Assessor de Campos Machado pede exoneração
O escândalo da venda de habilitações chegou à Assembléia Legislativa de São Paulo provocando estragos O chefe de gabinete do deputado Campos Machado (PTB), Carlos Alberto de Carvalho Thadeo, o Professor Thadeo, pediu hoje exoneração do cargo que ocupava havia mais de 20 anos.
Ele aparece em escutas telefônicas interceptadas pela Operação Carta Branca intercedendo em favor de um funcionário da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ferraz de Vasconcelos, centro do esquema desarticulado na terça-feira. Trata-se de Marcus Vinícius Coelho, o Marcão, um dos 19 presos acusados de integrar quadrilha.
O assessor político também mantinha contatos periódicos com o empresário Nasser Abdel Hadi Ibrahim, apontado pelo Ministério Público Estadual como o responsável pela lavagem do dinheiro obtido pela máfia das carteiras. Em diálogo interceptado em 26 de março deste ano, Nasser telefona para Thadeo para parabenizá-lo pela permanência de Marcão, funcionário da prefeitura de Ferraz cedido à Ciretran. “Meus parabéns! Inclusive, o prefeito tá muito feliz”, diz Nasser.
Thadeo tinha consciência da situação que se encontrava a Ciretran de Ferraz: “É um ambiente apodrecido”.
Por fim, o assessor defende a permanência de Marcão: “O Marcão não é um cara milionário, é um trabalhador. Agora, porque o cara tá há 26 anos tem que ser removido como se fosse um objeto?
Se o sujeito tá lá é porque tem capacidade e não faz melhor porque a chefia não cobra.”
Em outra conversa, Nasser e Marcão falam sobre uma suposta “traição” do delegado Juarez Pereira Campos, então chefe da polícia em Ferraz, a uma pessoa identificada como Campos.
“Thadeo virou pra mim e disse: ‘Nasser, vai ser aposentado. Mexeu com vocês…’ Olha o que ele falou para mim: ‘Não vai ajeitar o que você quer? Vai ser aposentado.’
O Thadeo pegou uma raiva dele (Juarez), porque ele ajudou o outro e não ajudou o Campos.”
Nasser repreende Marcão, dizendo que ele errou ao pagar apenas 3% de propina aos chefes e que, por isso, quase tinha sido afastado.
Em carta endereçada ao Procurador-Geral de Justiça, Fernando Grella Vieira, Campos Machado diz acreditar que seu nome “tenha sido usado indevidamente” e pede a “completa apuração do eventual envolvimento” de seu funcionário. Em sua carta de demissão, Thadeo não nega ligação com Nasser e Marcão, mas afasta as suspeitas sobre o parlamentar. “Desculpe-me se lhe trouxe, mesmo sem querer, qualquer constrangimento.”
Em janeiro, escutas mostraram dois dos principais integrantes do esquema – o investigador Aparecido da Silva Santos e a empresária Elaine Gavazzi – conversando sobre um problema que a quadrilha enfrentava na região de São Joaquim da Barra, no interior.
No diálogo, ela relata que carteiras falsificadas haviam sido apreendidas pelo delegado seccional Francisco Renato.
A empresária diz ainda ter ligado para “aquele deputado” que, segundo ela, vai barrar a investigação.
Os promotores querem saber quem é esse deputado.
Outro político citado na Operação Carta Branca é o deputado mineiro Tiago Ulisses (PV).
O nome dele aparece numa conversa entre Miguel Antônio Pereira, dono de três Centros de Formação de Condutores em São Paulo, e um homem identificado como Zezinho de Taubaté.
Suspeita-se que os dois falavam da apreensão de carteiras falsificadas pela máfia em Minas. O deputado disse desconhecer os dois homens e que jamais recebeu pedidos sobre o assunto investigado pela Operação Carta Branca. Colaborou Moacir Assunção.
nossa o serviço de vocês é de péssima qualidade colocaram nomes que nem existe .cuidem da vida de vocês seus podres
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