Polícia Federal prende dono de faculdade de Mogi Guaçu 1

OPERAÇÃO TORMENTA: Polícia Federal prende dono de faculdade de Mogi Guaçu

Por Felipe Forti Tonon

A Polícia Federal cumpriu na quarta-feira, 16, em Mogi Guaçu, um mandado de busca e apreensão que faz parte da operação ‘Tormenta’, que investiga uma quadrilha de fraudadores de concursos públicos em todo o País. Ao todo, de acordo com a PF, foram realizados 12 mandados de prisão temporária e 34 de busca e apreensão, sendo 21 na Grande São Paulo, um no Rio de Janeiro, três na região de Campinas, incluindo Mogi Guaçu, e nove na Baixada Santista.

Em Mogi Guaçu a Polícia foi até um apartamento e uma faculdade da cidade. Um homem, proprietário da escola, foi levado para prestar depoimento na sede da PF em São Paulo. O JC apurou que uma mulher, que estava na residência, também foi encaminhada à sede da PF. Entretanto, não há informações se a mulher tem envolvimento com a quadrilha, uma vez que ela morava com o suspeito há cerca de um ano e as fraudes, segundo a Polícia, acontecem há 16 anos.

Contudo, a informação é de que a mulher permanece em São Paulo à disposição da Justiça. As investigações começaram depois que informações foram obtidas durante investigação social realizada no concurso para agente da PF de 2009. Com os dados ficou constatado que a quadrilha atuava em todo o País, mediante o acesso aos cadernos de questões, antes da data de aplicação das provas. Além do concurso da PF, o grupo teve acesso privilegiado às provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (2ª fase/2010) e do concurso da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994).

Cerca de 110 pessoas que tiveram acesso às provas estão sendo investigadas. A quadrilha cobrava até R$ 270 mil por um único gabarito. O delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, chefe da operação, disse que não divulgaria os nomes dos envolvidos para não atrapalhar nas investigações.
Falsificação
A organização criminosa também teria se articulado para fraudar, sem sucesso, concursos da CEF (Caixa Econômica Federal), Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), INSS, AGU (Advocacia Geral da União), Santa Casa de Santos, Defensoria Pública da União e Faculdade de Medicina de Ouro Preto.
Também foram constatados indícios de fraudes em outros concursos, que serão investigados pela PF. O grupo ainda atuava na falsificação de documentos e diplomas exigidos pelos concursos quando o candidato não possuía a formação exigida. Ainda segundo a PF, a quadrilha era composta pelos seguintes membros: o líder da organização criminosa, os responsáveis pelo desvio das provas, os distribuidores, os aliciadores, os clientes, os falsificadores e os professores.

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