Há evidencias fortíssimas de que o dinheiro foi desviado para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores a partir de 2002”, afirma o promotor José Carlos Blat.O Ministério Público acredita que em três meses terá encaminhando a denúncia à Justiça.. 21

06/03/10 – 21h37 – Atualizado em 06/03/10 – 21h37

MP investiga desvio de dinheiro de cooperativa

Detalhes da investigação foram publicados na reportagem de capa da revista “Veja” desta semana.

O Ministério Público de São Paulo investiga suposto desvio de dinheiro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo para o caixa de campanhas eleitorais do PT. Detalhes da investigação foram publicados na reportagem de capa da revista “Veja” desta semana.

Perto do céu – foi assim que a professora Helena de Campos Malachias se sentiu quando comprou um apartamento no terceiro andar de um prédio lançado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). São três quartos, com 77 metros quadrados, no valor de R$ 134 mil. Ela terminou de pagar em 2005, mas a obra já havia parado.

“Já me desiludi há muito tempo. Eles não vão terminar. É uma desilusão. Você tem um sonho e esse sonho é quebrado”, comentou a professora Helena de Campos Malachias.

Em 2007, denúncias contra a Bancoop provocaram a abertura de um inquérito policial. Um levantamento feito pelo Ministério Público de São Paulo mostrou que, pelo menos, três mil famílias foram vítimas de um esquema que teria desviado mais de R$ 100 milhões dos cofres da cooperativa. Dinheiro que deveria ter sido usado na construção de apartamentos que nunca ficaram prontos.

Essa denúncia é tema da reportagem de capa da revista “Veja” desta semana, que aponta o atual tesoureiro do PT como pivô de um esquema de desvio de dinheiro. As irregularidades denunciadas pela revista têm origem em uma quebra de sigilo da Bancoop.

Pelo esquema mostrado pela revista, a cooperativa recebia notas frias de empresas e pagava os serviços que não eram prestados com cheques nominais. As empresas descontavam os cheques no caixa do banco e entregavam o dinheiro para dirigentes da Bancoop. Um deles é João Vaccari Neto, na época também presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e hoje tesoureiro do PT.

“Constatamos que, pelo menos, uns R$ 30 milhões foram sacados na boca do caixa pela Bancoop. Há evidencias fortíssimas de que o dinheiro foi desviado para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores a partir de 2002”, afirma o promotor José Carlos Blat.

Segundo a revista “Veja”, em 2004 a Bancoop captou no mercado R$ 43 milhões, sendo 85% de fundos de pensão de estatais, alguns deles controlados pelo PT.

“Esse dinheiro infelizmente sumiu, e muitos prédio sequer foram construídos”, aponta o promotor José Carlos Blat.

João Vaccari Neto divulgou nota em que afirma sempre ter agido com transparência e disponibilizado documentos para a promotoria. Diz que nunca foi alvo de processo civil ou criminal e não foi ouvido pela revista. O advogado da Bancoop, Pedro Dallari, rebate as acusações.

“São denúncias totalmente inconsistentes. Tanto isso é verdade que até hoje não foi proposta nenhuma ação judicial pelo Ministério Público criminal relativamente a este assunto”, afirma o advogado da Bancoop, Pedro Dallari.

O presidente do Partido dos Trabalhadores, José Eduardo Dutra, também contestou as denúncias.

“É uma perda com acusações antigas, que já foram rebatidas. Acusações falaciosas que já saíram na imprensa outras vezes e que voltam agora, em ano eleitoral, com objetivo claro de atacar o PT”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

O Ministério Público acredita que em três meses terá encaminhando a denúncia à Justiça.

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Se as evidências são fortíssimas, então já deveria ter oferecido denúncia.

Tá esperando o quê?  Cuidado com o Pinto?

http://osamigosdopresidenteula.blogspot.com/2010/03/esse-e-o-promotor-de-justica-jose.html

O PROMOTOR JOSÉ CARLOS BLAT HÁ TEMPOS NÃO POSSUI CREDIBILIDADE…SÓ DAQUI A TRÊS MESES OFERECERÁ DENÚNCIA, DISSE HOJE NO JORNAL NACIONAL…VALE DIZER, ESTÁ USANDO O CARGO PARA FAZER POLITICALHA 22

óNOTA DE ESCLARECIMENTO DA BANCOOP SOBRE A MATÉRIA DE CAPA DA EDIÇÃO DA REVISTA “VEJA”DE 10.03.2010, VEICULADA EM 06.03.2010.

1. A BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) não foi ouvida em momento algum pelos jornalistas responsáveis pela matéria da revista “VEJA”, em clara violação a princípio elementar de ética jornalística.

2. A matéria tem nítida finalidade política, já que não agrega praticamente nenhuma novidade às acusações que foram efetuadas no passado e devidamente rebatidas pela BANCOOP. Sua publicação com grande destaque se explica pela previsão de instalação dentro dos próximos dias de CPI sobre a BANCOOP na Assembléia Legislativa de São Paulo, requerida ainda em 2008 pela bancada de deputados do PSDB.

3. No que se refere à conduta do Ministério Público de São Paulo relativamente à BANCOOP, é preciso esclarecer que a BANCOOP celebrou com o Ministério Público em 2008 Acordo Judicial em Ação Civil Pública, no qual foram estabelecidos compromissos voltados ao aprimoramento da gestão da cooperativa, de modo a se gerar maior segurança aos cooperados. Vários desses compromissos correspondem a condutas que já vinham sendo adotadas pela cooperativa, como, por exemplo, a realização de auditoria contábil por empresa independente (o que vem sendo promovido pela empresa de auditoria Terco Grant Thornton desde as contas a partir de 2005).

4. Quanto à esfera penal, foi instaurado em 2007 Inquérito Criminal (1o. DP da Capital de São Paulo), que continua em andamento, sem que, até o presente momento, tenha sido promovida pelo Ministério Público qualquer medida judicial, Contraditoriamente, o Promotor José Carlos Blat procura sistemática a imprensa com o objetivo de fazer acusações políticas à cooperativa, como a de que “A BANCOOP é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.

5. A matéria é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria BANCOOP em valor total superior a R$ 31 milhões. Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras.

6. A BANCOOP, apesar de ter vivido dificuldades administrativas em 2003 e 2004, tem sido extremamente bem sucedida na disponibilização de imóveis a preço de custo destinado a moradia. Trata-se de alternativa no âmbito do mercado imobiliário que procura facilitar o acesso de trabalhadores à casa própria. Seguem alguns dados que refletem o desempenho da BANCOOP desde sua criação, em 1996, até dezembro de 2009:

a) Total de empreendimentos já concluídos ou em construção: 34.
b) Empreendimentos com todas as unidades entregues: 24.
c) Empreendimentos em construção: 10.
d) Empreendimentos que foram descontinuados por falta de interesse dos cooperados: 19.
e) Total de unidades já entregues ou em construção: 6.358
f) Total de unidades entregues: 5.337 (84% do total), sendo 4.152 em empreendimentos já concluídos e 1.185 em empreendimentos em construção.
g) Total de unidades em construção: 1021, sendo que, desse total, 502 pertencem a cooperados que aguardam a conclusão e o restante integra um estoque de unidades disponíveis.
h) Total de unidades com escritura liberada: 3.406.

7. A BANCOOP sempre esteve à disposição dos cooperados, das autoridades competentes e da imprensa para prestar informações sobre as atividades da cooperativa.

Diretoria da BANCOOP (06 de março de 2010)

DANIEL VIDIGAL: “vamos nos unir e votar no Serra pois ele ainda nos ajudará, não percamos esperança”…ESSE DANIEL DEVE SER DA FAMÍLIA DO GASTÃO VIDIGAL, O BANQUEIRO FUNDADOR DO MERCANTIL…É ISSO AÍ, O NEGÓCIO É PEDIR VOTO AOS POBRES E GOVERNAR PARA OS RICOS…BANQUEIROS, INDUSTRIAIS, EMPREITEIROS E TRAMBIQUEIROS 14

2010/03/06 at 18:32 –  DANIEL VIDIGAL

Rapaziada melhor Pingar que secar a Fonte, esse pouquinho do ALE, ja vai nos ajudar a situação é muito difiçil só o sr LULA diz que a coisa esta boa, boa pra ele e a Currutela dele, vamos nós unir e votar no Serra pois ele ainda nos ajudara, não percamos esperança, pois dias dificil estamos vivendo e vai piorar ano a ano. não desanimemos.

O ESTADO É IMPORTANTE DEMAIS PARA SER DEIXADO AOS POLÍTICOS 1

Carta Capital
Bom-senso radical
04/03/2010 12:39:37
 
Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
 
Assim como as demais lideranças importantes do partido, a ministra Dilma Rousseff, ao ser aclamada pré-candidata, fez no IV Congresso do PT um discurso em defesa da continuidade, como seria de esperar de quem pretende beneficiar-se da altíssima aprovação popular ao atual governo. Com mais ênfase na prioridade para as camadas populares, distribuição de renda, políticas sociais e também do “trabalho importante que o nosso governo vem fazendo ao longo desses sete anos para ter um Estado forte”, em contraste com o anterior, no qual o papel do Estado “vinha sendo desmantelado”, e que, se a população não tivesse impedido, promoveria o “desmonte da Petrobras, da Caixa Econômica, do Banco do Nordeste e do Banco do Brasil”.

Os grandes jornais parecem, porém, ter prestado atenção a algum outro discurso que não o dos petistas. As três manchetes usaram o mesmo termo: “PT apresenta programa mais radical para Dilma” (Folha), “Petistas decidem radicalizar projeto de governo de Dilma” (Estadão), “PT aprova programa radical para a campanha de Dilma” (O Globo). Curiosamente, o título do editorial do jornal econômico Valor – cuja linha tende a refletir mais do que a elite realmente pensa, e menos do que gostaria que a classe média pensasse – foi “Programa de ‘esquerda’ do PT não é para valer”.

Em nenhum dos casos o rótulo de “radical” parecia dirigir-se à política social ou de direitos humanos, ou à repetição de antigas propostas de taxar as grandes fortunas e ampliar a reforma agrária. O “esquerdismo” consistiria na ênfase no papel do Estado, que a mídia quis traduzir como estatização – mero fantasma, pois isso não esteve em pauta.

Mesmo em períodos de triunfalismo liberal, como os anos 90, isso seria tolice, por mais que repetida com frequência. Em 2010 – pouco mais de um ano após o mercado financeiro ser resgatado pela intervenção estatal maciça dos principais governos capitalistas de todo o mundo –, interpretar uma defesa do papel do Estado na economia como “radicalização esquerdista” é um sinal espantoso de desconexão com a realidade, mais do que de mero atraso.

No Brasil, a discussão sobre o papel do Estado na economia é pelo menos tão velha quanto a República, mas foi mais claramente explicitada no clássico debate de 1945 entre o professor livre-cambista (hoje seria “neoliberal”) Eugênio Gudin e o empresário intervencionista (palavra mais tarde substituída por “desenvolvimentista”) Roberto Simonsen.

Simonsen, obviamente, nada tinha de radical ou esquerdista. Industrial, tratava de promover o desenvolvimento capitalista associado ao crescimento do mercado interno e a uma política social contrarrevolucionária, inspirada no papa Leão XIII, para reforçar o liberalismo, expandir investimentos, descentralizar a indústria e reduzir a pobreza.

Para Gudin, qualquer planejamento ou intervenção do Estado seria um passo para o “totalitarismo comunista”. Se o capital privado não queria ou não podia promover grandes projetos industriais por si só, estes não deveriam existir. Organizar a participação dos empresários em projetos estatais como a CSN – que não interessava ao capital estrangeiro e para a qual o nacional não tinha recursos – era um erro. “A agricultura é a única atividade econômica para a qual demonstramos capacidade.” Se Deus quisesse que os brasileiros tivessem indústria, teria lhes dado asas, digamos.

Apesar de Gudin ser tido como sumidade em teoria econômica, venceu o pragmatismo de Simonsen. Tanto os governos democráticos do pós-guerra quanto a ditadura pós-1964 foram “intervencionistas” e os ditadores militares de direita, mais que os “populistas”. A CSN tornou-se a base de uma indústria siderúrgica e metamecânica que se transformou no alicerce do crescimento econômico e do comércio exterior. Com a Embraer, os brasileiros até criaram asas e fizeram delas um dos itens mais importantes de sua pauta de exportações.

Mesmo a hoje demonizada reserva de mercado para a informática criou condições antes inexistentes para o desenvolvimento e cumpriu boa parte do seu objetivo de reduzir a dependência externa, criar empregos qualificados e incentivar a capacitação e o desenvolvimento tecnológico de informática local. A Itautec, produto da reserva, continua um dos maiores fabricantes brasileiros. A estatal Cobra continua ativa, a serviço do Banco do Brasil. Transnacionais como a IBM passaram a ter divisões de desenvolvimento no País.

Nem todo projeto estatal foi bem-sucedido. Fracassou boa parte das indústrias de bens de capital, semicondutores e química fina promovidas pela ditadura. Por diversos motivos: previsões de crescimento econômico exageradas, erro de avaliação das tendências tecnológicas, mudança súbita de política ou do ambiente internacional. Erros que investidores privados em ambiente desregulamentado também cometem, às vezes em massa – haja vista a bolha das pontocom nos anos 90 e imobiliária dos anos 2000 – e provocando prejuízos sociais ainda maiores.

Por outro lado, muitos são os projetos essenciais para a modernização e o desenvolvimento que não teriam existido se não fossem executados ou induzidos pelo Estado. Não só no Brasil, como na Alemanha, Japão, China, Coreia do Sul e em muitos outros que hoje se contam entre os mais desenvolvidos ou mais promissores entre os países periféricos.

Mesmo em países como os EUA, onde não há tradição do Estado como executor (salvo em setores restritos), é tradicional a intervenção do Estado como indutor (estimulando e incentivando certos setores, como a alta tecnologia e a indústria bélica), protetor (colocando certos setores a salvo da concorrência estrangeira), regulador (impondo normas de concorrência, segurança e ambientais) e, como se viu à farta em 2008 e 2009, salvador.

Onde o setor privado é menor, mais frágil e menos capacitado – ou depende de empresas estrangeiras que não atuam a contento por priorizar investimentos na matriz em outros países –, é natural que o Estado desempenhe um papel maior e mais direto. No Brasil, foi o caso do transporte ferroviário, da energia, do petróleo, da indústria pesada e das telecomunicações.

É fácil esquecer que nos anos 60, quando a telefonia era essencialmente privada e de capital estrangeiro, muitos escritórios de grandes cidades precisavam designar um office boy para esperar o telefone dar linha, o que podia demorar até meia hora, e o serviço de eletricidade era igualmente precário em grande parte do País.

Apesar de as propostas de estatização dos setores de telecomunicações e eletricidade terem sido um dos pretextos para acusar Jango de tendências comunistas, a própria ditadura se viu forçada a concretizá-la para melhorar a qualidade dos serviços e desfazer esse gargalo, que, além de impopular, prejudicava o desenvolvimento de outros setores privados. Ninguém negou, na época, que a estatização havia melhorado a qualidade dos serviços.

Entretanto, a ditadura, ao endividar-se em excesso e perder o controle sobre a inflação, usou estatais para captar créditos externos dos quais não tinham real- necessidade e, ao mesmo tempo, manteve seus preços e tarifas artificialmente baixos para frear a inflação e a insatisfação popular. As contas telefônicas, por exemplo, eram baixas pelos padrões internacionais – mas para se conseguir a instalação de uma linha era preciso entrar num plano de expansão, tornar-se acionista da Telebrás e esperar meses ou anos, ou então pagar muito caro por uma linha no mercado paralelo.

A política foi continuada no governo Sarney e agravada pela paralisação de investimentos no período pré-privatização, gerando sucateamento e risco de atraso tecnológico.

Enquanto o capitalismo brasileiro crescera e se capacitara desde os anos 60, o Estado se sobrecarregava e perdia condições de investir em infraestrutura econômica e social. Podia ser racional retirar-se de alguns setores. Mas isso foi feito sem preocupação ou planejamento sério de um novo papel concreto do Estado na economia e do Brasil no mundo. Por trás de discursos abstratos nos quais se misturavam a “terceira via” social-liberal de Tony Blair ao dogmatismo neoliberal herdeiro de Mises, Hayek e Gudin, setores estratégicos foram confiados, com ajuda de farto financiamento do BNDES, a empresários brasileiros inexperientes e transnacionais interessadas em lucros fáceis, em operações nas quais se fez valer a habilidade no tráfico de influência e laços pessoais com expoentes do governo FHC.

No setor elétrico, a privatização foi rea-lizada, “na marra”, sem regulamentação adequada e a quem pagasse mais, sem planos coerentes para investimentos futuros, qualidade dos serviços ou desenvolvimento da matriz energética. O governo facilitou o reajuste de tarifas e forneceu, por meio do BNDES, 5 bilhões de reais dos 28 bilhões usados na compra das empresas.

O resultado foi um caos que culminou no apagão de 2001, levou a reajustes acima dos contratados, custou caro a todos os brasileiros: a tarifa brasileira, de uma das mais baixas, tornou-se uma das mais altas do mundo.

O governador Itamar Franco foi ridicula-rizado por se opor à privatização da Cemig, que conseguiu bloquear e reverter na Justiça. Hoje a estatal continua lucrativa e está adquirindo várias das privatizadas – notadamente a Light do Rio, que chegou à beira de falir nas mãos da transnacional EDF.

No setor de gás, as privatizações aumentaram tarifas e proporcionaram taxas de lucro altíssimas em regime de monopólio, sem vantagens para os consumidores. A privatização ferroviária foi um desastre idem, que resultou no fim dos trens de passageiros e acumulou gargalos no transporte de carga na maior parte do País. A petroquímica foi privatizada sob um modelo inviável, pulverizado, separado do setor petrolífero e em crescente descompasso com os investimentos em refinarias.

Tucanos gostam de citar as telecomunicações como caso de sucesso. Mas cerca de metade dos recursos que compraram as fatias da ex-Telebrás veio do Estado, via BNDES ou fundos de pensão. E o setor cresceu não porque os novos gestores fossem mais competentes, mas por terem carta-branca para reajustar tarifas (e demitir) em um momento no qual uma revolução tecnológica permitia realizar investimentos e prestar serviços a custo muito menor para o empresário. Mesmo assim, o setor é campeão de queixas de consumidores.

Luiz Carlos Mendonça de Barros, Gustavo Franco e lideranças do então PFL defenderam abertamente, em vários momentos, a privatização de tudo que restava nas mãos do governo federal. Embora FHC tivesse prometido, na sua primeira eleição, não privatizar a Petrobras, era claro na imprensa especializada e nos cadernos de economia dos anos de 1996 a 1998 que era uma questão de tempo: estava sendo preparada para isso, à espera do momento politicamente oportuno. Mas a crise cambial veio antes.

Questões estratégicas e tecnológicas à parte, devia ser óbvio que vender estatais (e empresas privadas nacionais) a transnacionais deterioraria o balanço de pagamentos a médio prazo, como preveniam vozes dentro do próprio governo FHC, como Bresser-Pereira e Rubens Ricupero. Aumentaram as remessas de lucro para o exterior e diminuiu o interesse em exportação.

Para o então senador Jorge Bornhausen, em dezembro de 1998, “ou privatiza tudo, ou libera o câmbio, ou roda a guitarra (emite dinheiro)”, e vender a Petrobras e o BB a transnacionais seria a saída, pois traria recursos externos e adiaria desvalorização do real. Citava como exemplo a Argentina: “Privatizaram tudo e ultrapassaram sem problemas as crises da Ásia, da Rússia e do Japão”. Era tarde demais, mesmo que não fosse tolice. O fim do populismo cambial era questão de dias. Na Argentina, a situação era ainda mais aflitiva e o leitor de CartaCapital se lembrará de como a experiência neoliberal acabou.

Sorte do país. Com a continuação da Petrobras nas mãos do Estado, a prospecção e produção de petróleo continuou a crescer e novas tecnologias a serem desenvolvidas, até garantir a autossuficiência e descobrir as vastas reservas do pré-sal. Uma transnacional teria pouco interesse em pesquisar no Brasil – muito menos em criar capacitação tecnológica local – quando podia tirar petróleo a custo mais baixo em outras partes do mundo.

Na Argentina, a privatização da YPF (parcial a partir de 1991) foi completada em 1998. Desde então, a produção vem caindo. Praticamente não houve descobertas desde o início dos anos 90, embora nesse país, por razões geo-lógicas, o custo de prospecção e produção seja inferior ao brasileiro.

Os bancos que permaneceram sob controle federal também tiveram um papel decisivo para sustentar e reativar o mercado de crédito abalado pela crise internacional, quando bancos privados tão sólidos e supostamente bem geridos quanto o Unibanco tiveram de ser comprados (estatizado pelo BB, no caso do Votorantim) e os demais, mesmo socorridos, relutaram em voltar a emprestar.

Neste momento em que o Estado recupe-ra credibilidade e poder de investimento, enquanto o mercado financeiro privado está globalmente desarranjado, é racional que esses problemas voltem a ser enfrentados por meio do intervencionismo, que em certos casos pode significar estatização.
Na área de energia, o colapso está sendo adiado por investimentos estatais. Em vez de aumentar ainda mais as tarifas e minar a competitividade internacional do capitalismo brasileiro para tentar convencer o setor privado a iniciar ou continuar a construção de usinas que não lhe interessam, a Eletrobrás volta a assumir esses projetos.

Nas telecomunicações, quer-se reativar a Telebrás para realizar investimentos que o setor privado não pode ou não quer fazer, uma vez que as deficiências da banda larga criam um gargalo tão grave para o capitalismo de hoje quanto era a má qualidade da telefonia nos anos 60.

No setor de petróleo, a Petrobras adquire participações na petroquímica, uma verticalização inteiramente racional nesse setor – e a PetroSal deve assumir a gestão de reservas vastas e imprevistas que pedem um planejamento demasiado estratégico para ser submetido aos interesses de acionistas privados. É especialmente válida nesse caso a lógica geral da intervenção do Estado na economia, que pode ser resumida adaptando-se a tirada de Clemenceau originalmente endereçada aos militares: a economia é importante demais para ser deixada aos empresários. Para não falar dos economistas.

ABAIXO ASSINADO PELA REVOGAÇÃO DA LEI DA MORDAÇA PARA OS POLICIAIS CIVIS 2

Flávio Lapa Claro <flavio@investigadordepolicia.blog.br>
responder aFlávio Lapa Claro <flavio@investigadordepolicia.blog.br>

paradipol@flitparalisante.com

data6 de março de 2010 11:15
assunto SOLICITO DIVULGAR NO FLIT

11:15 (1 hora atrás) 
 
ABAIXO ASSINADO PELA REVOGAÇÃO DA LEI DA MORDAÇA PARA OS POLICIAIS CIVIS
O Projeto de Lei Complementar 7/2010, de autoria do Deputado Campos Machado, e seu substitutivo nº 1, de autoria do Deputado Hamilton Pereira, são essenciais para que nós, Policiais Civis, possamos colaborar com o aperfeiçoamento da instituição.
Revogam incisos da Lei Orgânica da Polícia que, claramente inconstitucionais, cerceiam a nossa liberdade de expressão e nos impedem de nos posicionarmos politicamente.
Apesar de inconstitucionais, esses incisos CONTINUAM sendo aplicados pela Administração, causando enormes prejuizos aos Policiais que sofrem apurações na Corregedoria por CRIME DE OPINIÃO, e, durante esse tempo, vêem seus direitos à promoção, à assunção de cargos de chefia, serem preteridos. Se condenados, a condenação será anulada por qualquer Juiz de Direito. Mas, até lá, os prejuizos já se acumularam.
Essa legislação estabelece que:
“Artigo 63 – São transgressões disciplinares:
XXIII – promover manifestação contra atos da administração ou movimentos de apreço ou desapreço a qualquer autoridade;
XXIV – referir -se de modo depreciativo as autoridades e a atos da administração pública, qualquer que seja o meio empregado para esse fim;”
.
Por isso, PEÇO A TODOS OS LEITORES que participem do ABAIXO-ASSINADO pela APROVAÇÃO do substitutivo nº 1 do PLC-7/2010, que revoga os incisos acima citados, e da divulgação dos mesmos.
Link para o abaixo-assinado: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/5760
Precisamos deixar de ser cidadãos de 5ª categoria, e a revogação desses incisos ditatoriais é condição necessária para que isso possa ocorrer.
Flávio Lapa Claro
Investigador de Polícia

AS CIRETRANS DE CAMPINAS ERAM AS LÍDERES NA ROUBALHEIRA DAS PLACAS

Campinas e Grande SP lideram em fraudes

Empresa teria fraudado licitação ao oferecer preço inviável pelo serviço

MARCELO GODOY

O inquérito dos corregedores da Polícia Civil comparou o que foi pago por emplacamento no Estado de São Paulo com o que foi registrado nos computadores da Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp). Durante o período analisado, a Cordeiro Lopes recebeu cerca de R$ 65 milhões. A região campeã na fraude foi a de Campinas (R$ 2,6 milhões de prejuízo ao Estado), seguida pela Grande São Paulo, que registrou R$ 2,3 milhões supostamente pagos a mais à Cordeiro.

Segundo as investigações, a Cordeiro é ainda acusada de ter fraudado a licitação ao ter ganho o contrato em 2006 apresentando um preço inexequível para o serviço. A Cordeiro, que ganhou nove dos dez contratos, dizia que era possível fornecer um par de placas comum por R$ 4,50.

A Centersystem, empresa que venceu o décimo lote da licitação (capital), ofereceu preço de R$ 2,50 pelo par. Isso tudo apesar de laudo da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), da Universidade de São Paulo, ter demonstrado que o custo mínimo deles era de R$ 25,66.

Segundo a investigação da Corregedoria, a apresentação do preço inexequível só foi possível porque as empresas não produziam a placa comum, desrespeitando os contratos. Em vez disso, fariam as chamadas placas especiais, vendidas ao consumidor por preços que vão de R$ 60 a R$ 100. Quando o consumidor vai emplacar o carro, acaba sendo obrigado a comprar a placa especial se quiser fazer o serviço na hora.

Com o novo modelo de licitação para o setor, o Detran sabe que terá de pagar mais caro, mas espera pagar por um preço real, o que fará com que o consumidor não fique mais refém da placa especial. A ideia é que qualquer empresa possa fazer a chamada placa comum, e o consumidor, os despachantes e concessionárias de veículos procurem o melhor fabricante e o melhor preço. Estima-se que a concorrência faria o preço do par de placas cair pela metade.

RUPTURA

No mês passado, a direção do Detran rompeu os nove contratos mantidos com a Cordeiro Lopes por causa da suposta fraude nas prestações de contas. Em caráter de emergência, para não paralisar o serviço, o órgão assinou um contrato de emergência por seis meses com a Cetersystem, a outra empresa sob investigação, contra a qual os indícios de fraudes são menores – basta dizer que a auditoria da Prodesp mostrou que, em vez de receber a mais pelo serviço, como a Cordeiro, a Centersystem tem direito a receber do Estado R$ 510 mil.

A Cordeiro Lopes entrou com ação na Justiça contra quebra do contrato. Para a empresa, a ação beneficiou indevidamente a Centersystem. Antes de fechar o contrato com a Centersystem, o Detran procurou outras empresas do setor e descobriu que nenhuma delas tinha condições de assumir o serviço. Muitas eram comandadas por laranjas de pessoas suspeitas de participar das fraudes e seus endereços declarados no Detran eram falsos.

O plano do governo é começar a mudar o sistema de emplacamento de carros até junho. A Corregedoria da Polícia Civil deve concluir seu inquérito em 30 dias. Duas dezenas de delegados são investigados. O Ministério Público Estadual acompanha as investigações nas áreas civil e criminal.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100306/not_imp520238,0.php

ACABANDO ROUBALHEIRA PLACA DE CARRO FICARÁ 50% MAIS BARATA. 1

Placa de carro vai ficar até 50% mais barata

Fraudes em 9 dos 10 contratos feitos pelo Detran dão prejuízo de R$ 11,9 mi e Estado resolve licitar só lacração

Marcelo Godoy

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) vai mudar o emplacamento de carros. O serviço de lacração será feito apenas por policiais e o motorista deverá ter a liberdade para comprar a placa onde quiser. Hoje, uma placa especial é vendida só por concessionárias do órgão e custa entre R$ 60 e R$ 100. O valor da taxa de emplacamento é R$ 63,22. O objetivo é reduzir custos para o motorista e desatar o nó de um sistema suspeito de abrigar fraudes patrocinadas por empresários, delegados e laranjas.

“Queremos implodir o atual sistema. Não vamos mais ficar reféns dessas empresas. O que é cobrado caro hoje é a instalação da placa. Isso vai acabar. Hoje o consumidor vai ao posto de lacração da empresa terceirizada. Em breve ele irá ao posto do Detran”, afirmou o diretor do Detran, delegado Carlos José Paschoal de Toledo. O plano é começar a mudança pela capital, antes de junho. No restante do Estado, ela deve ocorrer em cinco meses, quando terminarão os atuais contratos.

Dois sistemas são estudados. O mais provável, segundo Toledo, é que o consumidor tenha a liberdade de comprar a placa que quiser, o que faria o preço dela cair até pela metade. Para impedir a formação de cartel, o que manteria o preço artificialmente alto, o Detran estuda fixar o preço máximo da placa. Nessa hipótese continuariam existindo dois tipos de placas – comum e especial.

Outra possibilidade é o Estado acabar com a diferença entre placas especiais e comuns, determinando apenas um tipo. Nesse caso, até seria possível o Detran comprar placas em branco e enviá-las aos postos de cada cidade, onde seriam gravados números e letras. Assim não seria possível a fraude atual, na qual as empresas oferecem preços inexequíveis para ganhar os contratos, mas, em vez de fornecer ao consumidor a placa comum, só vendem a especial, até 30 vezes mais cara.

As investigações sobre as fraudes começaram em 2009. A Corregedoria da Polícia Civil concluiu nesta semana que nove dos dez contratos para o emplacamento de veículos deram um prejuízo de R$ 11,9 milhões ao Detran de janeiro de 2008 a julho de 2009. Esse dinheiro teria sido pago indevidamente à empresa Cordeiro Lopes.

Ela teria inflado as prestações de contas, dizendo que atendeu mais veículos do que de fato teria emplacado no período. O advogado Cássio Paoletti, que defende a empresa, nega. “A Prodesp não registra todos os tipos de lacrações, daí a diferença.”

Em fevereiro, o Detran rompeu com a Cordeiro e contratou de emergência a empresa Centersystem por seis meses. Ela ainda não normalizou o serviço no Estado. Toledo admitiu problemas nas regiões de Sorocaba e no Vale do Paraíba. “A empresa foi notificada e terá um prazo de três dias para apresentar relatório sobre a regularização do serviço. Caso contrário, será multada.”

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100306/not_imp520224,0.php

ao delegado da 39ª DP, Ricardo Vianna Castro, que não autorizou o afastamento do policial. Irritado, o inspetor se referiu ao delegado como você, que exigia ser tratado como senhor, e ainda o chamou de playboy da Zona Sul 9

Policial que fez colega refém passou por 35 unidades em 10 anos
05 de março de 2010 02h59 atualizado às 03h00 

Ex-paraquedista do Exército com cursos até no Panamá, Uerner Leonardo, o policial que manteve um colega refém por 5 horas nessa quinta-feira, sempre teve dificuldades de relacionamento dentro da Polícia Civil. Admitido em agosto de 1999, o inspetor teve 35 lotações em diferentes unidades desde então. Nesse período, recebeu só uma punição, por ter faltado a um plantão da 40ªDP (Honório Gurgel), em fevereiro de 2008. A suspensão foi de 16 dias.

Professor de Educação Física, ele chegou a ser preparador físico do juvenil do Vasco. Entre muitas histórias de confusão por onde passou, uma se destaca: certa vez, arremessou o teclado em um delegado que prestava queixa. Colegas contam que Uerner tinha manias curiosas, como, por exemplo, todos os dias, pontualmente às 17h, parar o que estivesse fazendo para uma série de flexões de braço.

Avaliação psiquiátrica depois de libertação
Uerner se entregou às 18h30. Mais uma vez, exigiu que uma equipe de reportagem filmasse a ação. Primeiro abriu a porta e liberou Maia. Em seguida, tirou o pente da pistola, colocou a arma sobre uma mesa e saiu. Depois, foi avaliado por psiquiatra e levado à Corregedoria da Polícia Civil. De lá, seguiu para um hospital psiquiátrico

.”Ele será tratado. Está afastado e sem autorização para portar a arma. Vai responder administrativamente e criminalmente. Sendo considerado culpado, será expulso”, explicou Ronaldo Oliveira, diretor de Polícia da Capital.

Entenda o caso
O inspetor da Polícia Civil Uerner Leonardo Barreira Passos, 39 anos, manteve refém o chefe de investigações da 39ª DP (Pavuna) Marcos Eduardo Maia, que estava desarmado, dentro de uma sala da unidade, durante 5h30. O ataque teria acontecido devido a uma insatisfação com a escala de serviço. A negociação foi tensa, e Uerner fez várias exigências para se entregar e liberar o colega. Transtornado, ele apontava a pistola na direção de Maia e ameaçava disparar. Cerca de 100 agentes cercaram a delegacia durante as negociações.

“Ele colocava a arma na direção do meu rosto e ficava se balançando. Estava alucinado. Nada o acalmava. Várias vezes cheguei a pensar que ia mesmo me matar. Prefiro enfrentar vários tiroteios em uma favela do que uma situação como essa novamente. Pensei muito na minha família e só pedia calma para ele”, lembrou Maia, depois de ser liberado.

O impasse começou por volta das 13h, quando Uerner apresentou um Boletim de Inspeção Médica (documento que oficializa o pedido de licença médica) ao delegado da 39ª DP, Ricardo Vianna Castro, que não autorizou o afastamento do policial. Irritado, o inspetor se referiu ao delegado como você, que exigia ser tratado como senhor, e ainda o chamou de playboy da Zona Sul. Foi quando Ricardo Vianna deu voz de prisão ao agente. A discussão ficou fora de controle e os dois puxaram suas armas.

Nesse momento, Maia, que entrava no gabinete do delegado, presenciou a cena e tentou desarmar o colega, levando-o para uma sala anexa. Armado, Uerner conseguiu render o chefe de investigações e o tomou como refém.

Trinta minutos depois, a delegacia já estava cercada por policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Atiradores de elite se posicionaram em prédios vizinhos, um helicóptero sobrevoava o local e o delegado Rodrigo Oliveira, diretor de Polícia Especializada, conduzia as negociações.

À medida em que o tempo passava, Uerner fazia mais exigências. Uma delas foi trocar socos com o delegado sem que ninguém interviesse, não ser preso e ser transferido de delegacia. “Tenho cultura, cursos operacionais, mas não sou valorizado. Só saio daqui com a imprensa”, gritava ele.

Um dos momentos mais críticos foi quando uma equipe de reportagem foi até a porta do quarto para conversar com o policial. Apontando a arma na direção do inspetor, ele contou à imprensa sua versão, fez acusações contra o delegado e em seguida mandou todos saíram e fechar a porta.