“Esse convênio é um artifício usado por um Estado que remunera mal para dizer que a partir de agora está pagando melhor”. 5

11/03/2010 – 18h17

Convênio permite que policiais militares trabalhem nos dias de folga em SP; prefeitura paga as horas extras

Raquel Maldonado
Do UOL Notícias
Em São Paulo

  • Camelôs protestam na rua 25 de Março, principal centro de comércio popular da cidade de<br> São Paulo, devido a ocupação da Polícia Militar para coibir o comércio irregular na regiãoCamelôs protestam na rua 25 de Março, principal centro de comércio popular da cidade de
    São Paulo, devido a ocupação da Polícia Militar para coibir o comércio irregular na região

Um convênio entre a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar permite que policiais trabalhem em seus dias de folga. Os recursos para o pagamento dos profissionais que decidem trocar o dia livre por algumas horas de trabalho serão pagos pela prefeitura, de acordo com o convênio assinado no fim do ano passado.

Segundo informou a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras por meio de uma nota, com o convênio, “a prefeitura tem o apoio e a competência da Policia Militar para agir e atuar em situações que estão fora da alçada da administração municipal. Além disso, a iniciativa proporciona ações de policiamento preventivo e, se necessário, ostensivo, para a preservação da ordem pública, aumentando a segurança, tanto para os comerciantes, como para os consumidores”.

De acordo com o coronel da Polícia Militar Orlando Taveiros, já existem mais de 800 agentes cadastrados para trabalhar em seus dias de folga. “Estamos colocando nas ruas diariamente desde 2 de dezembro do ano passado entre 180 e 200 homens a mais do que antes”, disse. A operação começou na região da rua 25 de Março, mas atualmente os policiais atuam também no largo 13 de Maio –em Santo Amaro– e na região do Brás.

Segundo um balanço feito pela Secretaria de Segurança Pública, nos quatro primeiros meses de convênio, os roubos na área da rua 25 de Março diminuíram 64%. Já os furtos apresentaram queda de 18%. O estudo também indica que por dia são recuperados, em média, 400 sacos de mercadorias contrabandeadas. No total, desde dezembro, a PM apreendeu 47.600 CDs, DVDs e programas de computador falsificados.

Somente na região do Brás –área que abrange o largo da Concórdia e as ruas Barão de Ladário e Maria Marcolina–, nos três primeiros meses deste ano foi registrada uma queda de 43,7% no índice de roubos e de 12,5% no de furtos, em relação ao mesmo período de 2009. A Secretaria de Segurança Pública realça a eficácia da iniciativa em ruas como a Rangel Pestana, onde houve uma diminuição de 80% nos roubos e 28% nos furtos. O convênio tem validade de três anos.

Artifício
Para Fernanda Magano, secretária-geral do sindicato dos psicólogos de São Paulo, “esse convênio é um artifício usado por um Estado que remunera mal para dizer que a partir de agora está pagando melhor”. Segundo ela, que trabalha há 17 anos na Secretaria de Administração Penitenciária, “a iniciativa é uma forma de institucionalizar os já tradicionais bicos na área da segurança feitos pelos policiais como uma forma de conseguir um dinheiro extra”.

Rua 25 de Março

  • Fabio Braga/Folha Imagem -19.12.2009A região da 25 de Março recebe mais de 1 milhão de pessoas diariamente em épocas como o Natal
  • Almeida Rocha/Folha Imagem -02.12.2010No 1º dia da ação conjunta, vários camelôs protestaram contra a ocupação da Polícia Militar

Fernanda ainda afirma que a ação é completamente contrária ao defendido por profissionais de saúde que trabalham com policiais. “Isso mostra uma precariedade na contratação de mão de obra e a opção do poder público em pagar uma bonificação aos profissionais já contratados ao invés de abrir novas vagas. O resultado disso são profissionais cansados, muitos deles com quadros de síndromes relacionadas ao excesso de trabalho”, enfatizou a psicóloga.

Entre os sintomas, Fernanda ressalta a perda de energia física e psíquica que resulta, principalmente, na falta de concentração, em uma maior probabilidade de cometer erros durante uma ação e no uso da violência, muitas vezes em excesso.

O coronel Orlando Taveiros rebate as criticas afirmando que ainda que ilegal, “é público que muitos policiais exercem atividades de segurança em porta de mercado, em postos de gasolina e até como pedreiro em suas horas livres. Além de perigosa, essas atividades são mais cansativas. Mesmo estando fora de seu horário de trabalho, os policiais têm a sua disposição todo o material necessário para sair às ruas, além de todas as garantias e direitos, caso aconteça alguma coisa”, completou.

Ainda que com algumas ressalvas, José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública no governo de Fernando Henrique Cardoso, faz um balanço positivo da iniciativa, tendo em conta principalmente a diminuição de agentes atuando em atividades informais. Entretanto, ele ressalta que o ideal seria que os agentes ganhassem suficientemente bem para aproveitar seus dias de folga descansando com a família. “Este arranjo não é o ideal, mas já é positivo. Já que muitos realizam em suas horas livres outras atividades para ganhar um dinheiro extra, é melhor que o faça com todo o apoio e proteção do Estado”, analisa.

R$ 12,35 por hora
Na opinião de Vicente Filho, o principal ponto negativo do convênio é o valor pago pela prefeitura a estes profissionais que se disponibilizam a continuar exercendo a função mesmo em seu horário livre. Atualmente, o policial militar ganha R$ 12,35 por cada hora trabalhada. “Os policiais militares de São Paulo são profissionais muito bem qualificados que deveriam ganhar nessas condições pelo menos cinco vezes a mais por cada hora trabalhada”, enfatizou o especialista.

O pouco tempo livre também é apontado pelo ex-secretário como um problema, mas ele enfatiza que a própria jornada de trabalho normal dos policiais militares está longe de ser ideal. “Hoje, o policial cumpre um esquema de 36 horas de folga para cada 12 horas trabalhadas. Pelo desgaste e estresse sofrido, essa jornada é considerada desumana. O ideal seria uma carga de 8 horas, como ocorre na maioria das policias do mundo”, disse.

Levando em conta essa jornada de trabalho, normalmente os policiais teriam direito a 15 dias de folga por mês. De acordo com o coronel Taveiros, desses 15 dias, os agentes poderiam trabalhar no máximo 12, com uma carga horária de oito horas por dia. Com isso, um policial pode chegar a trabalhar 27 dias por mês tendo apenas 3 dias de folga.

Para a psicóloga Fernanda Magano, isso é claramente insuficiente e perigoso para a saúde do profissional. Vicente Filho, que comparte a mesma opinião, acrescenta que o ideal seria que os agentes tivessem, no mínimo, seis dias livres por mês para não comprometer a eficácia de seu trabalho.

Quando questionado sobre a possibilidade do policial militar se desgastar com as horas extras de trabalho, o coronel Taveiros disse que “os profissionais responsáveis por montar o quadro de horários estão bastante atentos para não sobrecarregar o policial”.

O soldado Anésio Tolentino Jr., um dos 800 policiais militares cadastrados para trabalhar nas horas livres, afirma que mesmo sendo inferior ao recebido por um dia de trabalho normal, o que mais lhe chamou a atenção foi o salário, superior ao pago em atividades informais. “Nunca realizei atividades extra-corporação, mas conheço muitos policiais que já trocaram os bicos por horas extras como policial”, disse.

O soldado Tolentino ressalta a importância da iniciativa afirmando que o trabalho é muito mais seguro e menos desgastante que outras atividades informais. “O cadastro é voluntário, então escolhemos quando queremos trabalhar. Além disso, estamos acostumados com o serviço, não tem mistério” justifica.

Ele disse ao UOL Notícias que está utilizando o dinheiro extra para pagar a faculdade. “Acredito que essa iniciativa é vantajosa tanto para o policial que não precisa ficar na informalidade para conseguir um dinheiro extra quanto para o cidadão que fica mais protegido com o aumento do contingente”, completou o universitário do curso de letras.

LUIZ NASSIF E A ESCANDALIZAÇÃO DA FOLHA 2

11/03/2010 – 08:00

A escandalização da Folha

Na “denúncia” da Folha, sobre meu contrato com a EBC, uma demonstração do tipo de jornalismo menor a que Otavio Frias Filho levou o jornal. É um suicídio lento, sistemático, sem retorno.

O programa Projeto Brasil seria renovado com a TV Cultura. Não o foi devido a críticas que fiz a José Serra – conforme consta de respostas que dei ao jornal, sobre as razões de minha ida para a EBC e que foram suprimidas da matéria. Se a intenção fosse ser chapa branca, não faria as críticas merecidas à Sabesp e ao Serra.

Não há um elemento que caracterize irregularidade ou proteção no contrato. Os valores estão claros, dentro da lógica de qualquer programa de TV aberto ou fechado. Foram fixados com base no contrato inicial que mantive com a Fundação Padre Anchieta. E o programa tem importância estratégica para a TV Brasil, conforme se confere no comentário do diretor de programação Rogério Brandão, em email à Helena Chagas, diretora de jornalismo (clique aqui):

O Brasilianas tem a cara da TV Pública! É um programa que estaria na PBS americana facilmente. Penso que com o tempo ele crescerá, e terá um papel relevante na grade. Nossa 2ª feira agora tem um concorrente à altura do Roda Viva.

No próprio texto da matéria fica explícito o motivo da escandalização do factóide: o desmonte do falso escândalo que a Folha criou sobre a Eletronet. Fala em defesa de José Dirceu. Falso! Através de um expediente malicioso, foi a Folha quem fez o jogo do empresário que contratou Dirceu. Era interesse de Nelson implodir o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) porque, saindo, matava qualquer possibilidade de ressuscitar a falecida Eletronet e, com isso, de ele ganhar os tais R$ 200 milhões. Se contratou Dirceu para atuar no caso, seria justamente para implodir o PNBL.

Maliciosamente a Folha pegou o contrato dele com Dirceu – passado a ela pelo próprio Nelson dos Santos –  para afirmar que visava justamente aprovar o PNBL. A intenção era clara: como Dirceu é estigmatizado, o simples fato de se afirmar que seu lobby seria a favor do PNBL ajudaria a  explodir o programa – e, consequentemente, a beneficiar Nelson dos Santos.

Esse tema foi exposto no post “Eletronet: o lobby foi da Folha“. Em “O jogo em torno da Eletronet” avancei hipóteses sobre outros possíveis interesses do grupo em relação ao tema. Em “A falta de rumo do caso Folha-Eletronet” mostrei a tergiversação do jornal, tentando salvar a manobra mudando de direção, mas com os mesmos objetivos, de implodir o PNBL.

Para despertar o espírito corporativo interno, a matéria diz que minhas notas no caso Eletronet tentaram desqualificar jornalistas. Ora, é fato inédito o jornal se levantando em defesa de seus jornalistas. Nesta mesma semana, Otavinho conferiu a terceiro o direito de fuzilar dois jornalistas seus em plenas páginas do jornal, tratando-os como “delinquentes”. Todo jornalista da Folha sabe que, a qualquer momento, poderá ser o alvo da deslealdade de seu chefe, que age assim mesmo.

Quando percebeu que nem os jornalistas suportavam mais o amordaçamento total a que foram submetidos e começavam a pipocar aqui e ali matérias fora desse padrão suicida de manipulação, convocou Demétrio Magnolli para executar exemplarmente dois deles em praça pública: através da página 3 do jornal, em um artigo que os tratava como “delinquentes”. A intenção foi, liquidando covardemente com dois deles (em um tema, cotas raciais, que não tem nenhuma relação com a guerra política empreendida pelo jornal), enquadrar os demais.

Quanto às minhas críticas ao Márcio Aith, jamais atacaria um colega por um erro de interpretação de matéria, ainda que grave. Há outras razões bem mais substantivas, sobre as quais Aith  poderá fornecer detalhes. Apenas adianto que ele foi testemunha de acusação contra mim em um caso – a série sobre a Veja – em que tinha sido minha fonte.

Já a Folha, em algum momento do futuro terá que se haver e prestar contas de seus próprios escândalos – inclusive com entes públicos -, que não são meros factóides, com os quais tentou me atingir.

Abaixo, o teor do email que recebi do repórter da Folha, seguido das minhas respostas. É um elemento bastante didático para as escolas de jornalismo, sobre como definir, primeiro, o alvo, e depois sair caçando qualquer coisa que possa ser utilizada contra ele. Depois das respostas, a matéria da Folha.

Peço aos colegas que espalhem essa resposta, especialmente em blogs que estão reproduzindo a matéria da Folha.

Perguntas e respostas à Folha

-De quem partiu a iniciativa para a contratação da sua empresa Dinheiro Vivo Agência de Informações pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação)? O projeto lhe foi requerido pela EBC ou o sr. procurou a EBC?;

O projeto já existia na TV Cultura. Foi descontinuado na gestão Mendonça. Seria retomado no final de 2008. Já havia reunião marcada por Paulo Markun para discutirmos o novo contrato. Dias antes fui informado que não haveria mais a renovação. Entre a marcação do dia e a desistência da FPA, escrevi matérias sobre a piora nos balanços da Sabesp, criticando as campanhas publicitárias que ela bancava em nível nacional.

Se a Cultura não tivesse desistido do projeto, na Cultura ele teria permanecido. Com a desistência, procurei a EBC e ofereci o programa.

-Que critérios objetivos o sr. adotou para estipular a sua remuneração de R$ 660.000,00 como apresentador e responsável pelo programa?

O valor que considerei justo. E que guarda correspondência com o primeiro contrato que firmei com a Fundação Padre Anchieta (FPA) como comentarista do Jornal da Cultura e apresentador do Projeto Brasil.

No contrato com a FPA havia um envolvimento menor da minha equipe com o programa, cuja gravação ficava a cargo da TV Cultura.

Com a EBC, além de comentarista do Repórter Brasil, há um envolvimento amplo com o programa Brasilianas.org que é entregue pronto. Há uma equipe contratada especialmente para o programa (Nota: já que a EBC, em processo de formação, não tinha ainda estrutura interna para as gravações) – cujos custos são cobertos pela EBC. Mas há todo um trabalho da equipe da Dinheiro Vivo com conteúdo, supervisão das gravações de TV, agendamento de entrevistas, convite aos debatedores. Além da minha participação pessoal.

Com a FPA o contrato previa participação nos patrocínios, garantido um mínimo mensal. A EBC não tem essa modalidade.

Um dos elementos de fixação de proventos ou salários de jornalistas – adotado por todos os veículos, inclusive a Folha – é o grau de reconhecimento e projeção perante a opinião pública.

Como o colega deve se recordar, no último Prêmio Comunique-se fui um dos três finalistas da Categoria Melhor Jornalista de Economia da Televisão, junto com a Mirian Leitão e o Joelmir Betting (que venceu). E não concorri ao de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita porque havia vencido a edição anterior e o Prêmio proíbe a reeleição.

Em suma, os mesmos fatores que são levados em conta em qualquer contratação de jornalistas ou projeto por emissoras de TV.

-Por que a sua contratação não se submeteu a uma licitação pública, preferindo ser fechada por “inexegibilidade”?

A EBC pode explicar melhor. Mas presumo que por dois motivos.

Ponto 1: notória especialização.

Os prêmios que acumulei ao longo de minha carreira e nos últimos anos atestam essa minha especialização.

Ponto 2: sou o criador do Projeto Brasil de discussão de políticas públicas casando TV e Internet apresentado à EBC, que entendeu que se adequava perfeitamente ao espírito de uma TV que pretende abrir espaço para as grandes discussões públicas. É um projeto inovador e sem similar. Preenchem-se, assim, as duas condições para inexigibilidade de licitação.

Chamo a atenção para uma questão similar.

No dia 3 de abril de 2009, através do Diário Oficial do Estado fica-se sabendo que a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), ligado à Secretaria da Educação de São Paulo, adquiriu 5.499 assinaturas do jornal Folha de São Paulo, com inexigibilidade de licitação.

Creio que o argumento jurídico é o mesmo que fundamenta minha contratação pela EBC com inexigibilidade de licitação.

-O primeiro pagamento da EBC para a sua empresa data de 24 de julho de 2009. Contudo, até a presente data, cerca de 7 meses depois, nenhum programa foi ao ar (a estreia está prevista para segunda-feira). O que aconteceu?

Um período inicial para a montagem da equipe e a formatação do programa (construção de cenários, discussão da linguagem televisiva). Depois, a definição da grade de programação da EBC, que pode ser melhor explicada por ela própria. Os programas estão sendo produzidos e já existem vários gravados. E trabalho no projeto desde a data de assinatura do contrato, conforme você pode conferir nos relatórios apresentados.

-No cronograma da produção do programa, observei que estão previstas ou foram realizadas gravações de evento denominado “Sarau do Luís Nassif”. Contudo, verificando o Projeto Básico, não encontrei nenhuma previsão relativa à gravação do “Sarau”. Qual a exata ligação entre o “Sarau” e o programa televisivo e por que isso não constou do Projeto Básico?

É impossível definir, em um Projeto Básico, todas as ações a serem tomadas no decorrer de um ano.

A montagem de um programa pressupõe vinhetas de abertura e fechamento. O Projeto Brasil, da TV Cultura, iniciava e terminava com cenas de arquivo com música brasileira. Pensou-se em repetir o modelo, mas comigo tocando bandolim. Depois de ver o resultado final, achei que poderia passar a ideia de cabotinismo e desisti.

Apenas isso, já que todas as cenas foram gravadas, constam de nossos arquivos e não implicaram nenhum custo adicional para a EBC.

-Segundo me informou a EBC, o primeiro programa, cuja estreia deverá ocorrer na segunda-feira que vem, tratará do tema da Defesa. O sr. ou suas empresas trabalham com empresas ligadas ao setor? Quais eventos do chamado “Projeto Brasil” receberam patrocínio de empresa (s) ligada (s) ao setor? De acordo com meus levantamentos, a empresa francesa Dassault Aviation, que tem interesse direto na venda de equipamentos militares para o governo brasileiro, patrocinou um seminário promovido pelo sr. no dia 17 de dezembro de 2008, no Novotel Hotels, em São José dos Campos. Caso o sr. ou suas empresas prestem consultoria ou tenham outros tipos de vínculos negociais com essas empresas da área militar, o sr. informou à EBC possível conflito de interesses? Ou o sr. entende que tal eventual conflito é inexistente e, por isso, nada informou?

É importante qualificar melhor esse “meus levantamentos”. Todos os seminários do Projeto Brasil têm patrocínios que são públicos, saem em anúncios, grande parte dos quais foram publicados no caderno Dinheiro da própria Folha durante muitos e muitos anos – anúncios que eram descontados do meu salário de colunista, conforme o Otavinho poderá lhe informar. Portanto, não há informações secretas que exijam grandes pesquisas.

No seminário em questão, o patrocínio foi de R$ 15 mil, brutos, ou R$ 13 mil líquidos. Os custos diretos com o evento foram de R$ 9.448,65 – salão, recepção, projetores, gravação etc.

Se se computar custos de translado para São José dos Campos, de uma equipe de quatro pessoas, mais o tempo que elas e eu dedicamos ao evento, sairíamos no prejuízo. Mas mantivemos o Seminário por considerá-lo relevante para a discussão de políticas públicas.

Mas mesmo que os patrocínios tivessem permitido um bom lucro, não há razão para não considerá-los legítimos, da mesma maneira que são legítimos os anúncios publicados em cadernos temáticos especiais pela Folha.

Outro ponto importante é que os patrocinadores jamais participaram da elaboração dos temas do Seminário e dos palestrantes convidados.

Conforme você poderá conferir nos anais do Seminário (http://blogln.ning.com/page/industria-da-defesa) um dos principais palestrantes foi o saudoso João Verdi, da Avibras, que buscava parceria com os russos da Sukhoi e, portanto, era concorrente direto da Dassault na licitação FX. Em outros seminários de Defesa recebemos patrocínio da Dassault, Embraer, da sueca Grippen, como consta dos anúncios publicados.

Vamos, agora, às práticas comerciais de outros jornais, tomando o exemplo o jornal Valor Econômico – que tem como um dos sócios e responsável por sua gestão a Empresa Folha da Manhã.

No dia 7 de abril de 2009, o Valor Econômico realizou seminário sobre Defesa em Brasília, tendo como um dos patrocinadores a Thales, ligada ao grupo Dassault. A comprovação pode ser encontrada no link http://www.valoronline.com.br/seminarios/HTML/Seminarios/EstrategiaDeDefesa/realizacao.html.

No dia 1o de março de 2010, outro Seminário sobre o Complexo Industrial da Saúde, onde consta apoio do Ministério da Saúde (http://www.valoronline.com.br/seminarios/Seminario/index.aspx?codSeminario=143).

Além do apoio, o Ministério participou também da elaboração dos temas e da escolha dos convidados.

Pela programação do seminário, identificam-se os seguintes expositores da área federal: o Ministro da Saúde, o chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos da Área Industrial do BNDES, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (estatal), o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), e diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No site do Valor pode-se conferir também o seminário “Investimentos estratégicos para o desenvolvimento do Nordeste”, com apoio do Ministério da Integração Nacional (http://www.valoronline.com.br/seminarios/Seminario/index.aspx?codSeminario=136), tendo como palestrantes dirigentes da Sudene, do Banco do Nordeste do Brasil e Chefs – empresas públicas.

Ou então – voltando para os patrocínios privados – o seminário “Relicitação ou Prorrogação das Concessões do Setor Elétrico”, tendo como patrocinador uma empresa interessada no setor, a CPFL.

Pergunto: esses seminários, importantes para enriquecer o debate nacional, podem ser considerados uma forma de consultoria ou de lobby do jornal Valor? Acredito que não.

-De acordo com os levantamentos feitos no Siafi, o sr. recebeu R$ 14.480,00 (já descontados os impostos) para proferir, no ano passado, uma palestra para a FINEP, empresa pública vinculada ao Ministério da Ciencia e Tecnologia. Em quais critérios objetivos o sr. se baseou para cobrar o valor?

A palestra foi proferida em Palmas, Tocantins, em um evento para o setor privado denominado de “Inovação em Tempo de Crise”. Minha palestra teve como tema “O Novo Padrão de Desenvolvimento pós-crise”. O critério adotado foi de um desconto no valor que cobro para palestras fora de São Paulo.

Devido aos nossos prazos jornalísticos de fechamento, solicito, se possível, uma resposta até o início da tarde de amanhã, quinta-feira.

Bom, o objetivo da Folha foi o de devassar os negócios da Dinheiro Vivo, valer-se de um tom inquisitorial para questionar negócios comerciais legítimos e com benefícios comprovados para a sociedade – basta conferir a relação de vídeos e trabalhos sobre mais de 50 temas relevantes, que disponibilizamos para a opinião pública. Não me furtei a apresentar os esclarecimentos solicitados.

Julgando-se a Folha no direito de questionar-me sobre os negócios da DV, me dá o direito de questioná-la sobre seus negócios. Oportunamente enviarei email com perguntas importantes para entender o relacionamento da Folha com entes públicos.

Peço apenas que me confirme se as respostas foram satisfatórias, se todas as dúvidas foram apresentadas e esclarecidas e se, mesmo assim, ainda valerá uma reportagem. Caso se mantenha a reportagem, solicito informar o dia para que minhas perguntas e respostas possam sair simultaneamente, sem furar seu trabalho.

Segundo email enviado

-Na sua resposta à minha dúvida sobre a sua remuneração, o sr. citou custos com a produção do programa. Contudo, o valor total do contrato é de R$ 1,2 milhão. Portanto, metade dos recursos vai para a produção e metade para a sua remuneração pessoal.

Aqui vão os dados do último relatório que está sendo fechado agora.

O contrato inicial previa R$ 60.000 mensais brutos para a DV e R$ 30 mil líquidos para a produção. Bruto, sai R$ 100.000,00 mensais.

Com as demandas adicionais da EBC (não previstas no plano inicial de trabalho), estão sendo gastos R$ 51.608.00 líquidos na produção (nota: específica de TV: aluguel de equipamentos, contratação de equipe, compra de material, locomoção etc), conforme prestação de contas.

Sobram R$ 49.000,00 brutos para a Dinheiro Vivo (e sua equipe) e para meus comentários. Ou cerca de R$ 39 mil líquidos.

-A minha pergunta sobre os patrocínios ao Projeto Brasil não diziam respeito à legalidade ou ilegalidade de tais patrocínios, mas simplesmente se o sr. comunicou à EBC, uma empresa pública, suposto conflito de interesse, ou se, de outra parte, entendeu que não havia conflito algum. Esse assunto me leva a outras perguntas:

Não há conflito de interesse.

-Quais são, exatamente, os atuais clientes da empresa Dinheiro Vivo? A pergunta tem pertinência porque o sr. agora apresenta um programa em emissora pública, percebendo para isso recursos públicos, do Orçamento da União. Assim, nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, conhecer melhor seus vínculos negociais. Nada mais natural, sob o ponto de vista do interesse público, que se saibam todos os detalhes do contrato firmado com o ente público.

Dinheiro público é aquele do contrato. Você tem o direito de fazer todas as perguntas pertinentes ao contrato. E eu de responder. Não consta que uma empresa fornecedora de produtos ou serviços para o setor público seja obrigada a abrir sua estratégia comercial.

Se a Folha se propuser a abrir seus dados comerciais, não veria problemas em abrir os da Dinheiro Vivo,

-O sr. ou a empresa Dinheiro Vivo fazem consultoria para empresas do setor de Defesa? Em caso positivo, quais são?

Não.

Sobre a resposta na íntegra, não é decisão que cabe a um repórter. Consultarei a editora a respeito. O sr. há de saber que o jornal é um produto finito, no qual não cabem todas as respostas de todos os entrevistados por toda a equipe de jornalistas ao longo do dia. Permita-me apenas observar que a publicação de uma resposta na íntegra nada tem a ver com “bons princípios jornalísticos”.

Não expor todos os argumentos da parte pode ferir.

Da Folha

EBC paga R$ 1,2 mi a jornalista pró-governo

Luís Nassif diz que “notória especialização” justifica contratação sem licitação pela estatal que mantém TV Brasil

RUBENS VALENTE

ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O jornalista e empresário Luís Nassif mantém um contrato anual, fechado sem licitação, de R$ 1,28 milhão com a estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), vinculada ao Palácio do Planalto e responsável pela TV Brasil.

A empresa de Nassif, Dinheiro Vivo Agência de Informações, produz um debate semanal, de uma hora, e cinco filmetes semanais de três minutos.

Do R$ 1,28 milhão do contrato, o jornalista fica com R$ 660 mil anuais a título de remuneração, o que equivale a salário de R$ 55 mil. Os pagamentos começaram em agosto. O programa estreou segunda-feira.

À Folha, por e-mail, Nassif afirmou que os insumos de produção cresceram de forma “não prevista no contrato original”, por conta de “demandas adicionais da EBC”, e que a parte destinada à Dinheiro Vivo corresponde a R$ 49 mil brutos mensais (ou R$ 39 mil líquidos), e não R$ 55 mil.

Os outros R$ 558 mil do contrato são destinados ao pagamento de uma equipe de nove pessoas e à compra de equipamentos. A gravação do debate é feita no estúdio da EBC, que também custeia deslocamento e hospedagem de convidados.

Em seu blog, Nassif tem se posicionado a favor do governo em várias polêmicas, discussões e escândalos. A página também se caracteriza por críticas a jornais e jornalistas.

Após a Folha ter revelado, no mês passado, que a Eletronet, empresa interessada em atos do governo, pagou R$ 620 mil ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, Nassif tentou desqualificar os jornalistas e fez a defesa de Dirceu.

A Dinheiro Vivo foi contratada por inexigibilidade de licitação, prevista na lei que regula as licitações. Indagado sobre isso, Nassif respondeu que a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação), vinculada à Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, adquiriu em 2009, também por inexigibilidade de licitação, 5.499 assinaturas da Folha.

Segundo a assessoria da Secretaria de Educação, idêntico procedimento foi adotado para a aquisição de assinaturas do jornal “O Estado de S. Paulo” e das revistas “Veja”, “Época” e “IstoÉ”. O objetivo das compras, segundo a secretaria, é abastecer as bibliotecas de de escolas públicas no Estado.

Para dispensar a licitação e contratar Nassif, a EBC argumentou que há uma singularidade no programa. Trata-se de um debate de uma hora semanal com três convidados, mediado por Nassif, que também recebe perguntas da plateia e de internautas.

Nassif disse à Folha que seu projeto já existia na TV Cultura, mas foi “descontinuado” logo depois de ele ter escrito artigos sobre “a piora dos balanços da Sabesp”. Sobre a dispensa da licitação, o jornalista afirmou: “Presumo que por dois motivos. Ponto um: notória especialização. Os prêmios que acumulei ao longo de minha carreira e nos últimos anos atestam essa minha especialização. Ponto dois: sou o criador do Projeto Brasil de discussão de políticas públicas casando TV e internet apresentado à EBC”.

Outros contratos

A EBC informou que mantém outros quatro contratos fechados por inexigibilidade de licitação. São relativos aos programas “Samba na Gamboa” (R$ 1,2 milhão anuais), da produtora Giros, “Papo de Mãe” (R$ 1,99 milhão), da produtora Rentalcam, apresentado pelas jornalistas Mariana Kotscho e Roberta Manrezi, “TV Piá” (R$ 1,34 milhão), dirigido pela jornalista Diléa Frate, e “Expedições” (R$ 1,66 milhão), da jornalista Paula Saldanha.

O diretor jurídico da EBC, Luís Henrique Martins dos Anjos, diz que a contratação de programas artísticos ou jornalísticos, cujos direitos autorais pertencem a outras pessoas, sem licitação e por notória especialização está amparada em um entendimento firmado pelo plenário do TCU, no acórdão nº 201/2001, relatado pelo ministro Benjamin Zymler.

Sérgio Sbragia, sócio de Diléa Frate na produtora Serpente Filmes, afirmou que a escolha de sua empresa “foi um processo muito criterioso”, que durou cerca de um ano.

A produtora Giros defendeu a dispensa da licitação. “O projeto “Samba na Gamboa” é apresentado pelo artista Diogo Nogueira. Em função do saber notório atribuído ao artista no mundo do samba (…), este contrato foi assinado de forma excepcional, dispensando licitação”, afirmou Maria Carneiro Cunha, da Giros.

A jornalista Paula Saldanha disse que o programa “Expedições” “está há 15 anos no ar, conquistando os melhores índices de audiência em todas as emissoras em que foi exibido (Manchete, TVE e TV Cultura)”. Procurada pela Folha na última terça-feira, a Rentalcam não ligou de volta até o fechamento desta edição.

Autor: luisnassif

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo indica que houve um aumento de 72% nas denúncias de corrupção envolvendo policiais civis e militares do Estado em 2009 7

Denúncias sobre corrupção na polícia aumentam 72% em SP
11 de março de 2010 09h29 atualizado às 09h34

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo indica que houve um aumento de 72% nas denúncias de corrupção envolvendo policiais civis e militares do Estado em 2009 (192 reclamações) em relação a 2008. A Polícia Civil teve mais queixas sobre corrupção – 109 contra 68 da Polícia Militar.

As informações estão em relatório anual divulgado pela ouvidoria, que indica ainda que aumentaram as reclamações sobre tráfico de drogas (47%), ameaças (13,89%), abordagem com excesso (136%), assédio moral (14%), discriminação (50), falsidade ideológica (200%), facilitação de fuga (300%), lesão corporal (13%), tortura (15%), entre outros.

Por outro lado, diminuíram as reclamações por maus tratos a presos (35%), constrangimento ilegal (51%), agressão (6%) e peculato (33%), entre outros

Aviso de Pauta – 11/3 – 14h – Governador e secretários participam do seminário Baixada em Ação 2010

paradipol@flitparalisante.com

data 11 de março de 2010 11:23
assunto Aviso de Pauta – 11/3 – 14h – Governador e secretários participam do seminário Baixada em Ação 2010
ocultar detalhes 11:23 (35 minutos atrás)
 
Quinta-feira, 11 de Março de 2010
Governador e secretários participam do seminário Baixada em Ação 2010
O governador José Serra e secretários de Estado participam do seminário Baixada em Ação 2010 – Crescimento com Sustentabilidade. Um dos principais objetivos do encontro é apresentar o que já está em execução e o que ainda deve ser feito na região, nas áreas de transporte metropolitano, desenvolvimento humano, tecnologia, qualificação, saúde, infraestrutura e mobilidade urbana e planejamento.
Evento: Abertura do seminário Baixada em Ação 2010 – Crescimento com Sustentabilidade
Data: Quinta-feira, 11 de março de 2010
Horário: 14h
Local: Associação Comercial de Santos – R. XV de Novembro, 137 – Santos/SP

“O papel da Assembleia é fiscalizar o Executivo. Esse caso não tem relação com governo do Estado, nem com a Casa. É uma CPI para intimidar.” 1

11/03/2010 – 07h00

PSDB diz que CPI da Bancoop em SP não será partidarizada; PT vê retaliação política

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Depois de instaurada a CPI da Bancoop na Assembleia Legislativa de São Paulo – caso que envolve petistas importantes e mutuários que até hoje não receberam casas financiadas pela cooperativa ligada ao sindicato dos bancários –, o líder tucano na Casa afirmou que a investigação não terá cunho eleitoral. Já o vice-líder do PT diz que a iniciativa é uma retaliação à única CPI nos últimos anos que investigou a gestão do presidenciável e governador de São Paulo, José Serra (PSDB). O petista refere-se à comissão que investigou supostas fraudes em licitações da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

“Sabemos que é difícil evitar partidarismos, mas nosso objetivo é dar uma resposta aos prejudicados pelo caso”, disse ao UOL Notícias o líder do PSDB na Assembleia Legislativa de São Paulo, Samuel Moreira. O vice-líder do PT, Simão Pedro, vê uso eleitoral do caso. “O papel da Assembleia é fiscalizar o Executivo. Esse caso não tem relação com governo do Estado, nem com a Casa. É uma CPI para intimidar.”

Na terça-feira (9), o Diário Oficial publicou o ato assinado pelo presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB), em que são instauradas três Comissões Parlamentares de Inquérito, incluindo a que tem como foco as denúncias de desvio de recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). Desde então os partidos têm 15 dias para indicar os membros da CPI. Moreira, autor do pedido, é cotado para assumir a presidência dos trabalhos.

A revista “Veja” informou que o Ministério Público de São Paulo investiga a denúncia de que R$ 26 milhões da entidade teriam financiado campanhas eleitorais do PT, incluindo a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. O presidente nacional da legenda, José Eduardo Dutra, rejeitou as acusações e foi à Justiça contra a publicação e contra o promotor José Carlos Blat, responsável pela investigação.

A investigação, que teve início em 2007, ainda não foi encerrada, mas na última sexta-feira, Blat pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de João Vaccari Neto, ex-presidente da Bancoop e atual secretário de Finanças do PT. Vaccari era cotado para ser tesoureiro da campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável adversária de Serra nas eleições de outubro.

Ex-subprefeito durante a gestão de Serra na capital paulista, Moreira foi ao Palácio dos Bandeirantes na quarta-feira (10), mas disse não ter conversado com o governador. “Nós estamos tratando CPI no âmbito interno da Assembleia. Não queremos criar polarização política com esse tema e, por isso, não tem sentido o governo do Estado se meter nesse assunto. Temos autonomia”, disse. O deputado afirmou que a indicação dos membros do partido na CPI será feita pelo deputado Celso Giglio, líder eleito da bancada e que assume o posto no dia 15 deste mês.

Manipulação
O vice-líder do PT vê na instauração da CPI da Bancoop uma “manipulação política” em retaliação ao sucesso da oposição em São Paulo de abrir a comissão que investigou supostas fraudes em licitações da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). “Foi a única CPI que instamos com 32 assinaturas, mas não aprovavam requerimento de supostos envolvidos. Quando aprovavam, eles não eram ouvidos. Eles passaram o trator, guardaram o rancor e agora estão levantando um assunto sobre o qual o senhor Blat ficou sentado por anos, até chegarem as eleições.”

Sobre os prejudicados pela Bancoop, Pedro respondeu que “o Ministério Público faz essa investigação há cinco anos. Nunca fez denúncia, nunca concluiu nada. O promotor Blat deixou o tema em ‘stand by’ para usar no momento oportuno como disputa política eleitoral. Não tem como vermos isso de outro jeito”.

O deputado Capitão Assunção (PSB-ES) subiu à tribuna da Câmara para conclamar os trabalhadores do setor de segurança a uma greve nacional em prol da PEC 300 26

2010/03/10 at 22:20 –  PISTOLA DO PADRE CHICO

Quarta-Feira, 10 de Março de 2010
10/3/2010 – 18:15h

Deputado conclama greve nacional em prol da PEC 300

Rodolfo Torres

Depois da decisão de adiar a votação das PECs em 20 dias na Câmara, o deputado Capitão Assunção (PSB-ES) subiu à tribuna da Câmara para conclamar os trabalhadores do setor de segurança a uma greve nacional em prol da PEC 300 (matéria cujo texto-base já foi aprovado).

“Só desse jeito vamos ser respeitados. Temos de parar o Brasil. Os trabalhadores de segurança pública têm de parar a nação brasileira para serem respeitados”, gritou o capixaba enquanto era aplaudido pelas galerias lotadas.

Segundo o deputado, o governo federal é o culpado pela paralisação da PEC, que garante piso salarial para policiais e bombeiros militares. “A intenção deliberada por parte do governo é não votar o piso salarial nacional dos policiais militares, dos bombeiros militares e dos policiais civis”, afirmou.

Após a fala do deputado, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), foi irônico em relação às manifestações dos favoráveis à PEC 300 nas galerias: “Está ruim isso aqui, heim?”. Em seguida, Temer pediu aos manifestantes que fizessem silêncio, sob risco de ter que pedir o esvaziamento das galerias.

http://www.congressoemfoco.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=32134

O governo do Estado de São Paulo resolveu cortar os salários dos professores em greve. Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), 58% da categoria parou as atividades 3

2010/03/10 at 22:22 –  LETÁRGICO

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/03/10/ult105u9166.jhtm
10/03/2010 – 20h13
SP corta salário de professores grevistas; segundo Apeoesp, 58% da categoria está parada
Da Redação
Em São Paulo
O governo do Estado de São Paulo resolveu cortar os salários dos professores em greve. Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), 58% da categoria parou as atividades. A Secretaria de Estado da Educação afirma que a paralisação é de cerca de 1% do corpo docente.

•Professor, você pretende aderir à greve? Deixe seu comentário

De acordo com nota da secretaria, os grevistas “terão desconto salarial relativo às faltas, e estão perdendo condição de participar do Bônus por Resultados (…) e também do Programa de Valorização pelo Mérito”.

Os dois programas têm como regra a regularidade da presença dos professores nas escolas – o primeiro que paga adicionais conforme o desempenho dos estudantes e, o segundo, oferece aumento de remuneração a professores que tiverem boas notas em prova.

A Apeoesp decidiu entrar em greve na última sexta-feira (5). De acordo com a entidade, o movimento “busca reforçar a luta da categoria pelo atendimento das reivindicações na defesa da dignidade profissional”.

Entre as principais bandeiras dos professores estão: reajuste salarial de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira; garantia de emprego; fim de avaliações para temporários; e realização de concursos públicos para a efetivação dos docentes.

A rede de São Paulo conta com mais de 220 mil professores e 5 milhões de alunos. Segundo a Apeoesp, os professores que compõem o comando de greve estão visitando as escolas para conversar com pais, alunos e professores, explicando o porquê da paralisação.
O sindicato informa que deve fazer novas assembleias regionais para avaliar os rumos da greve nesta quinta-feira (11). Uma assembleia estadual está marcada para a sexta (12), às 14h.

Governo diz que não vai ceder
Em nota, o Estado afirmou que a folha de pagamentos da Secretaria da Educação cresceu, entre 2005 e 2009, de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões.

Diz ainda que “não há justificativa” para a reivindicação do aumento salarial, pois considera ter criado programas de incentivo financeiro para os docentes mais bem avaliados. A estimativa do Estado é que o pedido de aumento custe R$ 3,5 bilhões aos cofres públicos.

Policiais civis e militares voltam a brigar em São Paulo 21

LOGO LOGO VAI DAR MERDA……

http://www.r7.com

publicado em 10/03/2010
Policiais civis e militares voltam a brigar em São Paulo
Confusão foi por causa de um táxi abordado por PM

Do R7
Um táxi suspeito foi motivo de uma nova confusão entre policiais civis e militares no final da tarde desta quarta-feira (10), na rua das Palmeiras, em Santa Cecília, região central de São Paulo. Segundo a Polícia Militar, o motorista abordado pelo PM pertencia à corporação civil e não atendeu ao pedido feito pelo outro policial.

Uma pessoa que passava pelo local viu o homem armado discutindo com o policial militar e ligou para o serviço 190. Viaturas da Polícia Militar foram enviadas ao local e outras da Polícia Civil também chegaram, a pedido do policial envolvido na confusão.

Segundo o 88º Distrito Policial, o táxi estava envolvido em um caso de latronício e era levado pelo policial civil para a delegacia. O carro era seguido por uma viatura da polícia com o taxista detido.

O caso foi encaminhado para o 77º Distrito Policial. Esta é a segunda vez nesta semana que uma briga entre policiais civis e militares causa confusão na cidade. Na última segunda-feira (8), dois policiais discutiram por causa de um carro estacionado em local proibido na zona norte de São Paulo.

“acho que é uma nova tatica do PCC”

Ferreira Pinto fala sobre incorporação integral do ALE e reestruturação da Polícia Civil 4

Quarta-feira, 10/03/10 – 17:44

Secretário fala sobre incorporação integral do ALE e reestruturação da Polícia Civil

O Governo do Estado reapresentou hoje (10) à Assembleia Legislativa o projeto de lei que reduz de três para apenas duas as faixas do Adicional por Local de Exercício (ALE) recebido por policiais militares, civis e técnico-científicos da ativa. O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, explicou que o projeto foi retirado e reapresentado com nova redação, para deixar mais claros e sem ambiguidades benefícios concedidos a todos os policiais do Estado; inclusive pensionistas e aposentados.

Ferreira Pinto esclareceu que a mensagem enviada pelo governador José Serra já contemplava a possibilidade de os policiais militares e civis que estão na ativa agregarem 1/5 da gratificação do ALE quando se aposentarem. “Todos receberão essa gratificação por inteiro. Se passarem para a inatividade antes, receberão 1/5, 2/5, 3/5 e assim por diante”, ressalta.

O projeto de lei propõe a redução pela metade do tempo de incorporação do adicional integração aos policiais aposentados e pensionistas. Na lei atual, a incorporação integral é alcançada em 10 anos. Se aprovado, reduzirá para apenas cinco.

A reapresentação do projeto de lei deixa mais claro que as novas regras que garantem levar o valor do ALE para a inatividade passam a valer já a partir da publicação da lei. Ou seja, quem se aposentar daqui cinco anos terá o benefício do ALE integral.

Neste projeto, também é proposta a extinção dos menores ALE, que são pagos aos policiais que atuam em cidades com até 200 mil habitantes. Se aprovado, passará a haver a redução de três para dois níveis de ALE, sendo retirada a menor faixa de pagamento. Desta forma, eles passam a receber o ALE 2 pago aos policiais de cidades entre 200 mil e 500 mil habitantes.

O projeto foi elaborado para corrigir distorções, afirmou o secretário Ferreira Pinto. “Havia uma diferença entre soldados que trabalhavam em cidades pequenas e de médio porte e soldados que trabalhavam nos grandes centros, quando nós sabemos que a violência urbana não se mede pela população, e sim por uma série de fatores que devem ser levados em conta”, afirma. E conclui: “Então, nós conseguimos fazer com que esses dois adicionais fossem diferenciados apenas em 20%.

Ele esclarece que o texto do projeto de lei despertou ambiguidade, razão pela qual um novo texto foi remetido. “A posição do governador José Serra, desde o início, era conceder o reajuste nos termos que estão colocados hoje na Assembleia. Foi ordem do governador que se fizesse uma nova redação para espancar qualquer dúvida a respeito”.

Reestruturação na Polícia Civil

O secretário da Segurança Pública enviou ao governador um projeto que reestrutura as carreiras da Polícia Civil. O projeto foi desenvolvido pela Delegacia Geral de Polícia (DGP) e recebeu contribuições das entidades sindicais representativas das categorias policiais civis. Ferreira Pinto determinou que fossem feitas alterações no projeto inicial, e já o enviou ao governador para tramitação nas Secretarias de Gestão Pública e Planejamento.

A reestruturação prevê um enxugamento de carreiras na Polícia Civil. Ainda segundo Ferreira Pinto, todas as entidades foram recebidas, e as ponderações apresentadas ouvidas e colocadas ao delegado geral da Polícia Civil.

Assim como aconteceu no projeto de incorporação integral do ALE, as distorções existentes estão sendo corrigidas. “Essa é uma aspiração antiga, que no nosso governo está tornando realidade”.

Juliana Chijo

http://www.ssp.sp.gov.br/noticia/lenoticia.aspx?id=19409