O ESTADO: Projeto de reestruturação das carreiras policiais civis deve extinguir mil cargos em São Paulo 14

Segunda-Feira, 08 de Março de 2010

Dps vazios levam à extinção função de carcereiro em SP

Projeto de reestruturação das carreiras policiais civis deve extinguir mil cargos no Estado 

Marcelo Godoy, marcelo.godoy@grupoestado.com.br 

 

 

DIAS CONTADOS – No Bom Retiro, 2.º DP é uma das oito delegacias da capital que ainda têm carceragem

A grade da delegacia se fecha e logo o prisioneiro grita: “Carcereiro, carcereiro”. Tantas vezes repetida em filmes e novelas, essa pode virar uma cena do passado. Projeto de reestruturação das carreiras policiais civis de São Paulo acaba com sete das atuais 14 funções, incluindo a de carcereiro. Suas tarefas passarão a ser exercidas por um novo tipo de profissional, um polivalente que se chamará agente de polícia. A nova profissão uniria em uma só as funções do carcereiro, a do motorista e a do responsável pela telecomunicação.

O plano da Polícia Civil entregue à Secretaria da Segurança Pública prevê a extinção dos primeiros mil cargos de carcereiros. O projeto ficou pronto na semana passada, depois de quase sete meses de estudos. O documento foi feito em conjunto pela Delegacia-Geral com as entidades de classe da polícia – três delas resistem às mudanças apresentadas no projeto.

A transformação, porém, é apoiada por carcereiros. “Nós achamos o projeto muito bom. Ele dá dignidade aos carcereiros, uma carreira cujo valor sempre foi pouco reconhecido”, disse Eraldo Faria, da Associação dos Carcereiros. Ele não se incomoda com o fim da mais antiga função policial do Estado. “Ela data do Brasil Colônia, quando havia as enxovias; então, quando o preso fugia, o carcereiro era obrigado a ficar em seu lugar como punição”, conta Sérgio Roque, vice-presidente da Associação dos Delegados.

Existem 3 mil carcereiros no Estado. No passado, eles foram responsáveis por cadeias famosas, como a do Deic, na Rua Brigadeiro Tobias – desativada nos anos 1980. Era uma época em que até 250 presos dividiam celas para 40 homens. Havia rodízio para dormir. “Às vezes, os presos matavam seus colegas por causa do espaço”, diz Faria.

Na literatura e na história, são comuns os carcereiros que tiranizam presos, espancando-os. Há os lenientes e os corruptos que barganham toda sorte de vantagens e favores, como os que compravam cigarros para o escritor Graciliano Ramos, na Ilha Grande. A memória dessas pessoas não abandona os prisioneiros. Foi, por exemplo, do nome de um carcereiro da Rússia czarista que o revolucionário Lev Bronstein tirou o pseudônimo Trotsky.

SEMPRE ALERTA

Afirmam os carcereiros que um bom profissional deve estar sempre atento e, se possível, ter um informante na prisão. Muito silêncio na cadeia pode significar que algo errado está sendo preparado: uma execução, um túnel ou uma rebelião. “Uma vez tive de sentar o aço para salvar um preso que estava sendo esfaqueado”, conta o carcereiro Joaquim Machado, de 53 anos. Foi em 1998, no 8º Distrito Policial (DP), no Brás, no centro. Os tiros para o alto impediram o assassinato.

Em 25 anos de profissão, Machado lembra-se só de um preso que fugiu sob sua guarda. Mas ele o recapturou em 30 dias. “O cara abriu a algema e fugiu.” Machado viu o surgimento de facções criminosas e o esvaziamento das celas das delegacias com a construção dos Centros de Detenção Provisória (CDP).

Hoje, ele trabalha em uma das oito delegacias para presos a caminho de CDPs: o 2º DP (Bom Retiro). Em três anos, mais de 21 mil homens passaram por ali. “Nunca tive medo, pois nunca me mancomunei com preso ou cometi injustiça. Nunca prometi o que não podia cumprir e jamais destratei a família do preso. Por isso, sempre fui respeitado.” Agora, Machado aguarda a decisão do governo para saber se isso tudo vai se tornar passado.

Um Comentário

  1. Agora aguardamos a matéria para as outras carreiras também. Uma para os agentes policiais, uma para os fotógrafos, uma para os auxiliares de necropsia, uma para os agetepols, etc…

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  2. Os Professores já pararam, o que estamos esperando? Milagres partindo desse homem me parece utopia.

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  3. É ISSO AI QUEREM CRIAR UMA CARREIRA (AGENTE DE POLICIA) DESVALORIZADA, DESVALORIZANDO ASSIM TODA A INSTITUIÇÃO POLICIAL E O PIOR 96% DAS ENTIDADES REPRESENTATIVAS (AIPESP, AEPESP, SIPESP, ADPESP ETC.) CONCORDARAM COM ESSE ABSURDO E AGORA QUEREM APOIO DE TODOS NA PARTE QUE LHES TOCA (ALE) , É O FIM!!!!!
    “SINDICATO UNICO JÁ”

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  4. A atividade da Polícia Civil tem de se readequar ao que está descrito na Constituição Federal, nunca deveria abrigar presos em suas dependências, pois o policial civil (carcepol) não deveria ser incubido de tal responsabilidade, apesar de sua atribuição.

    O profissional carcereiro ficou estigmatizado a imagem do profissional relapso, ignorante, fubango, algo que remete a policiais civis com mais de 20 anos de profissão, época em que investigadores, escrivães não precisavam de esforço para ingressar na PC.

    Observo que os atuais carcereiros detém uma inteligência ímpar, algo que muito colegas de outras carreiras não tem, visto a melhoria da seleção dos policiais civis de uns anos para cá.

    o modelo aceitável a todos os profissionais pc’s seria a carreira única, nada de privilegiar carreiras a ou b, todas são policiais civis, e seus trabalhos estão diretmanete ligados a investigação, algo no que concerne a Polícia Judiciária.

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  5. POLIVALENTE É O CU DE QUEM BOLOU ESTA REESTRUTURAÇÃO
    MOTORISTA NA POLICIA FOI EXTINTO EM 1987

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  6. Somos agentes policiais,pedimos ao nosso EXELENTÍSSIMO S.R GOVERNADOR JOSÉ SERRA,um homem honrado que admiramos pelos seus belos serviços prestados. que apoie a nossa carreira pois trabalhamos lado a lado com os colegas investigadores.so queremos o que é justo isonomia com investigadores e nivel superior.

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  7. Governo quer adiar votações de PECs e matérias eleitoreiras

    Agência Brasil

    Publicação: 08/03/2010 20:49

    O governo quer adiar as votações de matérias polêmicas para depois das eleições de outubro, como as propostas de emenda à Constituição (PECs), que estão tramitando na Câmara e no Senado. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), nesse período o componente deve ser a discussão de temas de interesse nacional e não a disputa eleitoral de cada parlamentar.
    “Acho que o ideal seria, nesse período, não votarmos nenhuma PEC, para evitar discussões da natureza que estamos tendo aqui na Casa (PEC dos policiais)”. Segundo ele, mudanças constitucionais não têm urgência e devem ser amplamente debatidas. No entanto, ele observou, que cabe ao presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), pautar as matérias a serem votadas.

    “Eu acho que num período eleitoral, nós temos de ter bastante cuidado, porque a Constituição tem caráter permanente e não deve ser modificada visando à disputa eleitoral”. Ao falar sobre a apreciação de PECs, o líder citou o exemplo da PEC do piso dos policiais aprovada na semana passada onde “há divergência profunda” na questão de colocar na Constituição o valor do piso para os policiais. A PEC estabelece piso de R$ 3,5 mil para praças e de R$ 7 mil para oficiais.

    Segundo o líder, para o governo é fundamental concluir na quarta-feira (10), a votação do projeto que trata da exploração do petróleo sob o regime de partilha e da distribuição dos royalties, com a votação da emenda dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG) que estabelece o mesmo índice de royalties para todos os estados e municípios.

    O governo não concorda com a aprovação dessa emenda e vai trabalhar pela sua rejeição. “Acho difícil ganhar essa votação, mas vou trabalhar até o fim para derrubar a emenda”, disse. Segundo Vaccarezza, essa emenda é equivocada, não tem base constitucional e tem um erro político.

    “Para o governo é fundamental votar as 13 medidas provisórias, projetos de reestruturação como o que trata das agências reguladoras, da banda larga, da Universidade Brasil-África e resíduos sólidos, entre outros”. Vaccarezza observou, ainda, que o Congresso estará esvaziado a partir de junho, quando serão realizadas as convenções partidárias, a Copa do Mundo e as festas juninas.

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  8. O COLEGA CARCEREIRO ESTA ERRADO,VAE LEGITIMAR O DESVIO DE FUNÇÃO,COISA QUE O CARCEPOL JA FAZ.
    O TAL DE MARCELO GODOY, E JORNALISTA NÃO CONHECE NADA DE POLICIA É APENAS UM PAU MANDADO,NÃO CONHECE NADICA DE PLICIA NEM DE DE AGORA NEM DO PASSADO.
    AS CARREIRAS EXTINTAS NÃO VÃO SER POLIVALENTE ,E SIM ESCRAVÃO TIRAR impressão, mandar mensagem,investigar,cuidardos presos da delegacia,dirigir vtr,tirar fotos desenhar e outras coisas mais, E O SALARIO VAE CONTINUAR SENDO UM SO
    SERA QUE ISSO ESTA CERTO. ISSO É SO ENGANAÇÃO.
    NIVEL SUPERIOR PARA PAPILOCOPISTA, procure um em algum DP da vida é a mesma coisa que acertar amega sena. OS CARAS ESTÃO BRINCANDO COM COISA SERIA.
    P.S.D.B.NUNCA MAIS

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  9. CARREIRA UNICA PARA TODAS AS CARREIRAS E
    SALARIO DIGNO PARA TODOS ISSO É O QUE IMPORTA

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  10. O CHEFE DOS CARCEPOL MACHADO DEVIA SER CANDIDATO A PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO.
    CARA HONESTO, JA SOFREU MUITO, E ESTA SE DEDICANDO MUITO EM MANTER A ORDEM NO 2 DP.

    AGORA DEVERIAM FAZER CARREIRA UNICA NA POLICIA.

    IGUAL E EXATAMENTE NA FEDERAL

    A MERDA É QUE OS TIRAS TEM MEDO DE QUE OS CARCEPOL MANDEM NA POLICIA, E OS CARAS QUE TÃO EM DEIC FAZENDARIA, MEIO AMBIENTE ETC, PERCAM AS CADEIRAS PRA CARCEPOL.

    NOS AMAMOS O MACHADÃO

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  11. Reestruturação na policia é Delegados de Policia, Escrivães de Policia e Agentes de Policia Nível de escolaridade superior. Sempre foi assim de fato, após a reestruturação seria de direito, não pode haver diferenças onde elas não existem, uma vez que o Carcereiro sempre investigou e o investigador nunca trancou preso. Carcereiro sempre dirigiu, agente nunca trancou preso. Carcereiro sempre planilhou, auxiliar de papi e papi nunca trancou preso. Carcereiro sempre fez o terminal o agente de tele nunca trancou preso. Carcereiro faz B.O. escrivão nunca trancou preso, etc, etc, etc. Logo, não precisa mudar a nomeclatura da funcional para que façamos os deveres de outras carreiras, pois sempre fizemos tudo isso e sem reclamar, e com mais perfeição. Mas a nossa função nunca ninguem fez, talvez por falta de coragem, uma vez que ja foi a função mais perigosa da policia civil, e quem foi Carcepol de tranca e responsa sabe disso. Queremos uma reestruturação responsavel compromissada com todas as carreiras. Onde carreira nenhuma vai ser melhor porque não são, A reestruturação não pode beneficiar somente a carreira de investigador, fiz uma pesquisa e descobri que mais da metade deles não tem nível superior, por incrivel que possa parecer as carreiras que tem mais profissionais formados com nível superior completo são os agentes policiais e Carcereiros. Logo para se fazer uma Reestruturação justa tem que se criar a carreira de agente de policia nível superior com salario de 5.000,00 por mes para todos que apresentarem o certificado de terceiro grau, quem não apresentar, deve-se dar um prazo para concluir e apresentar o certificado, caso contrario continuará com o seu salario e a sua função, isso deve incluir os investigadores, que hoje é nível superior mas sem mudanças nas atribuições, devem continuar ganhando seu salario que seja criada a carreira de agente de policia, para que possam apresentar seu certificado que dois terços dessa carreira não possuem nível superior. Quando se criar a carreira de agente de policia de nível superior, os tiras que concluiram o terceiro grau, atendendo as exigencias fixadas por lei, serão agentes de policia de nível superior. Não creio que uma carreira só pelo fato de elevar o nível de escolaridade sem que seja apresentado um dcto oficial comprovando a veracidade do fato, e tambem sem mexer nas atribuições possa revindicar alguma coisa…

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