POLÍCIA MILITAR BUSCA AUTOINCLUIR-SE NA CULTURA INDÍGENA 11

Sexta-feira, 09/04/10 – 10:18

Índios guaranis farão pajelança em quartel da Polícia Militar

 

Dentro da filosofia de Polícia Comunitária e buscando a inclusão social como  parte das comemorações do Dia do Índio (19 de abril), às 10 horas da próxima quinta-feira (15), o 12º Batalhão de Polícia Militar do Interior (12º BPM/I), sediado em Botucatu, receberá 20 integrantes da Aldeia Teguaporã, da cidade de Itaporanga, a 363 quilômetros da Capital. Liderados pelo cacique Darã, os índios apresentarão números de dança denominados ‘Mungaraí’ , acompanhados  de cânticos e movimentos herdados de seus ancestrais.

Após a apresentação, o cacique Dará e o pajé Awa Wyty iniciarão o ritual da ‘Pajelança’ – um termo genérico aplicado às diversas manifestações do xamanismo dos povos indígenas brasileiros, que se refere a rituais nos quais um especialista entra em contato com entidades não-humanas (espíritos de mortos, de animais etc.), visando resolver problemas que acometem pessoas ou coletividades.

O grupo benzerá as viaturas de Polícia Militar, bem como os portões da unidade policial. Sempre ao som de cânticos, o cacique Darã borrifará fumaça do Petenguá – uma espécie de cachimbo feito de madeira – nos veículos, policiais e convidados. O objetivo da cerimônia é proteger policiais e viaturas de tiroteios, acidentes de trânsito ou quaisquer perigos enfrentados no desempenho da profissão.

Batismo e nomes indígenas
Na segunda parte da cerimônia, o comandante do 12º BPM/I, juntamente com um aluno da rede pública de Botucatu, do Programa Jovens Construindo a Cidadania (JCC), serão batizados pelos índios e ganharão nomes no idioma Tupi-Guarani. O batismo indígena serve para dar proteção, além de promover a integração cultural dos povos.

O comandante do 12º BPM/I convida toda a população para participar do evento, que acontecerá em frente ao batalhão, na rua General Júlio Marcondes Salgado nº 414, no centro de Botucatu, a 235 quilômetros da Capital. Os índios levarão colares, pulseiras, arcos, flechas, cocares e outros artesanatos para exposição e venda. Quem comprar as peças também poderá ter os objetos benzidos pelo pajé Awa Wyty.

Intercâmbio cultural
O cacique Darã, líder da Aldeia Teguaporã, que conta com cerca de cem índios instalados  na cidade de Itaporanga –  oriundos das terras indígenas de Araribá, em Avaí –,  é o orientador do programa Jovens Construindo a Cidadania (JCC), que é aplicado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, desde 1999.

Em 2007, Darã participou da Conferência Anual do JCC, na cidade de Ogden, em  Utah, nos Estados Unidos, onde ministrou palestra para cerca de 1,8 mil estudantes, policiais e professores de vários países. Darã também é coordenador do Intercâmbio Cultural entre as tribos das etnias Tupi-Guaranis e Terenas com índios americanos da tribo dos Micossukees. Na mesma época, Darã e policiais militares do Estado de São Paulo visitaram a aldeia, que fica no Parque Nacional dos Everglades, no estado da Flórida, sendo recebidos pelo cacique Billy Cypress, que está agendando viagem ao Brasil.   

Setor de Comunicação do 12º BPM/I

EU ME AUTOLESIONO…NÓS NOS AUTOLESIONAMOS…EU ME AUTOINVESTIGO…TU AUTOINVESTIGA-SE…NÓS NOS AUTOABSOLVEMOS 10

10/04/10 – 09h51 – Atualizado em 10/04/10 – 14h33

  •  

    Ministério Público exige explicação sobre 10 mortes em delegacias em SP

    Promotoria quer que corregedoria da Polícia Civil investigue as mortes.
    Das vítimas, duas não tinham antecedentes criminais.

     Da Agência Estado

    O Ministério Público Estadual de São Paulo quer que a Corregedoria da Polícia Civil investigue dez mortes de presos consideradas suspeitas ocorridas em distritos policiais de São Paulo em 2009. O objetivo é tirar os inquéritos das delegacias onde os detentos morreram. Para os promotores, não seria razoável que quem tinha a obrigação de zelar pela integridade física do preso fique responsável pela apuração de sua morte.

    O caso criou um impasse entre os promotores do Grupo de Atuação Especial e Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) e a cúpula da Polícia Civil. É que os integrantes do Gecep pediram à polícia que publicasse um ato normativo para que os casos futuros fossem imediatamente assumidos pela corregedoria, a fim de garantir a transparência e a isenção necessárias aos inquéritos sobre as mortes.

    Os promotores consideram inadmissível que um policial investigue um crime que se passou dentro de sua própria delegacia. A cúpula da Polícia Civil manifestou-se por escrito contra o pedido feito pela promotoria e pretende manter as investigações sobre as mortes nas delegacias onde o fato ocorreu. As respostas do subdelegado-geral, Alberto Angerami, e do delegado-geral, Domingos Paulo Neto, foram encaminhadas aos promotores no dia 30, pelo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.

    De acordo com o relatório dos promotores, dos dez presos mortos, dois não tinham antecedentes criminais, outros dois já teriam tentado suicídio anteriormente e um dos casos foi registrado pela delegacia como “autolesão”.

    _____________________________

    Nas regiões mais civilizadas deste Estado, quando de casos como os acima descritos, ou seja, mortes violentas ou suspeitas em dependências  da Polícia Civil, há muitos anos, as investigações são desenvolvidas pelos órgãos corregedores.