como sempre, se omite, porque seus dirigentes
não querem se queimar.
 
À população, vítima de toda essa desfaçatez, resta
continuar sustentando compulsoriamente essa nossa
democracia de farsantes.
 

Silvio de Barros Pinheiro.
OAB/SP. 68797