Dilma terá 40% do tempo de TV, contra 29,5% de Serra
Pela 1ª vez desde redemocratização, candidato do PT será líder em espaço
Se o DEM ficar neutro na disputa, petista fica com dobro do tempo de tucano; Marina ficará com apenas 1min10s
RANIER BRAGON
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, terá 40% do total do tempo de TV destinado à propaganda eleitoral dos postulantes ao Palácio do Planalto, que começa em 17 de agosto.
A fatia é 35% superior à que terá o tucano José Serra e representa fato inédito na história do PT -em nenhuma das cinco eleições presidenciais desde a redemocratização o partido ocupou o maior espaço na TV.
O predomínio se dá porque o PT e os partidos coligados a ele -com destaque para o PMDB- elegeram um maior número de deputados federais, principal critério estabelecido na lei para a definição do tempo de TV.
A situação da petista pode melhorar caso o DEM rompa com Serra e não confirme a aliança com os tucanos na convenção de amanhã, hipótese menos provável.
Se isso acontecer, Serra perde um terço do seu espaço previsto, que seria redistribuído a todos os candidatos. Dona da aliança mais robusta, Dilma herdaria 64% desse “espólio” e, assim, ficaria com o dobro do tempo de TV.
Mantida a aliança PSDB-DEM, entretanto, a petista terá praticamente 10 minutos de cada bloco de 25 minutos -serão exibidos duas vezes ao dia, às terças, quintas e sábados, de 17 de agosto a até três dias antes das eleições.
Serra terá 7min23s (29,5% do total) e Marina Silva (PV) apenas 1min10s (5%).
Além dos blocos, a propaganda se dará também por meio de peças diárias de até um minuto, nos intervalos, as inserções partidárias.
A distribuição segue a lógica dos blocos. Dilma terá em torno de cinco inserções de 30 segundos por dia. Serra terá 3,5 peças; Marina, uma a cada dois dias.
Os dados foram calculados com base na Lei Eleitoral, nas coligações e nas candidaturas já anunciadas.
“O espaço será importante para fazermos a disputa de projetos”, disse Rui Falcão, da campanha de Dilma.
“É claro que o bom seria um tempo maior de TV, mas isso não quer dizer que não teremos tempo para falar do nosso trabalho”, afirma a senadora Marisa Serrano (MS), vice-presidente do PSDB.
Marina diz que usará linguagem publicitária. “As outras candidaturas não vão fugir muito do [roteiro] candidato, povo fala, clipe e jingle. No nosso caso, vamos ter que usar outros recursos”, afirma o publicitário Paulo de Tarso.
Candidata do PT vai aparecer mais na TV em 45 dias do que a Coca-Cola em 5 meses
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A arma de propaganda mais vital na campanha eleitoral são os comerciais curtos espalhados ao longo da programação das emissoras de rádio e de TV. O eleitor tende a não ter como se desviar desses filmes, em geral de 30 segundos de duração.
Nesse tipo de marketing, Dilma Rousseff (PT) tem vantagem sobre seus adversários diretos, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).
As cinco inserções diárias de 30 segundos às quais a petista terá direito durante os 45 dias da propaganda eleitoral equivalem a mais do que a Coca-Cola teve, nessa mesma modalidade de comercial, no período de janeiro a maio deste ano.
A marca de refrigerante mais famosa do mundo contratou 999 inserções de 30 segundos nas seis principais emissoras de TV do país durante os primeiro cinco meses deste ano -apenas na chamada “praça São Paulo”, a capital paulista e os municípios do seu entorno.
Dilma Rousseff terá 1.125 comerciais com essa duração em apenas 45 dias nessas mesmas seis emissoras que veicularam os filmes da Coca-Cola. Mas com uma diferença: no caso dos políticos, as propagandas também são exibidas em todos os canais de rádio e de televisão aberta e por assinatura do Brasil. Nenhum anunciante privado faz uma campanha tão abrangente.
José Serra terá direito à metade do tempo de Dilma quando se trata de inserções de 30 segundos. Marina Silva só tem 15 segundos por dia e terá esperar sempre 48 horas para acumular 30 segundos.
Mais tempo na TV e no rádio não garante vitória a ninguém. Há dezenas de casos recentes mostrando fracassos retumbantes dos reis do horário eleitoral. O exemplo clássico é o de Ulysses Guimarães (1916-1992). Candidato do PMDB a presidente em 1989, ele tinha 37% a mais que o segundo colocado no ranking de tempo na propaganda oficial. Ulysses terminou a disputa em sétimo.
O importante parece ser ter tempo na propaganda eleitoral e uma mensagem que ecoe positivamente entre os eleitores. Foi assim com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ganhou o Planalto em 1994 e 1998.
Desta vez, é cedo para dizer qual candidato terá sucesso na TV e no rádio. Por enquanto, aparecendo ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista Dilma sempre subiu nas pesquisas após estrelar comerciais do PT. Já José Serra e Marina Silva, depois de ir à TV, ficaram quase no mesmo lugar.
o Seu José esse mês de junho deu R$8,00 de aumento para os Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo, e isso depois de varios anos sem dar aumento nenhum, pode isso Dr. Guerra?
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